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A Filosofia do direito em santo agostinho

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A Filosofia do direito em santo agostinho
Professor marco jordão
Um Panorama Geral da Ideia de Justiça na Filosofia Medieval
As ideias e as ações de Cristo fizeram com que os filósofos do período medieval repensassem todo conceito de justiça e política colocada pelos antigos. Na doutrina cristã a concepção de justiça é transitória, ou seja, a concepção de justiça se divide em uma justiça humana, que muitas vezes é utilizada como instrumento de usurpação e poder e uma justiça divina, que age de modo absoluto, eterno e imutável. 
“Tendes aprendido o que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu vos digo para não resistirdes ao mal que se vos queiram fazer; mas se alguém vos bate na face direita, apresentai a face esquerda; e se alguém quer demandar convosco para tomar vossa túnica, abandonai-lhe também vossa capa; e se alguém que vos constranger a fazer mil passos com ele, fazei ainda dois mil. Daí àquele que vos pede e não repilais àquele que quer vos tomar emprestado”
Mateus, cap. V, vv20 e de 43 a 47. 
Esse é um exemplo da diferença entre as leis dos Homens (olho por olho, dente por dente) e a lei de Deus proposta por Cristo. Destarte, a lei Humana que condenou Cristo é a justiça cega e incapaz de penetrar nos arcanos (mistérios) da divindade. A justiça cristã, portanto, não aceita a justiça dos homens e a repudia com veemência, pois essa justiça é pautada no imediatismo e no sensualismo. A ética cristã identifica no mal uma doença, de modo a dispor-se a seu tratamento, que não se faz pelo julgamento precipitado e consequentemente falso, mas sim pela doação de si, pela paciência. Assim, onde reside a vindita não há justiça cristã.
“Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem é sujo, suje-se ainda; e que é justo, faça a justiça ainda; e que é santo, seja santificado ainda”. Ou seja, aquele que age por suas ações será medido; o justo com justiça, ao injusto a injustiça... “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo sua obra”.
Apocalipse 22
Van Gogh
Enfim,
Toda a lógica e toda a base que viria a ser a filosofia do direito medieval estão, de forma resumida, aí descrita. Todo o entendimento, todo o raciocínio, toda moral e todo o comportamento, que se sejam baseados nas leis de Cristo, deve-se por esses preceitos, ou seja, devem espelhar como reflexo, o comportamento de Cristo, pois segundo o próprio: “Eu sou Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro”. 
A justiça segundo santo agostinho
 - Santo Agostinho foi o grande expoente da filosofia patrística, filosofia esta também denominada de filosofia dos padres. Batizou-se somente aos 33 anos de idade, depois de ter levado uma vida desregrada.
 - Alguns autores referem São Paulo como iniciador da filosofia patrística e de um pensamento que se solidificou com a gênese agostiniana. São Paulo dizia que a lei natural era reflexo da divina, restando inscrita nos corações dos homens. No entanto, tem-se Santo Agostinho como a figura maior da Filosofia Patrística.
 - Santo Agostinho tentou adaptar o pensamento platônico à teologia cristã, mesmo sabendo do paganismo da obra de Platão. Em época de domínio romano o importante era não bater de frente com a filosofia dos mandatários do poder (de larga adoção das concepções helênicas). Assim, o que se procurava era demonstrar que a doutrina cristã não se opunha ao tradicional pensamento grego, respeitado que era pelas autoridades romanas.
Para Agostinho, todo conhecimento e todas as proposições percebidas como verdadeiras somente assim o são porque originárias de uma prévia luz divina. Nesse sentido, aproxima-se do pensamento platônico de que todo e qualquer conhecimento é resultado de uma reminiscência. Todavia, Agostinho diferencia-se de Platão quando afirma que a alma não é a descoberta de um conteúdo de passado, mas sim fruto de uma luz divina no presente. 
“Mas como é que diminui e se consome o futuro que ainda não existe? Ou ainda: como é que cresce o passado, que já não existe, a não ser pela existência dos três momentos no espírito que os realiza: expectativa, atenção e lembrança? Desse modo, aquilo que a alma espera torna-se lembrança depois de ser objeto da atenção. Quem se atreve a negar que o futuro ainda não existe? No entanto, já existe no espírito a expectativa do futuro. Quem pode negar que o passado não mais existe? Contudo, existe ainda no espírito a lembrança do passado. E quem nega que o presente carece de extensão, uma vez que passa em um instante? No entanto, perdura a atenção, diante da qual continua a retirar-se o que era presente. Portanto, não é o tempo futuro que é longo, pois não existe, mas o longo futuro é a longa espera do futuro. Também não é longo o tempo passado inexistente, mas o longo passado é a longa recordação do passado”.
Santo Agostinho. In: Confissões. São Paulo: Paulus, 1984, p. 354-55
A justiça...
A ideia de justiça agostiniana reside no amor. "A justiça é a ordem do amor", segundo as palavras do próprio Santo Agostinho:  
“A justiça é o resultado do amor maior do mais sábio. Ama e faze o que quiseres. É um triângulo: Justiça, amor e verdade.”
Diante das imperfeições da justiça humana, o homem deve tentar sempre a verticalização, penetrando na profundidade de si mesmo, a fim de encontrar a verdadeira direção da justiça. O amor, que compreende, dá uma auréola à justiça humana, que é o começo da "inerência ao amor de Deus". 
Superando a tese de Platão de que a justiça é a virtude das virtudes, Agostinho prega o amor de sacrifício, de doação como imperativo de justiça. Diz, inclusive, que os reinos sem justiça - vale dizer: sem amor - não passam de grandes latrocínios.
direito
O direito, para Santo Agostinho, é a tranquilidade da ordem. O direito é um fenômeno de uma ordem de coexistência entre todos os componentes do universo. Ele dará coesão, unidade e concórdia aos povos. As normas de direito advém de uma iluminação divina e transparecem de forma verdadeira na mente humana., o conceito de direito agostiniano é fruto de três ordens:
(1) Lei eterna -  de realidade transcendente e de natureza indelével. É razão divina e ordena a manutenção da ordem natural, proibindo a perturbação da mesma. É, portanto, invariável, e, também eterna.
(2) Lei natural - iluminação da mente humana;
(3) Lei temporal - são as leis vigentes em determinado espaço geográfico e em determinado momento, tendentes à regulação do comportamento na sociedade.
O Jardim das Delícias – Boch – Prado, Madrid 
Para Agostinho, a lei eterna é também definida como a lei de Deus, consistindo na vontade mesma Dele. Todos aqueles espíritos que possuam piedade têm nessa lei o fundamento primeiro para proibir ou ordenar algo. Já a lei temporal é uma ajuda, um auxílio que acrescenta ao espírito para que o indivíduo não se julgue são, é uma ordem que não causa o cumprimento do que preceitua (por isso não é lei - mesmo que positivamente seja considerada como tal - ordenamento que desrespeite a religião)  e o julgador terreno desta lei pode ser comparado a um médico.
Atentem a essas importantes observações acerca do pensamento Político/jurídico de Santo Agostinho:
(1) O fim supremo é a Igreja e jamais o Estado. É pela Igreja que o homem deve exaltar;
(2) As cidades terrenas são oriundas do pecado original. São os locais onde imperam a impiedade e o pecado. Os juízes e as penas têm origem nos pecados.
(3) Na cidade terrena a lei temporal deve aplicar a vontade de Deus;
(4) O Estado terreno um dia desaparecerá para dar lugar ao reino de Deus;
(5) Qualquer decreto contra a religião não pode ser considerado como lei;
(6) Não é lei, mesmo que não desrespeite a religião, decreto com conteúdo imoral.
(7) Não é lei toda prescrição que, na ordem política como na ordem social, viola uma liberdade natural, lesa gravemente o interesse dos cidadãos, favorece os fortes em prejuízo dos fracos. 
Finalmente,
Os três últimos pontos acima assinalados refletem a preocupação de Agostinho de que a leideve possuir um conteúdo ético. O bom age de acordo com a lei, enquanto o perverso sofre as consequências de seu desrespeito. Conforme o próprio Santo Agostinho: "uma coisa é fazer o que a lei manda, outra muita diferente, sofrer o que ela ordena. Por isso os bons agem de conformidade com a lei, os perversos, porém, sofrem segundo a lei".

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