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Lei 9985 de 18 de Julho de2000 – SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Capitulo I – Disposições Preliminares Art1º - Esta Lei institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Art2º - Definição de termos - Unidade de Conservação: Espaço com seus recursos ambientais com limites definidos e que estejam sob regime especial de administração com garantias adequadas de proteção. - Conservação da natureza: Utilização do ser humano pela natureza de forma que possa manter o ambiente natural de forma a satisfazer suas necessidades e necessidades das gerações futuras garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. - Diversidade Biológica: Variabilidade dos organismos vivos. - Recurso Ambiental: Atmosfera, águas (interiores, superficiais e subterrâneas), solo, subsolo, elementos da biosfera, fauna e flora. - Preservação: Conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção à longo prazo das espécies e ecossistemas. - Proteção integral: Manutenção dos ecossistemas sem alterações causadas por interferência humana. - Conservação in situ: Conservação de ecossistemas, habitats e espécies nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características. - Manejo: Todo procedimento que tenha como objetivo a conservação da diversidade biológica e de ecossistemas - Uso indireto: Aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. - Uso direto: Aquele que envolve coleta e uso dos recursos naturais. - Uso sustentável: Exploração do ambiente de maneira a garantir continuidade dos recursos ambientais de forma socialmente justa e economicamente viável. - Extrativismo: Sistema de exploração com coleta e extração de recursos naturais renováveis de forma sustentável. - Recuperação: Restituição de um ecossistema ou população à uma condição adequada, mesmo que diferente das condições originais. - Restauração: Restituição de um ecossistema ou população à uma condição o mais próximo possível da original. Capítulo 2 - Objetivos e características do SNUC (Sistema Nacional de Unidade de Conservação) Art.3º - SNUC é constituído pelas unidades de conservação federais, estaduais e municipais. Art.4º - Objetivos do SNUC - Contribuir para manutenção da diversidade biológica. - Proteger áreas ameaçadas - Contribuir para preservação e restauração da diversidade de ecossistemas naturais. - Auxiliar no desenvolvimento sustentável com a utilização dos recursos naturais de forma correta, auxiliando nas práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento. - Proteger e recuperar ecossistemas degradados, recursos hídricos e características relevantes dos ecossistemas (como geologia, arqueologia, características culturais...) - Proporcionar meios para atividades de pesquisa científica e monitoramento ambiental. - Promover educação e interpretação ambiental. Art. 5º - Diretrizes do SNUC - Deve-se assegurar que nas unidades de conservação estejam representadas amostras significativas das diferentes populações, habitats e ecossistemas, guardando o patrimônio biológico existente. - Deve-se assegurar que hajam procedimentos para o envolvimento da sociedade no estabelecimento das unidades de conservação. - Deve-se assegurar a participação das populações locais na criação e gestão das unidades de conservação. - Deve-se incentivar as populações locais e organizações privadas a estabelecer unidades de conservação. - Deve-se buscar apoio de ONGs, organizações privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisas científicas, práticas de educação ambiental, etc. - Deve-se considerar as condições e necessidades das populações locais no desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso sustentável dos recursos naturais. - Deve-se assegurar que a criação das UCs levem em consideração as politicas de administração das terras e as condições sociais e econômicas locais. - Deve-se garantir as populações que dependem da utilização de recursos naturais no interior das UCs meios de subsistências alternativos ou a indenização pelos recursos perdidos. - Deve-se garantir que as unidades de conservação tenham autonomia administrativa e financeira. - Deve-se buscar proteger grandes áreas por meio de um conjunto integrado de UCs de diferentes categorias respeitando corredores ecológicos. Art. 6º - Órgãos responsáveis e suas atribuições. - Órgão Central: Ministério do meio ambiente. Função: Coordenar o sistema. - Órgão consultivo e deliberativo: Conama (conselho nacional do meio ambiente). Função: Acompanhar a implementação do Sistema. - Órgãos executores: Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Instituito Chico Mendes. Função: Implementar SNUC, subsidiar propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais nas respectivas esferas de atuação. Parágrafo único. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção. Capítulo 3 – Das categorias de unidade de conservação Art. 7º - As unidades de conservação podem ser: - Unidades de Proteção Integral (preserva a natureza sendo admitido apenas uso indireto dos recursos naturais) - Unidades de Uso Sustentável (Permite o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais). Art. 8o As Unidades de Proteção Integral são divididas nas categorias: I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural; V - Refúgio de Vida Silvestre. Art. 9o Estação ecológica – Preservação da natureza e realização de pesquisas científicas. Só é permitido o uso indireto dos recursos naturais. É proibida visitação pública, exceto com objetivo educacional. Pesquisas dependem do orgão de regulamento (Instituto Chico Mendes). Só são permitidas alteração nesses ecossistemas quando possam restaurar ecossistemas modificados, quando sejam direcionados a preservação de alguma espécie e quando for destinada a alguma pesquisa científica previamente autorizada. Art. 10. Reserva Biológica – Preservação integral dos atributos naturais, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, com exceção daquelas que visam recuperar ecossistemas alterados. É de domínio público e áreas particulares em seus limites serão desapropriadas Não são permitidas visitações públicas, com exceção das com objetivo educacional. Pesquisas dependem de autorização prévia do órgão responsável (Instituto Chico Mendes) e está sujeita a restrições a serem definidas. Art. 11. Parque Nacional – Preserva ecossistemas naturais de grande importância ecológica e beleza cênica. É a mais popular e antiga Unidade de Conservação. É de domínio público e áreas particulares em seus limites serão desapropriadas. São permitidas visitações públicas de acordo com normas e restrições pré-estabelecidas. Pesquisas científicas devem ser autorizadas e estão sujeitas a restrições estabelecidas. Podem ser chamadas de: Parque Estadual (quando criadas pelo Estado) ou Parque Municipal (quando criadas pelo Município). Art. 12. Monumento Natural – Preserva locais naturais raros, singularesou de grande beleza. Pode haver propriedades particulares, contanto que elas não sejam incompatíveis com os objetivos do uso da terra, se houverem incompatibilidades (ex: área de pastagem), a área é desapropriada. São permitidas visitações públicas, bem como pesquisas, de acordo com definições do órgão responsável (Instituto Chico Mendes). Art. 13. Refúgio de Vida Silvestre – Protege ambientes naturais ondem estão presentes condições para existência ou reprodução de espécies de flora e fauna local ou migratória. Podem ser constituídos por áreas particulares contanto que seus objetivos sejam compatíveis com o isso da área. Se houver incompatibilidade a área será desapropriada. Pode haver visitação pública de acordo com normas e regras do órgão administrador. Pesquisas científicas dependem de autorização e estão sujeita a restrições estabelecidas. Art. 14. As Unidades de Uso Sustentável são divididas em: I - Área de Proteção Ambiental; II - Área de Relevante Interesse Ecológico; III - Floresta Nacional; IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural. Art. 15. Área de Proteção Ambiental (APA) – Área extensa, com ocupação humana e ecossistema com atributos importantes para a qualidade de vida humana. Deve proteger a diversidade biológica e garantir o uso sustentável dos recursos naturais, além de disciplinar o processo de ocupação do meio. Pode incluir propriedades privadas, contanto que sigam normas e restrições para sua utilização. Visitas e pesquisas são permitidas contanto que sigam as condições determinadas e restrições legais. Nas áreas privadas cabe ao proprietário determinar condições de pesquisa e visitação observando as restrições. A APA dispõe de um conselho com o órgão responsável e representes de órgãos públicos, organizações civis e de população residente. Art. 16. Área de Relevante Interesse Ecológico - Pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana e com condições que abrigam exemplares raros da biota regional. Visa manter os ecossistemas e seu uso de forma compatível com os objetivos da conservação da natureza. Terras públicas e privadas. Art. 17. Floresta Nacional – Área com floresta de espécies nativas, que tem como objetivo o uso sustentável dos recursos e pesquisas com enfase em métodos sustentáveis de exploração de florestas nativas. É de domínio público, áreas particulares devem ser desapropriadas, com exceção de populações tradicionais que ali residiam quando a floresta foi criada. A visitação é permitida, determinadas pelos regulamentos. A pesquisa é permitida e incentivada desde que seguindo normas pré-estabelecidas. Tem um conselho consultivo com o órgão administra, representantes de órgãos públicos, organizações civis e se necessário representantes de tradições residentes. Quando criada pelo estado: Floresta Estadual; quando criada pelo município: Floresta Municipal. Art. 18. Reserva Extrativista – É uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais. A criação dessas reservas tem a intenção de proteger o meio de vida e a cultura dessas populações garantindo que os recursos sejam extraídos de forma sustentável. As unidades possuem contrato para direito de uso, mas a área é de domínio público e áreas particulares devem ser desapropriadas. A visitação é permitida contando que seja compatível com os interesses locais e com o plano de manejo. Pesquisas são permitidas e incentivadas com a autorização do órgão responsável. Nessas reservas não são permitidas exploração de recursos minerais ou caça (amadora ou profissional). Art. 19. Reserva de Fauna – Área com população de animais nativos, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias. É uma área de domínio público e áreas particulares devem ser desapropriadas. Pode ocorrer visitação pública, desde que compatível com o manejo de unidade. É proibida realização de caça na área. É uma área adequada para estudos sobre o manejo econômico sustentável da fauna. Produtos e subprodutos das pesquisas podem ser comercializados de acordo com o disposto na legislação brasileira. Art. 20. Reserva de Desenvolvimento Sustentável – É uma área que abriga populações tradicionais que explorem os recursos de forma sustentável. Tem como objetivo preservar a natureza e assegurar condições e meios para a melhoria dos modos e qualidade de vida das populações, valorizando, conservando e aperfeiçoando o conhecimento e técnicas de manejo do meio ambiente desenvolvido pelas populações locais. É de domínio público e as áreas particulares dentro dos limites devem ser desapropriadas. As populações locais tem um contrato para uso. As atividades desenvolvidas na Reserva devem obedecer as condições: - A visitação pública é permitida contanto que seja compatível com os interesses locais. - Pesquisas são permitidas e incentivadas quando voltadas à conservação da natureza e à melhor relação das populações residentes com o meio. - O tamanho da população deve ser observado para garantir a conservação do meio. O plano de manejo da Reserva define quais serão as área de proteção integral, de uso sustentável e de corredores ecológicos. Art. 21. Reserva Particular do Patrimônio Natural – São unidades de conservação em áreas privadas com o objetivo de conservar a diversidade biológica ali existente. Dá-se incentivo, como isenção de impostos, para os cidadão que protegerem esses ecossistemas. Pode ocorrer o uso sustentável de parte dessa área, bem como a realização de pesquisa científicas e visitação pública com finalidade turística, recreativa e educacional. CAPÍTULO IV – Criação, implantação e gestão das UCs. Art. 22. – Ucs são criadas pelo Poder Público. Para uma unidade de conservação ser criada devem ser feitos estudos técnicos e consultas públicas para identificar a localização, dimensão e limites das UCs. Por isso o poder público é obrigado a fornecer informações adequadas à população e as partes interessadas. As Ucs de Uso Sustentável podem se tornar de Proteção integral. Desde que feitos os estudos necessários as Ucs podem ter o seu limite ampliado, a redução, porém, precisa de uma lei específica. Art. 22-A. O poder público pode decretar limitações administrativas provisórias contra o exercício de atividades e empreendimentos que podem causar ou aumentar a degradação ambiental, com exceção de atividades agropecuárias ou atividades econômicas em andamento ou obras públicas já licenciadas. Não são permitidas atividades que explorem corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa. O destino final da área com as limitações administrativas provisórias deve ser definido em 7 meses, ao fim destes, não há mais limitação administrativa. Art. 23. Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável – A posse e uso dessas áreas são reguladas por contrato. As populações tradicionais comprometem-se a participar da preservação, recuperação, defesa e manutenção da unidade de conservação, e o uso dos recursos naturais deve seguir as normas - Não é permitido a exploração de espécies ameaçadas ou de seus habitats. - Não é permitido atividades que impeçam o ecossistema e se recuperar naturalmente. Além dessas deve-se observar as normas estabelecidas no plano de manejo, no contrato e na legislação. Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os limites das unidades de conservação. Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de ProteçãoAmbiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir corredores ecológicos. Esses limites podem ser estabelecidos na criação da unidade ou após. Art. 26. Quando existir um conjunto de UCs próximas a gestão em conjunto deve ser feita de forma integrada, considerando os diferentes tipos de conservação. Art. 27. Plano de Manejo – É um documento técnico com os objetivos gerais de uma Unidade de conservação. Todas as unidades de conservação devem ter um plano de manejo, que deve abranger a área de conservação, corredores ecológicos e medidas para a integração à vida econômica e social das comunidades vizinha. A elaboração de um Plano de manejo deve garantir a participação da população e ser feita em até 5 anos da criação da UC. Ele deve conter as atividades de cultivo e liberação de organismos geneticamente modificados com ocorrência de ancestrais, característica de reprodução e sobrevivência além de situação de risco em que o organismo pode alterar a biodiversidade. Art. 28. Nas UC são proibidas alterações ou atividades que não estejam de acordo com o Plano de Manejo e seus regulamentos. Enquanto o Plano de Manejo não é elaborado nas unidades de proteção integral, as ações ali devem se limitar as que garantem a integridade dos recursos e as que deem as populações tradicionais residentes meio de sobrevivência (material, social e cultural). Art. 29. Cada UC do grupo de Proteção Integral deverá ter um conselho, liderado pelo órgão responsável pela sua administração e com os órgãos públicos, organizações civis e proprietários de terra, bem como representantes das populações tradicionais residentes. Art. 30. As UCs podem ser gerenciadas por organizações civis ou de interesse público com autorização do órgão responsável por essa gestão. Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não autóctones, com exceção das Áreas de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável. Nas áreas particulares podem ser criados animais domésticos e plantas compatíveis com a finalidade da unidade. *Espécie autóctones- seres vivos originários do próprio território onde habitam. Espécies que são daquele lugar. Art. 32. Os órgãos executores devem se associar a comunidade científica com o objetivo de incentivar as pesquisas sobre fauna, flora e ecologia das Ucs. Essas pesquisas, no entanto, não põem colocar em risco as espécies dos ecossistemas protegidos e devem ser aprovada pelo órgão responsável. Os órgãos competentes podem transferir a atribuição de aprovar realizações de pesquisas para instituições de pesquisas nacionais. Art. 33. Para a exploração comercial de produtos ou subprodutos obtidos a partir da exploração dos recursos da unidade de conservação depende de autorização prévia, com exceção da Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural. Art. 34. Os órgãos administrativos podem receber recursos ou doações de qualquer tipo (nacionais ou internacionais, vindos de organizações privadas ou públicas e pessoas físicas ou jurídica). A administração desses recursos cabe ao gestor da unidade e devem ser usados na implantação, gestão e manutenção das unidades de conservação. Art. 35. Recursos obtidos através de taxa de visitação e rendas de atividades da própria unidade devem seguir os critérios: - Entre 25% e 50% devem ser usados na implantação, manutenção e gestão da própria unidade. - Entre 25% e 50% devem ser usados para a regularização fundiária das unidades de conservação. - Entre 15% e 50% devem ser usados na implantação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do grupo de Proteção Integral. Art. 36. Em empreendimentos de grande impacto ambiental com estudo de impacto ambiental e relatórios adequados, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. O valor destinado não pode ser inferior a 0,5% dos custos totais do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador. Quando o empreendimento afetar uma unidade de conservação o licenciamento só poderá ser concedido com autorização do órgão responsável por essa unidade de conservação, e a unidade afetado, mesmo que não pertence ao Grupo de Proteção Integral, deve ser compensada. CAPÍTULO V – Dos incentivos, isenções e penalidades. Art. 37. (VETADO) Art. 38. A ação e omissão de pessoas físicas ou jurídicas que não observem o regulamento desta Lei, causando dano à flora, fauna e demais atributos naturais das unidades de conservação, sujeitam os infratores às penas previstas em lei. Art. 39. Dê-se ao art. 40 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a seguinte redação: Art. 40. (VETADO) § 1o “Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre." (NR) § 2o “A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena." (NR) § 3o...................................................................." Art. 40. Acrescente-se à Lei no 9.605, de 1998, o seguinte art. 40-A: Art. 40-A. (VETADO) § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural." (AC) § 2o “A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada circunstância agravante para a fixação da pena." (AC) § 3o “Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade." (AC) CAPÍTULO VI – Das reservas da biosfera Art. 41. Reserva da Biosfera é o modelo internacional de gestão participativa e sustentável dos recursos naturais. Uma reserva da biosfera tem o objetivo de preservar a diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, monitoramento ambiental, educação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das populações. Ela é constituída por: - Várias áreas-núcleo destinadas à proteção integral da natureza. - Várias zonas de amortecimento onde só são permitidas atividades que não resultem em danos para as áreas núcleo ou várias zonas de transição onde o processo de ocupação e manejo de recursos são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis. A Reserva da Biosfera é formada por áreas de domínio público ou privado e pode ser constituída por unidades de conservação já criadas. Ela é comandada por um Conselho Deliberativo com representantes de instituições públicas, organizações da sociedade civil e da população residente. CAPÍTULO VII – Das disposições gerais e transitórias Art. 42. Populações residentes em unidades de conservação nas quais não seja permitida a sua permanência devem ser indenizadas ou compensada além de serem realocadas pelo Poder Público em condições acordadas entre ambas a partes e essa realocação deve ser priorizada pelo Poder Público. Enquanto não for possível essa realocação devem ser estabelecidas normas específicas para tornar compatível a presença dessas populações com os objetivos da unidade de conservação com prazo de permanência pré- estabelecidas. Art. 43. O Poder Público deve fazer levantamento das terras devolutas e definiras áreas destinadas à conservação da natureza em até cinco anos após a publicação da Lei. Art. 44. Ilhas oceânicas e costeiras tem como destino principal à proteção da natureza, sua utilização para fins diversos deve ser autorizada pelo órgão ambiental competente, com exceção das ilhas utilizadas por força de dispositivos legais ou quando decorrente de compromissos legais assumidos. Art. 45. Excluem-se das indenizações referentes à regularização das unidades de conservação, referentes ou não da desapropriação: - Espécies arbóreas declaradas imunes de corte pelo Poder Público. - Expectativas de ganhos e lucro cessante. - Resultado de cálculo efetuado mediante a operação de juros compostos. - Áreas que não tenham prova de domínio inequívoco e anterior à criação da unidade. Art. 46. Obras de infraestrutura em unidades de conservação de que permitem estes equipamentos devem ser previamente aprovadas pela administração, com a necessidade de elaboração de estudos de impactos ambientais. Esta condição também se aplica à zonas de amortecimento e áreas de propriedade privada nos limites dessas unidades. Art. 47. Os órgãos responsáveis pelo abastecimento de água ou que faça uso de recursos hídricos de uma área que seja beneficiada pela proteção de uma unidade de conservação deve contribuir financeiramente para a proteção e implementação da unidade de conservação. Art. 48. Os órgãos responsáveis pela geração e distribuição de energia elétrica e que sejam beneficiados pela proteção de uma unidade de conservação deve contribuir financeiramente para a proteção e implementação da unidade de conservação. Art. 49. A área de uma unidade de conservação do grupo de Proteção Integral é considerada, legalmente, zona rural. As zonas de amortecimento dessas unidades não podem ser transformadas em zona urbana. Art. 50. O Ministério do Meio Ambiente com a colaboração do Ibama e dos órgãos estaduais e municipais deve manter um Cadastro Nacional de Unidades de Conservação que deve conter os principais dados de cada unidade de conservação, como espécies ameaçadas de extinção, clima e recursos hídricos. O Ministério do Meio Ambiente deve colocar à disposição do público os dados constantes no Cadastro. Art. 51. O Poder Executivo Federal deve submeter ao Congresso Nacional um relatório de avaliação das unidades de conservação federais do País a cada 2 anos. Art. 52. Os mapas e cartas oficiais devem indicar as áreas que compõem o SNUC. Art. 53. O Ibama deve elaborar e divulgar periodicamente uma relação atualizada das espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção no Brasil. Ele também deve incentivar órgãos estaduais e municipais a elaborarem essas listas em seus limites. Art. 54. O Ibama pode, excepcionalmente, permitir que sejam capturadas espécies ameaçadas de extinção para coleções científicas e criação em cativeiro, de acordo com regulamentação específica. Art. 55. Unidades de conservação criadas com base em legislações anteriores devem ser reavaliadas em até 2 anos com o objetivo de definir sua destinação de acordo com o regulamento desta Lei. Art. 56. (VETADO) Art. 57. Órgãos federais responsáveis pela execução das politicas ambientais devem instituir grupos de trabalho para propor as diretrizes a serem adotadas e regularizar eventuais posições erradas. Deve ser definidos os participantes dos grupos, bem como a estratégia e abrangência dos trabalhos. 57 A. O Executivo deve estabelecer os limites para o plantio de organismos geneticamente modificados nas áreas ao redor da unidade de conservação até que seja fixada a zona de amortecimento. Isso não se aplica, porém, as Áreas de Proteção Ambiental e Reservas de Particulares do Patrimônio Nacional. Art. 58. O Executivo regulamente essa lei no prazo de 180 dias a partir da publicação. Art. 59. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 60. Revogam-se os arts. 5o e 6o da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965; o art. 5o da Lei no 5.197, de 3 de janeiro de 1967; e o art. 18 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, 18 de julho de 2000; 179o da Independência e 112o da República.
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