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Clóvis de Barros Filho
 É graduado em Direito pela USP e em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, com mestrado em Ciência Política pela Universidade de Paris III Sorbonne-Nouvelle e doutorado em Ciências da Comunicação 
pela USP. Obteve a livre-docência pela Escola de Comunicações e Artes da USP, onde atualmente é professor. Tem vários livros publicados, como A filosofia explica as grandes questões da humanidade (em coautoria com Júlio Pompeu; Casa do Saber/Casa da Palavra, 2013) e A vida que vale a pena ser vivida (em coautoria com Arthur Meucci; Vozes, 2010).
Mário Sérgio Cortella
Nascido em Londrina (PR) em 05/03/1954, é filósofo e escritor, com mestrado e doutorado em Educação. Professor titular da PUC-SP, onde atuou por 35 anos (1977-2012), com docência e pesquisa
 na pós-graduação em Educação: Currículo (1997-2012) e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião (1977-2007), é professor convidado da Fundação Dom Cabral desde 1997 e lecionou no GVpec da FGV-SP (1998-2010). Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido assessor especial e chefe de gabinete do professor Paulo Freire. É autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira. 
''Jogar lixo no chão, colar na prova, oferecer dinheiro em troca de algum benefício – todos esses são comportamentos que podem ser facilmente percebidos em nosso dia a dia, quase como se fossem situações corriqueiras e típicas da cultura brasileira. Mas de que maneira isso se reflete na formação de crianças e jovens? A corrupção estaria mais próxima de nossa vida cotidiana do que gostaríamos de supor?”
Essas perguntas e muitas outras que surgirão ao longo dos diálogos, serão refletidas por três pessoas:  Clóvis, Cortella e Você.
''...não há saber mais prático, no sentido de estar voltado à conduta, do que a ética.'' 
''...costumo dizer – e isso se aplica também à escola – que nem todo sucesso é decente, nem toda vitória é honrosa ou, no campo da empresa, nem todo lucro é higiênico. Desse ponto de vista, há coisas que sujam o tipo de sucesso que se obteve.''
ÉTICA E VERGONHA NA CARA
O livro é um diálogo entre os autores Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho, “Ética e Vergonha na Cara” nos leva a refletir sobre nossas escolhas feitas no cotidiano, nos alertando de que forma a vergonha encontra lugar na ética. 
A ética é defendida no livro como uma escolha, ou seja, está ligada a liberdade, a possibilidade de escolher o que queremos, de escolhermos o que acreditamos ser para nós como indivíduos. Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para decidir três questões da vida: “Quero, Devo, Posso”. Para Cortella, a palavra “escolha” é a chave para designar o que é ética no dia a dia. 
 A ideia do livro é apresentar ao leitor os diversos tipos de ética que são encontrados e traçar um paralelo como comparativo entre as éticas existentes, além de elucidar ao leitor o que é a moral e como ela é identificada.
A ética da conveniência
 As pessoas do mundo de hoje estão acostumados a passar por cima dos outros, a nação terem respeito com o próximo, a quererem fazer de tudo para levarem vantagens, a serem individuais e serem egoístas. Resumindo: estão acostumados a não terem ética. “Se é bom para mim, tudo bem” diz um pequeno trecho do livro, no mesmo capítulo ele relata um fato no qual um jornalista ficou surpreso, talvez indignado com a atitude de um competidor de corrida de cross-coutry. O corredor ao invés de se aproveitar da situação em que o seu concorrente estava confuso e assim ganhar prova, ele ajudou-o a vencer E no final esclareceu que não teria mérito algum ao se aproveitar do ocorrido. Tendo sempre como um prisma, uma base de respeito e vergonha na cara para com sua mãe, na qual era a última pessoa a quem ele não queria envergonhar. 
A ilusão moral do foco no resultado
È trabalhada uma ideia de fazer o uso de atalhos para buscar um resultado satisfatório e é citado o exemplo do aluno que cola em uma prova, ele não estuda, mas fazendo uso de uma estratégia imoral consegue um resultado bom e por isso sente-se bem consigo. 
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. 
Rui Barbosa
Qual é o resultado que torna justo o caminho
É trabalhada uma ideia dos fins justificam os meios. Quer dizer que chegamos ao caminho que queríamos, o caminho foi justo, isto é, se a meta era algo que se fixou e esta foi atingida, isto confere justeza ao caminho, embora tal frase esteja em desacordo com o que disse Maquiavel.
Ética como instrução
A formiga convive com intensidade. A vida no formigueiro ensinam os biólogos, é uma vida em que quase todos os seus integrantes trabalham 24 horas por dia, e dois ou três não fazem nada e ficam com tudo. Poderíamos pensar que é uma injustiça. Não é injustiça nenhuma, porque no formigueiro a vida acontece da única maneira possível, regida pelo instinto, pela própria natureza desse inseto 
Não há vida sem escolha, e não há escolha sem valor
 	Na conversa, Clóvis nos fala na necessidade de escolha, a onde uma vez feita a escolha, fica sempre uma impressão de equívoco.. Mas o que é escolher? Escolher é identificar uma alternativa de maior valor. Atribuir valor as escolhas e identificar a de maior valor é uma tarefa que nos acompanhará sempre. Não há vida sem escolha, e não há escolha sem valor
Corrupção: consequência do sistema
 Cortella e Clóvis falam sobre a corrupção e como ela acaba encontrando uma grande facilidade na hora de se inserir na sociedade. Clóvis cita exemplos de como estamos sempre tentando tirar de nos a necessidade de escolha e a responsabilidade que vem com elas. Clóvis também fala como sempre haverá a opção de dizer não, mesmo que no ultimo momento. Cortella também fala que a corrupção não é uma obrigatoriedade, porque ela reserva o campo da escolha, da decisão e do juízo. 
Uma questão de escolha
 O ser humano, independentemente da criação recebida e do ambiente onde vive, tem suas ideias e opiniões sobre aquilo que acredita ser ético ou não. Por mais que o individuo receba uma excelente educação, por mais dinheiro que ele tenha isso não o deixara imune á falta de ética. Ser ético ou não é uma questão de escolha, o que você decide ser?
A corrupção e o sistema político
 Para corromper alguém e preciso oferecer em troca alguns favores, ou seja, o corruptor tem algo que o corrupto almeja. A corrupção não é apenas uma aquisição financeira ou monetária, mas tudo aquilo que reduz e apodrece a nossa capacidade de uma convivência decente. 
A corrupção e a família
 É retratada da corrupção dentro da família. Crianças aprendem desde bebês, ainda no berço, como fazer isso, seja com o choro ou com o bracinho esticado, seja com o tipo de afago ou com relação ao beijo. Isto é, ser corrupto uma possibilidade quase berçária. 
É vergonhoso não ser querido
 Clóvis da um exemplo de jogar lixo no chão. “Dado que viver é conviver – com o que estou totalmente de acordo, pois não há que falar em vida sem convivência –, é preciso entender que, numa sociedade educada, que condena o gesto de jogar lixo no chão, tal atitude vem acompanhada de uma tristeza”.

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