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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ ANDRÉ CARLOS DA SILVA – 34084 ALEXANDRE MAGALHÃES – 33620 GILBERTO CALDERRUCI GONTIJO COSTA – 33936 MICHAEL MAXIMIANO DE CASTRO DA SILVA – 34520 VICTORIEN GERARDO NAGO -34622 HIDROLOGIA I PRÁTICA Trabalho prático 5 – Determinação da equação da curva-chave Itajubá 2017 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ ANDRÉ CARLOS DA SILVA ALEXANDRE MAGALHÃES GILBERTO CALDERRUCI GONTIJO COSTA MICHAEL MAXIMIANO DE CASTRO DA SILVA VICTORIEN GERARDO NAGO HIDROLOGIA I PRÁTICA – EHD517.2: Trabalho prático 5 – Determinação da equação da curva-chave Trabalho sobre a determinação da equação da curva-chave apresentado ao professor da disciplina de Hidrologia I, EHD515.2, para obtenção de nota N2. Professor: Arthur Benedicto Ottoni. Itajubá 2017 3 RESUMO O monitoramento de recursos hídricos é fundamental para encontrar soluções que visam o melhor gerenciamento da água em bacias hidrográficas urbanas. Nesse sentido o presente trabalho teve como objetivo a obtenção da curva chave do Rio Bonito no Estado do Rio de Janeiro –RJ feita com base de 14 pares de pontos de vazões e níveis d’água obtidos durante campanhas de medições dessas variáveis. Primeiramente, foram determinados os parâmetros da equação da curva chave. Depois disso, foram feitos a calibração e o ajuste dela utilizando o ajustamento exponencial. Na etapa final da obtenção da curva chave, foi feito a verificação dos valores calculados com aqueles medidos em campo. Após essa verificação, obteve-se a expressão da curva chave do Rio Bonito que poderá ser utilizada para o dimensionamento das obras de controle de inundação. 4 Sumário 1. Introdução.......................................................................................................................................5 2. Revisão Bibliográfica........................................................................................................................7 2.1. Considerações iniciais e situação nacional...................................................................................7 2.2. Curva chave......................................................................................................................................8 2.3. Construção da curva chave.............................................................................................................9 3. Metodologia de cálculo ................................................................................................................ 12 3.1Levantamento da curva-chave .................................................................................................. 12 3.2 Ajuste e calibração da curva-chave .......................................................................................... 16 3.3 Calibração para as diferentes alturas no nível d’agua. ........................................................... 19 4. Conclusão......................................................................................................................................24 5. Referências ................................................................................................................................... 24 5 1. Introdução O presente trabalho contempla analisar o regime hidrológico e o sistema de drenagem sobre uma determinada bacia hidrográfica, determinando parâmetros importantes que, através de ferramentas e métodos computacionais, poderão ser utilizados para dimensionamentos de obras de inundação, as quais são realizadas com intuito de amenizar e reverter situações caóticas de controle de enchentes sobre uma localidade. Entende-se por ciclo hidrológico o processo de transformação e movimentação da água na natureza, a qual passa pelos 3 estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso). Este movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, influenciando nas variações de calor sensível e calor latente e da elevação e precipitação da água na atmosfera. É de suma importância para a manutenção da vida, pois irá interferir nos leitos dos rios e definirá as variações das condições climáticas. O ciclo hidrológico se resume em: ▪ Evaporação: As águas superficiais, graças a energia fornecida pelo sol, passam do estado líquido para o estado gasoso e se eleva na atmosfera ▪ Condensação: os vapores de água, a determinada altura, temperatura e pressão se condensam e aglutinam. ▪ Precipitação: após a condensação, a água pode se precipitar em forma de chuva, granizo, orvalho ou neve. Nos continentes (estudo em questão), a água precipitada pode: 1. Infiltrar e percolar no solo, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície ou alimentar rios e lagos; 2. Infiltrar e ficar armazenada nas camadas inferiores de solo formando os aquíferos; 3. Escoar superficialmente e não infiltrar; 4. Evaporar e retornar para a superfície; 5. Ser consumida pelas plantas e liberada na transpiração, no processo denominado evapotranspiração; 6. Congelar ao cair nos cumes de montanhas e nas geleiras. 6 Figura 1 - Ciclo Hidrológico A água, em sua totalidade, está distribuída nos rios, lagos, oceanos, mares, aquíferos e geleiras, sendo apenas 3% do tipo salobra, ou seja, para o consumo humano. Além disso, da quantidade disponível, 71% estão localizadas nas calotas polares, os outros 29% restantes de água potável no mundo estão distribuídos em águas subterrâneas (18%), rios e lagos (7%) e umidade do ar (4%). Sendo assim, conhecer o processo hidrológico da bacia condiciona um melhor entendimento das necessidades de criação e dimensionamento de Sistemas de Recursos hídricos (SRH’s) de água útil e nociva e análise socioeconômica dos projetos em pauta. Além do estudo hidrológico, a compreensão do sistema de drenagem é um fator importante para o dimensionamento de obras voltadas ao manejo das águas superficiais. Seu estudo é importante pois ele indicará a velocidade com que a água sai da bacia, ou seja, está associada à eficiência de drenagem da área da bacia e o potencial de se formar picos elevados de vazão, vazão essa que será o enfoque de estudo para o controle de enchentes. Deste modo, o estudo e análise dessas duas características, através de parâmetros como vazão e nível d’água no leito do rio retirados por topobatimetria, pode-se determinar uma curva-chave, utilizada no dimensionamento das obras para controle de enchente. Para tanto, o presente trabalho aborda, de forma prática, a situação do Rio Bonito, localizado no estado do Rio de Janeiro. 7 2. Revisão Bibliográfica 2.1. Considerações iniciais e situação nacional O crescimento da população e desenvolvimento urbano brasileiro tem causado um impacto de proporções significativas na infraestrutura de recursos hídricos; o fato é ainda mais evidente no quesito drenagem urbana, pois a frequência da magnitude das inundações e deterioração ambiental aumentou exacerbadamente, de maneira não natural. O principal objetivo de estudos a respeito, é encontrar a maneira mais eficiente para o controle deste impacto, logo, é necessário desenvolver uma série de ações ordenadas de forma a buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e as condições ambientais da cidade e áreas ao redor.Com o êxodo rural ocorrendo desde o século XX, o crescimento desenfreado só acarretou mais problemas relacionados às crises hídricas extremas, criando cenários lastimáveis, como destruição de patrimônio e casas populares por enchentes e escassez de água (Walszon Terllizzie Araújo, 2005). Figura 2 – Gráfico com Taxa de Urbanização brasileira (Foto: IBGE) Obras que visam o desenvolvimento adequado da infraestrutura de abastecimento e tratamento de água são essenciais para um crescimento urbano sustentável, não só para o meio 8 ambiente, mas para as pessoas que dependem de seus recursos; o acesso a água e ao saneamento reduz, em média, 55% da mortalidade infantil (WRI, 1992). O abastecimento de água no Brasil tem evoluído satisfatoriamente nos últimos anos, mas os principais problemas ainda residem na falta de coleta e tratamento dos esgotos cloacais, não só no Brasil, mas em todos os países em desenvolvimento, que acabam usando técnicas baseadas em práticas de países mais ricos e não consideram as reais necessidades locais, resultando em investimentos com baixo retorno, gerenciamentos mal sucedidos, projetos com custos desnecessariamente altos e um consequente desempenho ruim por parte da operação e manutenção dos sistemas (MOTA e REZENDE, 1999; TUCCI, 2001). 2.2 Curva-Chave Dentre os inúmeros métodos utilizados, alguns deles são importantes pelo fato de conseguirem atuar em diversas situações; diferente de alguns métodos específicos, que usados em locais errados acabam por não alcançar os objetivos propostos. Desses métodos abrangentes, destaca-se a utilização da Curva-chave, pois ele consegue abranger diversas situações e é considerado muito mais preciso do que uma simples média das medições feitas em cada mês, tornando o método da curva-chave o mais aceito; salvo algumas situações nas quais as medições na região não são suficientes e podem influenciar a precisão de dados obtidos. A curva-chave é uma ferramenta extremamente importante, sendo o termo usado na hidrologia para designar a relação entre a cota do nível d'agua e a vazão que acaba escoando em uma determinada seção transversal de um curso d'agua, permitindo o cálculo indireto da vazão na referida seção partindo da cota lida em um determinado momento; mas carece, infelizmente, no sentido de aumentar a confiabilidade na sua calibragem, principalmente em alguma extrapolação, inferior ou superior (SEFIONE, 2002). Existem casos que são necessárias diversas curvas para representar adequadamente a correlação entre os dados de vazão, e podem variar com o período e a própria vazão; sua praticidade está na possibilidade de se obter uma curva-chave específica de um determinado ano e a partir deste, uma segunda correlação; técnica ideal para se consertar uma variação tanto em função do período quanto da vazão. O método utiliza a vazão determinada de qualquer fluido passando na seção analisada, usualmente utilizada no dimensionamento de obras urbanas para controle de enchentes, 9 auxilio na medição de vazões de rios e determinação do fluxo de sedimentos e descargas sólidas em rios. 2.3 Construção da curva chave A curva-chave de uma seção pode ser dada pela forma gráfica, no qual os valores de cota (H) no eixo das ordenadas e valores de vazão (Q) no eixo das abscissas. Essa é a forma usual, utilizada por hidrólogos brasileiros, mas pode também ser encontrada na forma invertida, da escola francesa, no qual inverte-se os eixos (CHEVALLIER, 1997). Para sua Construção, relacionamos vários pontos da cota da calha do rio e suas respectivas vazões, obtendo o gráfico após algumas etapas descritas a seguir: • Primeiro seleciona-se um local, no qual temos a intenção de conhecer os valores de vazão. • Com o auxílio de uma estação fluviométrica instalada, composta por réguas linimétricas, se registra manualmente o nível de água do rio com frequência diária. Esse dado compõe a série histórica de cotas, na qual pode servir de auxílio para futuros estudos sobre a área. • Faz-se medições periódicas de vazão junto à estação e associa-se a cada medida de vazão a cota referente, obtendo-se um ponto no gráfico H x Q • Determinando esses valores de vazão para uma faixa de cotas medidas a mais ampla e contínua possível, obtendo-se um conjunto de pontos; • Traça-se então a curva de maior aderência aos pontos, geralmente pelo método dos mínimos quadrados. No caso de ajuste manual, tem-se a Tabela de Calibragem como produto final. Utilizando-se de programas ou planilhas computacionais, pode-se dispor de Equações; • Por fim, usando a curva-chave como base, convertemos os valores do cotagrama para vazões, obtendo-se a série histórica de vazões. 10 Figura 3 – exemplo simples de construção do gráfico de uma curva-chave Outra maneira de representação é a equação matemática, que em contrapartida à forma gráfica, utiliza a vazão em função da cota; essa incoerência provavelmente acontece pelo fato de se ter habituado a representar as cotas no eixo vertical, em uma possível alusão à situação real de campo. De qualquer maneira, são duas as formas de equação mais usadas: ▪ A forma de potência: Q = a (H – H0)n (1) Onde: a, n-coeficientes de ajustes que variam com cada curva-chave H-cota referente a uma vazão Q H0 – cota referente a vazão nula ▪ E a forma polinomial dos tipos quadráticas e cúbicas: Q = a0 + a1H + a2 H2 + . . . + anHn (2) Onde: a0, a1, a2, an, e n – coeficientes de ajustes para cada curva H-cota referente a uma vazão Q 11 Raramente uma única equação é capaz de representar a curva-chave em toda sua extensão, logo, é bastante comum ajustar mais de uma equação à própria curva-chave, por faixas de cota. Uma terceira Maneira de se calcular a curva-chave é através da Tabela de Calibragem, cujo valores são extraídos do gráfico da curva-chave ou da aplicação direta das equações aos valores das cotas coletados anteriormente. A Tabela de calibragem trata-se de uma tabela construída com duas colunas, uma usada para armazenar os valores de cota e uma segunda para os valores de vazão; o número de linha varia proporcionalmente com o valor necessário para se obter a aproximação desejada da curva traçada; quanto mais valores, maior a precisão. Todos os valores intermediários que não foram calculados, podem ser deduzidos por uma simples interpolação linear. Figura 4 – Gráfico contendo a Curva-chave e seus respectivos pontos Geralmente, a seção transversal do rio sofre alterações no seu perfil, devido a erosão, deposição de sedimentos oriundos das margens, lixiviação, ações antrópicas, vegetação, entre outros fatores que obrigam ajustes frequentes na curva-chave baseados em novas medidas de vazão feitas periodicamente com o intuito de mantes os dados obtidos o mais preciso possível. 12 Nesse caso, temos o conceito de cotas observadas, que são cotas registradas diariamente pelo observador da estação fluviométrica, e também as cotas medidas, no caso, são aquelas registradas pelo hidrometrista no momento da medição de vazão no rio, para a determinação da curva chave (SEFIONE, 2002). 3. Metodologia de cálculo 3.1 Levantamento da curva-chave Foram realizadas campanhas de medição de vazão e nível d’água em relação a uma seção do Rio Bonito no Estado do Rio de Janeiro –RJ, para melhor visualizar e compreenderos dados eles foram organizados segunda a Tabela 1, a seguir. Tabela 1: Valores de vazão e nível d’água obtidos no posto fluviométrico em uma seção no Rio Bonito, Rio de Janeiro – RJ. Número do ponto(CAMPANHA) h(m) Q (m3/s) 1 0,45 1,90 2 0,51 1,85 3 0,52 2,00 4 0,53 2,15 5 0,60 2,80 6 0,68 3,75 7 0,69 3,9 8 0,70 4,00 9 0,77 4,75 10 0,79 5,00 11 0,81 5,60 12 0,82 5,75 13 0,92 7,25 14 1,05 10,25 13 Com os valores obtidos na tabela 1 pode-se construir um gráfico de Qxh. Este é o primeiro passo para o levantamento da curva-chave, pois deve-se verificar a concavidade da curva gerada por este gráfico para se determinar os valores de “e”, dessa forma verificou-se no Gráfico 1 que a concavidade da curva é negativa, pois tomando uma linha de tendência nos pontos determina-se uma equação do segundo grau no qual o termo quadrático é negativo, com uma precisão R² = 0,9908. Gráfico 1: Vazão em função da altura do nível d’água, obtido a partir da tabela 1. Conhecendo a equação característica da curva chave como: 𝑄 = 𝐾. (ℎ − 𝑒)𝑚 (1) Faz-se a seguinte relação para determinar a curva-chave no posto de estudo: 𝐿𝑜𝑔(𝑄) = 𝐿𝑜𝑔(𝐾) + 𝑚. 𝐿𝑜𝑔(ℎ − 𝑒) (2) O processo é conhecido como linearização pois a curva torna-se a equação de uma reta: 𝑌 = 𝑎 + 𝑏. 𝑥 (3) y = -0,0047x2 + 0,1233x + 0,2809 R² = 0,9908 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 2 4 6 8 10 12 A lt u ra h ( m ) Vazão Q (m³/s) Disposição dos pontos coletados na campanha (Qxh) 14 Comparando-se as equações (2) e (3) obtêm-se: Y = Log(Q), a = Log(K), b = m, e a variável dependente x = Log(h-e) Sendo assim ao se gerar um gráfico de Log(Q)xLog(h-e) é possível relacionar os pontos de forma a aproximá-los de uma reta, variando-se os valores de e, que também será usado para calibração. Buscou-se os valores de e que melhor ajustou os pontos, chegando a precisão de R² = 0,9886 o valor de e fixado foi de -0,8 (negativo pois a concavidade da curva Qxh é negativa). A seguir é apresentado a Tabela 2 e o Gráfico 2 que descrevem a situação citada a cima. Tabela 2: Dados utilizados para construção do Gráfico 2. Levantamento da curva chave h(m) Q (m3/s) e Log (h-e) Log(Q) 0,45 1,9 -0,8 0,223144 0,278754 0,51 1,85 -0,8 0,270027 0,267172 0,52 2 -0,8 0,277632 0,30103 0,53 2,15 -0,8 0,285179 0,332438 0,6 2,8 -0,8 0,336472 0,447158 0,68 3,75 -0,8 0,392042 0,574031 0,69 3,9 -0,8 0,398776 0,591065 0,7 4 -0,8 0,405465 0,60206 0,77 4,75 -0,8 0,451076 0,676694 0,79 5 -0,8 0,463734 0,69897 0,81 5,6 -0,8 0,476234 0,748188 0,82 5,75 -0,8 0,482426 0,759668 0,92 7,25 -0,8 0,542324 0,860338 1,05 10,25 -0,8 0,615186 1,010724 15 Gráfico 2: Linearização utilizada para o levantamento dos parâmetros K e m da curva-chave. Com o Gráfico 2 é possível se obter a equação que melhor se ajusta aos pontos Log(h-e)xLog(Q), dada por: 𝑦 = −0,2335 + 4,6779𝑥 (4) Assim como descrito anteriormente tem-se: 𝑎 = 𝐿𝑜𝑔(𝐾) = −0,2335 𝐾 = 0,58412 E 𝑚 = 4,6779 Portanto a curva-chave pode ser escrita como: 𝑄 = 0,58412(ℎ + 0,8)4,6779 (5) y = 3,947x + 0,1873 R² = 0,9884 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0,0000 0,0500 0,1000 0,1500 0,2000 0,2500 Lo g( Q ) (m ³/ s) Log(h-e) m Obtenção dos parâmetros K e m 16 3.2 Ajuste e calibração da curva-chave Para verificar se a curva-chave obtida representa corretamente os valores de vazão em função do nível d’água deve-se calcular os valores de vazão a partir da equação gerada e analisar a correlação com os dados obtidos, como é mostrado na Tabela 3. Valores antes da calibração h(m) Q (m3/s) Q calculado Erro 0,45 1,9 1,659057212 12,68% 0,51 1,85 2,065899276 -11,67% 0,52 2 2,140713261 -7,04% 0,53 2,15 2,217641068 -3,15% 0,6 2,8 2,819017125 -0,68% 0,68 3,75 3,655883452 2,51% 0,69 3,9 3,772880683 3,26% 0,7 4 3,89280177 2,68% 0,77 4,75 4,818631508 -1,44% 0,79 5 5,112581789 -2,25% 0,81 5,6 5,420450168 3,21% 0,82 5,75 5,579751305 2,96% 0,92 7,25 7,38418793 -1,85% 1,05 10,25 10,38308569 -1,30% Tabela 3: Vazão calculado para valor de e = -0,8 Da Tabela 3 observa-se valores de erros não satisfatórios, dessa forma é necessário o ajuste da equação, variando-se o parâmetro e, assim a partir de métodos iterativos obteve-se o valor de e que melhor ajustou os dados e por fim a curva-chave que melhor representa os valores de vazão em função do nível d’água para a seção do posto fluviométrico em estudo, apresentados a seguir. Levantamento da curva-chave h(m) Q (m3/s) e Log (h-e) Log(Q) 0,45 1,9 -0,56662 0,0072 0,278754 0,51 1,85 -0,56662 0,0321 0,267172 0,52 2 -0,56662 0,0361 0,30103 0,53 2,15 -0,56662 0,0401 0,332438 0,6 2,8 -0,56662 0,0669 0,447158 0,68 3,75 -0,56662 0,0957 0,574031 0,69 3,9 -0,56662 0,0992 0,591065 0,7 4 -0,56662 0,1026 0,60206 0,77 4,75 -0,56662 0,1260 0,676694 0,79 5 -0,56662 0,1325 0,69897 0,81 5,6 -0,56662 0,1388 0,748188 0,82 5,75 -0,56662 0,1420 0,759668 0,92 7,25 -0,56662 0,1722 0,860338 1,05 10,25 -0,56662 0,2086 1,010724 Tabela 4: Ajuste do parâmetro e. 17 O Gráfico 3 representa a linearização realizada após o ajuste do parâmetro e. Gráfico 3: Linearização após ajuste do parâmetro e para e = -0,56662. Seguindo a mesma metodologia anterior obtém-se os seguintes parâmetros: a 0,187349 b 3,947024 K 1,53939 m 3,947024 Tabela 5: valor dos parâmetros obtidos através da linearização Log(h-e)xLog(Q). Dessa forma a curva-chave obtida para o caso em estuda é: 𝑄 = 1,53939(ℎ + 0,56662)3,947024 (6) Da mesma forma para se verificar a precisão da curva-chave, verifica-se os valores calculados em relação aos valores medidos em campo. y = 3,947x + 0,1873 R² = 0,9884 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0,0000 0,0500 0,1000 0,1500 0,2000 0,2500 Lo g( Q ) (m ³/ s) Log(h-e) m Obtenção dos parâmetros K e m 18 Valores após calibração h(m) Q (m3/s) Q calculado Erro 0,45 1,9 1,642844011 13,53% 0,51 1,85 2,060120515 -11,36% 0,52 2 2,136687381 -6,83% 0,53 2,15 2,215359228 -3,04% 0,6 2,8 2,828225059 -1,01% 0,68 3,75 3,674575081 2,01% 0,69 3,9 3,792301555 2,76% 0,7 4 3,912821575 2,18% 0,77 4,75 4,838371533 -1,86% 0,79 5 5,130487465 -2,61% 0,81 5,6 5,435574383 2,94% 0,82 5,75 5,593098917 2,73% 0,92 7,25 7,362423424 -1,55% 1,05 10,25 10,2500117 0,00% Tabela 5: Valores de vazão calculados a partir da curva-chave gerada bem como os erros encontrados. Após o ajuste da curva-chave verifica-se que a partir da altura h = 0,53 o erro se encontra -1% a 2,94%, isso por que os primeiros valores de h (h=0,45 a 0,53) possuem uma distância da tendência dos outros pontos obtidos, assim a correlação entre eles é baixa o que se justifica o maior erro obtido quando se trata destes dados. O gráfico 4 mostra a comparação entre a curva-chave obtida e os valores levantados no posto pluviométrico. Gráfico 4: Curvassobrepostas para enfatizar a precisão da equação gerada. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 2 4 6 8 10 12 A lt u ra h ( m ) Vazão Q (m³/s) Comparação Curva-chave, valores medidos Curva-chave Valores medidos 19 3.3 Calibração para as diferentes alturas no nível d’agua. Conhecendo-se a equação característica da curva-chave para a seção do Rio Bonito, no posto pluviométrico estudado pode-se estimar a vazão em função da altura do nível d’agua, da seguinte forma: h (m) Q (m³/s) 0,5 1,985654613 1 9,054718062 1,5 27,02028504 2 63,54898505 2,5 128,2942575 3 232,8732825 3,5 390,8483394 4 617,7111781 4,5 930,8695734 5 1349,635534 5,5 1895,214812 6 2590,69745 Tabela 6: Vazão calculada através da curva-chave obtida anteriormente. A seguir pode-se verificar o gráfico que representa a curva-chave da seção variando de h = 0,5m a h = 6m. Gráfico 5: Curva-chave do Rio Bonito na qual se relaciona nível d’agua em função da vazão. 20 3.4 Correlação largura superficial, profundidade vazão Concluído o levantamento da curva-chave pode-se estudar como se relacionam os parâmetros, largura superficial Ls (m), profundidade (m) e vazão Q (m³/s). Para seguir com esta análise, primeiramente foi construído o perfil topobatimétrico da seção estudada a partir do levantamento realizado em campo. Os dados de profundidade e distância da referência da margem da seção estão descritos na Tabela 7 a seguir. h (m) Distância (m) h (m) Distância (m) 6 0 -0,2 21,5 5,5 1 -0,25 22,2 5,3 2 -0,3 19,5 4,8 3 0 23,2 4,6 4 0,25 24 4,4 5 0,55 25 4,2 6 0,75 26 3,7 7 1,5 27 2,6 8 2 28 1 8,5 3,2 28,5 0,95 9 3,4 29 0,1 10,2 3,45 30 0 11 3,5 31 -0,4 11,8 3,6 32 -0,25 12,6 3,7 33 -0,25 13,4 3,7 34 -0,2 14 3,7 35 -0.25 14,9 3,7 36 -0,25 16 3.75 37 -0,2 17 3,8 38 -0,3 18 4,05 39 -0,3 19,5 4,5 40 -0,2 20,5 5 41,4 -0,3 21 6 43 Tabela 7: Levantamento topobatimétrico da seção de estudo. Conhecendo os dados citados na Tabela 7, para melhor visualização da seção estudada é possível se plotar um gráfico no qual é possível identificar o perfil da seção, como demostrado no gráfico a seguir. 21 Gráfico 6: Perfil topobatimétrico da seção de estudo. A partir destes dados foi gerada a Tabela 8 que relaciona a largura superficial da seção com a profundidade, estes dados foram calculados com o auxílio da Tabela 7, escolhendo-se os mesmos pontos de profundidade em ambas as margens, e fazendo a diferença entre as distâncias. Para conseguir se parametrizar as alturas em posições fixas como h=0, h=0,5, h=1, h=1,5 ... h = 6, foi utilizada a interpolação linear entre os pontos fornecidos na Tabela 7 (obviamente foram interpolados os pontos que não possuíam dados), como pode-se ver a seguir. h batente esquerdo (m) d referência (m) H batente direito (m) d referência (m) Largura superficial (m) 0 11 0 23,2 12,2 0,5 9,63 0,5 24,83 15,2 1 8,5 1 26,33 17,83 1,5 8,34 1,5 27 18,66 2 8,18 2 28 19,82 2,5 8,03 2,5 28,2 20,17 3 7,63 3 28,42 20,79 3,5 7,18 3,5 31 23,82 4 6,4 4 38,8 32,4 4,5 4,5 4,5 40 35,5 5 2,6 5 41,4 38,8 5,5 1 5,5 40,93 39,93 6 0 6 43 43 Tabela 8: Profundidade em relação aos batentes considerando sentido de escoamento adentrando o gráfico de topobatimetria. -1 0 1 2 3 4 5 6 7 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 A lt u ra h ( m ) Distância (m) Topobatimetria da seção do posto fluviométrico 22 Sendo assim pode-se relacionar a largura superficial com a profundidade tanto através da Tabela 8 ou para melhor visualização através do Gráfico 7 a seguir. Gráfico 7: Largura superficial da seção de estudo em função da profundidade. A correlação entre todos os parâmetros solicitados é apresentada a seguir primeiramente com as tabelas que mostram os dados utilizados e posteriormente através de visualização gráfica. Relação largura superficial x profundidade Largura superficial x Vazão Profundidade x vazão h (m) Ls (m) Ls (m) Q (m³/s) h (m) Q (m³/s) 0 12,2 12,2 0,000 0 0,000 0,5 15,2 15,2 1,986 0,5 1,986 1 17,8 17,8 9,055 1 9,055 1,5 18,7 18,7 27,020 1,5 27,020 2 19,8 19,8 63,549 2 63,549 2,5 20,2 20,2 128,294 2,5 128,294 3 20,8 20,8 232,873 3 232,873 3,5 23,8 23,8 390,848 3,5 390,848 4 32,4 32,4 617,711 4 617,711 4,5 35,5 35,5 930,870 4,5 930,870 5 38,8 38,8 1349,636 5 1349,636 5,5 39,9 39,9 1895,215 5,5 1895,215 6 43,0 43,0 2590,697 6 2590,697 Tabela 9: Relação entre os parâmetros largura superficial, profundidade e vazão. 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 0 1 2 3 4 5 6 7 La rg u ra s u p e rf ic ia l ( m ) Profundidade (m) Relação largura superficial x profundidade 23 Gráfico 8: Largura superficial da seção de estudo em função da vazão. Gráfico 9: Profundidade em função da vazão. 12,2 17,5 22,8 28,1 33,4 38,7 44,0 49,3 0,000 500,000 1000,000 1500,000 2000,000 2500,000 3000,000 La rg u ra s u p e rf ic ia l L s (m ) Vazão Q (m³/s) Largura superficial x Vazão 0 1 2 3 4 5 6 7 0,000 500,000 1000,000 1500,000 2000,000 2500,000 3000,000 P ro fu n d id ad e ( m ) Vazão Q (m³/s) Profundidade x vazão 24 4. Conclusão Neste trabalho foi possível determinar a expressão da curva chave para o Rio bonito localizado no estado de Rio de Janeiro-RJ. Com essa expressão foi feita uma verificação afim de relacionar os valores de vazões calculados com os medidos em campo e pode-se concluir que essa expressão apresenta resultados satisfatórios considerando os erros encontrados que ficam dentro de um limite tolerável. De fato, esses erros toleráveis foram encontrados a partir da altura h=0,5 pois os valores anteriores a esta altura apresentaram erros maiores devido à baixa correlação entre eles e isso pode ser devido a uma inconsistência desses valores disponibilizados para elaboração da curva chave ou ao número de campanha realizada que não foi suficiente. Entretanto, a expressão da curva chave pode ser utilizada para esse intervalo de níveis com fiabilidade e ainda ser cuidadosamente extrapolada para outros níveis que a seção possa apresentar ao longo do tempo. 5. Referências http://www.daee.sp.gov.br/acervoepesquisa/relatorios/pluvpmsp/capitulo02.html. <Acesso em 07/05/2017> http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/HIDRO-Cap4-PPT.pdf <Acesso em 06/05/2017> PEDRAZZI, 1999; GOMIG, LINDNER e KOBIYAMA, 2007 REZENDE, F.; ALMEIDA, R.; NOBRE, F. Diagramas de Voronoi para a definição de áreas de abrangência de hospitais públicos no Município do Rio de Janeiro. 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