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23 Desigualdade de Renda no Brasil Geração e Reprodução da Desigualdade de Renda no Brasil • Desigualdade tem impacto direto sobre o bem estar social: sociedades preferem equidade. • O nível médio de variáveis macroeconômicas, que medem o desempenho econômico, não dependem apenas do nível médio de renda, mas também de como essa renda está distribuída. • Início dos estudos sobre desigualdade: pós golpe militar e publicação dos censos de 1960 e 1970 Introdução • Objetivo do texto: • investigar as várias formas de desigualdade existentes • Identificar as fontes de produção e reprodução da desigualdade A corrida • Analogia entre os processos de geração, reprodução e transmissão da desigualdade e uma sequência de corridas. • Cada corrida (trajetória de uma geração) é formada por: – Conj. de participantes, cada um com um volume de recursos – Total de prêmios (massa salarial) – Conjunto de regras, que estabelecem: • Comportamento dos participantes • Avaliação do desempenho • Divisão do total de prêmios com base no desempenho Etapas da Corrida 1) Preparação: infância e adolescência, na qual indivíduos acumulam capital humano. 2) Competição: etapa onde indivíduos competem no mercado de trabalho. Etapa de preparação • Preparação: indivíduos dispõem de 3 recursos – Habilidades inatas – Recursos públicos – Recursos privados: salários recebidos por seus pais na corrida anterior • Haverá desigualdade na preparação entre os indivíduos – Desigualdade de condições: cada um terá um nível distinto de capital humano acumulado – Desigualdade de resultados: relativa aos prêmios ao final da 2ª etapa. Etapa de preparação • Se não há recurso público ou privado: preparação será função só das características inatas • Como existem recursos públicos e privados os quais são desigualmente distribuídos entre participantes, eles serão fonte adicional de desigualdade de condições. • Corrida com desigualdade de oportunidade: vem da possibilidade de usar recursos privados na fase de preparação. Etapa de Competição • Participantes já entram nessa etapa em níveis desiguais devido a desigualdade de recursos da 1ª etapa. • Desigualdade de condições será amplificada na competição, que pode ser injusta (segmentação e discriminação) Tipos de desigualdade • Desigualdade de resultados é formada por 2 componentes: – Aquele que advém das diferenças individuais em preparação • Podem ser reveladas e amplificadas na competição, mas não gerada na competição. • Intervenções podem ser feitas para reduzir desigualdade de condições – Aquele não relacionado com a diferença de preparação, sendo gerada durante competição. Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1960 • Décadas de 1960 e 1980: aumento mais intenso do que na de 1970 • Natureza distinta do crescimento na desigualdade nas décadas de 60 e 80. – Anos 1960: classe média sofreu mais – Anos 1980: classe mais pobre sofreu mais. Mercado de Trabalho • Mercado de trabalho, como vimos, pode funcionar tanto gerando desigualdade quanto apenas revelando desigualdade de condições (desigualdade em capital humano) • Revela desigualdade quando a desigualdade salarial é simplesmente uma transformação da desigualdade em capital humano – Desigualdade salarial associada a diferenciais de salário entre grupos educacionais ou etários. Mercado de trabalho • Gera desigualdade quando, devido a discriminação ou segmentação, existem diferenciais de salários entre trabalhadores com mesmo capital humano. – Desigualdade salarial associada a: • diferenciais de salário entre setores de atividades e regiões • diferenciais de salário por gênero e raça. • Mercado de trabalho no Brasil: é mais gerador ou revelador de desigualdade? Mercado de Trabalho • Educação é a variável que mais explica a desigualdade salarial. • Desigualdade declinaria de 30% a 50% caso os diferenciais de educação não dessem origem a diferenciais de salário. • Conclusão: mercado de trabalho no Brasil tende a ser mais revelador de desigualdade que propriamente gerador de desigualdade. – Embora segmentação e discriminação tenham papel, elas não são tão importantes quanto a parcela da desigualdade salarial associada à educação. Mercado de Trabalho. • Assim, a maior parte da desigualdade no Brasil não é gerada pelo mercado de trabalho, mas pelo sistema educacional. Desigualdade de Oportunidades Educacionais e de Sobrevivência. • As disparidades regionais são uma fonte importante de desigualdade em oportunidades educacionais (mais relevantes que o papel da educação dos pais). • As desigualdades regionais também são uma importante forma de desigualdade de oportunidade de sobrevivência (mais relevante que o papel da educação materna). Conclusão • A maioria da desigualdade de renda no Brasil é gerada por um sistema educacional marcado por desigualdades de oportunidades, em grande medida devido às grandes disparidades regionais. • O resultado é um elevado grau de desigualdade educacional • O mercado de trabalho gera apenas pequena parcela da desigualdade, sendo mais responsável por amplificar ligeiramente a desigualdade em educação. • Resultado final: grande desigualdade de renda no país, uma das maiores do mundo. A economia brasileira nas últimas décadas: avanços e problemas Divisão do texto 1. Introdução 2. Antes de 1980 : crescimento liderado pela Indústria 1. Estímulos governamentais 2. Investimento Externo 3. Taxas de Investimento 4. Poupança Pública e poupança externa 5. Investimento do Governo 6. Aspectos negativos e positivos 3. Crise dos anos 1980 Divisão do texto 4. Inflação e política anti-inflacionária 1. A tradição inflácionária 2. Teorias da Inflação e política anti-inflácionária 3. O Plano Cruzado 4. Outros planos 5. Fim da alta inflação: o Plano Real 6. Metas de Inflação 5. 1990-2010: Mudança no setor externo 1. Mudança para câmbio flutuante em 1999 2. Transações correntes 3. Conta Financeira Divisão do texto 6. O Estado na Economia 1. Um novo papel para o Estado 2. Problemas das Finanças Públicas 3. Receitas 4. Despesas 5. Reformas 7. Perspectivas 1.Introdução • Evolução do PIB brasileiro – contraste entre o vigoroso crescimento do período 1948-1980 e o ritmo muito inferior da expansão do produto desde a década de 80. PERÍODO PIB PIB per capita (*) 1948ᾳ2010 5,2 2,8 1948ᾳ1980 7,5 4,6 1948-1962 1963ᾳ1967 7,6 3,5 1968-1980 9,0 1981ᾳ2010 2,6 0,8 1981ᾳ1990 1,6 1991ᾳ2010 3,0 Taxas m…dias de crescimento real do produto interno bruto, por perŒodos selecionados, 1948ᾳ2010 • Antes de 1980: poucas economias tiveram expansão comparável a do Brasil ao longo do século XX. – 1968 a 1973: crescimento vigoroso do PIB (11,2 % ao ano, em média)→“milagre brasileiro” • Não há consenso na literatura sobre causas do arrefecimento no crescimento do PIB brasileiro a partir de 1980. 2. Antes de 1980: crescimento liderado pela indústria • dinamismo da indústria: – Expansão da produção industrial sempre superior à do produto global. – Indústria também se diversificou de forma significativa. • Produção manufatureira passou a incluir bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos, etc), produtos intermediários e bens de capital. • Essa produção voltada para mercado interno (exportação de produtos industriais pouco expressiva até os anos 70) • A queda no crescimento de 1980 a 2010 foi também puxada pela indústria (1,4% aa) 2.1. Estímulos governamentais • O desenvolvimento da indústria nacional foi favorecido de várias formas por ações doGoverno. • Formas: barreira às importações (tarifas alfandegárias) – Proteção dos fabricantes nacionais da concorrência de produtos estrangeiros. – Até as primeiras décadas do século XX: constituíam a principal fonte de receita governamental → efeito protecionista era um subproduto do interesse do Governo em se financiar – Objetivo deliberado de proteger a produção nacional foi- se impondo, inclusive pela pressão do setor industrial emergente. • Uma doutrina protecionista (pensamento da CEPAL) – países deveriam buscar diversificação de sua estrutura produtiva (desenvolvimento da indústria voltada para o mercado interno, em substituição às importações). – Uma política de estímulo à industrialização poderia fazer com que os países latino-americanos se tornassem competitivos nesse setor; – A proteção à indústria poderia ser vista, assim, como medida temporária; • No Brasil, ideias cepalinas influenciaram... – Plano de Metas (governo Kubitschek, entre 1955 e 1960) – II PND (1973–1979) • O estímulo à indústria não se restringiu à proteção tarifária: isenções de impostos, taxa cambial favorecida para importação de equipamentos, empréstimos de longo prazo, etc. • Investimento direto do governo, por meio de estatais, em setores relevantes para o desenvolvimento industrial (produção de aço, extração e refino de petróleo, e produção e distribuição de energia elétrica). 2.2. Investimento externo • Participação do capital externo como consequência das restrições à importação; • diversas empresas internacionais estabeleceram ou ampliaram instalações produtivas no Brasil nesse período (ex: montadoras de veículos); • Condições vigentes no mercado financeiro internacional favoreceram a tomada de empréstimos externos (final da década de 1970 a final da década de 1980)→ ↑ participação do capital estrangeiro no financiamento do investimento interno. 2.3. Taxas de investimento • aumento da taxa no período de maior crescimento do PIB, a década de 1970. PERÍODO INVESTIMENTO / PIB (%) EM PREÇOS CORRENTES (A) EM PREÇOS DE 1980 (B) EM PREÇOS DE 2006 (C) 1947-1959 14,8 1960-1969 16,1 1970-1979 21,4 23,1 1980-1989 22,2 18,6 1990-1999 22,2 15,1 15,9 (*) 2000-2009 16,7 15,1 N€meros da coluna A da Tabela s√o enganosos (houve aumento dos pre«os relativos dos Bens de investimento) • Por que aumentou o custo do investimento? Não há uma resposta clara. • convergência de vários fatores: – aumento da complexidade técnica de processos produtivos, fazendo subir a relação capital/produto; – existência de oligopólios em alguns setores importantes da construção civil, como o de cimento, que teriam assim facilidades para aumentar seus preços. 2.4. Poupança pública e poupança externa • cerca de um terço da poupança total proveio de recursos do governo ou do financiamento do exterior na década de 70 A partir da década de 80: Efeito ᾿ crowding out῀ dos gastos do governo PERÍODO POUPANÇA DO GOVERNO / POUPANÇA TOTAL (%) (A) POUPANÇA EXTERNA / POUPANÇA TOTAL (%) (B) (A) + (B) (C) 1947ᾳ1959 13,2 4,7 17,9 1960ᾳ1969 6,0 3,4 9,3 1970ᾳ1979 17,7 15,0 32,7 1980ᾳ1989 – 6,4 9,4 3,0 1990-1999 – 4,0 10,5 6,5 2.5. Os investimentos do Governo • É provável que a redução no crescimento do produto nas últimas décadas se deva a redução dos investimentos governamentais, tão presentes de 1960 até o início de 1980. PERÍODO FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL DA ADM. PÚBLICA / PIB (%) 1947ᾳ1959 3,40 1960ᾳ1969 4,22 1970ᾳ1979 3,71 1980ᾳ1989 2,68 1990-1999 2,67 2000-2006 1,85 • Queda no investimento público parece ter sido parcialmente determinada pela necessidade de se reduzir gastos (crise nas finanças do governo, em 1980) – na dificuldade de se reduzir gastos correntes acaba-se optando por cortar investimentos. 2.6. Aspectos positivos e negativos Positivos: • ᾿ Modelo῀ de crescimento até 1980, com participação importante do Governo, foi claramente bem-sucedido: – altas taxas de crescimento do PIB – Desenvolvimento de parque industrial dinâmico e diversificado. • poucas economias tiveram ritmo de expansão equivalente. Negativos: • Nenhuma melhora nos indicadores de distribuição da renda no período; • Expressivo crescimento da renda per capita beneficiou relativamente pouco a maior parte da população. • baixo nível de competitividade: perdas de eficiência; • baixo estímulo à introdução de inovações (baixa concorrência) 3. A crise dos anos oitenta • Anos 1970: ↑ do endividamento externo – facilidade de obtenção de financiamento externo (petrodólares) – Endividamento para financiar II PND(1974–79). • Problemas... – ↑ ↑ taxa de juros nos EUA (e no mercado financeiro internacional) a partir de 1978→ ↑custo da dívida brasileira; – moratória da dívida externa do México (1982): → ↓↓oferta de crédito (impede renovação de empréstimos) – Para piorar: receita de impostos do governo vinha se reduzindo pelo efeito da inflação. • 1980: ↑↑gastos correntes – demandas sociais represadas nos anos do regime militar se manifestaram com grande força após a redemocratização, em 1985. – Dificuldades fiscais:↓ capacidade do Governo de estimular e subsidiar setores produtivos e aportar recursos às estatais. – Ganha força a idéia de um processo de privatização dessas empresas. • um modelo de crescimento econômico voltado para dentro se tornava inviável com o ↑integração da economia mundial • Choque entre barreiras a importações e crescente demanda por produtos tecnologicamente sofisticados • ↑serviço da dívida externa→ necessidade de ↑ saldos da BC. – ↑ abertura da economia brasileira ao comércio exterior. • ↓ barreiras protecionistas (pressão internacional) – rompimento com longa tradição de protecionismo à indústria instalada no País: ínicio do governo Collor, 1990. • ↓ participação do Estado na economia como produtor (início do processo de privatização). 4. Inflação e política anti-inflacionária Período ÍNDICES DE PREÇOS Deflator implícito do pib Ipca Igp-di 1939-1948 12,0 11,0 1949-1958 14,6 16,4 1959-1964 52,4 56,9 1965-1972 28,2 24,7 1973-1980 46,2 49,1 1981-19871981-1987 162,7162,7 180,7180,7 192,3192,3 1988-1994 1.470,2 1.365,6 1.391,0 1995-1996 47,5 16,0 12,1 1997-2008 8,0 6,5 9,8 2009-2010 6,5 5,1 4,9 4.1. A tradição inflacionária • Brasil tem longa experiência inflacionária. – Primeiras décadas do séc XX: 5% ao ano. – Na década de 1940: % de aumento anual de preços atinge dois algarismos. – Tendência geral de crescimento constante dos índices inflacionários, até os valores superiores a 2.000% por ano, (início dos anos 1990). • interrupção na aceleração inflacionária: de 1964 - início dos anos 1970 (tendência de queda da inflação) 4.2. Teorias de inflação e política anti-inflacionária 1) Monetarismo e estruturalismo • Monetarismo na prática: Roberto Campos – Redução gradualista • Uma reforma tributária • introdução de correção monetária nos títulos públicos, • grande compressão de salários: ↓demanda • Política obteve sucesso: inflação cai de 89,5% (1964) para 16,3% (1970) • Houve ↓do crescimento econômico, mas pequena e curta (expansão foi retomada em 1966, e especialmente em 1968ᾶ1973) • Resultado reforçou a idéia de que as causas da inflação, e as políticas para combatê-la, eram basicamente as apontadas pelos monetaristas. 2) A inércia inflacionária • preços voltaram a subir no início da década de 1970 • Choque do Petróleo: gera ↑ custos • Mas será que era só um problema de custos?• Forte inflação simultânea a forte contração no PIB : estagflação – A inflação resistia a queda dramática na renda e na demanda →contradiz explicação monetarista. • a inflação teria um componente estrutural, mas de natureza inteiramente diferente da defendida pelos antigos estruturalistas. • Haveria uma inércia inflacionária, fazendo com que o nível de inflação observado num período tendesse a repetir-se nos períodos seguintes, mesmo na ausência de outros fatores de elevação de preços. • Um elemento dessa repetição era a correção monetária. – Indexação generalizada: aluguéis, prestações, salários, tudo passou a ser corrigido periodicamente pela inflação. – Indexação formal e informal da economia. – Nessas circunstâncias, a inflação passada tende a influenciar a inflação futura. • ᾿ cultura inflacionária῀ : como preços são sempre reajustados periodicamente, todos agiam procurando também reajustar periodicamente seus próprios preços e salários, no intuito de evitar perdas reais. • a escalada de patamares: dados confirmam validade da teoria. 4.3. O Plano Cruzado (Fev/1986) • hipótese: problema central da inflação era o componente inercial. • Solução: ᾿ choque heterodoxo῀ . – Objetivos: • fim da indexação formal; • Criação de nova unidade monetária, o cruzado, substituindo o cruzeiro • conversão dos salários em cruzados pela média real dos últimos seis meses (p/ tornar desnecessária a indexação salarial) • congelamento dos preços (p/ romper prática de reajustes periódicos) • Resultados: efetivos, mas efêmeros (supera marca inédita de 20% ao mês no 1º semestre de 1987) • Culpa pelo fracasso: plano provocou choque de demanda... Aumento geral dos salários, elevação do salário mínimo... • A redução súbita da inflação provocou redistribuição de renda em favor das camadas de renda mais baixas da economia 4.4. Outros planos • Bresser (1987) • Verão (1989) • Collor (1990) • Collor-II (1991) • Foram uma mistura variada de ações de contenção de demanda com tentativas de desindexação da economia. • Efeitos dos planos foram cada vez menos duradouros 4.5. Fim da alta inflação: o Plano Real • inflação não era apenas inercial. • Ajuste fiscal →principal condição para fim da inflação • O que se havia aprendido com o fracasso dos outros planos? – política anti-inflacionária, para ser bem-sucedida, deveria atacar em várias frentes. • ações voltadas à eliminação da inércia inflacionária • medidas tradicionais de controle monetário • disciplina fiscal (p/ controlar demanda agregada) – situação confortável do BP brasileiro contribuiu para sucesso • Elementos principais do Plano Real: a) eliminação da indexação formal; b) criação de uma unidade de conta, a URV (pré-moeda) c) conversão dos salários em URVs pela média real dos 4 meses anteriores d) novos contratos estabelecidos em URVs (vigentes poderiam ser convertidos nessa por negociação entre partes envolvidas) • Objetivo de (b) e (d): promover a passagem de uma moeda ᾿ velha῀ , que se deteriorava diariamente, para uma moeda ᾿ nova῀ , imune a essa deterioração → eliminar a ᾿ cultura inflacionária῀ – indução para passagem e espaço para negociação. • Superioridade do uso da URV como mecanismo de coordenação: possibilidade de minimizar as perdas com a conversão, via negociação, e portanto maximizar a probabilidade de sua aceitação, e do sucesso do plano. • Sucesso do Plano (gráfico). 4.6. Política monetárias nas últimas décadas: Metas de inflação • Início: 1999 • Conselho Monetário Nacional fixa metas para inflação com antecipação • Fixação da SELIC pelo COPOM para atingir meta • Altos juros no Brasil 5. Décadas de 1990 e 2000: mudanças no setor externo • Início anos 1980: incentivo às exportações para gerar divisas para pagamento da dívida externa – Maxidesvalorização de 1983 • Início anos 1990: Plano Brady ᾶ reestruturação da dívida externa • ↑influxo capitais estrangeiros nessa década – Favorece âncora cambial do plano Real • 1995-1999: ↑ importações e IED 5.1. Taxa de câmbio: Flutuação em 1999 • Pós 1994: sucessão de crises financeiras internacionais – Crise no BP gerada por saída maciça de capitais do país – Brasil aumenta taxa de juros para atrair capitais – ↓reservas internacionais até que regime de câmbio fixo se torna insustentável → câmbio se torna flutuante Principais contas do balan«o de pagamentos por perŒodos selecionados 1970ᾳ2010 CONTA PERÍODOS (Médias anuais) 1970- 1979 1980- 1989 1990- 94 1995- 99 2000- 04 2005- 09 2010 TRANSAÇÕES CORRENTES Exportações (X) 8,3 25,5 36,2 49,3 68,7 153,5 201,9 Importações (M) -9,7 -16,9 -24,1 -54,0 -53,9 -117,3 -181,7 Balança Comercial (X-M) -1,5 8,6 12,1 -4,7 14,7 36,3 20,2 Serviços e Rendas -3,5 -13,6 -14,1 -23,7 -24,9 -44,8 -70,4 Transferências 0,0 0,1 1,7 2,2 2,3 3,9 2,8 Saldo de Transações Correntes -5,0 -4,9 -0,3 -26,2 -7,8 -4,7 -47,4 CCP (Saldo) 5,8 5,2 6,8 27,2 10,4 39,3 99,7 Erros e Omissões 0,0 -0,4 -0,3 -1,4 -0,1 -0,3 -3,2 SALDO DO BP 0,8 -0,2 6,1 -0,4 2,4 34,4 49,1 Investimento estrangeiro direto, por perŒodos selecionados 1970ᾳ2010 (US$b) ITEM PER≠ODOS (M…dias anuais) 1970- 79 1980- 89 1990- 94 1995- 99 2000- 04 2005- 09 2010 IED 1,2 1,5 0,9 17,1 17,5 18,3 36,9 Outros fluxos financeiros 4,6 3,7 5,9 10,1 -7,1 21,0 62,8 CCF 5,8 5,2 6,8 27,2 10,4 39,3 99,7 5.2. A conta de transações correntes • BC: expansão nas exportações em 2000 (produtos básicos da pauta de exportações) por conta do aumento da demanda chinesa • Mudança no padrão das exportações? • BSR: ↑remessas de Lucros e Dividendos 5.3. A conta financeira • Investimentos em carteira cresceram bem mais que os investimentos diretos: juros altos e tendência de valorização no mercado de ações. • Governo introduz medidas p/ tentar reduzir esse fluxo (e diminuir a pressão no sentido da valorização do real) 6. O estado na economia: mudanças e problemas • Crise fiscal (1980): grande participação do governo na economia tem seus custos • Anos 1990: tendência a redução do papel do Estado: Privatizações • O Estado como regulador: pós privatizações • Agências reguladoras 6.2. Problemas das finanças públicas • Resultado nominal: diferença entre as receitas e despesas do setor público, abrangendo as esferas federal, estadual e municipal, inclusive empresas estatais. • Resultado primário: exclui os pagamentos de juros da dívida pública; – superávit primário: é a economia que o Governo faz para cobrir os compromissos de seu endividamento. • Governo tem obtido, nos últimos anos, superávits primários da ordem de 3,3 % do PIB, em média Déficit nominal e primário do setor público como proporção do pib, 2003-2009 ANO DÉFICIT NOMINAL DÉFICIT PRIMÁRIO 2002 4,20 -3,34 2003 5,24 -3,29 2004 2,85 -3,78 2005 3,58 -3,78 2006 3,61 -3,23 2007 2,76 -3,36 2008 1,99 -3,48 2009 3,34 -2,03 • O déficit nominal: é coberto pelo lançamento de títulos públicos; – déficits persistentes levam a um aumento do endividamento. 6.3. O lado das receitas • Aumento do endividamento apesar do aumento nas receitas • Alta carga tributária brasileira • Críticas quanto à estrutura tributária 6.4. O lado das despesas • gastos sociais: absorvem 70% das receitas da União • Maiores gastos: previdência social →déficit dobrou em 10 anos: de 2% em 1996 para 4% do PIB em 2006. 6.5. Reformas nas finanças públicas • Reforma tributária – Resistência política: ninguém quer arriscar perder arrecadação• Diminuição dos gastos públicos – Aumento da eficiência da despesa pública • Reforma do sistema previdenciário 7. Perspectivas • Avanços: – controle da inflação – expansão das exportações – atração de capitais externos – Redução da pobreza e desigualdade • Obstáculos: – Baixo nível de investimento e poupança – carga tributária em desproporção com os serviços prestados pelo Governo; – um sistema educacional deficiente; – grandes desigualdades ainda presentes. – Questão das relações de trabalho • Mudanças necessárias para novo período de crescimento, com maior justiça social. Desenvolvimento Econômico e Desigualdade Social Desigualdade distributiva no Brasil • Distribuição da renda pessoal: repartição da renda total entre os indivíduos • Distribuição funcional da renda: repartição da renda entre os fatores de Produção • Brasil: uma das piores distribuições de renda do mundo Causas da Concentração de Renda • Processo de Colonização (distribuição desigual de terras) • Condições do mercado de trabalho: • Brasil: mercado mais revela do que gera desigualdade de renda • Educação é variável que mais contribui para desigualdade. • Caminho para redução da desigualdade: democratização do acesso à educação de boa qualidade. Pobreza e Políticas Públicas • Papel do acesso a educação • Programas de transferência de renda • Pós 2003: postura mais agressiva→ Bolsa família Ano Quantidade de família (milhões) Gastos (bilhões de reais correntes) 2003 3,60 4,30 2004 6,57 3,79 2005 8,70 5,69 2006 10,97 7,52 2007 11,04 8,97 2008 10,56 10,61 2009 12,37 14,37 Críticas ao PBF • Não era para ser uma transferência temporária? • Questão da capacitação • Incentivo ao não-trabalho • Fiscalização quanto a quem recebe (elegíveis) Metas de Desenvolvimento do Milênio 23 Geração e Reprodução da Desigualdade de Renda no Brasil Introdução A corrida Etapas da Corrida Etapa de preparação Etapa de preparação Etapa de Competição Tipos de desigualdade Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1960 Mercado de Trabalho Mercado de trabalho Mercado de Trabalho Mercado de Trabalho. Desigualdade de Oportunidades Educacionais e de Sobrevivência. Conclusão A economia brasileira nas últimas décadas: avanços e problemas Divisão do texto Divisão do texto Divisão do texto 1.Introdução Taxas médias de crescimento real do produto interno bruto, por períodos selecionados, 1948‑2010 2. Antes de 1980: crescimento liderado pela indústria 2.1. Estímulos governamentais 2.2. Investimento externo 2.3. Taxas de investimento 2.4. Poupança pública e poupança externa 2.5. Os investimentos do Governo 2.6. Aspectos positivos e negativos 3. A crise dos anos oitenta 4. Inflação e política anti-inflacionária 4.1. A tradição inflacionária 4.2. Teorias de inflação e política anti-inflacionária 4.3. O Plano Cruzado (Fev/1986) 4.4. Outros planos 4.5. Fim da alta inflação: o Plano Real 4.6. Política monetárias nas últimas décadas: Metas de inflação 5. Décadas de 1990 e 2000: mudanças no setor externo 5.1. Taxa de câmbio: Flutuação em 1999 Principais contas do balanço de pagamentos por períodos selecionados 1970‑2010 Investimento estrangeiro direto, por períodos selecionados 1970‑2010 (US$b) 5.2. A conta de transações correntes 5.3. A conta financeira 6. O estado na economia: mudanças e problemas 6.2. Problemas das finanças públicas Déficit nominal e primário do setor público como proporção do pib, 2003-2009 6.3. O lado das receitas 6.4. O lado das despesas 6.5. Reformas nas finanças públicas 7. Perspectivas Desenvolvimento Econômico e Desigualdade Social Desigualdade distributiva no Brasil Causas da Concentração de Renda Pobreza e Políticas Públicas Críticas ao PBF Metas de Desenvolvimento do Milênio
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