Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PORTUGUÊS CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA ............................................................................................................ 3 CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA ....................................................................................................... 10 CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA ................................................................................... 14 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ................................................. 19 CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA ........................................................................................................ 38 CAPÍTULO 6 –FLEXÃO NOMINAL ................................................................................................ 82 CAPÍTULO 7 – VOZES VERBAIS .................................................................................................. 95 CAPÍTULO 8 –FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO ........................................................................... 98 CAPÍTULO 9 –TERMOS DA ORAÇÃO E DO PERÍODO ........................................................ 101 CAPÍTULO 10–PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO ..... 110 CAPÍTULO 11–REGÊNCIA VERBAL .......................................................................................... 122 CAPÍTULO 12–REGÊNCIA NOMINAL........................................................................................ 128 CAPÍTULO 13–COLOCAÇÃO PRONOMINAL .......................................................................... 130 CAPÍTULO 14–CONCORDÂNCIA NOMINAL............................................................................ 135 CAPÍTULO 15–CONCORDÂNCIA VERBAL .............................................................................. 137 CAPÍTULO 16–CRASE .................................................................................................................. 143 CAPÍTULO 17–PONTUAÇÃO ...................................................................................................... 147 CAPÍTULO 18–USO DOS PORQUÊS ........................................................................................ 151 CAPÍTULO 19 - SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS ..................................................................... 152 3 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA DEFINIÇÃO Fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao es- tudar a maneira como os fones (sons) se or- ganizam dentro de uma língua, classifica-os em unidades capazes de distinguir significa- dos, chamadas fonemas. FONEMA A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono ( "som, voz") e log, lo- gia ( "estudo", "conhecimento") . Significa lite- ralmente " estudo dos sons" ou "estudo dos sons da voz". O homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar esses sons no ato da fala. Essas par- ticularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Ob- serve, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de pala- vras: amor - ator morro - corro vento - cento Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que você, como falante de português, guarda de cada um de- les. É essa imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparecem represen- tados entre barras. Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc. Fonema e Letra 1) O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados le- tras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se zê). 2) Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfa- beto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: Exemplos: zebra casamento exílio 3) Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo, pode representar: - o fonema sê: texto - o fonema zê: exibir - o fonema chê: enxame - o grupo de sons ks: táxi 4) O número de letras nem sempre coin- cide com o número de fonemas. Exemplos: Tó- xico fone- mas: /t/ó/k/s/i/c/o/ le- tras: t ó x i c o 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 galho fone- mas: /g/a/lh/o/ le- tras: g al h o 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5) As letras m e n, em determinadas pa- lavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra conta Nessas palavras,menindicam anasali- zaçãodas vogais que as antecedem. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas le- tras a e n. 4 6) A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. Exemplos: hoje fone- mas: ho / j / e / letras: h o j e 1 2 3 1 2 3 4 Classificação dos Fonemas Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: 1) Vogais As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Assim, isso significa que em toda sílaba há ne- cessariamente uma única vogal. Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser: a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca. Por Exemplo: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Por Exemplo: /ã/: fã, canto, tampa / /: dente, tempero / /: lindo, mim /õ/ bonde, tombo / / nunca, algum c) Átonas: pronunciadas comme- norintensidade. Por Exemplo: até, bola d)Tônicas: pronunciadas com- maiorintensidade. Por Exemplo: até, bola Quanto ao timbre, as vogais podem ser: Abertas Exemplos: pé, lata, pó Fechadas Exemplos: mês, luta, amor Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras. Exemplos: dedo, ave, gente Quanto à zona de articulação: Anteriores ou Palatais - A lín- gua eleva-se em direção ao palato duro (céu da boca). Exemplos: é, ê, i Posteriores ou Velares - A lín- gua eleva-se em direção ao palato mole (véu palatino). Exemplos: ó, ô, u Médias - A língua fica baixa, quase em repouso. Por Exemplo: a 2) Semivogais Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas últimas não desempe- nham o papel de núcleo silábico. Observe a palavra papai. Ela é for- mada de duas sílabas: pa-pai. Na última sí- laba, o fonema vocálico que se destaca é o a. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, história, série. 5 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA Veja: pães / pãis mão / mãu/ cem /c i/ 3) Consoantes Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encon- tra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verda- deiros "ruídos", incapazes de atuar como nú- cleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre con- soam ("soam com") as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/,/m/, etc. Encontros Vocálicos Os encontros vocálicos são agrupamen- tos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sí- labas. Existem três tipos de encontros: o di- tongo, otritongo e o hiato. 1) Ditongo É o encontro de uma vogal e uma semi- vogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser: a) Crescente: quando a semivo- gal vem antes da vogal.Por Exemplo: sé-rie (i = semivogal, e = vogal) b) Decrescente: quando a vo- gal vem antes da semivogal.Por Exemplo: pai (a = vogal, i = semivo- gal) c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca.Exemplos: pai, série d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.Por Exem- plo: mãe 2) Tritongo É a sequência formada por uma semivo- gal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal. Exemplos: Paraguai - Tritongo oralquão- Tritongo nasal 3) Hiato É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas dife- rentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Por Exemplo: saída (sa-í-da) poesia (po-e-si-a) Encontros Consonantais O agrupamento de duas ou mais conso- antes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.Existem basi- camente dois tipos: - os que resultam do contato con- soante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle- ta, cri-se... Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem apare- cer representados na escrita por" e", "o" ou "m". Saiba que: - Na terminação -em em palavras como ninguém, também, porém e na terminação -am em palavras como amaram, falaram ocorrem ditongos na- sais decrescentes. - É tradicional considerar hiato o en- contro entre uma semivogal e uma vo- gal ou entre uma vogal e uma semivo- gal que pertencem a sílabas diferen- tes, como em ge-lei-a, io-iô. 6 - os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a síla- bas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta... Há ainda grupos consonantais que sur- gem no início dos vocábulos; são, por isso, in- separáveis:pneu,gno-mo,psi-có-lo-go... Dígrafos De maneira geral, cada fonema é repre- sentado, na escrita, por apenas uma letra. Por Exemplo: lixo - Possui quatro fonemas equatrole- tras. Há, no entanto, fonemas que são repre- sentados, na escrita, por duas letras. Por Exemplo: bicho - Possui quatro fonemas e cinco- letras. Na palavra acima, para representar o fo- nema | xe| foram utilizadas duas letras: o c e o h. Assim, o dígrafo ocorre quando duas le- tras são usadas para representar um único fo- nema (di = dois + grafo = letra). Em nossa lín- gua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos. Dígrafos Consonantais Letras Fonemas Exemplos lh lhe telhado nh nhe marinheiro ch xe chave rr Re (no interior da palavra) carro ss se (no interior da palavra) passo qu que (seguido de e e i) queijo, qui- abo gu gue (seguido de e e i) guerra, guia sc se crescer sç se desço xc se exceção Dígrafos Vocálicos: registram-se na representaçãodas vogais nasais. Fone- mas Letras Exem- plos ã am tampa an canto em templo en lenda im limpo in lindo õ om tombo on tonto um chumbo un cor- cunda 7 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA Sílaba: Observe: A - MOR A palavra amor está dividida em gru- pos de fonemas pronunciados separada- mente: a - mor. A cada um desses grupos pro- nunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra, deve- mos perceber quantas vogais tem essa pala- vra. Atenção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semi- vogais. Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas 1) Monossílabas: possuem ape- nas uma sílaba.Exemplos: mãe, flor, lá, meu 2) Dissílabas: possuem duas sí- labas. Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por 3) Trissílabas: possuem três sí- labas. Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers- pi-caz, O-da-ir 4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas.Exemplos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor- ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta Divisão Silábica Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas: a) Não se separam osditon- gos etritongos. Exemplos: foi-ce, a- ve-ri-guou b) Não se separam os dígra- fos ch, lh, nh, gu, qu. Exemplos: cha- ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei- xa c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sí- laba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres- co d) Separam-se as vogais dos hia- tos. Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú- de e) Separam-se as letras dos dí- grafos rr, ss, sc, sçxc. Exem- plos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te f) Separam-se os encontros con- sonantais das sílabas internas, excetu- ando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car Acento Tônico Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade sonora do que as de- mais. calor - a sílaba lor é a de maior intensi- dade. faceiro - a sílaba cei é a de maior inten- sidade. sólido - a sílaba só é a de maior intensi- dade. Observação: "Gu" e "qu" são dígrafos so- mente quando, seguidos de "e" ou "i", representam os fone- mas /g/ e /k/:guitarra, aquilo. Nes- ses casos, a letra "u" não corres- ponde a nenhum fonema. Em algu- mas palavras, no entanto, o "u" re- presenta um fonema semivogal ou vogal (aguentar, linguiça, aquí- fero...) Nesse caso, "gu" e"qu" não são dígrafos. Também não há dí- grafos quando são seguidos de "a" ou "o" (quase, averiguo). 8 Classificação da Sílaba quanto à In- tensidade Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade. Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensidade. Subtônica: é a sílaba de intensi- dade intermediária. Ocorre, principal- mente, nas palavras derivadas, corres- pondendo à tônica da palavra primi- tiva. Veja o exemplo abaixo: Palavra primi- tiva: be - bê átona tônica Palavra deri- vada: be - be - zi - nho átona subtô- nica tônica átona Classificação das Palavras quanto à Posição da Sílaba Tônica De acordo com a posição da sílaba tô- nica, os vocábulos da língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas são classifica- dos em: Oxítonos: são aqueles cuja sí- laba tônica é a última.Exemplos: avó, urubu, parabéns Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.Exem- plos:dócil, suavemente, banana Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a antepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo Saiba que: São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister, Nobel, no- vel, ruim, sutil, transistor, ureter. São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago, boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, cir- cuito, decano, filantropo, fluido, for- tuito, gratuito, Hungria, ibero, impu- dico, inaudito, intuito, maquinaria, me- teorito, misantropo, necropsia (al- guns dicionários admitem tam- bém necrópsia), Normandia, pegada, policromo, pudico, quiromancia, ru- brica, subido(a). São palavras proparoxítonas, entre outras:aerólito, bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano,trânsfuga. As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla tonicidade: acrobata / acrobata, hieróglifo / hiero- glifo, Oceânia / Oceania, ortoépia/orto- epia, projétil / projetil, réptil / reptil, zângão / zangão Monossílabos Leia em voz alta a frase abaixo: O sol já se pôs. Essa frase é formada apenas por mo- nossílabos. É possível verificar que os monossílabos sol, já e pôs são pronunci- ados com maior intensidade que os ou- tros. São tônicos. Possuem acento pró- prio e, por isso, não precisam apoiar-se nas palavras que os antecedem ou que os seguem. Já os monossíla- bos o e se são átonos, pois são pronunci- ados fracamente. Por não terem acento próprio, apoiam-se nas palavras que os antecedem ou que os seguem. Critérios de Distinção Muitas vezes, fazer a distinção entre um monossílabo átono e um tônico pode Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas palavras, em meio a sílabas de menor intensidade, é um dos elementos que dão melodia à frase. 9 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA ser complicado. Por isso, observe os cri- térios a seguir. 1- Modificação da pronúncia da vogal final. Nos monossílabos átonos a vogal fi- nal se modifica ou pode modificar-se na pronúncia. Com os tônicos, não ocorre tal possibilidade. Exemplos: Vou de carro para o meu trabalho. (de = monossílabo átono - é possível a pronún- cia di ônibus.) Dê um auxílio às pessoas que necessi- tam. (dê = monossílabo tônico - é impos- sível a pronúncia di um auxílio.) 2- Significado isolado do monossí- labo O monossílabo átono não tem sen- tido quando isolado na frase. Veja: Meus amigos já compraram os convi- tes, mas eu não. O monossílabo tônico, mesmo iso- lado, possui significado. Observe: Existem pessoas muito más. Nessa frase, o monossílabo possui sentido: más = ruins. São monossílabos átonos: artigos: o, a, os, as, um, uns pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, os, as, lhe, nos, vos preposições: a, com, de, em, por, sem, sob pronome relativo: que conjunções: e, ou, que, se São monossílabos tônicos: todos aqueles que possuem autonomia na frase. Exemplos: mim, há, seu, lar, etc. Obs.: pode ocorrer que, de acordo com a autonomia fonética, um mesmo monossí- labo seja átono numa frase, porém tônico em outra. Exemplos: Que foi? (átono) Você fez isso por quê? (tônico) 10 CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA A ortografia é a parte da língua respon- sável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua. As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados diferen- tes. Essas palavras são chamadas de homô- nimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal). As pa- lavras homônimas dividem-se em homógra- fas, quando tem a mesma grafia (gosto, subs- tantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento du- rante o andar). Quanto à grafia correta em língua portu- guesa, devem-se observar as seguintes re- gras: O fonema s: Escreve-se com S e não com C/Ç: as palavras substantivadas deri- vadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent. Exemplos: pretender - pretensão / ex- pandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsó- rio / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / con- sentir - consensual Escreve-se com SS e não com C e Ç: os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou meter Exemplos: agredir - agressivo / impri- mir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - per- cussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra inici- ada por s Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - ressurgir no pretérito imperfeito simples do subjuntivo Exemplos: ficasse, falasse Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS: os vocábulos de origem árabe: Exemplos: cetim, açucena, açúcar os vocábulos de origem tupi, afri- cana ou exótica Exemplos: cipó, Juçara, caçula, ca- chaça, cacique 11 CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu. Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço nomes derivados do verbo ter. Exemplos: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção após ditongos Exemplos: foice, coice, traição palavras derivadas de outras ter- minadas em te, to(r) Exemplos: marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção O fonema z: Escreve-se com S e não com Z: os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos. Exemplos: freguês, freguesa, fregue- sia, poetisa, baronesa, princesa, etc. os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose. Exemplos: catequese, metamorfose. as formas verbais pôr e querer. Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. nomes derivados de verbos com radicais terminados em d. Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir - difusão os diminutivos cujos radicais ter- minam com s Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Ro- sinha / lápis - lapisinho após ditongos Exemplos: coisa, pausa, pouso em verbos derivados de nomes cujo radical termina com s. Exemplos: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar Escreve-se com Z e não com S: os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivo Exemplos: macio - maciez / rico - ri- queza os sufixos izar (desde que o ra- dical da palavra de origem não termine com s) Exemplos: final - finalizar / concreto - concretizar como consoante de ligação se o radical não terminar com s. Exemplos: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho 12 O fonema j: Escreve-se com G e não com J: as palavras de origem grega ou árabe Exemplos: tigela, girafa, gesso. estrangeirismo, cuja letra G é originária. Exemplos: sargento, gim. as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções) Exemplos: imagem, vertigem, penu- gem, bege, foge. Observação Exceção: pajem as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio. Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio. os verbos terminados em ger e gir. Exemplos: eleger, mugir. depois da letra "r" com poucas exceções. Exemplos: emergir, surgir. depois da letra a, desde que não seja radical terminado com j. Exemplos: ágil, agente. Escreve-se com J e não com G: as palavras de origem latinas Exemplos: jeito, majestade, hoje. as palavras de origem árabe, africana ou exótica. Exemplos: alforje, jibóia, manjerona. as palavras terminada com aje. Exemplos: laje, ultraje O fonema ch: Escreve-se com X e não com CH: as palavras de origem tupi, afri- cana ou exótica. Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro. as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J). Exemplos: xampu, lagartixa. depois de ditongo.Exemplos: frouxo, feixe. depois de en. Exemplos: enxurrada, enxoval Observação: Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) Escreve-se com CH e não com X: as palavras de origem estran- geira 13 CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA Exemplos: chave, chumbo, chassi, mo- chila, espadachim, chope, sanduíche, salsi- cha. As letras e e i: os ditongos nasais são escritos com e: mãe, põem. Com i, só o ditongo interno cãibra. os verbos que apresentam infini- tivo em -oar, -uar são escritos com e: caçoe, tumultue. Escrevemos com i, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia e pela grafia i: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dila- tar (expandir) / emergir (vir à tona), imer- gir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo). 14 CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA INFLUÊNCIA DO NOVO ACORDO OR- TOGRÁFICO 1) ALFABETO Com o advento do novo ortográfico, acrescentam-se as consoantes k, w e y no al- fabeto que passa a ter 26 letras: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z. As consoantes k, w e y serão usadas nas seguintes situações: a) Em escrita de símbolos de unidades de medida: Kg (quilograma), Km (quilômetro), W (watt); b) Em escrita de palavras e nomes es- trangeiros: workshop, playground, show, Welliton. 2) TREMA O trema desaparece do u nas formas gue, gui, que, qui. No entanto, a pronúncia permanece inalterada. ANTES DO NOVO ACORDO DEPOIS DO NOVO ACORDO Argüir Arguir Cinqüenta Cinquenta Delinqüente Delinquente Freqüente Frequente Lingüiça Linguiça Qüinqüênio Quinquênio O trema ainda continuará em palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano, Bünd- chen. 3) ACENTO GRÁFICO a) Não serão acentuadas graficamente os ditongos orais abertos ei, e oi tônico quando forem paroxítonas. ANTES DO NOVO ACORDO DEPOIS DO NOVO ACORDO Alcatéia Alcateia Andróide Androide Assem- bléia Assembleia Bóia Boia Coréia Coreia Debilóide Debiloide Européia Europeia Estréia Estreia Geléia Geleia Heróico Heroico Idéia Ideia Jibóia Jibóia Odisséia Odisseia Paranóico Paranoico Platéia Plateia O acento continuará nas oxítonas termi- nadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: anéis, céu, troféu, troféus, herói, heróis. b) Quando os vocábulos forem paroxíto- nos, não receberão acento gráfico o i e o u tônicos após ditongo decrescente. ANTES DO NOVO ACORDO DEPOIS DO NOVO ACORDO Baiúca Baiuca Bocaiúva Bocaiuva Feiúra Feiura Sauípe Sauipe O acento continuará caso a palavra seja oxítona e o i ou o u estejam no final da palavra ou caso a palavra seja proparoxítona. Exemplo: tuiuiú, Piauí, maiúscula. 15 CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA c) Palavras com vogais repetidas per- dem o acento. ANTES DO NOVO ACORDO DEPOIS DO NOVO ACORDO Crêem (verbo crer) Creem Dêem (verbo dar) Deem Lêem (verbo ler) Leem Vêem (verbo ver) Veem Vôo Voo Zôo Zoo d) Perde-se o acento para diferenciar os seguintes pares: para/ para; péla/ pela(s); pelo(s)/ pelo(s); pólo(s)/ polo(s); e pêra/ pera. ANTES DO NOVO ACORDO DEPOIS DO NOVO ACORDO O rapaz pára o trânsito O rapaz para o trân- sito A jovem irá ao pólo Norte A jovem irá ao polo Norte O urso polar tem pêlos brancos O urso polar tem pelos brancos Compramos pêra no início de ano Compramos pera no início de ano OBSERVAÇÃO a) Em pôr/por, permanece o acento dife- rencial. A forma pôr é um verbo, já a forma por é uma preposição. Exemplo: Pretendo pôr um funcioná- rio na empresa inaugurada por mim. b) Nas formas verbais pôde/pode, per- manece o acento diferencial. O sintagma ver- bal pôde é o verbo poder no pretérito perfeito do indicativo, na 3ª pessoa do singular. En- quanto pode é a forma do presente do indica- tivo, na 3ª pessoa do singular. Exemplo: Antes, ele não pôde com- prar o carro, mas hoje ele pode. c) Será opcional o uso do acento circun- flexo para diferenciar as palavras fôrma (substantivo) de forma (verbo); dêmos (verbo no subjuntivo) de demos (verbo no pretérito). Os acentos gráficos são: ( ´ ) agudo; ( ^ ) circunflexo; ( ` ) grave. Os acentos agudo e circunflexo indi- cam: 1) Sílaba tônica (sílaba mais forte) dos vocábulos; 2) Abertura ou não da vogal; 3) Flexão de número (singular/plural) do verbo; 4) Diferença entre palavras homônimas. O acento grave irá indicar a fusão entre duas vogais idênticas (crase). REGRAS DE ACENTUAÇÃO 1) OXÍTONAS:são aquelas palavras cuja última sílaba é a mais forte. a) Oxítonas monossilábicas tônicas: acentuam-se aquelas finalizadas em -a, -e ou -o (seguidas ou não de -s). (IBAMA/ TÉCNICO/ CESPE) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. b) Oxítonas com mais de uma sílaba: quando finalizadas em -a, -e ou -o (seguidas Comentário: as palavras “pó” e “só” são acentuadas por ser oxítonas monossilábicas fi- nalizadas em -o. Já o vocábulo “céu” é acentu- ada por ser uma oxítona terminada em ditongo aberto “éu”. Sendo assim, o item está errado. 16 ou não de -s),-em e -ens, devem ser acentu- adas graficamente. (IBAMA/ TÉCNICO/ ADAPTADA/ FGV)As palavras a seguir são acentuadas em decorrência de mesma regra de acentuação gráfica:“até”,“está”,“biogás”,“contará”. c) Oxítonas terminadas em ditongos abertos ei, oi, eu: todas devem receber acento agudo. (LIQUIGAS/ MÉDIO/ ADAPTADA/ CES- GRANRIO)De acordo com as regras de acen- tuação, o grupo de palavras que foi acentuado pela mesma razão: céu, já, troféu, baú. d) Oxítonas seguidas de pronomes oblí- quos -lo, -la, -los, -las: acentuam-se as ter- minadas em -a, -e, -o. (MPE-PI/ ANALISTA/ CESPE) Os ver- bos “comunicar”, “ensinar” e “comandar”, quando complementados pelo pronome “a”, acentuam-se da mesma forma que “constatá- las”, “designá-las” e “elevá-las”. e) Pôr ≠ por: deve-se acentuaro sin- tagma verbal “pôr”, para diferenciá-la da pre- posição “por”. (CEF/ MÉDIO/ CESPE) O acento que distin- gue a forma verbal ‘é’ da conjunção ‘e’ esta- belece diferença morfológica, gráfica e foné- tica, tal como ocorre com pôr e por. TEXTO:O despreparo dos jovens, portanto, é patente. “Desde cedo, é preciso ensinar as crianças a pensar e a se adequar a novas realidades”, diz Ramos. f) Tem ≠ têm; vem ≠ vêm: acentuam-se as formas verbais têm e vêm, que represen- tam a terceira pessoa do plural do presente do modo indicativo dos verbos ter e vir, para di- ferenciar das formas no singular tem e vem. (TJ-RR/ MÉDIO/ CESPE)A forma verbal “têm” em “têm esse originário poder” estáempre- gada no plural porque faz parte de uma cadeia Comentário: as palavras “a-té”, “es-tá”, “bio-gás”, “con-ta-rá” recebem acento gráfico porque são oxítonas finalizadas em a, -e ou -o (seguidas ou não de -s). Por isso a assertiva está correta. Comentário: as palavras “céu” e “troféu” recebem acento agudo por finalizar em di- tongo oral aberto “éu”, enquanto o vocábulo “já” será acentuada por oxítona monossilábica terminada em “a”. Por último, a palavra “baú” acentua-se por haver um hiato da vogal “u”.Comentário: caso os verbos sejam com- pletados pelo pronome oblíquo “a”, as formas equivalentes resultantes serão comunicá-la, en- siná-la, comandá-la assim como os verbos apre- sentados. Note-se, ainda, que é necessário acentuar se forem terminadas em -a, -e, -o. Por- tanto, o item está correto. Comentário: o acento gráfico, nos vocábu- los “é”, “e”,assim como, nas palavras “por” e “pôr”, diferencia-se em três níveis: morfológico, gráfico e fonético. Atente-se aos três planos: Morfológico: “e” é uma conjunção, en- quanto “é” trata-se de emum verbo. O vocábulo “por” é uma preposição, já “pôr” é um verbo. Neste caso,de fato o acento gráfico estabelece diferença morfológica. Gráfico: ocorre mudança também, visto que os vocábulos recebem o acento gráfico. Logo, as palavras mudam a grafia. Compare: e→é;por→pôr. Fonético: o som pronunciado em “é” (com acento) éaberto, enquanto o som pronunciado (o timbre) em “e” (sem acento) éfechado. Assim, por interferência do acento, houve, sim, mu- dança fonética(pronúncia da palavra). No en- tanto, não haverá mudança na fonética entre as palavras “por” e “pôr”. Devido a este último caso, o item está incorreto. 17 CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA coesivacujos elementos se referem a “magis- trados”. TEXTO:Os magistrados não gover- nam. O que eles fazem é evitar o desgoverno, quando para tanto são provocados. Não man- dam propriamente na massa dos governados e administrados, mas impedem os eventuais desmandos dos que têm esse originário po- der. (ANATEL/ MÉDIO/ CESPE) Nas formas verbais “vêm” e “têm”, ambas na linha, foi apli- cada a mesma regra de acentuação gráfica. TEXTO: Em terceiro lugar, vêm os adúlteros. Só agora eles têm a possibilidade de receber ligações de seu parceiro secreto sem que membros da família, secretárias ou colegas mal intencionados possam interceptar o tele- fonema. IMPORTANTE Os verbos derivados possuem acento agudo quando no singular e acento circunflexo quando no plural. (INPI/ INTERMEDIÁRIO/ CESPE) Se a expressão “As relações” passasse para o sin- gular,a forma verbal “mantêm”deveria, em concordância a esse termo, ser substituída por mantém. TEXTO:As relações que as so- ciedades ocidentais industriais mantêm com os temas da ciência e da tecnologia não se constituem numa constante. 2)PAROXÍTONAS:são aquelas palavras cuja penúltima é a mais forte. a) Quando finalizadas em -a, -e ou -o (seguidas ou não de -s), -em e -ens, não po- dem ser acentuadas graficamente. Então, de- vem ser acentuadas caso terminadas em: -r, - x, -n, -l, -i, -is, -um, -uns, -us, -ps, -ã, -ãs, - ão, -ãos;ditongo oral, seguido ou não de -s. (TJRR/ ANALISTA DE SISTEMAS/ CESPE) As palavras “área”, “deságua”, “ín- dios” e “planícies” são acentuadas grafica- mente devido à mesma regra de acentuação. (TJ-AC/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ CESPE) As palavras “negligência”, “reserva- tórios”, “espécie” e “equilíbrio” apresentam acentuação gráfica em decorrência da mesma regra gramatical. Comentário: o item está incorreto, pois a forma verbal “têm” permanece no plu- ral para concordar com o pronome demons- trativo “os” presente no termo “dos”, em que ocorre contração da preposição “de” com pronome demonstrativo “os”. Note-se, ainda, que poderia substituir o pronome “os” por “aqueles”. Portanto, a forma verbal “têm” não concorda com “magistrados”. Comentário: o item está correto, pois as formas verbais vem e tem recebem acento cir- cunflexo quando concordam com um sujeito no plural para diferenciá-los do singular. Contextu- almente, os verbos citados concordam, respec- tivamente, com “adúlteros” e “eles”. Comentário: o item está errado, porque a forma verbal “mantêm” concorda com a ex- pressão “as sociedades ocidentais”. Dessa forma, mesmo que fosse reescrito no singular o trecho “As relações”, o verbo manter perma- neceria inalterado. Comentário: as palavras “á-rea”, “de-sá- gua”, “ín-dios” e “pla-ní-cies” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Portanto, o item está correto. 18 (ANAC/ TÉCNICO/ CESPE) As pala- vras “início” e “série” recebem acento gráfico com base em regras gramaticais distintas. 3) PROPAROXÍTONAS: São aquelas palavras cuja antepenúltima é a mais forte. Todas devem ser acentuadas. (ANATEL/ TÉCNICO/ CESPE) Nas pa- lavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. (MPE-PI/ ANALISTA/ CESPE) De acordo com a ortografia oficial vigente, o vo- cábulo “órgãos” segue a mesma regra de acentuação que o vocábulo “últimos”. (TJ-RR/ TÉCNICO/ CESPE) Os vocá- bulos “jurídicas”, “econômicas” e “físico” rece- bem acento gráfico com base em regras gra- maticais diferentes. Comentário: as palavras “ju-rí-di-cas”, “e-co-nô-mi-cas” e “fí-si-co” são acentuadas por ser proparoxítonas; portanto o item está correto. REGRA DO HIATO Deve-se acentuar o -i ou o -u, quando: 1) Formar um hiato com uma vogal dife- rente anterior; 2) Não houver consoante na mesma sí- laba, exceto -s; 3) Não aparecer semivogal na mesma sí- laba; 4) Não surgir -nh na sílaba posterior. (MMA/ AGENTE ADM/ CESPE) O em- prego do acento agudo nos vocábulos “país” e “aí” justifica-se pela mesma regra de acentua- ção gráfica. Comentário: os vocábulos “pa-ís” e “a-í” acentuam-se por ser oxítonas com vogal tô- nica i antecedidas de uma vogal a com que não formam ditongo nem constitui sílaba com a eventual consoante seguinte. Observe-se alguns exemplos dessa última regra: conte- údo, miúdo, recaída, juíza, cafeína, saída e paraíso. Tem-se um caso especial de acentu- ação de hiatos com as vogais -i e -u. (CNJ / ANALISTA/ CESPE)A mesma re- gra de acentuação gráfica, justifica o emprego de acento gráficonas palavras “construída” e “possíveis”. Comentário: a palavra “cons-tru-í-da” re- cebe acento gráfico por constituir hiato da vo- gal -i. Enquanto isso, o vocábulo “pos-sí-veis” será acentuado por ser paroxítono finalizado em ditongo seguindo de -s. Comentário: as palavras “ne-gli-gên- cia”, “re-ser-va-tó-rios”, “es-pé-cie”, “e-qui-lí- brio” serão acentuadas devido à mesma regra de acentuação, pois todas são paroxítonas fi- nalizadas em ditongo crescente. Comentário: o vocábulo “i-ní-cio” e “sé-rie” são paroxítonas finalizadas em ditongo cres- cente; portanto, devem ser acentuadas. Comentário:as palavras “a-ná-li-se”, “mí-ni-mos” são acentuadas por ser proparo- xítonas; portanto o item está correto. Comentário: o vocábulo “ór-gãos” é acentuado por ser uma paroxítona finalizada em ditongo decrescente, já a palavra “úl-ti- mos” é acentuada por ser uma proparoxítona. Logo a alternativa está incorreta. 19 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ESTRUTURA DAS PALAVRAS Estudar a estrutura é conhecer os ele- mentos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo: art- ista brinc-a- mos cha-l- eira cachorr-inh-a- s A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em uni- dades menores, a que damos o nome de ele- mentos mórficos ou morfemas. Vamos analisar a palavra "cachorri- nhas": Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles: cachorr- este é o elemento base da pa- lavra, ou seja, aquele que contém o signifi- cado. inh - indica que a palavra é um diminu- tivo a - indica que a palavra é feminina s - indica que a palavra se encontra no plural Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo. São elementos mórficos: 1) Raiz, radical, tema: elementos bási- cos e significativos 2) Afixos (prefixos, sufixos), desinên- cia, vogal temática: elementos modificado- res da significação dos primeiros 3) Vogal de ligação, consoante de li- gação: elementos de ligação ou eufônicos. Raiz É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulohistórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimológica. Observe o exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as pala- vras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc. Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo: at-o at-or at-ivo aç-ão ac-ionar Radical Observe o seguinte grupo de palavras: livr- o livr- inho livr- eiro livr- eco Você reparou que há um elementoco- mumnesse grupo? Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema). Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gra- matical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra. Por Exemplo: cert-o cert-eza in-cert-eza Afixos Obs.: existem palavras que não com- portam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc. 20 Afixos são elementos secundários (ge- ralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras de- rivadas. Sabemos que o acréscimo do mor- fema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, ad- vérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e"-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como "-ar", surgem de- pois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos: Prefixo Radical Sufixo in at ivo em pobr ecer inter nacion al Desinências Desinências são os elementos termi- nais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos: Desinências Nominais: indicam as fle- xões de gênero (masculino e feminino) e de- número(singular e plural) dos nomes. Exemplos: alun-o aluno-s alun-a aluna-s Desinências Verbais: indicam as fle- xões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos. Exemplos: compr- o compra- s compra- mos com- pra-is compra- m com- pra-va compra- va-s A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois in- dica que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va", de "ama-va", é desinên- cia modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação. Vogal Temática Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as de- sinências. Nos verbos, distinguem-se três vo- gais temáticas: Caracteriza os verbos da 1ª conjugação. Exemplos: buscar, buscavas, etc Caracteriza os verbos da 2ª conjugação. Exemplos: romper, rompemos, etc. Caracteriza os verbos da 3ª conjugação. Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nomi- nal de gênero. Já em pires, lápis, ôni- bus não temos desinência nominal de número. 21 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Exemplos: proibir, proibirá, etc. Tema Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi- Vogais e Consoantes de Ligação As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra. Exemplo: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i) Outros exemplos: gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o- cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l- eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc. Formação das Palavras Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos con- siste basicamente em que, no processo de de- rivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical. Derivação Derivação é o processo pelo qual se ob- tém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primi- tiva. Observe o quadro abaixo: Primitiva Derivada mar marítimo, marinheiro, marujo terra enterrar, terreiro, aterrar Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou pre- fixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. Tipos de Derivação Derivação Prefixal ou Prefixação Resulta do acréscimo de prefixo à pala- vra primitiva, que tem o seu significado alte- rado. Veja os exemplos: crer- descrer ler- reler capaz- incapaz Derivação Sufixal ou Sufixação Resulta de acréscimo de sufixo à pala- vra primitiva, que pode sofrer alteração de sig- nificado ou mudança de classe gramatical. Por Exemplo: alfabetização No exemplo acima, o sufixo -ção trans- forma em substantivo o verbo alfabeti- zar. Este, por sua vez, já é derivado do subs- tantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo - izar. A derivação sufixal pode ser: a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por Exemplo: papel – papelaria riso - risonho b) Verbal, formando verbos. Por Exemplo: atual - atualizar c) Adverbial, formando advérbios de modo. Por Exemplo: feliz - felizmente Derivação Parassintética ou Parassín- tese Ocorre quando a palavra derivada re- sulta do acréscimo simultâneo de pre- fixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos. 22 Considere o adjetivo " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através da junção simultânea do prefixo "en-" e do su- fixo "-ecer". A presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer". Exemplos: Palavra Inicial Pre- fixo Radi- cal Su- fixo Palavra For- mada mudo e mud ecer emudecer alma des alm ado desalmado Derivação Regressiva Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos: comprar (verbo) beijar (verbo) com- pra (subs- tantivo) beijo (subs- tantivo) Saiba que: Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação: - Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primi- tiva. - Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário. Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicamações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substan- tivo primitivo que dá origem ao verbo an- corar. Por derivação regressiva, formam-se ba- sicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos de- verbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja: o portuga (de português) o boteco (de botequim) o comuna (de comunista) Ou ainda: agito (de agitar) amasso (de amassar) chego (de chegar) Atenção! Não devemos confundir deriva- ção parassintética, em que o acrés- cimo de sufixo e de prefixo é obriga- toriamente simultâneo, com casos como os das palavras desvaloriza- ção e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acoplados em seqüên- cia: desvalorização provém de des- valorizar, que provém desvalorizar, que por sua vez provém de valor. É impossível fazer o mesmo com pa- lavras formadas por parassíntese: não se pode dizer que expropriar pro- vém de "propriar" ou de "expróprio", pois tais palavras não existem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomi- tante de prefixo e sufixo. 23 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Derivação Imprópria A derivação imprópria ocorre quando de- terminada palavra, sem sofrer qualquer acrés- cimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo: 1) Os adjetivos passam a substanti- vos Por Exemplo: Os bons serão contemplados. 2) Os particípios passam a substanti- vos ou adjetivos Por Exemplo: Aquele garoto alcançou umfeito- passandono concurso. 3) Os infinitivos passam a substanti- vos Por Exemplo: O andar de Roberta era fascinante. O badalar dos sinos soou na cidadezi- nha. 4) Os substantivos passam a adjeti- vos Por Exemplo: O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio resolveu o pro- blema. 5) Os adjetivos passam a advérbios Por Exemplo: Falei baixo para que ninguém escu- tasse. 6) Palavras invariáveis passam a substantivos Por Exemplo: Não entendo o porquê disso tudo. 7) Substantivos próprios tornam-se co- muns. Por Exemplo: Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente) Composição Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos: Composição por Justaposição Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética. Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor Composição por Aglutinação Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos. Exemplos: embora (em boa hora) Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na deri- vação regressiva, a língua procede em sen- tido inverso: forma o substantivo a partir do verbo. Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida ba- sicamente com seu significado, o que acaba caracterizando um processo se- mântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "im- própria". Obs.: em "girassol" houve uma altera- ção na grafia (acréscimo de um "s") justa- mente para manter inalterada a sonoridade da palavra. 24 fidalgo (filho de algo - referindo-se à fa- mília nobre) hidrelétrico (hidro + elétrico) planalto (plano alto) Redução Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Ob- serve: auto - por automóvel cine - por cinema micro - por microcomputador Zé - por José Como exemplo de redução ou simplifica- ção de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas) Hibridismo Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas dife- rentes. Por Exemplo: auto (grego) + móvel (latim) Onomatopeia Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que repro- duzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres. Exemplos: miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, choca- lhar, cocoricar, etc. Prefixos Os prefixos são morfemas que se colo- cam antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gra- matical. Os prefixos ocorrentes em palavras por- tuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que funcionavam como preposi- ções ou advérbios, logo, como vocábulos au- tônomos. Alguns prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande utilidade na formação de novas palavras. Veja os exemplos: a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti- Prefixos de Origem Grega a-, an-: Afastamento, privação, nega- ção, insuficiência, carência. Exemplos: anônimo, amoral, ateu, afônico ana- : Inversão, mudança, repeti- ção. Exemplos: analogia, análise, anagrama, ana- crônico anfi- : Em redor, em torno, de um e ou- tro lado, duplicidade. Exemplos: anfiteatro, anfíbio, anfibologia anti- : Oposição, ação contrária. Exem- plos: antídoto, antipatia, antagonista, an- títese apo- : Afastamento, separação. Exem- plos: apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia arqui-, arce- : Superioridade hierár- quica, primazia, excesso. Exemplos: arquiduque,arquétipo, arcebispo, arquimilionário cata- : Movimento de cima para baixo. Exemplos: cataplasma, catálogo, catarata di-: Duplicidade. Exemplos: dissílabo, ditongo, dilema Obs.: ao aglutinarem-se, os componen- tes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente. 25 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS dia- : Movimento através de, afasta- mento. Exemplos: diálogo, diagonal, diafragma, dia- grama dis- : Dificuldade, privação. Exem- plos : dispneia, disenteria, dispepsia, dis- fasia ec-, ex-, exo-, ecto- : Movimento para fora. Exemplos: eclipse, êxodo, ectoderma, exor- cismo en-, em-, e-: Posição interior, movi- mento para dentro. Exemplos: encéfalo, embrião, elipse, entusi- asmo endo- : Movimento para dentro. Exem- plos: endovenoso, endocarpo, endos- mose epi- : Posição superior, movimento para. Exemplos: epiderme, epílogo, epidemia, epitá- fio eu- : Excelência, perfeição, bondade. Exemplos: eufemismo, euforia, eucaristia, eu- fonia hemi- : Metade, meio. Exemplos: hemisfério, hemistíquio, hemiplégico hiper- : Posição superior, ex- cesso. Exemplos: hipertensão, hipérbole, hipertrofia hipo- : Posição inferior, escas- sez. Exemplos: hipocrisia, hipótese, hipodérmico meta- : Mudança, sucessão. Exem- plos: metamorfose, metáfora, metacarpo para- : Proximidade, semelhança, in- tensidade. Exemplos: paralelo, parasita, paradoxo, para- digma peri- : Movimento ou posição em torno de. Exemplos: periferia, peripécia, período, peris- cópio pro- : Posição em frente, anterioridade. Exemplos: prólogo, prognóstico, profeta, pro- grama pros- : Adjunção, em adição a. Exemplos: prosélito, prosódia proto- : Início, começo, anterioridade. Exemplos: proto-história, protótipo, protomár- tir poli- : Multiplicidade. Exemplos: polissílabo,polissíndeto, polite- ísmo sin-, sim- : Simultaneidade, compa- nhia. Exemplos: síntese, sinfonia, simpatia, sinopse tele- : Distância, afastamento. Exemplos: 26 televisão, telepatia, telégrafo Prefixos de Origem Latina a-, ab-, abs- : Afastamento, separação. Exemplos: aversão, abuso, abstinência, abstra- ção a-, ad- : Aproximação, movimento para junto. Exemplos: adjunto,advogado, advir, aposto ante- : Anterioridade, procedência. Exemplos: antebraço, antessala, anteontem, antever ambi- : Duplicidade. Exemplos: ambidestro, ambiente, ambigui- dade, ambivalente ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato ou ação. Exemplos: benefício, bendito bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos: bisneto, bimestral, bi- savô, biscoito circu(m) - : Movimento em torno. Exemplos: circunferência, circuns- crito, circulação cis- : Posição aquém. Exemplos: cisalpino, cisplatino, ci- sandino co-, con-, com- : Companhia, concomi- tância. Exemplos: colégio, cooperativa, con- dutor contra- : Oposição. Exemplos: contrapeso, contrapor, contradizer de- : Movimento de cima para baixo, se- paração, negação. Exemplos: decapitar, decair, depor de(s)-, di(s)- : Negação, ação contrária, separação. Exemplos: desventura, discórdia, discussão e-, es-, ex- : Movimento para fora. Exemplos: excêntrico, evasão, ex- portação, expelir en-, em-, in- : Movimento para dentro, passagem para um estado ou forma, revesti- mento. Exemplos: imergir, enterrar, embe- ber, injetar, importar extra- : Posição exterior, excesso. Exemplos: extradição, extraordiná- rio, extraviar i-, in-, im- : Sentido contrário, privação, negação. Exemplos: ilegal, impossível, impro- dutivo inter-, entre- : Posição intermediária. Exemplos: internacional, interplane- tário intra- : Posição interior. Exemplos: - intramuscular, intrave- noso, intraverbal intro- : Movimento para dentro. Exemplos: introduzir, introvertido, introspectivo justa- : Posição ao lado. Exemplos: justapor, justalinear ob-, o- : Posição em frente, oposição. Exemplos: obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo per- : Movimento através. Exemplos: percorrer, perplexo, per- furar, perverter pos- : Posterioridade. 27 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Exemplos: pospor, posterior, pós- graduado pre- : Anterioridade . Exemplos: prefácio, prever, prefixo, preliminar pro- : Movimento para frente. Exemplos: progresso, promover, prosseguir, projeção re- : Repetição, reciprocidade. Exemplos: rever, reduzir, rebater, re- atar retro- : Movimento para trás. Exemplos: retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado so-, sob-, sub-, su- : Movimento de baixo para cima, inferioridade. Exemplos: soterrar, sobpor, subes- timar super-, supra-, sobre- : Posição supe- rior, excesso. Exemplos: supercílio, supérfluo soto-, sota- : Posição inferior. Exemplos: soto-mestre, sota-voga, soto-pôr trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento para além, movimento através. Exemplos: transatlântico, tresnoitar, tradição ultra- : Posição além do limite, ex- cesso. Exemplos: ultrapassar, ultrarroman- tismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta vice-, vis- : Em lugar de. Exemplos: vice-presidente, vis- conde, vice-almirante Quadro de Correspondência entre Prefixos Gregos e Latinos PREFI- XOS PREFI- XOS SIGNIFICADO EXEM- PLOS GREGOS LATI- NOS a, an des, in privação, negação anarquia, desigual, inativo anti contra oposição, ação contrária antibió- tico, con- traditório anfi ambi duplicidade, de um e outro lado, em torno anfiteatro, ambiva- lente apo ab afastamento, separação apo- geu, abs- trair di bi(s) duplicidade dissílabo, bicam- peão dia, meta trans movimento através diálogo, transmitir e(n)(m) i(n)(m)( r) movimento para dentro encéfalo, ingerir, ir- romper endo intra movimento para dentro, po- sição interior endove- noso, in- tramuscu- lar e(c)(x) e(s)(x) movimento para fora, mu- dança de es- tado êxodo, ex- cêntrico, estender epi, super, hi- per supra posição supe- rior, excesso epílogo, supervi- 28 são, hipér- bole, su- pradito eu bene excelência, per- feição, bon- dade eufe- mismo, benéfico hemi semi divisão em duas partes he- misfério, semicír- culo hipo sub posição inferior hipodér- mico, sub- marino para ad proximidade, adjunção paralelo, adjacência peri circum em torno de periferia, circunfe- rência cata de movimento para baixo catavento, derrubar si(n)(m) cum simultaneidade, companhia sinfonia, silogeu, cúmplice Sufixos Sufixos são elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radi- cal, formam nova palavra. Sua principal carac- terística é a mudança de classe gramatical que geralmente opera. Dessa forma, pode- mos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve usar um substan- tivo, por exemplo. Como o sufixo é colocado depois do ra- dical, a ele são incorporadas as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extremamente importantes para o funcionamento da língua. São os que for- mam nomes de ação e os que formam nomes de agente. Sufixos que formam nomes de ação -ada - caminhada -ez(a) - sensatez, be- leza -ança - mudança -ismo - civismo -ância - abundância -mento - casamento -ção - emoção -são - compreensão -dão - solidão -tude - amplitude -ença - presença -ura - formatura Sufixos que formam nomes de agente -ário(a) -secretário -or - lutador -eiro(a) - ferreiro -nte - feirante -ista - manobrista Além dos sufixos acima, tem-se: Sufixos que formam nomes de lugar, depositório -aria - churrascaria -or - corredor -ário - herbanário -tério - cemitério -eiro - açucareiro -tório - dormitório -il - covil Sufixos que formam nomes indicado- res de abundância, aglomeração, coleção -aço - ricaço -ario(a) - casario, in- fantaria -ada - papelada -edo - arvoredo 29 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS -agem - folhagem -eria - correria -al - capinzal -io - mulherio -ame - gentame -ume - negrume Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência -ite bronquite, hepa- tite (inflamação) -oma mioma, epitelioma, carcinoma (tumores) -ato, eto, ito sulfato, cloreto, sul- fito (sais) -ina cafeína, codeína (al- caloides, álcalis artifi- ciais) -ol fenol, naftol (deri- vado de hidrocarbo- neto) -ite amotite (fósseis) -ito granito (pedra) -ema morfema, fonema, semema, seman- tema (ciência linguís- tica) -io - sódio, po- tássio, selênio (cor- pos simples) Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos -ismo budismo kantismo comunismo SUFIXOS FORMADORES DE ADJETI- VOS a) de substantivos -ento - cruento -ado - barbado -eo - róseo -áceo(a) - herbáceo, liláceas -esco - pitoresco -aico - prosaico -este - agreste -al - anual -estre - terrestre -ar - escolar -ício - alimentício -ário - diário, ordiná- rio -ico - geométrico -ático - problemático -il - febril -az - mordaz -ino - cristalino -engo - mulherengo -ivo - lucrativo -enho - ferrenho-onho - tristonho -eno - terreno -oso - bondoso -udo - barrigudo b) de verbos SUFIXO SENTIDO EXEMPLIFI- CAÇÃO -a)(e)(i)nte ação, qualidade, estado semelhante, doente, se- guinte -(á)(í)vel possibilidade de praticar ou sofrer uma ação louvável, pe- recível, pu- nível 30 -io, -(t)ivo ação referência, modo de ser tardio, afir- mativo, pen- sativo -(d)iço, - (t)ício possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, refe- rência movediço, quebradiço, factício -(d)ouro, -(t)ório ação, pertinência casadouro, preparatório SUFIXOS ADVERBIAIS Na Língua Portuguesa, existe apenas um único sufixo adverbial: É o sufixo "- mente", derivado do substantivo feminino la- tino mens, mentis que pode significar "a mente, o espírito, o intento".Este sufixo juntou- se a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo. Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bon- dosa-mente, nervosa-mente, fraca- mente, pia-mente Já os advérbios que se derivam de adje- tivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-mente, etc.) não seguem esta re- gra, pois esses adjetivos eram outrora unifor- mes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês. SUFIXOS VERBAIS Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos. Em geral, os verbos novos da língua for- mam-se pelo acréscimo da terminação-ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portu- gues-ar. Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. Veja: -ar: cruzar, analisar, limpar -ear: guerrear, golear -entar: afugentar, amamentar -ficar: dignificar, liquidificar -izar: finalizar, organizar Observe este quadro de sufixos ver- bais: SUFI- XOS SENTIDO EXEMPLOS -ear Freqüentativo durativo cabecear, folhear -ejar frequentativo, durativo gotejar, velejar -entar factitivo aformosentar, amolentar -(i)fi- car factitivo clarificar, dig- nificar -icar frequentativo-dimi- nutivo bebericar, de- penicar -ilhar frequentativo-dimi- nutivo dedilhar, fervi- lhar -inhar frequentativo-dimi- nutivo-pejorativo escrevinhar, cuspinhar -iscar frequentativo-dimi- nutivo chuviscar, lambiscar Observações: Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida. Verbo Factitivo: é aquele que en- volve idéia de fazer ou causar. Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco intensa. 31 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS -itar frequentativo-dimi- nutivo dormitar, salti- tar -izar factitivo civilizar, utili- zar Radicais Gregos Radicais Gregos O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exata compre- ensão e fácil memorização de inúmeras palavras. Apresentamos a seguir duas relações de radicais gregos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final. Radicais que atuam como primeiro elemento Forma Sentido Exemplos Aéros- ar Aeronave Ánthropos- homem Antropófago Autós- de si mesmo Autobiografia Bíblion- livro Biblioteca Bíos- vida Biologia Chróma- cor Cromático Chrónos- tempo Cronômetro Dáktyilos- dedo Dactilografia Déka- dez Decassílabo Démos- povo Democracia Eléktron- (âmbar) Eletricidade Eletroímã Ethnos- raça Etnia Géo- terra Geografia Héteros- outro Heterogêneo 32 Hexa- seis Hexágono Híppos- cavalo Hipopótamo Ichthýs- peixe Ictiografia Ísos- igual Isósceles Makrós- grande, longo Macróbio Mégas- grande Megalomaníaco Mikrós- pequeno Micróbio Mónos- um só Monocultura Nekrós- morto Necrotério Néos- novo Neolatino Odóntos- dente Odontologia Ophthalmós- olho Oftalmologia Ónoma- nome Onomatopeia Orthós- reto, justo Ortografia Pan- todos, tudo Pan-americano Páthos- doença Patologia Penta- cinco Pentágono Polýs- muito Poliglota Pótamos- rio Potamologia Pséudos- falso Pseudônimo Psiché- mente Psicologia Riza- raiz Rizotônico 33 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Techné- arte Tecnografia Thermós- quente Térmico Tetra- quatro Tetraedro Týpos- figura, marca Tipografia Tópos- lugar Topografia Zóon- Animal Zoologia Radicais que atuam como segundo elemento: Forma Sentido Exemplos -agogós Que conduz Pedagogo álgos Dor Analgésico -arché Comando, governo Monarquia -dóxa Que opina Ortodoxo -drómos Lugar para correr Hipódromo -gámos Casamento Poligamia -glótta; -glóssa Língua Poliglota, glossário -gonía Ângulo Pentágono -grápho Escrita Ortografia -grafo Que escreve Calígrafo -grámma Escrito, peso Telegrama, quilograma -krátos Poder Democracia -lógos Palavra, estudo Diálogo 34 -mancia Adivinhação Cartomancia -métron Que mede Quilômetro -nómos Que regula Autônomo -pólis; Cidade Petrópolis -pterón Asa Helicóptero -skopéo Instrumento para ver Microscópio -sophós Sabedoria Filosofia -théke Lugar onde se guarda Biblioteca 35 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Radicais Latinos Radicais que atuam como primeiro elemento: Forma Sentido Exemplo Agri Campo Agricultura Ambi Ambos Ambidestro Arbori- Árvore Arborícola Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô Calori- Calor Calorífero Cruci- cruz Crucifixo Curvi- curvo Curvilíneo Equi- igual Equilátero, equidistante Ferri-, ferro- ferro Ferrífero, ferrovia Loco- lugar Locomotiva Morti- morte Mortífero Multi- muito Multiforme Olei-, oleo- Azeite, óleo Oleígeno, oleoduto Oni- todo Onipotente Pedi- pé Pedilúvio Pisci- peixe Piscicultor Pluri- Muitos, vários Pluriforme Quadri-, quadru- quatro Quadrúpede Reti- reto Retilíneo 36 Semi- metade Semimorto Tri- Três Tricolor Radicais que atuam como segundo elemento: Forma Sentido Exemplos -cida Que mata Suicida, homicida -cola Que cultiva, ou habita Arborícola, vinícola, silví- cola -cultura Ato de cultivar Piscicultura, apicultura -fero Que contém, ou pro- duz Aurífero, carbonífero -fico Que faz, ou produz Benefício, frigorífico -forme Que tem forma de Uniforme, cuneiforme -fugo Que foge, ou faz fugir Centrífugo, febrífugo -gero Que contém, ou pro- duz Belígero, armígero -paro Que produz Ovíparo, multíparo -pede Pé Velocípede, palmípede -sono Que soa Uníssono, horríssono -vomo Que expele Ignívomo, fumívomo -voro Que come Carnívoro, herbívoro 37 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 38 CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA EMPREGO DAS CLASSES GRAMATICAIS 1- SUBSTANTIVO Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme- nos, os substantivos também nomeiam: -lugares: Alemanha, Porto Alegre... -sentimentos: raiva, amor... -estados: alegria, tristeza... -qualidades: honestidade, sinceridade... -ações: corrida, pescaria... Morfossintaxe do substantivo Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exerce funções dire- tamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complemen- tos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeitoou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substan- tivos como núcleos de adjuntos adnomi- nais e de adjuntos adverbiais - quando es- sas funções são desempenhadas por gru- pos de palavras. Você sabia que a palavra substantivo também pode ser um adjetivo? Reproduzimos a seguir o verbete subs- tantivo, do Dicionário de usos do português do Brasil, de Francisco S. Borba. Observe que as quatro primeiras acepções se referem à pa- lavra em sua atuação como adjetivo. Substantivo Adj [Qualificador de nome não animado] 1- que tem substância ou essência: des- tacava-se entre os homens hábeis daquele país o hábito de fazer uma conversa prosse- guir horas a fio, sem que a proposta substan- tiva ganhasse clara configuração (REP); se olham as coisas não pelos resultados subs- tantivos(VEJ); 2- essencial; profundo: eu te amo por você mesma, de um modo substantivo e posi- tivo(LC) 3- fundamental; essencial: o submarino foi um elemento adjetivo na I Guerra Mundial e substantivo na II Guerra (VEJ) 4- que equivale a um substantivo, ou que o traz implícito: onde é que está a ideia subs- tantiva no meio desses adjetivos?(CNT) . Nm 5- palavra que por si só designa a subs- tância, ou seja, um ser real ou metafísico; pa- lavra com que se nomeiam os seres, atos ou conceitos; nome: Há-kodesh é na origem um substantivo feminino (VEJ); Planctus era um particípio passado e não um substantivo (ACM) Classificação dos Substantivos 1- Substantivos Comuns e Próprios Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros). Qualquer "povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas" será chamadacidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo co- mum. Substantivo Comum: é aquele que de- signa os seres de uma mesma espécie de forma genérica. Por exemplo: cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro. Estamos voando para Barcelona. O substantivo Barcelona designa ape- nas um ser da espécie cidade. Esse substan- tivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele que de- signa os seres de uma mesma espécie de forma particular. Por exemplo: 39 CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. 2 - Substantivos Concretos e Abstra- tos Os substantivos lâmpada e mala desig- nam seres com existência própria, que são in- dependentes de outros seres. São assim, substantivos concretos. Substantivo Concreto: é aquele que de- signa o ser que existe, independentemente de outros seres. Obs.: os substantivos concretos de- signam seres do mundo real e do mundo imaginário. Seres do mundo real: homem, mu- lher, cadeira, cobra, Brasília, etc. Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d'água, fantasma, etc. Observe agora: Beleza exposta Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. O substantivo beleza designa uma qua- lidade. Substantivo Abstrato: é aquele que de- signa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir. Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos ob- servar a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. Os substantivos abstratos designam es- tados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir. Por exemplo: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (senti- mento). 3 - Substantivos Coletivos Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abelha, mais outra abelha. Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha... No segundo caso, utilizaram-se duas pa- lavras no plural. No terceiro caso, empregou-se um subs- tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie (abe- lhas). O substantivo enxame é um substan- tivo coletivo. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, de- signa um conjunto de seres da mesma espé- cie. Principais Substantivos e Suas For- mas Coletivas: abelha - enxame, cortiço, colmeia; abutre - bando; acompanhante - comitiva, cortejo, sé- quito; alho - (quando entrelaçados) réstia, en- fiada, cambada; aluno - classe; amigo - (quando em assembleia) tertú- lia; animal - (em geral) piara, pandilha, (to- dos de uma região) fauna, (manada de caval- gaduras) récua, récova, (de carga) tropa, (de carga, menos de 10) lote, (de raça, para repro- dução) plantel, (ferozes ou selvagens) alca- teia; anjo - chusma, coro, falange, legião, te- oria; 40 apetrecho - (quando de profissionais) ferramenta, instrumental; aplaudidor - (quando pagos) claque; arcabuzeiro - batalhão, manga, regi- mento; argumento - carrada, monte, montão, multidão; arma - (quando tomadas dos inimigos) troféu; arroz - batelada; artista - (quando trabalham juntos) com- panhia, elenco; árvore - (quando em linha) alameda, carreira, rua, souto, (quando constituem ma- ciço) arvoredo, bosque, (quando altas, de troncos retos a aparentar parque artificial) ma- lhada; asneira - acervo, chorrilho, enfiada, monte; asno - manada, récova, récua; assassino - choldra, choldraboldra; assistente - assistência; astro - (quando reunidos a outros do mesmo grupo) constelação; ator - elenco; autógrafo - (quando em lista especial de coleção) álbum; ave - (quando em grande quantidade) bando, nuvem; avião - esquadrão, esquadra, esquadri- lha; bala - saraiva, saraivada; bandoleiro - caterva, corja, horda, malta, súcia, turba; bêbado - corja, súcia, farândola; boi - boiada, abesana, armento, cingel, jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa; bomba - bateria; borboleta - boana, panapaná; botão - (de qualquer peça de vestuário) abotoadura, (quando em fileira) carreira; burro - (em geral) lote, manada, récua, tropa, (quando carregado) comboio; busto - (quando em coleção) galeria; cabelo - (em geral) chumaço, guedelha, madeixa, (conforme a separação) marrafa, trança; cabo - cordame, cordoalha, enxárcia; cabra - fato, malhada, rebanho; cadeira - (quando dispostas em linha) carreira, fileira, linha, renque; cálice - baixela; cameleiro - caravana; camelo - (quando em comboio) cáfila; caminhão - frota; canção - (quando reunidas em livro) cancioneiro, (quando populares de uma re- gião) folclore; canhão - bateria; cantilena - salsada; cão - adua, cainçalha, canzoada, chusma, matilha; capim - feixe, braçada, paveia; cardeal - (em geral) sacro colégio, (quando reunidos para a eleição do papa) con- clave, (quando reunidos sob a direção do papa) consistório; carneiro - chafardel, grei, malhada, ovi- ário, rebanho; carro - (quando unidos para o mesmo destino) comboio, composição, (quando em desfile) corso; carta - (em geral) correspondência; casa - (quando unidas em forma de qua- drados) quarteirão, quadra; castanha - (quando assadas em fo- gueira) magusto; cavalariano - (de cavalaria militar) pi- quete; cavaleiro - cavalgada, cavalhada, tro- pel; cavalgadura - cáfila, manada, piara, récova, récua, tropa, tropilha; 41 CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA cavalo - manada, tropa; cebola - (quando entrelaçadas pelas hastes) cambada,
Compartilhar