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Desigualdade de Renda no Brasil

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23
Desigualdade de Renda no Brasil
Geração e Reprodução da 
Desigualdade de Renda no Brasil
• Desigualdade tem impacto direto sobre o bem 
estar social: sociedades preferem equidade.
• O nível médio de variáveis macroeconômicas, 
que medem o desempenho econômico, não 
dependem apenas do nível médio de renda, mas 
também de como essa renda está distribuída.
• Início dos estudos sobre desigualdade: pós golpe 
militar e publicação dos censos de 1960 e 1970
Introdução
• Objetivo do texto: 
• investigar as várias formas de desigualdade 
existentes 
• Identificar as fontes de produção e 
reprodução da desigualdade
A corrida
• Analogia entre os processos de geração, reprodução e 
transmissão da desigualdade e uma sequência de corridas.
• Cada corrida (trajetória de uma geração) é formada por:
– Conj. de participantes, cada um com um volume de recursos
– Total de prêmios (massa salarial)
– Conjunto de regras, que estabelecem:
• Comportamento dos participantes
• Avaliação do desempenho
• Divisão do total de prêmios com base no desempenho
Etapas da Corrida
1) Preparação: infância e adolescência, na qual 
indivíduos acumulam capital humano.
2) Competição: etapa onde indivíduos 
competem no mercado de trabalho.
Etapa de preparação
• Preparação: indivíduos dispõem de 3 recursos
– Habilidades inatas
– Recursos públicos
– Recursos privados: salários recebidos por seus pais na 
corrida anterior
• Haverá desigualdade na preparação entre os 
indivíduos
– Desigualdade de condições: cada um terá um nível distinto 
de capital humano acumulado
– Desigualdade de resultados: relativa aos prêmios ao final 
da 2ª etapa.
Etapa de preparação
• Se não há recurso público ou privado: preparação 
será função só das características inatas
• Como existem recursos públicos e privados os 
quais são desigualmente distribuídos entre 
participantes, eles serão fonte adicional de 
desigualdade de condições.
• Corrida com desigualdade de oportunidade: vem 
da possibilidade de usar recursos privados na 
fase de preparação.
Etapa de Competição
• Participantes já entram nessa etapa em níveis 
desiguais devido a desigualdade de recursos 
da 1ª etapa.
• Desigualdade de condições será amplificada 
na competição, que pode ser injusta 
(segmentação e discriminação)
Tipos de desigualdade
• Desigualdade de resultados é formada por 2 
componentes:
– Aquele que advém das diferenças individuais em 
preparação
• Podem ser reveladas e amplificadas na competição, mas não 
gerada na competição.
• Intervenções podem ser feitas para reduzir desigualdade de 
condições
– Aquele não relacionado com a diferença de 
preparação, sendo gerada durante competição.
Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 
1960
• Décadas de 1960 e 1980: aumento mais 
intenso do que na de 1970
• Natureza distinta do crescimento na 
desigualdade nas décadas de 60 e 80.
– Anos 1960: classe média sofreu mais
– Anos 1980: classe mais pobre sofreu mais.
Mercado de Trabalho
• Mercado de trabalho, como vimos, pode 
funcionar tanto gerando desigualdade quanto 
apenas revelando desigualdade de condições 
(desigualdade em capital humano)
• Revela desigualdade quando a desigualdade 
salarial é simplesmente uma transformação da 
desigualdade em capital humano
– Desigualdade salarial associada a diferenciais de 
salário entre grupos educacionais ou etários.
Mercado de trabalho
• Gera desigualdade quando, devido a discriminação ou 
segmentação, existem diferenciais de salários entre 
trabalhadores com mesmo capital humano.
– Desigualdade salarial associada a:
• diferenciais de salário entre setores de atividades e regiões
• diferenciais de salário por gênero e raça.
• Mercado de trabalho no Brasil: é mais gerador ou 
revelador de desigualdade?
Mercado de Trabalho
• Educação é a variável que mais explica a desigualdade 
salarial.
• Desigualdade declinaria de 30% a 50% caso os 
diferenciais de educação não dessem origem a 
diferenciais de salário.
• Conclusão: mercado de trabalho no Brasil tende a ser 
mais revelador de desigualdade que propriamente 
gerador de desigualdade.
– Embora segmentação e discriminação tenham papel, elas 
não são tão importantes quanto a parcela da desigualdade 
salarial associada à educação.
Mercado de Trabalho.
• Assim, a maior parte da desigualdade no Brasil 
não é gerada pelo mercado de trabalho, mas 
pelo sistema educacional.
Desigualdade de Oportunidades 
Educacionais e de Sobrevivência.
• As disparidades regionais são uma fonte 
importante de desigualdade em oportunidades 
educacionais (mais relevantes que o papel da 
educação dos pais).
• As desigualdades regionais também são uma 
importante forma de desigualdade de 
oportunidade de sobrevivência (mais relevante 
que o papel da educação materna).
Conclusão
• A maioria da desigualdade de renda no Brasil é gerada 
por um sistema educacional marcado por 
desigualdades de oportunidades, em grande medida 
devido às grandes disparidades regionais.
• O resultado é um elevado grau de desigualdade 
educacional
• O mercado de trabalho gera apenas pequena parcela 
da desigualdade, sendo mais responsável por 
amplificar ligeiramente a desigualdade em educação.
• Resultado final: grande desigualdade de renda no país, 
uma das maiores do mundo.
A economia brasileira nas últimas décadas: 
avanços e problemas 
Divisão do texto
1. Introdução
2. Antes de 1980 : crescimento liderado pela Indústria
1. Estímulos governamentais
2. Investimento Externo
3. Taxas de Investimento
4. Poupança Pública e poupança externa
5. Investimento do Governo
6. Aspectos negativos e positivos
3. Crise dos anos 1980
Divisão do texto
4. Inflação e política anti-inflacionária
1. A tradição inflácionária
2. Teorias da Inflação e política anti-inflácionária
3. O Plano Cruzado
4. Outros planos
5. Fim da alta inflação: o Plano Real
6. Metas de Inflação
5. 1990-2010: Mudança no setor externo
1. Mudança para câmbio flutuante em 1999
2. Transações correntes
3. Conta Financeira
Divisão do texto
6. O Estado na Economia
1. Um novo papel para o Estado
2. Problemas das Finanças Públicas
3. Receitas
4. Despesas
5. Reformas
7. Perspectivas
1.Introdução
• Evolução do PIB brasileiro
– contraste entre o vigoroso crescimento do 
período 1948-1980 e o ritmo muito inferior da 
expansão do produto desde a década de 80.
PERÍODO PIB PIB per capita (*)
1948ᾳ2010 5,2 2,8
1948ᾳ1980 7,5 4,6
 1948-1962 
 1963ᾳ1967
7,6
3,5
 1968-1980 9,0
 1981ᾳ2010 2,6 0,8
 1981ᾳ1990 1,6
 1991ᾳ2010 3,0
Taxas m…dias de crescimento real do produto interno 
bruto, por perŒodos selecionados, 1948ᾳ2010
• Antes de 1980: poucas economias tiveram 
expansão comparável a do Brasil ao longo do 
século XX.
– 1968 a 1973: crescimento vigoroso do PIB (11,2 % 
ao ano, em média)→“milagre brasileiro”
• Não há consenso na literatura sobre causas do 
arrefecimento no crescimento do PIB 
brasileiro a partir de 1980.
2. Antes de 1980: crescimento liderado pela indústria
• dinamismo da indústria:
– Expansão da produção industrial sempre superior à do 
produto global.
– Indústria também se diversificou de forma significativa. 
• Produção manufatureira passou a incluir bens de 
consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos, 
etc), produtos intermediários e bens de capital. 
• Essa produção voltada para mercado interno 
(exportação de produtos industriais pouco expressiva 
até os anos 70)
• A queda no crescimento de 1980 a 2010 foi também puxada 
pela indústria (1,4% aa)
2.1. Estímulos governamentais
• O desenvolvimento da indústria nacional foi 
favorecido de várias formas por ações doGoverno. 
• Formas: barreira às importações (tarifas alfandegárias)
– Proteção dos fabricantes nacionais da concorrência de 
produtos estrangeiros. 
– Até as primeiras décadas do século XX: constituíam a 
principal fonte de receita governamental → efeito 
protecionista era um subproduto do interesse do Governo 
em se financiar
– Objetivo deliberado de proteger a produção nacional foi-
se impondo, inclusive pela pressão do setor industrial 
emergente. 
• Uma doutrina protecionista (pensamento da 
CEPAL) 
– países deveriam buscar diversificação de sua 
estrutura produtiva (desenvolvimento da indústria 
voltada para o mercado interno, em substituição às 
importações).
– Uma política de estímulo à industrialização poderia 
fazer com que os países latino-americanos se 
tornassem competitivos nesse setor;
– A proteção à indústria poderia ser vista, assim, como 
medida temporária;
• No Brasil, ideias cepalinas influenciaram... 
– Plano de Metas (governo Kubitschek, entre 1955 e 1960)
– II PND (1973–1979) 
• O estímulo à indústria não se restringiu à proteção tarifária: 
isenções de impostos, taxa cambial favorecida para 
importação de equipamentos, empréstimos de longo prazo, 
etc.
• Investimento direto do governo, por meio de estatais, em 
setores relevantes para o desenvolvimento industrial 
(produção de aço, extração e refino de petróleo, e produção e 
distribuição de energia elétrica).
 
2.2. Investimento externo
• Participação do capital externo como consequência 
das restrições à importação;
• diversas empresas internacionais estabeleceram ou 
ampliaram instalações produtivas no Brasil nesse 
período (ex: montadoras de veículos);
• Condições vigentes no mercado financeiro 
internacional favoreceram a tomada de empréstimos 
externos (final da década de 1970 a final da década de 
1980)→ ↑ participação do capital estrangeiro no 
financiamento do investimento interno.
2.3. Taxas de investimento
• aumento da taxa no período de maior 
crescimento do PIB, a década de 1970. 
PERÍODO
INVESTIMENTO / PIB (%) 
EM PREÇOS 
CORRENTES 
(A)
EM PREÇOS DE 
1980
 (B)
EM PREÇOS DE 
2006 
(C)
1947-1959 14,8
1960-1969 16,1
1970-1979 21,4 23,1
1980-1989 22,2 18,6
1990-1999 22,2 15,1 15,9 (*)
2000-2009 16,7 15,1
N€meros da coluna A da Tabela s√o enganosos (houve aumento dos pre«os relativos dos 
Bens de investimento)
• Por que aumentou o custo do investimento? Não há 
uma resposta clara. 
• convergência de vários fatores:
– aumento da complexidade técnica de processos 
produtivos, 
fazendo subir a relação capital/produto; 
– existência de oligopólios em alguns setores importantes 
da construção civil, como o de cimento, que teriam assim 
facilidades para aumentar seus preços. 
2.4. Poupança pública e poupança externa
• cerca de um terço da poupança total proveio de recursos 
do governo ou do financiamento do exterior na década de 
70
A partir da década de 80: Efeito ᾿ crowding out῀ dos gastos do 
governo
PERÍODO
POUPANÇA DO 
GOVERNO / 
POUPANÇA 
TOTAL (%) (A)
POUPANÇA 
EXTERNA /
POUPANÇA 
TOTAL (%) (B)
(A) + (B) 
(C)
1947ᾳ1959 13,2 4,7 17,9
1960ᾳ1969 6,0 3,4 9,3
1970ᾳ1979 17,7 15,0 32,7
1980ᾳ1989 – 6,4 9,4 3,0
1990-1999 – 4,0 10,5 6,5
2.5. Os investimentos do Governo
• É provável que a redução no crescimento do produto nas 
últimas décadas se deva a redução dos investimentos 
governamentais, tão presentes de 1960 até o início de 
1980.
PERÍODO
FORMAÇÃO BRUTA DE 
CAPITAL DA ADM. 
PÚBLICA / PIB (%)
1947ᾳ1959 3,40
1960ᾳ1969 4,22
1970ᾳ1979 3,71
1980ᾳ1989 2,68
1990-1999 2,67
2000-2006 1,85
• Queda no investimento público parece ter 
sido parcialmente determinada pela 
necessidade de se reduzir gastos (crise nas 
finanças do governo, em 1980) 
– na dificuldade de se reduzir gastos correntes 
acaba-se optando por cortar investimentos.
2.6. Aspectos positivos e negativos 
 Positivos: 
• ᾿ Modelo῀ de crescimento até 1980, com 
participação importante do Governo, foi 
claramente bem-sucedido: 
– altas taxas de crescimento do PIB
– Desenvolvimento de parque industrial dinâmico e 
diversificado.
• poucas economias tiveram ritmo de expansão 
equivalente. 
Negativos: 
• Nenhuma melhora nos indicadores de 
distribuição da renda no período;
• Expressivo crescimento da renda per capita 
beneficiou relativamente pouco a maior parte da 
população.
• baixo nível de competitividade: perdas de 
eficiência;
• baixo estímulo à introdução de inovações (baixa 
concorrência)
3. A crise dos anos oitenta
• Anos 1970: ↑ do endividamento externo
– facilidade de obtenção de financiamento externo 
(petrodólares)
– Endividamento para financiar II PND(1974–79). 
• Problemas...
– ↑ ↑ taxa de juros nos EUA (e no mercado financeiro 
internacional) a partir de 1978→ ↑custo da dívida brasileira; 
– moratória da dívida externa do México (1982): → ↓↓oferta 
de crédito (impede renovação de empréstimos)
– Para piorar: receita de impostos do governo vinha se 
reduzindo pelo efeito da inflação.
• 1980: ↑↑gastos correntes
– demandas sociais represadas nos anos do regime militar se 
manifestaram com grande força após a redemocratização, em 
1985.
– Dificuldades fiscais:↓ capacidade do Governo de estimular e 
subsidiar setores produtivos e aportar recursos às estatais. 
– Ganha força a idéia de um processo de privatização dessas 
empresas.
• um modelo de crescimento econômico voltado para dentro se 
tornava inviável com o ↑integração da economia mundial
• Choque entre barreiras a importações e crescente demanda 
por produtos tecnologicamente sofisticados
• ↑serviço da dívida externa→ necessidade de ↑ 
saldos da BC.
– ↑ abertura da economia brasileira ao comércio 
exterior. 
• ↓ barreiras protecionistas (pressão 
internacional)
– rompimento com longa tradição de protecionismo à 
indústria instalada no País: ínicio do governo Collor, 
1990.
• ↓ participação do Estado na economia como 
produtor (início do processo de privatização).
4. Inflação e política anti-inflacionária
Período
ÍNDICES DE PREÇOS 
Deflator 
implícito do pib
Ipca Igp-di
1939-1948 12,0 11,0
1949-1958 14,6 16,4
1959-1964 52,4 56,9
1965-1972 28,2 24,7
1973-1980 46,2 49,1
1981-19871981-1987 162,7162,7 180,7180,7 192,3192,3
1988-1994 1.470,2 1.365,6 1.391,0
1995-1996 47,5 16,0 12,1
1997-2008 8,0 6,5 9,8
2009-2010 6,5 5,1 4,9
4.1. A tradição inflacionária
• Brasil tem longa experiência inflacionária.
– Primeiras décadas do séc XX: 5% ao ano. 
– Na década de 1940: % de aumento anual de preços 
atinge dois algarismos.
– Tendência geral de crescimento constante dos índices 
inflacionários, até os valores superiores a 2.000% por 
ano, (início dos anos 1990).
• interrupção na aceleração inflacionária: de 1964 - 
início dos anos 1970 (tendência de queda da 
inflação)
4.2. Teorias de inflação e política anti-inflacionária
1) Monetarismo e estruturalismo
• Monetarismo na prática: Roberto Campos
– Redução gradualista
• Uma reforma tributária 
• introdução de correção monetária nos títulos públicos,
• grande compressão de salários: ↓demanda
• Política obteve sucesso: inflação cai de 89,5% (1964) para 16,3% 
(1970)
• Houve ↓do crescimento econômico, mas pequena e curta 
(expansão foi retomada em 1966, e especialmente em 1968ᾶ1973)
• Resultado reforçou a idéia de que as causas da inflação, e as 
políticas para combatê-la, eram basicamente as apontadas pelos 
monetaristas. 
2) A inércia inflacionária
• preços voltaram a subir no início da década de 
1970
• Choque do Petróleo: gera ↑ custos
• Mas será que era só um problema de custos?• Forte inflação simultânea a forte contração no 
PIB : estagflação
– A inflação resistia a queda dramática na renda e na 
demanda →contradiz explicação monetarista. 
• a inflação teria um componente estrutural, 
mas de natureza inteiramente diferente da 
defendida pelos antigos estruturalistas.
• Haveria uma inércia inflacionária, fazendo 
com que o nível de inflação observado num 
período tendesse a repetir-se nos períodos 
seguintes, mesmo na ausência de outros 
fatores de elevação de preços.
• Um elemento dessa repetição era a correção monetária.
– Indexação generalizada: aluguéis, prestações, salários, tudo 
passou a ser corrigido periodicamente pela inflação. 
– Indexação formal e informal da economia.
– Nessas circunstâncias, a inflação passada tende a influenciar a 
inflação futura.
• ᾿ cultura inflacionária῀ : como preços são sempre reajustados 
periodicamente, todos agiam procurando também reajustar 
periodicamente seus próprios preços e salários, no intuito de 
evitar perdas reais.
• a escalada de patamares: dados confirmam validade da 
teoria.
4.3. O Plano Cruzado (Fev/1986)
• hipótese: problema central da inflação era o 
componente inercial.
• Solução: ᾿ choque heterodoxo῀ . 
– Objetivos:
• fim da indexação formal;
• Criação de nova unidade monetária, o cruzado, substituindo o 
cruzeiro
• conversão dos salários em cruzados pela média real dos 
últimos seis meses (p/ tornar desnecessária a indexação 
salarial)
• congelamento dos preços (p/ romper prática de reajustes 
periódicos)
• Resultados: efetivos, mas efêmeros (supera 
marca inédita de 20% ao mês no 1º semestre 
de 1987)
• Culpa pelo fracasso: plano provocou choque 
de demanda... Aumento geral dos salários, 
elevação do salário mínimo...
• A redução súbita da inflação provocou 
redistribuição de renda em favor das camadas 
de renda mais baixas da economia
4.4. Outros planos
• Bresser (1987)
• Verão (1989)
• Collor (1990)
• Collor-II (1991)
• Foram uma mistura variada de ações de 
contenção de demanda com tentativas de 
desindexação da economia.
• Efeitos dos planos foram cada vez menos 
duradouros
4.5. Fim da alta inflação: o Plano Real
• inflação não era apenas inercial.
• Ajuste fiscal →principal condição para fim da inflação
• O que se havia aprendido com o fracasso dos outros 
planos?
– política anti-inflacionária, para ser bem-sucedida, deveria 
atacar em várias frentes.
• ações voltadas à eliminação da inércia inflacionária 
• medidas tradicionais de controle monetário 
• disciplina fiscal (p/ controlar demanda agregada)
– situação confortável do BP brasileiro contribuiu para 
sucesso
• Elementos principais do Plano Real:
a) eliminação da indexação formal;
b) criação de uma unidade de conta, a URV (pré-moeda)
c) conversão dos salários em URVs pela média real dos 4 
meses anteriores
d) novos contratos estabelecidos em URVs (vigentes 
poderiam ser convertidos nessa por negociação entre 
partes envolvidas)
• Objetivo de (b) e (d): promover a passagem de 
uma moeda ᾿ velha῀ , que se deteriorava 
diariamente, para uma moeda ᾿ nova῀ , imune a 
essa deterioração → eliminar a ᾿ cultura 
inflacionária῀
– indução para passagem e espaço para negociação.
• Superioridade do uso da URV como 
mecanismo de coordenação: possibilidade de 
minimizar as perdas com a conversão, via 
negociação, e portanto maximizar a 
probabilidade de sua aceitação, e do sucesso 
do plano.
• Sucesso do Plano (gráfico).
4.6. Política monetárias nas últimas décadas: Metas 
de inflação
• Início: 1999
• Conselho Monetário Nacional fixa metas para 
inflação com antecipação
• Fixação da SELIC pelo COPOM para atingir 
meta
• Altos juros no Brasil
5. Décadas de 1990 e 2000: mudanças no setor 
externo
• Início anos 1980: incentivo às exportações 
para gerar divisas para pagamento da dívida 
externa
– Maxidesvalorização de 1983
• Início anos 1990: Plano Brady ᾶ 
reestruturação da dívida externa
• ↑influxo capitais estrangeiros nessa década
– Favorece âncora cambial do plano Real
• 1995-1999: ↑ importações e IED
5.1. Taxa de câmbio: Flutuação em 1999
• Pós 1994: sucessão de crises financeiras 
internacionais
– Crise no BP gerada por saída maciça de capitais do 
país
– Brasil aumenta taxa de juros para atrair capitais
– ↓reservas internacionais até que regime de 
câmbio fixo se torna insustentável → câmbio se 
torna flutuante
Principais contas do balan«o de pagamentos por perŒodos 
selecionados
1970ᾳ2010
CONTA
PERÍODOS (Médias anuais)
1970-
1979
1980-
1989
1990-
94
1995-
99
2000-
04
2005-
09
2010
TRANSAÇÕES CORRENTES
 Exportações (X) 8,3 25,5 36,2 49,3 68,7 153,5 201,9
 Importações (M) -9,7 -16,9 -24,1 -54,0 -53,9 -117,3 -181,7
 Balança Comercial (X-M) -1,5 8,6 12,1 -4,7 14,7 36,3 20,2
 Serviços e Rendas -3,5 -13,6 -14,1 -23,7 -24,9 -44,8 -70,4
 Transferências 0,0 0,1 1,7 2,2 2,3 3,9 2,8
Saldo de Transações Correntes -5,0 -4,9 -0,3 -26,2 -7,8 -4,7 -47,4
CCP (Saldo) 5,8 5,2 6,8 27,2 10,4 39,3 99,7
Erros e Omissões 0,0 -0,4 -0,3 -1,4 -0,1 -0,3 -3,2
SALDO DO BP 0,8 -0,2 6,1 -0,4 2,4 34,4 49,1
Investimento estrangeiro direto, por perŒodos 
selecionados
1970ᾳ2010 (US$b)
ITEM
PER≠ODOS (M…dias anuais)
1970-
79
1980-
89
1990-
94
1995-
99
2000-
04
2005-
09
2010
IED 1,2 1,5 0,9 17,1 17,5 18,3 36,9
Outros fluxos 
financeiros
4,6 3,7 5,9 10,1 -7,1 21,0 62,8
CCF 5,8 5,2 6,8 27,2 10,4 39,3 99,7
5.2. A conta de transações correntes
• BC: expansão nas exportações em 2000 
(produtos básicos da pauta de exportações) 
por conta do aumento da demanda chinesa
• Mudança no padrão das exportações?
• BSR: ↑remessas de Lucros e Dividendos
5.3. A conta financeira
• Investimentos em carteira cresceram bem 
mais que os investimentos diretos: juros altos 
e tendência de valorização no mercado de 
ações. 
• Governo introduz medidas p/ tentar reduzir 
esse fluxo (e diminuir a pressão no sentido da 
valorização do real)
6. O estado na economia: mudanças e problemas
• Crise fiscal (1980): grande participação do 
governo na economia tem seus custos
• Anos 1990: tendência a redução do papel do 
Estado: Privatizações
• O Estado como regulador: pós privatizações
• Agências reguladoras
6.2. Problemas das finanças públicas 
• Resultado nominal: diferença entre as receitas e 
despesas do setor público, abrangendo as esferas 
federal, estadual e municipal, inclusive empresas 
estatais.
• Resultado primário: exclui os pagamentos de 
juros da dívida pública; 
– superávit primário: é a economia que o Governo faz 
para cobrir os compromissos de seu endividamento.
• Governo tem obtido, nos últimos anos, 
superávits primários da ordem de 3,3 % do PIB, 
em média
Déficit nominal e primário do setor público 
como proporção do pib, 2003-2009
ANO DÉFICIT NOMINAL DÉFICIT PRIMÁRIO
2002 4,20 -3,34
2003 5,24 -3,29
2004 2,85 -3,78
2005 3,58 -3,78
2006 3,61 -3,23
2007 2,76 -3,36
2008 1,99 -3,48
2009 3,34 -2,03
• O déficit nominal: é coberto pelo lançamento de títulos 
públicos; 
– déficits persistentes levam a um aumento do endividamento. 
 6.3. O lado das receitas 
• Aumento do endividamento apesar do 
aumento nas receitas
• Alta carga tributária brasileira
• Críticas quanto à estrutura tributária
 6.4. O lado das despesas
• gastos sociais: absorvem 70% das receitas da 
União
• Maiores gastos: previdência social →déficit 
dobrou em 10 anos: de 2% em 1996 para 4% 
do PIB em 2006.
 
 6.5. Reformas nas finanças públicas
• Reforma tributária
– Resistência política: ninguém quer arriscar perder 
arrecadação• Diminuição dos gastos públicos
– Aumento da eficiência da despesa pública
• Reforma do sistema previdenciário
7. Perspectivas
• Avanços:
– controle da inflação
– expansão das exportações 
– atração de capitais externos
– Redução da pobreza e desigualdade
• Obstáculos:
– Baixo nível de investimento e poupança
– carga tributária em desproporção com os serviços prestados pelo 
Governo; 
– um sistema educacional deficiente; 
– grandes desigualdades ainda presentes. 
– Questão das relações de trabalho 
• Mudanças necessárias para novo período de crescimento, com 
maior justiça social. 
Desenvolvimento Econômico e 
Desigualdade Social
Desigualdade distributiva no Brasil
• Distribuição da renda pessoal: repartição da 
renda total entre os indivíduos
• Distribuição funcional da renda: repartição da 
renda entre os fatores de Produção
• Brasil: uma das piores distribuições de renda 
do mundo
Causas da Concentração de Renda
• Processo de Colonização (distribuição desigual de 
terras)
• Condições do mercado de trabalho:
• Brasil: mercado mais revela do que gera desigualdade 
de renda
• Educação é variável que mais contribui para 
desigualdade.
• Caminho para redução da desigualdade: 
democratização do acesso à educação de boa 
qualidade.
Pobreza e Políticas Públicas
• Papel do acesso a educação
• Programas de transferência de renda
• Pós 2003: postura mais agressiva→ Bolsa família
Ano Quantidade de família 
(milhões)
Gastos (bilhões de 
reais correntes)
2003 3,60 4,30
2004 6,57 3,79
2005 8,70 5,69
2006 10,97 7,52
2007 11,04 8,97
2008 10,56 10,61
2009 12,37 14,37
Críticas ao PBF
• Não era para ser uma transferência 
temporária?
• Questão da capacitação
• Incentivo ao não-trabalho
• Fiscalização quanto a quem recebe (elegíveis)
Metas de Desenvolvimento do 
Milênio
	23
	Geração e Reprodução da Desigualdade de Renda no Brasil 
	Introdução
	A corrida
	Etapas da Corrida 
	Etapa de preparação
	Etapa de preparação
	Etapa de Competição
	Tipos de desigualdade 
	
	Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1960
	Mercado de Trabalho
	Mercado de trabalho
	Mercado de Trabalho 
	Mercado de Trabalho. 
	Desigualdade de Oportunidades Educacionais e de Sobrevivência.
	Conclusão
	A economia brasileira nas últimas décadas: avanços e problemas 
	Divisão do texto 
	Divisão do texto
	Divisão do texto
	1.Introdução
	Taxas médias de crescimento real do produto interno bruto, por períodos selecionados, 1948‑2010
	
	2. Antes de 1980: crescimento liderado pela indústria
	2.1. Estímulos governamentais
	
	
	  2.2. Investimento externo
	2.3. Taxas de investimento
	
	2.4. Poupança pública e poupança externa
	2.5. Os investimentos do Governo
	
	2.6. Aspectos positivos e negativos 
	
	3. A crise dos anos oitenta
	
	
	4. Inflação e política anti-inflacionária
	4.1. A tradição inflacionária
	4.2. Teorias de inflação e política anti-inflacionária
	
	
	
	4.3. O Plano Cruzado (Fev/1986)
	
	4.4. Outros planos
	
	4.5. Fim da alta inflação: o Plano Real
	
	
	
	4.6. Política monetárias nas últimas décadas: Metas de inflação
	5. Décadas de 1990 e 2000: mudanças no setor externo
	5.1. Taxa de câmbio: Flutuação em 1999
	Principais contas do balanço de pagamentos por períodos selecionados 1970‑2010
	Investimento estrangeiro direto, por períodos selecionados 1970‑2010 (US$b)
	5.2. A conta de transações correntes
	5.3. A conta financeira
	6. O estado na economia: mudanças e problemas
	6.2. Problemas das finanças públicas 
	Déficit nominal e primário do setor público como proporção do pib, 2003-2009
	
	 6.3. O lado das receitas 
	 6.4. O lado das despesas
	  6.5. Reformas nas finanças públicas
	7. Perspectivas
	Desenvolvimento Econômico e Desigualdade Social 
	Desigualdade distributiva no Brasil 
	Causas da Concentração de Renda
	Pobreza e Políticas Públicas
	
	Críticas ao PBF
	Metas de Desenvolvimento do Milênio

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