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Processo Civil Seção 2

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Mm. Juízo da _ Vara Cível do Foro da Comarca de Bauru - Estado de São 
Paulo. 
 
 
 
 
 
Autos: XXXXXXXXXXXXXX 
VIAÇÃO METEORO LTDA, devidamente qualificada nos autos em 
epigrafe, por seu procurador firmatário, nos autos da ação indenizatória que lhe 
move CAIPITA HORTALIÇAS ME, vem, à presença de Vossa Excelência, apresentar: 
CONTESTAÇÃO 
À presente demanda, fazendo-o forte no que dispõem os artigos 335 e 
seguintes do CPC, bem como o art. 30 da Lei n.º 9.099/95, pelos fáticos e jurídicos 
fundamentos adiante alinhados. 
 
I. DAS PRELIMINARES 
 
I. a) Da Impugnação ao Valor da Causa 
 
Em petição própria, nesta oportunidade, A Ré peticionária impugna o valor 
à causa, pelo fato de o valor da causa ser diverso dos pedidos contidos na 
exordial, sendo necessário a fixação de valor certo. 
 
O autor deu à causa o valor diverso, conforme se constata da inicial. 
Porém, a demanda é daquelas que se enquadram no artigo 292 inciso V e 322, 
do Código de Processo Civil: 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção 
e será: 
 V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
 
Requer que seja emendada a inicial. 
 
I. b) Do Defeito de Representação 
 
Dispõe o artigo 75, VIII, do Código de Processo Civil, que as pessoas 
jurídicas serão representadas por quem os respectivos Estatutos designarem, ou, 
não os designando, por seus diretores. 
 
Ocorre que não consta que os signatários das procurações, sejam 
realmente pessoas autorizadas a praticar tais atos, pois não existem nos autos, 
quaisquer documentos societários ou estatutários correspondentes, até porque, 
à época da propositura da presente Ação. 
 
Indispensável, pois, que o Autor regularize sua representação, juntando os 
documentos próprios ao presente caso. 
 
Requer, portanto, que Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 337, 
IX do Código Civil, combinado com o artigo 75,VIII do Código de Processo Civil, 
determine a suspensão do processo, marcando prazo razoável, para que o Autor 
venha sanar o defeito, sob pena de extinção do processo. 
 
II. DOS FATOS 
 
 
Alega o Autor que no dia 11/02/2017 o Autor, depois de feita suas 
entregas, retornava para Bauru/SP, dirigindo sua Pick-Up. 
 
Neste dia chovia muito, deixando a estrada escorregadia, e, também, havia 
muita neblina, dificultando a visão do Autor, e que no KM 447 da rodovia BR-345, 
no município de Jaú/SP, Autor perdeu o controle do seu veículo em vista do 
ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca 
que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus. 
 
Devido ao impacto, o Autor sofreu várias lesões apresentando um corte na 
testa, fratura nas pernas e nos braços. O veículo pick-up ranger, com o impacto, 
ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria. 
 
Devido ao acidente o Autor se submeteu a cirurgias nos seus braços e 
pernas e tomar pontos na sua testa, mas sua maior preocupação estava em o que 
fazer para sustentar sua família, pois este utilizava a caminhonete como fonte de 
renda, e trabalhava sozinho em sua empresa. 
 
Eis o breve relato dos fatos narrados na exordial. 
 
 
III. DO PREÂMBULO FÁTICO 
 
No dia 11/02/2017, o sr. Barnabé retornava a Bauru/SP conduzindo a sua 
Pick-up, e quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345, no município 
de Jaú/SP, o sr. Barnabé perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros 
derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na pista, mas 
não invadiu a preferencial. 
 
No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., ora Ré, que trafegava na 
pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e 
pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o 
motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. 
 
Ou seja, Excelência, devido aos fatores diversos que influenciaram o 
acidente de transito aqui discutido, trata-se de um acidente com culpa 
concorrente, ou seja, ambos possuem culpa. 
 
Ainda, A polícia tomou ainda o depoimento do motorista do ônibus, que 
afirmou que invadiu a pista contrária em razão de tentar desviar do veículo que 
estava derrapando e indo em sua direção. E posteriormente, no hospital, a polícia 
tomou o depoimento do sr. Barnabé, que afirmou que perdeu o controle do seu 
veículo. 
 
A perícia que esteve no local foi inconclusiva, pois, como estava chovendo, 
não conseguiu colher as medidas das derrapagens, embora tenha reconhecido a 
invasão à outra pista, mas não conseguiu definir se esta ocorreu antes ou após o 
choque, ou seja, não há provas concretas que que o acidente ocorreu apenas por 
parte da Ré. 
 
Devendo a asseguradora do Autor arcar com as despesas sofridas por este. 
 
IV. DO DIREITO 
IV. a) Da Inexistência de dano Moral 
 
 
A Requerente afirma que o evento danoso gerou prejuízos morais, pela 
dificuldade que teve, depois do acidente, em realizar atividade rotineiras, o que 
lhes causa consequente abalo psicológico, afirmando ser justa a indenização. 
 
Porém, não são críveis tais prejuízos ante a dinâmica do evento. A 
requerente não comprovou nenhuma circunstância que ultrapassasse os meros 
aborrecimentos que devem ser tolerados na vida em comunidade e que não são 
capazes de produzir dor à alma e à personalidade do indivíduo. 
 
Como sabido, o dano moral se caracteriza pela violação dos direitos 
integrantes da personalidade do indivíduo, atingindo valores internos e anímicos 
da pessoa, tais como a dor, a intimidade, a vida privada, a honra, dentre outros. 
 
Para restar configurado o dano moral mostra-se necessário um 
acontecimento que fuja à normalidade das relações cotidianas e interfira no 
comportamento psicológico da pessoa de forma significativa. As contrariedades 
e os problemas da vida em comunidade não podem redundar sempre em dano 
moral, sob pena de banalização do instituto. 
 
Nesse sentido, a doutrina de Sérgio Cavalieri Filho: 
 
“(...) Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a 
dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, 
interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, 
causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero 
dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada 
estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte 
da normalidade do nosso diaadia, no trabalho, no trânsito, entre os 
amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e 
duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. 
Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, 
ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais 
aborrecimentos.(...)” 
 
Frisa-se que nos momentos em que foi oferecido auxilio para reparo da 
caminhonete, da parte autora, ela se recusou e surpreendentemente dias depois 
apareceu apresentando, apenas, o orçamento do conserto da caminhonete. 
 
Diante do que, entendendo os Requeridos pela inexistência de danos 
morais pelo simples aborrecimento e nenhum reflexo que pudesse afetar os 
direitos de personalidade da Requerente, pugna pela improcedência de tal 
pedido. 
 
IV. b) Da Inexistência de dano Material 
 
Alega o Autor que no dia 11/02/2017 o Autor, depois de feita suas 
entregas, retornava para Bauru/SP, dirigindo sua Pick-Up. 
 
Neste dia chovia muito, deixando a estrada escorregadia, e, também, havia 
muita neblina, dificultando a visãodo Autor, e que no KM 447 da rodovia BR-345, 
no município de Jaú/SP, Autor perdeu o controle do seu veículo em vista do 
ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca 
que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus. 
 
Ora Excelência, devido ao fato de o Autor perder o controle de eu veículo, 
o motorista do ônibus se viu obrigado a fazer uma manobra a fim de tentar evitar 
o acidente, ou seja, por culpa de um terceiro, o motorista do ônibus fez uma 
manobra, mas devido as condições da pista com óleo e chuva, o ônibus veio a 
invadir a pista contraria. 
 
Outrossim, nota-se que não havia, no momento da colisão, nenhum 
documento capaz de comprovar a culpa, apenas, do Requerido, não sendo 
possível a parte Autora alegar imprudência e negligência desse. 
 
Verifica-se Excelência, que o Requerido jamais teve intenção de machucar 
a Reclamante, e percebe-se de forma clara, pois apesar de saber da culpa 
concorrente, o Requerido não se preocupou com isso no momento da colisão, 
mas sim com o estado de saúde da parte Autora, tanto é que foi o próprio quem 
chamou o SAMU e lhe deu assistência em tudo que pode e que ela aceitou. 
 
A melhor doutrina e a jurisprudência pátrias ensinam que, em casos de 
culpa concorrente, os prejuízos devem ser rateados pelas partes envolvidas na 
proporção de sua culpabilidade. 
 
Nesse sentido, vale transcrever as lições de Cunha Gonçalves e Aguiar Dias, 
citadas pelo ilustre Des. Sergio Cavalieri, ob. Cit. Págs. 46/47: 
 
“Havendo culpa concorrente a doutrina e a jurisprudência recomendam 
dividir a indenização, não necessariamente pela metade, como querem 
alguns, mas proporcionalmente ao grau de culpabilidade de cada um 
dos envolvidos. Esta é a lição de Cunha Gonçalves, citada por Silvio 
Rodrigues: “A melhor doutrina é a que propõe a partilha dos prejuízos: 
em partes iguais, se forem iguais as culpas ou não for possível provar o 
grau de culpabilidade de cada um dos co-autores; em partes 
proporcionais aos graus de culpas, quando estas forem desiguais. Note-
se que a gravidade da culpa deve ser apreciada objetivamente, isto é, 
segundo o grau de causalidade do acto de cada um. Tem-se objetado 
contra esta solução que ‘de cada culpa podem resultar efeitos mui 
diversos, razão por que não se deve atender à diversa gravidade das 
culpas’; mas é evidente que a reparação não pode ser dividida com 
justiça sem se ponderar essa diversidade.”(ob. Cit., p. 182) O mestre 
Aguiar Dias endossa esse entendimento ao declarar, expressamente: 
“Quanto aos demais domínios da responsabilidade civil, a culpa da 
vítima, quando concorre para a produção do dano, influi na 
indenização, contribuindo para a repartição proporcional dos prejuízos 
“(Da Responsabilidade Civil, 5a ed., v. II/314, n. 221). 
 
Pois bem, se não for esse o entendimento de V. Exa., é cediço que o valor 
da indenização por danos materiais deve guardar correlação exata com a 
extensão dos danos causados, recompondo o patrimônio do lesado para que 
volte ao estado anterior ao evento danoso. A condenação em indenização 
superior ao efetivo prejuízo equivale a enriquecimento sem causa. 
 
Se os danos morais devem ser arbitrados segundo critérios de forma 
prudente pelo julgador, valendo-se de critérios de razoabilidade, a indenização 
por danos materiais tem verdadeiro intuito de ressarcir, fazendo a esfera 
patrimonial voltar ao status quo ante. 
 
Justifica-se, portanto, que o ressarcimento obedeça a critérios concretos e 
objetivos, exigindo prova efetiva da diminuição patrimonial e de sua extensão, 
para que a indenização lhe seja equivalente, sendo ônus do autor comprovar esse 
prejuízo. 
 
A jurisprudência nas Cortes nacionais mostra-se pacífica quanto ao tema 
em questão, vejamos: 
 
"Para viabilizar a procedência da ação de ressarcimento de prejuízos, a 
prova da existência do dano efetivamente configurado é pressuposto 
essencial e indispensável. Ainda mesmo que se comprove a violação de 
um dever jurídico, e que tenha existido culpa ou dolo por parte do 
infrator, nenhuma indenização será devida, desde que, não tenha 
decorrido prejuízo. A satisfação pela via judicial, de prejuízo inexistente, 
implicaria, em relação à parte adversa, em enriquecimento sem causa. 
O pressuposto da reparação civil está, não só na configuração de 
conduta contra jus, mas também, na prova efetiva do ônus, já que se 
repõe dano hipotético." (STJ - 1º T. - Resp - Rel. Demócrito Reinaldo - j. 
23.05.94 - RSTJ 63/251). 
 
Dessa forma, os Requeridos pugnam pela improcedência do pedido de 
dano material no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais). 
 
IV. c) Dos Lucros Cessantes 
 
Relata o Autor que devido as lesões causadas ao Autor pela Ré, o Autor 
não pode trabalhar, deixando de ter seu faturamento mensal para seu sustento. 
 
Excelência, a parte Autora sequer comprovou, nos autos, o seu ganho 
mensal e tão pouco demonstrou que não há condições para tocar sua empresa, 
portanto, os lucros cessantes não podem ser presumidos, conforme nos traz a 
jurisprudência: 
 
(TJ-SP - APL: 00224449520078260482 SP 0022444-95.2007.8.26.0482, 
Relator: J. Paulo Camargo Magano, Data de Julgamento: 25/02/2015, 26ª Câmara 
de Direito Privado, Data de Publicação: 27/02/2015) 
 
APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - MATERIAIS - 
LUCROS CESSANTES - VENDA PRECIPITADA DE BEM - AÇÃO DE BUSCA 
E APREENSÃO EXTINTA - DEVER DE INDENIZAR CARACTERIZADO. - 
Quanto ao dever de indenizar, é necessário que existam três elementos 
essenciais: a ofensa a uma norma preexistente ou um erro de conduta; 
um dano; e o nexo de causalidade entre uma e outra. - A venda de bem 
objeto de ação de Busca e Apreensão antes do trânsito em julgado da 
sentença é considerada precipitada e ilegal, caracterizando o ato ilícito. 
- Aquele que se vê privado de seu instrumento de trabalho utilizado 
como meio de sobrevivência própria e sustento de família é assaz, por 
si só, a ensejar dano de ordem moral a qualquer ser humano. - O dano 
material é aquele que atinge o patrimônio da parte, capaz de ser 
mensurado financeiramente e indenizado. Portanto, é devido ao autor 
tão-somente aquilo que comprova que efetivamente pagou. - Os lucros 
cessantes não podem ser presumidos ou imaginários. Ao contrário, 
dependem da prova cabal da existência do dano efetivo. Tal prova não 
se faz por meio de depoimentos testemunhais. A prova hábil a apurar 
valores percebidos é documental ou pericial, o que não há nos autos. 
 
 
Assim sendo, não deverão os réus serem condenados ao pagamento de 
indenização por lucros cessantes, vez que o Reclamante comprovou seus ganhos 
mensais muito menos que a empresa não poderá continuar funcionando. 
 
IV. d) Da Inexistência de Danos Emergentes 
 
Alega o Autor que zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com 
o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo 
de R$ 10.000,00. 
 
Conforme já dito, o motorista do ônibus foi obrigado a fazer uma manobra 
a fim de tentar evitar um acidente, pois avistou a caminhonete do Autor perdendo 
o controle na pista. 
 
Ora, se a culpa é exclusiva do Autor em provocar o acidente, devido ao 
fato de ter perdido o controle de seu próprio veículo, não há o que se falar em 
indenização por danos emergentes, pois a obrigação com o locador da loja e seus 
fornecedores é do próprio Autor e não da Ré, bem como o acidente foi 
ocasionado pela imprudência também do Autor. 
 
Ante ao exposto, requer total improcedência dos pedidos de danos 
emergentes na exordial. 
 
IV. e) Da Denunciação da Lide 
 
Conforme o artigo 125 do NovoCódigo de Processo Civil, é possível às 
partes denunciar a lide nas seguintes hipóteses: 
 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer 
das partes: 
 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que 
da evicção lhe resultam; 
 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a 
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no 
processo. (grifo nosso) 
 
No caso dos autos, tem-se que o fundamento jurídico adequado para a 
pretensão do Requerido é o inciso II do referido artigo. Isso porque, caso Vossa 
Excelência entenda pela responsabilidade do Requerido para indenizar o Autor 
pelos danos sofridos no acidente de trânsito, será demonstrado que o Requerido 
não teve culpa, mas apenas agiu como agiu em decorrência do ato imprudente 
praticado pelo Autor. 
 
Nesse caso, portanto, numa eventual procedência dos pedidos formulados 
na petição inicial pelo Autor, o Requerido teria direito à ação de regresso contra 
o denunciado, a fim de ser ressarcido pelos prejuízos que sofrerá para indenizar 
o Autor ao final da presente ação. 
 
Assim, requer-se seja expedida a citação do Denunciado, para que, 
querendo, conteste a presente ação, nos termos do artigo 131 do Novo Código 
de Processo Civil. 
 
IV. f) Da Recovenção 
 
De acordo, com a lei 13.105/15, em seu art. 343, in verbis: 
 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para 
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento 
da defesa 
 
Como amplamente demonstrado nesta resposta, a culpa por todas as 
dificuldades financeiras que o Autor tem passado, após o acidente, é de culpa 
única e exclusiva deste e não da Ré. 
Aliás, pelo contrário, na via inversa, o Requerido deve ser indenizado 
material e moralmente pelo Autor, tendo em vista que, conforme pode ser 
verificado nas gravações a ser juntadas nessa contestação, logo após o acidente, 
o Requerente proferiu diversas palavras de baixo calão contra o funcionário da 
Requerida, na frente de diversas testemunhas do acidente, causando um 
sofrimento psicológico ao motorista e difamando a empresa ora Ré. 
 
Ou seja, não bastasse ter danificado o seu ônibus (na lateral), o Requerente 
ainda achou-se no direito de xingar e julgar o Requerido, como se culpa tivesse 
pelo acidente. 
 
Numa análise detalhada e conversando com testemunhas do acidente, o 
Requerido verificou que, além de não ter sido responsável pelo acidente, foi o 
Requerente que deu causa a ele. Ora, num dia chuvoso, em alta velocidade, como 
pode ser verificado nas alegações que o próprio Autor relatou na petição inicial, 
tem-se que o Requerente agiu com extrema imprudência. 
 
V. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer-se: 
 
Que seja acolhido os pedidos preliminares, afim de o Autor regularizar o 
valor da causa da inicial, bem como venha sanar o defeito de representação, sob 
pena de extinção do processo; 
 
O deferimento da denunciação à lide para a inclusão da Seguradora 
Trafegar S/A; 
 
A total improcedência dos pedidos iniciais, bem como a procedência da 
reconvenção, para determinar a condenação do Ator no pagamento da 
indenização referente ao conserto do ônibus; 
 
A realização de audiência de conciliação, tendo em vista que possui 
interesse em resolver a situação amigavelmente; 
Requer pela condenação do Autor em custas e honorários advocatícios 
conforme estabelecido nos artigos 82 e 85, ambos do Código de Processo Civil; 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos; 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Bauru, ...... de ................. de .................. 
 
P/p ........................................... 
 
OAB ...............................

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