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Plano de Aula: Aula 03 - Extinção de sociedades, incorporação, fusão e cisão CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I - GST0089 Título Aula 03 - Extinção de sociedades, incorporação, fusão e cisão Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 3 Tema Extinção de sociedades, incorporação, fusão e cisão Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: - Identificar os principais aspectos para extinção de sociedades; - Compreender o conceito de incorporação; - Apreender o conceito de fusão; - Compreender o conceito de cisão. Estrutura do Conteúdo Extinção de sociedades De acordo com a Lei nº 6.404/76 uma companhia pode ser extinta por duas formas: a) Pelo encerramento da liquidação, e; b) Pela incorporação, fusão e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras sociedades. Para que uma empresa seja extinta, é necessário que haja a dissolução, que, segundo Ferreira (2014) é o ato pelo qual se desfaz o vínculo contratual entre os sócios, com o objetivo de desconstruir a pessoa jurídica. Conforme determina a Lei das S/A, a companhia é dissolvida por pleno direito, por decisão judicial ou por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos e na forma previstos em lei especial. A dissolução por pleno direito acontece quando: a) Pelo término de prazo de duração da companhia; b) Nos casos previstos pelo estatuto; c) Por deliberação da assembleia geral; d) Pela existência de um único acionista, verificada em assembleia geral ordinária, se o mínimo de dois sócios não for constituído até à assembleia do ano seguinte, exceto se a companhia for uma subsidiária integral, ou; e) Pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar. A dissolução por decisão judicial acontece: a) Quando anulada a constituição da companhia, em ação proposta por qualquer acionista; b) Quando comprovado que a entidade não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% ou mais do capital social, ou; c) Em caso de falência, na forma prevista na Lei nº 11.101/05 (Lei da falência). Ressalta-se que a companhia dissolvida conserva sua personalidade jurídica até a extinção. A dissolução caracteriza o início da liquidação. Na fase da liquidação ocorre a realização do ativo e o pagamento das obrigações, representado pelo passivo exigível. Após o pagamento das obrigações, o saldo remanescente é rateado entre os sócios, de acordo com a participação de cada um (FERREIRA, 2014). Para que a fase da liquidação seja possível, é necessário que haja a nomeação de um liquidante, que é o responsável por proceder à liquidação da companhia. O liquidante pode ou não pertencer à sociedade. Nos casos de dissolução por pleno direito, o modo de liquidação e a nomeação do liquidante devem ser determinados pela assembleia geral dos acionistas. Além dos casos previstos pela dissolução por decisão judicial, a liquidação pode ser processada judicialmente nas seguintes situações: a) A pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de acionistas deixarem de promover a liquidação ou se ele se opuserem, ou; b) A requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade competente, se a companhia, nos 30 dias subsequentes à dissolução, não iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interromper por mais de 15 dias. Ressalta-se que liquidação judicial, o liquidante deve ser nomeado pelo juiz. O liquidante tem a competência de representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação, inclusive alienar bem móveis e imóveis, transigir, receber e dar quitação. Além disso, deve prestar contas dos atos e operações praticados no semestre e apresentar o relatório o balanço do estado da liquidação a cada seis meses à assembleia geral dos acionistas. A assembleia pode fixar essa prestação de contas em prazos maiores ou menores, contudo, não pode ser inferior a três meses e nem superior a 12 meses. Após o passivo exigível ser pago e o ativo remanescente rateado entre os sócios, o liquidante deve convocar assembleia geral para a prestação de contas final. Após as contas aprovadas, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue. A extinção significa o fim da pessoa jurídica. Uma vez extinta, a sociedade deixa de ser sujeito de direitos e obrigações, ou seja, perde sua personalidade (FERREIRA, 2014). Incorporação, fusão e cisão Santos e Schmidt (2015) destacam que a partir da década de 90, o mundo experimentou uma mudança no comportamento das empresas em função da globalização. Isso aconteceu por causa do aumento da competitividade entre as empresas, que precisaram aumentar seu nível de atividades a fim de ser manterem competitivas no mercado. Dessa forma, houve uma necessidade da adoção de estratégias de concentração de empresas e reestruturações societárias como a incorporação, fusão e cisão. Almeida (2015) afirma que essas operações, que ocorrem com frequência, têm as mais variadas razões, indo desde a segregação de certas atividades para fins de controle e participação de novos acionistas, até com o objetivo de planejamento para obter certos benefícios fiscais. Essas operações de fusão, cisão e incorporação tornam possível a transmissão do patrimônio ou do quadro de sócios, sem que haja a necessidade de dissolução e liquidação das sociedades. Cumpre destacar que se nessas operações houver obtenção de controle, essas reorganizações societárias são caracterizadas como combinação de negócios e os conceitos contábeis aplicáveis estarão previstos no CPC 15 (R1) ? Combinação de Negócios. Portanto, reorganizações societárias em que ocorre aumento ou redução da participação acionária sem modificar o controlador, não são consideradas combinação de negócios e, consequentemente, estão fora do escopo do CPC 15 (R1). Incorporação A definição de incorporação é obtida no artigo nº 227 da Lei nº 6.404/76: A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações. Santos e Schmidt (2015) consideram que a incorporação é um negócio plurilateral que tem por finalidade agregar todas as ações de uma sociedade ao patrimônio de outra que sucede a incorporada em todos os direitos e obrigações. Em uma incorporação, a sociedade incorporada é extinta sem que haja dissolução ou liquidação. Havendo incorporação da sociedade X pela Y, os acionistas de X participarão do aumento de capital de Y, na proporção das participações que detinham em X. Dessa forma, se a assembleia geral da companhia incorporadora aprovar o protocolo da operação, deverá também autorizar o aumento do capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, bem como nomear os peritos que avaliarão esse patrimônio. Quando a assembleia geral da incorporadora aprova o laudo de avaliação e a incorporação, extingui-se a incorporada, competindo à incorporadora promover o arquivamento e a publicação dos atos de incorporação. Ressalta-se que a incorporação difere da absorção pura e simples, pois, na absorção, a absorvedora compra o ativo e passivo da outra, sem aumentar seu capital, nem receber os sócios da absorvida, e, na incorporação, a incorporadora recebe todo o patrimônio da incorporada, com aumento de capital e o ingresso dos novos sócios. Fusão A definição de fusão é obtida no artigo nº 228 da Lei nº 6.404/76: A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. Santos e Schmidt (2015) destacam que a fusão é um negócio plurilateral que tem por finalidade a união das ações de duas ou mais empresas naformação de uma nova sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. Nesse caso, duas ou mais empresas se juntam, vertendo seus ativos e passivos para a constituição de uma nova sociedade, desaparecendo as anteriores. Por exemplo, quando as duas empresas X e Y se fundem, desaparecem as duas e é criada uma nova sociedade, W, que é constituída com os sócios de X e Y. A assembleia geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades. Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores promover o arquivamento e a publicação dos atos da fusão. Cisão A definição de cisão é obtida no artigo nº 229 da Lei nº 6.404/76: A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Santos e Schmidt (2015) comentam que a cisão é um negócio plurilateral que tem por finalidade a transferência de parcelas ou totalidade do patrimônio de uma sociedade para uma ou mais sociedades, dividindo-se o capital da cindida ou extinguindo-se a mesma. Nessa situação, parcelas dos ativos e/ou passivos de uma empresa são transferidos para outra(s) empresa(s), criada(s) para essa finalidade ou já existente(s). Caso todos os ativos e passivos sejam vertidos para outra(s) entidade(s), a entidade cindida será extinta. Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pela assembleia geral da companhia, à vista de justificação que incluirá as informações constantes no protocolo. A assembleia, se aprovar a cisão, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e funcionará como assembleia de constituição da nova companhia. A cisão com versão de parcela de patrimônio já existente obedece às disposições sobre incorporação. Esse tipo de cisão é semelhante a uma incorporação, com a exceção de que, ao contrário da sociedade incorporada, a sociedade cindida pode não ser extinta. Se a cisão ocorrer com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das sociedades que tiverem absorvidos parcelas do seu patrimônio promover arquivamento e publicação dos atos da operação. Na cisão com versão parcial do patrimônio, esse caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorver parcela do seu patrimônio. Aplicação Prática Teórica Exercício 01. Julgue as afirmações a seguir ( ) Em uma operação de incorporação, a empresa incorporada é absorvida por outra, a incorporadora, que lhe sucede somente em todos os direitos. ( ) Uma companhia pode ser extinta somente após o encerramento da liquidação. ( ) Na fase da liquidação, ocorre a realização do ativo e o pagamento do passivo somente. ( ) A extinção significa o fim da pessoa jurídica. Uma vez extinta, a sociedade continua sendo sujeita a direitos e obrigações. ( ) A cisão é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações. Exercício 02. Julgue as afirmações a seguir ( ) Em uma incorporação, a sociedade incorporada é extinta passando pelo processo da dissolução e liquidação. ( ) Quando a assembleia geral da incorporadora aprova o laudo de avaliação e a incorporação, extingui-se a incorporada. Compete à incorporada promover o arquivamento e a publicação dos atos de incorporação. ( ) A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. ( ) A incorporação é um negócio plurilateral que tem por finalidade a transferência de parcelas ou totalidade do patrimônio de uma sociedade para uma ou mais sociedades, dividindo-se o capital da cindida ou extinguindo-se a mesma. ( ) Em uma cisão total, ou seja, quando há versão total do patrimônio, a companhia cindida é extinta.
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