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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA Direito Penal I (PARTE GERAL) Período: 2013.1 Nota de Aula Prof. Antonio Sergio CRIME IMPOSSÍVEL (art. 17, CP) 1. CONCEITO: “Também conhecido por tentativa inidônea, impossível, inútil, inadequada ou quase crime, é a tentativa não punível, porque o agente se vale de meios absolutamente ineficazes ou volta-se contra objetos absolutamente impróprios, tornando impossível a consumação do crime (art 17, CP)” (Nucci, 2013, p. 364). 2. NATUREZA JURÍDICA: causa de exclusão da tipicidade (atipicidade). 3. HIPÓTESES: a) Ineficácia absoluta do meio (meio de execução): “o meio empregado ou o instrumento utilizado para a execução do crime jamais o levarão à consumação” (Capez, 2011, p. 280). Ex: a utilização de uma arma de brinquedo é meio ineficaz absoluto para a prática do crime de homicídio. Se a ineficácia for relativa, tem-se o crime tentado (Ex: “A” atira em “B” e este só não morre, porque trajava um colete protetivo). b) Impropriedade absoluta do objeto (objeto material): “a pessoa ou a coisa sobre que recai a conduta é absolutamente inidônea para a produção de algum resultado lesivo”. (Capez, 2011, p. 280). Ex: matar um cadáver. A impropriedade não pode ser relativa, pois teríamos a tentativa (Ex: “A” coloca a mão no bolso da calça de “B” com o objetivo de subtrair dinheiro, porém, o dinheiro se encontrava no outro bolso). 4. TEORIAS SOBRE A PUNIBILIDADE DO CRIME IMPOSSÍVEL: há três teorias: a) Sintomática: se o agente demonstrou periculosidade, deve ser punido (PERICULOSIDADE DO AUTOR) b) Subjetiva: o agente deve ser punido porque revelou a vontade de delinquir. c) Objetiva: o agente não deve ser punido porque não houve perigo para a sociedade. Subdivide-se em: (1) Pura: a ineficácia e impropriedade absoluta e relativa caracterizam o crime impossível. 2 (2) Temperada: só é crime impossível se a propriedade ou a ineficácia forem absolutos. Se forem relativos, tem-se a tentativa. (ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL) 5. CRIME IMPOSSÍVEL POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR (Flagrante provocado ou preparado ou delito de ensaio, de experiência, ou crime provocado, ou, ainda, delito putativo por obra do agente provocador): “Dá-se tal figura quando alguém induz ou instiga o suejtio a praticar o crime e, ao mesmo tempo, se certifica de que será impossível consumar a infração” (André Estefam, 2013, p. 379). Observe que o agente provocador pode ser um agente do Estado ou um particular. Como se trata de um crime impossível, o Juiz não poderá homologar eventual prisão em flagrante. Aplica-se a Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. “Questão delicada é a existência do flagrante provocado na hipótese de crime permanente. Se o delito já vinha se consumando quando incidentalmente ocorreu a provocação, esta não será decisiva para caracterização da infração, sendo apenas fator de constatação do crime que preexistia, de sorte que não só a prisão será válida, como também a responsabilidade penal pela conduta é de todo cabível. O clássico exemplo é o do traficante de drogas abordado por policial disfarçado de usuário. Se o traficante já tinha a droga consigo, ou em estoque, o crime de tráfico já estava se consumando, independente da abordagem da polícia, que em nada contribuiu para que o delito começasse a ser praticado, de sorte que não estará caracterizado o flagrante provocado” (Nestor Távora, 2013, p. 566). BONS ESTUDOS NOS LIVROS!
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