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DIREITO DAS SUCESSÕES de acordo c o atual - ECO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS DE RONDONÓPOLIS
DICIPLINA – NOÇÕES DE DIREITO
PROFESSORA: ADELINA NERES DE SOUSA CAMPOS
ALUNO (A)____________________________________
 DIREITO DAS SUCESSÕES
O DIREITO DAS SUCESSÕES
 
 O Direito das Sucessões é o conjunto de normas que regulam a transmissão do patrimônio de alguém que morreu.
 Baseando- nos na lição de Clóvis Beviláqua, podemos dizer que:
A transmissão dos bens constitui a sucessão.
O patrimônio transmitido é a herança ou espólio.
Quem recebe a herança é herdeiro ou legatário.
A pessoa que morre é o de cujus.
A sucessão abre-se no momento da morte do autor da herança. A propriedade e a posse dos bens deixados pertencem, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Mas há que se proceder ao inventário, para se verificar o que foi deixado e o que foi transmitido.
SUCESSÃO LEGITIMA E TESTAMENTÁRIA
O Direito brasileiro prevê duas formas básicas de sucessão: a legítima e a testamenteira.
 	Sucessão legítima é aquela que ocorre de acordo com as regras previstas na lei, segundo a sua ordem de preferência. Herdeiros necessários são os que figuram nas primeiras classes de herdeiros legítimos, ou seja, os descendentes, os ascendentes e o cônjuge, que receberão, necessariamente, pelo menos a metade dos bens, com preferência excludente para os primeiros Herdeiros testamentários são os que foram contemplados pelo falecido, no seu testamento,
Em certos caso, o cônjuge sobrevivente concorre com os descendentes e ascendentes, na proporção prevista nos arts. 1.832 e 1.837 do CC, especialmente no regime de comunhão parcial, havendo bem particulares do falecido, e no regime voluntário de separação de bens.
Assim, se o de cujus não deixou testamento, a lei manda que seu patrimônio seja transferido aos herdeiros legítimos, indicados expressamente no art. 1.603 do Código Civil. Esse artigo estabelece a ordem de preferência das pessoas que devem suceder. Tal ordem é denominada ordem de vocação hereditária.
Ordem de vocação hereditária
Se o falecido não deixou testamento, serão chamados os herdeiros legítimos, a seguir mencionados, pela ordem de preferência estabelecida pela lei (art. 1.829 do CC). Os que estão acima, na linha, excluem os que estão abaixo:
 
 Conforme a lei, a sucessão legítima obedece à ordem seguinte:
Descendentes: (em concorrência eventual com o cônjuge): filhos, netos etc.
Ascendentes: ( em concorrência eventual com o cônjuge): pais, avós etc.
Cônjuge sobrevivente: marido ou mulher sobrevivente.
Colaterais até o 3º grau ( os mais próximos, excluindo os mais remotos, ex: irmãos, tios etc.
Municípios, Distrito Federal ou União (conforme os bens se localizem num município. no Distrito Federal ou num território federal) Lei 8.049/90 ( art. 1.822 do CC)
Mas, se o falecido deixou testamento, esta ordem não prevalece, atendendo-se então ao disposto no testamento, salvo quando aos herdeiros necessários, que receberão, no mínimo, a metade dos bens deixados
Direito de representação
Figuremos o seguinte exemplo. Um pai de família tem cinco filhos. Um deles, porém, já faleceu, mas era casado e tinha dois ffilhos. Quando o avô falecer, estes dois netos serão chamados para ocupar o lugar do pai e receber a parte da herança que ele receberia se fosse vivo. Dá-se a isso o nome de sucessão por representação.
Nos termos do artigo 1.851 do CC, dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos em que ele sucederia, se vivesse. O quinhão do representado reparte-se por igual entre os representantes, ou seja, no exemplo dado, cada filho receberá 1/5 da herança, e cada um dos netos 1/10. 
 Devemos observar que, entre os brasileiros, a sucessão legítima é enormemente preferida sobre a sucessão testamentária. As estatísticas sobre o assunto demonstram que a esmagadora maioria dos brasileiros, ao falecer, não deixa testamento. Seus bens, portanto, transmitem-se pela sucessão legítima.
 Sucessão Testamentária é aquela que ocorre em virtude de testamento.
Considera-se testamento o contrato solene, gratuito e revogável, no qual a pessoa dispõe sobre seus bens e outros atos de última vontade, para depois de sua morte, conforme preceitua o artigo 1.857 do CC). O testamento pode ser revogado total ou parcialmente, pelo modo e forma por que pode ser feito. O Código Civil prevê várias formas de testamento, a seguir mencionadas, em breve resumo.
Testamento público - é feito por escrritura pública, presentes duas tesatemunhas (artigo 1.864 do CC).
Testamento cerrado ou secreto – é escrito e assinado, ou pelo menos assinado, pelo próprio testador, ou escrito e assinado por outra pessoa, a rogo, se o testador não souber ou não puder escrever ou assinar. Depois de redigido e assinado, o testamento é entregue a um tabelião, na presença de duas testemunhas, para autenticação e devolução ao testador, em invólucro lacrado (artigo 1.868 do CC).
Testamento particular – é escrito e assinado pelo testador, e lido perante três testemunhas, que também assinam (artigo 1.876 do CC)
Testamento marítimo – é uma forma especial de testamento, lavrado pelo comandante de navios nacionais; perde a sua validade se a morte do testador não ocorrer dentro de 90 dias após o desembarque ( art. 1.889 do CC).
Testamento aeronáutico – lavrado por pessoa designada pelo comandante; forma e requisitos idênticos ao testamento marítimo ( artigo 1.889 do CC).
Testamento militar – constitui também uma forma especial de testamento; é realizado quando o testador está a serviço do exército, em companha; perde também a sua validade, nas circunstâncias previstas na lei (artigo 1.893 do CC)
Após a morte do testador, qualquer que seja a forma do testamento, deve o mesmo ser apresentado ao juiz competente, que o mandará registrar arquivar e cumprir, se não houver vício externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade (arts. 1.125 a 1.134 do CPC). Depois de efetuado o registro, o mérito das disposições será examinado no inventário.
 Os beneficiários do testamento são:
 Herdeiro testamentária: é a pessoa nomeada no testamento para receber a totalidade dos bens deixados pelo cujus. O herdeiro testamenteiro recebe a herança como um todo.
Legatário: é a pessoa nomeada no testamento para receber certa parte individualizada da herança, especialmente determinada pelo cujus. O legatário recebe uma parte específica da herança.
 No Direito brasileiro a liberdade de testar é limitada. De fato, o testador, perante a lei civil, não pode dispor sobre a totalidade dos seus bens, se houver descendentes ou ascendentes ele só poderá dispor d metade de seus bens. Isto porque tais parentes são herdeiros necessários e, por lei, têm pleno direito sobre a metade dos bens do falecido. Está metade dos bens do de cujus, obrigatoriamente reserva aos herdeiros necessários, recebe o nome de parte legítima ( artigo 1.846 do CC).
	
São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
	 O princípio da liberdade limitada de testar encontra-se consagrado no Código Civil.
 Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. O testador que tiver descendentes ou ascendente ou cônjuge sucessível não poderá dispor de mais da metade de seus bens: a outra pertencerá de pleno direito ao descendentes e, em sua falta, ao ascendente, dos quais constitui a legítima, segundo o disposto neste Código ( artigo 1,846 do CC).
AS PESSOAS INDIGNAS DE SUCEDER
 As pessoas que cometeram atos criminosos ou ofensivos contra o falecido são considerados indignas de receber sua herança. 
 O Código Civil, no art. 1.595, enumera os casos de indignidade, excluindo da sucessão os herdeiros ou legatários:
 1. Que houveram sido autoresou cúmplices em crime de homicídio voluntário, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar.
 2. Que a acusaram caluniosamente em juízo, ou incorreram em crime contra a sua honra.
 3. Que, por violência ou fraude, a inibiram de livremente dispor dos seus bens em testamento, ou lhe prejudicaram a execução dos atos de última vontade.
A DESERDAÇÃO
 Os herdeiros necessários podem ser privados da sua legítima parte na herança por meio da deserdação. 
 Deserdar é excluir da herança ou da sucessão. A deserdação só poder ser ordenada em testamento, com expressa declaração da causa que a motivou.
 Além das causas mencionadas no art. 1.595, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes (Código Civil, art. 1814 e 1.963 do CC):
Ofensas físicas.
Injúria grave.
Desonestidade da filha que vive na casa paterna.
Relações ilícitas com a madrasta, ou o padrasto.
Desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Ofensas físicas. 
Injúrias grave. 
Relação ilícitas com a mulher do filho ou neto, ou com o marido da filha ou neta.
Desamparo do filho ou neto em alienação mental ou grave enfermidade.
O INVENTÁRIO E A PARTILHA 
 
 Para que o patrimônio do de cujus seja transmitido a seus herdeiros, torna-se necessário o inventário e a partilha dos bens da herança.
 Inventário é a relação detalhada e precisa de todos os bens que constituem a herança.
 Partilha é divisão dos bens da herança, na proporção que compete a cada herdeiro.

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