Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 7 – Ciclos de Potência com Fluidos de Trabalho Gasosos (Parte 2) Universidade Federal da Integração Latino-Americana Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Território e Infraestrutura Engenharia de Energia Prof. Fabyo Luiz Pereira fabyo.pereira@unila.edu.br UNILA – ILATTI – EE Foz do Iguaçu / PR EER0013 – Máquinas Térmicas EER0013 – Máquinas Térmicas 2 / 14 Tópicos da Aula ● Ciclos de Potência com Fluidos de Trabalho Gasosos – Parte 2: ● Ciclo Ericsson. ● Ciclo para propulsão a jato. ● Ciclo Otto. ● Ciclo Diesel. 3 / 14 Ciclo Ericsson ● Ciclo Ericsson: ● Composto pelos seguintes quatro processos em regime permanente: ● Compressão isotérmica reversível. ● Recebimento de calor isobárico. ● Expansão isotérmica reversível. ● Rejeição de calor isobárica. ● Da análise do ciclo de Carnot, o uso de processos isotérmicos para o compressor e para a turbina resulta em maiores ηtérmico que o uso de processos isentrópicos. ● Apesar disto, o ciclo Brayton é o referencial para ciclos de turbinas a gás porque as vazões de fluido na turbina e no compressor são grandes, o que dificulta transferir as quantidades de calor necessárias para que os processos ocorram de forma isotérmica. ● Logo, os processos nestes equipamentos são adiabáticos. ● Existe algum meio de utilizar um ciclo parecido com o ciclo Ericsson? 4 / 14 Ciclo Ericsson ● O ciclo Brayton tende a mudar seu comportamento em direção ao do ciclo Ericsson se forem utilizados: ● Múltiplos estágios de compressão, com resfriamento intermediário entre os estágios. ● Múltiplos estágios de expansão, com reaquecimento entre os estágios e um regenerador. ● A figura ao lado mostra um ciclo com 2 estágios de compressão e 2 de expansão, além do diagrama T-s. ● Para este ciclo, o máximo ηtérmico é obtido quando são mantidas iguais as relações de pressão através dos dois compressores e das duas turbinas. 5 / 14 Ciclo Ericsson ● Neste ciclo ideal, admite-se que: ● Temperatura do ar que deixa o resfriador intermediário, T3, é igual à temperatura do ar que entra no primeiro estágio de compressão, T1. ● Temperatura após reaquecimento, T8, é igual à temperatura do gás que entra na primeira turbina, T6. ● Temperatura do ar a alta pressão que deixa o regenerador, T5, é igual à temperatura do ar a baixa pressão que deixa a turbina, T9. 6 / 14 Ciclo Ericsson ● Usando vários estágios de compressão e de expansão, o ciclo resultante se aproximará do ciclo de Ericsson, como mostrado na figura ao lado. ● Aplicações reais N→ úmero de estágios é de 2 ou 3. ● A figura abaixo mostra dois dos vários arranjos possíveis, para ciclos fechados, pelos quais as turbinas e compressores que usam este ciclo podem ser utilizados. 7 / 14 Ciclo para Propulsão a Jato ● Ciclo para Propulsão a Jato: ● Os gases são expandidos na turbina até uma pressão tal que o trabalho da turbina é exatamente igual ao trabalho consumido no compressor. ● Assim, a pressão de saída da turbina será superior à do meio envolvente e o gás pode ser expandido num bocal até a pressão do meio envolvente. ● Os gases saem do bocal a alta velocidade, apresentando uma variação da quantidade de movimento, e disto resulta um grande empuxo que permite que mesmo grandes e pesados aviões possam voar. ● Opera de modo similar ao ciclo de Brayton, conforme diagramas abaixo. 8 / 14 Ciclo Otto ● Ciclo Otto: ● É um ciclo ideal que se aproxima do motor de combustão interna de ignição por centelha. ● Os processos que ocorrem são: ● 1-2 Compressão adiabática reversível (isentrópica).→ ● 2-3 Transferência de calor (recebimento) a volume constante (isocórica).→ ● 3-4 Expansão adiabát→ ica reversível (isentrópica). ● 4-1 Transferência de calor (rejeição) a volume constante (isocórica).→ ● Admitindo que cv do ar seja constante, o rendimento térmico é dado por: ηtérmico= QH−QL QH =1− QL QH =1− mc v (T 4−T 1) mc v (T 3−T 2) =1− T 1 T 2 (T 4T1−1) (T 3T 2−1) 9 / 14 Ciclo Otto ● Mas: ● Portanto: ● O rendimento é função apenas da relação de compressão rv, aumentando com o aumento desta relação, como mostra a figura abaixo. ● Entretanto, ao aumentar relação de compressão ocorre um aumento da tendência para a detonação do combustível. ● A máxima relação de compressão que pode ser usada é aquela onde a detonação é evitada. T 2 T 1 =(V 1V 2 ) k−1 =(V 4V 3 ) k−1 = T 3 T 4 → T 2 T 1 = T 3 T 4 → T 4 T1 = T 3 T 2 ηtérmico=1− T 1 T 2 =1−r v 1−k=1− 1 r v k−1 , onde r v= V 1 V 2 = V 4 V 3 10 / 14 Ciclo Otto ● O motor de ignição por centelha de ciclo aberto se afasta do ciclo Otto devido: ● Os calores específicos dos gases reais aumentam com o aumento da temperatura. ● O processo de combustão substitui o processo de transferência de calor a alta temperatura. ● A combustão pode ser incompleta. ● Cada ciclo mecânico do motor envolve um processo de alimentação e descarga, e devido às perdas de carga dos escoamentos nas válvulas, é necessária uma certa quantidade de trabalho para alimentar o cilindro com ar e descarregar os produtos da combustão no coletor de escapamento. ● Há uma transferência de calor significativa entre os gases e as paredes do cilindro. ● Há irreversibilidades associadas aos gradientes de pressão e temperatura. 11 / 14 Ciclo Diesel ● Ciclo Diesel: ● É o ciclo ideal para o motor Diesel, também conhecido como motor de ignição por compressão. ● Apenas o processo 2-3 é diferente do processo 2-3 no ciclo Otto: ● 1-2 Compressão adiabática reversível → (isentrópica). ● 2-3 Recebimento de calor a pressão constante → (isobárica). ● 3-4 Expansão adiabática reversível (isentrópica).→ ● 4-1 Rejeição de calor a volume constante → (isocórica). 12 / 14 Ciclo Diesel ● Como o gás expande durante a transferência de calor no ciclo padrão a ar, a transferência de calor deve ser apenas o suficiente para manter a pressão constante. ● O rendimento é dado por: ● De acordo com o diagrama p-v, a relação de compressão isentrópica no ciclo Diesel é maior que a relação de expansão isentrópica, ou seja: ηtérmico= QH−QL QH =1− QL QH =1− mcv (T 4−T 1) mc p (T 3−T 2) =1− T 1(T 4T 1−1) k T 2(T 3T 2−1) V 1 V 2 > V 4 V 3 13 / 14 Ciclo Diesel ● Comparando um ciclo Otto (1-2-3''-4-1) com um ciclo Diesel (1-2-3-4-1), onde ambos possuem o mesmo estado no início da compressão (estado 1), mesmo deslocamento volumétrico do pistão (v1 – v2) e mesma relação de compressão, pelo diagrama T-s conclui-se que: ● O ciclo Otto possui rendimento maior, pois o trabalho no ciclo Otto (área 1-2-3''-4-1) é maior que o trabalho no ciclo Diesel (área 1- 2-3-4-1). ● Entretanto, o motor ciclo Diesel pode operar com uma relação de compressão maior que o motor de ignição por centelha (ciclo Otto), pois: ● No motor ciclo Otto se comprime uma mistura de ar com combustível, e se a relação de compressão for muito alta a detonação começa a ser um problema sério. ● No motor ciclo Diesel se comprime apenas ar, e o combustível é injetado após a compressão, e portanto a detonação não é um problema. 14 / 14 Ciclo Diesel ● Logo, deve-se comparar os ciclos Otto e Diesel que podem ser obtidos na prática. ● Observando os diagramas ao lado, P e T máximas são iguais para os seguintes ciclos: ● Ciclo Otto 1-2'-3-4-1. ● Ciclo Diesel 1-2-3-4-1. ● A relação de compressão do motor ciclo Otto é menor que a relação de compressãodo motor ciclo Diesel: ● Neste caso o ciclo Diesel possui um rendimento maior, pois a área 1-2-3-4-1 é maior que a área 1-2'-3-4-1. ● O ciclo aberto real de ignição por compressão difere do ciclo Diesel da mesma maneira que o ciclo aberto de ignição por centelha difere do ciclo Otto. r v Diesel= v1 v2 e r v Otto= v1 v 2' Título Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14
Compartilhar