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Escola de Negócios e Hospitalidade Administração Administração Financeira Prof. Odair Ferreira Texto 10.1 Pág. 1 DECISÕES DE INVESTIMENTOS E ORÇAMENTO DE CAPITAL ORÇAMENTO DE CAPITAL O orçamento de capital é um programa de aplicação de capital de longo prazo vinculado ao plano estratégico e trata de investimentos permanentes. As decisões relacionadas ao orçamento de capital devem ser tomadas somente após profundo estudo, pois uma vez iniciado o processo de dispêndio de capital, sua interrupção ou reversão não será fácil. Por outro lado, os investimentos temporários, de natureza financeira, são valores aplicados geralmente no mercado financeiro com intenção de resgate dentro de um determinado prazo. Contabilmente, podem ser classificados como Aplicações de liquidez imediata e Títulos e valores mobiliários de curto ou longo prazo, e não fazem parte do orçamento de capital INVESTIMENTOS PERMANENTES Investimentos permanentes são os recursos aplicados em ativos de natureza permanente, para manutenção das atividades operacionais, e produzem resultados por longo prazo. Exemplos: • participações em empresas controladas ou coligadas; • terrenos e edificações; • gastos com pesquisas e desenvolvimento de novos produtos e processo; • marcas e patentes; • máquinas e equipamentos. Alguns investimentos, tais como os aplicados em máquinas e equipamentos, edificações e gastos com pesquisas, transformam-se em despesas no longo prazo, por meio de cotas de depreciação e amortização. Um investimento envolve sacrifício de grande volume de recursos humanos, intelectuais, materiais e financeiros, e seu retorno deve ser compatível com o nível de risco assumido. As decisões de investimentos devem ser tomadas com base em informações cuidadosamente analisadas, pois comprometem os recursos de uma empresa por longo tempo e seu retorno efetivo pode ser somente estimado no presente, o que gera incertezas. Para tomada de decisão, um investimento deve ser comparável com outro investimento. Exemplos: • compra de um equipamento novo ou manutenção do equipamento antigo; • instalação de uma fábrica nova ou aumento da capacidade de produção da fábrica existente; • gastos em pesquisa e desenvolvimento ou compra de tecnologia existente no mercado. A necessidade de analisar a viabilidade económica de um investimento gera problema de engenharia económica. A engenharia económica tem a finalidade de possibilitar a escolha da melhor alternativa de investimento, utilizando métodos de análise específicos, com a consequente otimização dos recursos. Para dar suporte às decisões de investimentos, as análises de viabilidade económica devem ser feitas com métodos e critérios que demonstrem com bastante clareza os retornos sobre os investimentos, considerando os níveis de risco assumidos. Nesse contexto, as simulações são muito importantes para analisar a viabilidade econômica dos projetos. Escola de Negócios e Hospitalidade Administração Administração Financeira Prof. Odair Ferreira Texto 10.1 Pág. 2 ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS DO INVESTIMENTO - Resultado econômico - aquisição de empresa Durante a vida útil - software - expansão de operações - Resultados não -geram resultado ex.: melhoria de qualidade Mensuráveis qualitativo no atendimento pós-venda Finalidade: avaliar o fluxo de caixa futuro através de projeções de geração de caixa. MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS a. Método do Valor Presente Líquido: consiste em determinar o valor no instante inicial, descontando o fluxo de caixa líquido de cada período futuro (fluxo de caixa líquido periódico) gerado durante a vida útil do investimento, com a taxa mínima de atratividade, e adicionando o somatório dos valores descontados ao fluxo de caixa líquido do instante inicial. Se a vida útil do investimento for muito longa (acima de dez anos, por exemplo), pode ser utilizado parcialmente, para os períodos finais, o conceito do valor presente da perpetuidade. O investimento será economicamente atraente se o valor presente líquido (VPL) for positivo. Este método é conhecido também como Método do Valor Atual Líquido. b. Método do Valor Futuro Líquido: determina o valor do fluxo de caixa no instante futuro, utilizando as mesmas formas de cálculo e critérios do Método do VPL, diferenciando-se somente quanto ao aspecto da data focal. c. Método do Valor Uniforme Líquido: consiste em transformar uma série de valores diferentes em valores uniformes, por meio da aplicação de uma taxa mínima de atratividade. d. Método da Taxa Interna de Retorno: a taxa de juros que anula o VPL é a taxa interna de retorno (TIR). Este método assume implicitamente que os fluxos de caixa líquidos periódicos são reinvestidos à própria TIR calculada para todo o investimento. O investimento será economicamente atraente se a TIR for maior do que a taxa mínima de atratividade. e. Método do Prazo de Retorno: consiste na apuração do tempo necessário para que a soma dos fluxos de caixa líquidos periódicos seja igual ao do fluxo de caixa líquido do instante inicial. Este método não considera os fluxos de caixa gerados durante a vida útil do investimento após o período de payback (prazo de retorno) e, portanto, não permite comparar o retorno entre dois investimentos. Mas é um método largamente utilizado como um limite para determinados tipos de projetos, combinado com outros métodos. A avaliação de investimentos será mais conclusiva se for utilizada a combinação dos diferentes métodos apresentados. Escola de Negócios e Hospitalidade Administração Administração Financeira Prof. Odair Ferreira Texto 10.1 Pág. 3 Suponha-se a existência de dois projetos de investimentos, nas seguintes condições: Avaliação com dados em valores correntes de dois projetos: Projetos Investimento Inicial Fluxos de Caixa Líquidos Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Soma A B (100.000) (100.000) 52.000 35.000 15.000 35.000 32.000 35.000 41.000 35.000 140.000 140.000 FLUXOS DE CAIXA Ano Projeto A Projeto B 0 (100.000) (100.000) 1 52.000 35.000 2 15.000 35.000 3 32.000 35.000 4 41.000 35.000 Soma 140.000 140.000 - Presume-se que a vida útil seja igual a 4 anos - após esse período não gerarão caixa, ou seja, terão valor igual a zero. - valores entre parênteses representam saída de caixa - nestes exemplos a seguir serão utilizados taxa mínima de atratividade de 15% a.a. Avaliação com dados em valor presente: - taxa mínima de atratividade = 15% a.a. - valores dos fluxos de caixa seriam descontados a essa taxa VALOR PRESENTE LÍQUIDO – V P L EXCEL FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DESCONTADOS VPL – VALOR PRESENTE LÍQUIDO A B C 1 DETERMINAÇÃO DA TAXA INTERNA DE RETORNO 2 Ano Fluxo de Caixa no final do ano 3 Projeto A Projeto B 4 0 (100.000) (100.000) 5 1 52.000 35.000 6 2 15.000 35.000 7 3 32.000 35.000 8 4 41.000 35.000 9 10 VPL 101.041,95 99.924,24 11 Escolha do Projeto Projeto A O conteúdo da célula B10 é =VPL(15%;B5:B8) Copie a célula B10 para a célula c10 o conteúdo da célula C11 é = SE(B10>C10;B3;C3) Escola de Negócios e HospitalidadeAdministração Administração Financeira Prof. Odair Ferreira Texto 10.1 Pág. 4 Ou CALCULADORA (FÓRMULAS) Ano Projeto A 1 52.000 x 1,15-1 52.000 X 0,869565 45.217,39 2 15.000 x 1,15-2 15.000 X 0,756144 11.342,16 3 32.000 x 1,15-3 32.000 X 0,657516 21.040,52 4 41.000 X 1,15-4 41.000 X 0,571763 23.441,88 SOMA 140.000 VPL 101.041,95 Ano Projeto B 1 35.000 x 1,15-1 35.000 X 0,869565 30.434,78 2 35.000 x 1,15-2 35.000 X 0,756144 26.465,02 3 35.000 x 1,15-3 35.000 X 0,657516 23.013,06 4 35.000 X 1,15-4 35.000 X 0,571763 20.011,36 SOMA 140.000 VPL 99.924,24 CALCULADORA HP Projeto A 0 g CFo 52.000 g CFj 15 i f NPV 45.217,39 15.0000 g CFj f NPV 56.559,55 32.0000 g CFj f NPV 77.600,07 41.0000 g CFj f NPV 101.041,95 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO O VPL dos projetos são: VPL do projeto A = 101.041,95 – 100.000 = 1.041,95 VPL do projeto B = 99.924,25 – 100.000 = ( 75,75) VPL A -100000 CHS G CFo 52000 G CFj 15000 G CFj 32000 G CFj 41000 G CFj 15 i F NPV = 1.041,95 Escola de Negócios e Hospitalidade Administração Administração Financeira Prof. Odair Ferreira Texto 10.1 Pág. 5 VPL B -100.000 CHS G CFo 35.000 G CFj 4 G Nj 15 i F NPV = -75,76 Esse método também leva à conclusão de que deve ser implementado somente o projeto A, pois o VPL é a diferença entre o investimento inicial e os benefícios líquidos de caixa gerados pelo projeto. TAXA INTERNA DE RETORNO FLUXOS DE CAIXA Ano Projeto A Projeto B 0 (100.000) (100.000) 1 52.000 35.000 2 15.000 35.000 3 32.000 35.000 4 41.000 35.000 Soma 140.000 140.000 EXCEL TAXA INTERNA DE RETORNO A B C 1 DETERMINAÇÃO DA TAXA INTERNA DE RETORNO 2 Ano Fluxo de Caixa no final do ano 3 Projeto A Projeto B 4 0 (100.000) (100.000) 5 1 52.000 35.000 6 2 15.000 35.000 7 3 32.000 35.000 8 4 41.000 35.000 9 10 TIR 15,5379 14,9625 11 Escolha do Projeto Projeto A O conteúdo da célula B10 é =TIR(B4:B9) Copie a célula B10 para a célula c10 o conteúdo da célula C11 é = SE(B10>C10;B3;C3) Taxa Interna de Retorno - TIR dos projetos: A = 15,5379% a.a. B = 14,9625% a.a. Se a taxa mínima de atratividade for de 15% a.a. o projeto A deverá ser implementado Escola de Negócios e Hospitalidade Administração Administração Financeira Prof. Odair Ferreira Texto 10.1 Pág. 6 CALCULADORA HP PROJETO A (com anuidades diferentes) -100.000 g CHS CFo 52.000 g CFj 15.000 g CFj 32.000 g CFj 41.000 g CFj f IRR Resultado = 15,5379 PROJETO B (com anuidades iguais) -100.000 g CHS CFo 35.000 g CFj 4 g Nj f IRR Resultado = 14,9625 Avaliação: TAXA INTERNA DE RETORNO A B C 1 DETERMINAÇÃO DA TAXA INTERNA DE RETORNO 2 Ano Fluxo de Caixa no final do ano 3 Projeto A Projeto B 4 0 (100.000) (100.000) 5 1 45.217 30.435 6 2 11.342 26.465 7 3 21.041 23.013 8 4 23.442 20.011 9 10 TIR 0,4678 (0,0326) 11 Escolha do Projeto Projeto A O conteúdo da célula B10 é =TIR(B4:B9) Copie a célula B10 para a célula c10 o conteúdo da célula C11 é = SE(B10>C10;B3;C3) TIR – Taxa Interna de Retorno: Projeto A = 0,4678% a.a. Projeto B = (0,0326) a.a. Escola de Negócios e Hospitalidade Administração Administração Financeira Prof. Odair Ferreira Texto 10.1 Pág. 7 MÉTODO DO PRAZO DE RETORNO (PAYBACK) O período de payback é o período em que o valor do investimento é recuperado, ou seja, é o prazo em que os valores dos benefícios líquidos de caixa se igualam ao valor do investimento inicial. Se for utilizado o método do prazo de retorno para análise complementar, deve ser utilizado o fluxo de caixa em valor presente, pois o fluxo de caixa em valores correntes não considera o valor do dinheiro no tempo, o que produzirá falso resultado. Mesmo que os fluxos de caixa estejam descontados para valor presente, esse método apresenta limitações, pois não considera os fluxos de caixa gerados durante o resto da vida útil do investimento (que poderá ser positivo ou negativo). Payback do projeto A Período de Payback = período em que o valor do investimento é recuperado PROJETO A FLUXO DE CAIXA INVESTIMENTO INICIAL FLUXOS DE CAIXA LIQUIDOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 SOMA DO ANO (100.000) 45.217,39 11.342,16 21.040,52 23.441,88 101.041,95 ACUMULADO (100.000) (54.782,61) (43.440,45) (22.399,93) 1.041,95 --------- PROJETO B FLUXOS DE CAIXA INVESTIMENTO INICIAL FLUXOS DE CAIXA LIQUIDOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 SOMA DO ANO (100.000) 30.434,78 26.465,03 23.013,07 20.011,37 99.924,25 ACUMULADO (100.000) (69.565,22) (43.100,19) (20.087,12) (75,75) --------- O payback do projeto A ocorre entre o ano 3 e 4 O cálculo da fração: Divide o resultado do ano 3 pelo fluxo de caixa do ano 4: 22.399,93 ------------ = 0,9556 23.441,88 Recuperação do investimento = 3,9556 = 3 anos, 11 meses e 14 dias O investimento inicial do Projeto B não será recuperado durante a sua vida útil, pois o saldo acumulado no último ano continua negativo. A TIR desse projeto já indicava esse resultado. 3,9556 anos � 3 anos e 0,9556 anos 0,9556 anos X 12 = 11,4672 meses 11,4672 � 11 meses e 0,4672 meses 0,4672 meses X 30 = 14 dias Resumo: 3 anos, 11 meses e 14 dias.
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