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APOSTILA DE GRAMÁTICA GPS

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PORTUGUÊS 
 
CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA ............................................................................................................ 3 
CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA ....................................................................................................... 10 
CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA ................................................................................... 14 
CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ................................................. 19 
CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA ........................................................................................................ 38 
CAPÍTULO 6 –FLEXÃO NOMINAL ................................................................................................ 82 
CAPÍTULO 7 – VOZES VERBAIS .................................................................................................. 95 
CAPÍTULO 8 –FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO ........................................................................... 98 
CAPÍTULO 9 –TERMOS DA ORAÇÃO E DO PERÍODO ........................................................ 101 
CAPÍTULO 10–PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO ..... 110 
CAPÍTULO 11–REGÊNCIA VERBAL .......................................................................................... 122 
CAPÍTULO 12–REGÊNCIA NOMINAL........................................................................................ 128 
CAPÍTULO 13–COLOCAÇÃO PRONOMINAL .......................................................................... 130 
CAPÍTULO 14–CONCORDÂNCIA NOMINAL............................................................................ 135 
CAPÍTULO 15–CONCORDÂNCIA VERBAL .............................................................................. 137 
CAPÍTULO 16–CRASE .................................................................................................................. 143 
CAPÍTULO 17–PONTUAÇÃO ...................................................................................................... 147 
CAPÍTULO 18–USO DOS PORQUÊS ........................................................................................ 151 
CAPÍTULO 19 - SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS ..................................................................... 152 
 
 
 
3 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA 
CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA 
DEFINIÇÃO 
Fonologia é o ramo da Linguística que 
estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao es-
tudar a maneira como os fones (sons) se or-
ganizam dentro de uma língua, classifica-os 
em unidades capazes de distinguir significa-
dos, chamadas fonemas. 
FONEMA 
 A palavra fonologia é formada pelos 
elementos gregos fono ( "som, voz") e log, lo-
gia ( "estudo", "conhecimento") . Significa lite-
ralmente " estudo dos sons" ou "estudo dos 
sons da voz". O homem, ao falar, emite sons. 
Cada indivíduo tem uma maneira própria de 
realizar esses sons no ato da fala. Essas par-
ticularidades na pronúncia de cada falante são 
estudadas pela Fonética. 
 Dá-se o nome de fonema ao menor 
elemento sonoro capaz de estabelecer uma 
distinção de significado entre as palavras. Ob-
serve, nos exemplos a seguir, os fonemas que 
marcam a distinção entre os pares de pala-
vras: 
amor - ator 
morro - corro 
vento - cento 
 Cada segmento sonoro se refere a um 
dado da língua portuguesa que está em sua 
memória: a imagem acústica que você, como 
falante de português, guarda de cada um de-
les. É essa imagem acústica, esse referencial 
de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os 
fonemas formam os significantes dos signos 
linguísticos. Geralmente, aparecem represen-
tados entre barras. Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc. 
Fonema e Letra 
1) O fonema não deve ser confundido 
com a letra. Na língua escrita, representamos 
os fonemas por meio de sinais chamados le-
tras. Portanto, letra é a representação gráfica 
do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a 
letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na 
palavra brasa, a letra s representa o fonema 
/z/ (lê-se zê). 
2) Às vezes, o mesmo fonema pode ser 
representado por mais de uma letra do alfa-
beto. É o caso do fonema /z/, que pode ser 
representado pelas letras z, s, x: 
Exemplos: 
zebra 
casamento 
exílio 
3) Em alguns casos, a mesma letra pode 
representar mais de um fonema. A letra x, por 
exemplo, pode representar: 
- o fonema sê: texto 
- o fonema zê: exibir 
- o fonema chê: enxame 
- o grupo de sons ks: táxi 
4) O número de letras nem sempre coin-
cide com o número de fonemas. 
Exemplos: 
Tó-
xico 
fone-
mas: 
/t/ó/k/s/i/c/o/ 
le-
tras: 
t ó x i c o 
 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 
galho 
fone-
mas: 
/g/a/lh/o/ 
le-
tras: 
g al h o 
 1 2 3 4 1 2 3 4 5 
5) As letras m e n, em determinadas pa-
lavras, não representam fonemas. Observe 
os exemplos: 
compra 
conta 
Nessas palavras,menindicam anasali-
zaçãodas vogais que as antecedem. 
Veja ainda: 
nave: o /n/ é um fonema; 
dança: o n não é um fonema; o fonema 
é /ã/, 
 representado na escrita pelas le-
tras a e n. 
 
 
4 
6) A letra h, ao iniciar uma palavra, não 
representa fonema. 
Exemplos: 
hoje 
fone-
mas: 
ho / j / e 
/ 
letras: h o j e 
 1 2 3 1 2 3 4 
Classificação dos Fonemas 
Os fonemas da língua portuguesa são 
classificados em: 
1) Vogais 
 As vogais são os fonemas sonoros 
produzidos por uma corrente de ar que 
passa livremente pela boca. Em nossa língua, 
desempenham o papel de núcleo das sílabas. 
Assim, isso significa que em toda sílaba há ne-
cessariamente uma única vogal. 
 Na produção de vogais, a boca fica 
aberta ou entreaberta. As vogais podem ser: 
a) Orais: quando o ar sai apenas 
pela boca. 
Por Exemplo: 
/a/, /e/, /i/, /o/, /u/. 
b) Nasais: quando o ar sai pela 
boca e pelas fossas nasais. 
Por Exemplo: 
/ã/: fã, canto, tampa 
/ /: dente, tempero 
/ /: lindo, mim 
/õ/ bonde, tombo 
/ / nunca, algum 
c) Átonas: pronunciadas comme-
norintensidade. 
Por Exemplo: 
até, bola 
d)Tônicas: pronunciadas com-
maiorintensidade. 
Por Exemplo: 
até, bola 
Quanto ao timbre, as vogais podem 
ser: 
Abertas 
Exemplos: 
pé, lata, pó 
Fechadas 
Exemplos: 
mês, luta, amor 
Reduzidas - Aparecem quase 
sempre no final das palavras. 
Exemplos: 
dedo, ave, gente 
Quanto à zona de articulação: 
Anteriores ou Palatais - A lín-
gua eleva-se em direção ao palato 
duro (céu da boca). 
Exemplos: 
é, ê, i 
Posteriores ou Velares - A lín-
gua eleva-se em direção ao palato 
mole (véu palatino). 
Exemplos: 
ó, ô, u 
Médias - A língua fica baixa, 
quase em repouso. 
Por Exemplo: 
a 
2) Semivogais 
 Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, 
não são vogais. Aparecem apoiados em uma 
vogal, formando com ela uma só emissão de 
voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas 
são chamados de semivogais. A diferença 
fundamental entre vogais e semivogais está 
no fato de que estas últimas não desempe-
nham o papel de núcleo silábico. 
 Observe a palavra papai. Ela é for-
mada de duas sílabas: pa-pai. Na última sí-
laba, o fonema vocálico que se destaca é o a. 
Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é 
tão forte quanto ele. É a semivogal. 
Outros exemplos: 
saudade, história, série. 
 
 
5 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA 
 
Veja: 
pães / 
pãis 
mão / 
mãu/ 
cem /c i/ 
3) Consoantes 
 Para a produção das consoantes, a 
corrente de ar expirada pelos pulmões encon-
tra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. 
Isso faz com que as consoantes sejam verda-
deiros "ruídos", incapazes de atuar como nú-
cleos silábicos. Seu nome provém justamente 
desse fato, pois, em português, sempre con-
soam ("soam com") as vogais. 
Exemplos: 
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/,/m/, etc. 
Encontros Vocálicos 
Os encontros vocálicos são agrupamen-
tos de vogais e semivogais, sem consoantes 
intermediárias. É importante reconhecê-los 
para dividir corretamente os vocábulos em sí-
labas. Existem três tipos de encontros: o di-
tongo, otritongo e o hiato. 
1) Ditongo 
É o encontro de uma vogal e uma semi-
vogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. 
Pode ser: 
a) Crescente: quando a semivo-
gal vem antes da vogal.Por Exemplo: 
sé-rie (i = semivogal, e = 
vogal) 
b) Decrescente: quando a vo-
gal vem antes da semivogal.Por 
Exemplo: 
pai (a = vogal, i = semivo-
gal) 
c) Oral: quando o ar sai apenas 
pela boca.Exemplos: 
pai, série 
d) Nasal: quando o ar sai pela 
boca e pelas fossas nasais.Por Exem-
plo: 
mãe 
2) Tritongo 
É a sequência formada por uma semivo-
gal, uma vogal e uma semivogal, sempre 
nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral 
ou nasal. 
Exemplos: 
Paraguai - Tritongo oralquão- Tritongo 
nasal 
3) Hiato 
É a sequência de duas vogais numa 
mesma palavra que pertencem a sílabas dife-
rentes, uma vez que nunca há mais de uma 
vogal numa sílaba. 
Por Exemplo: 
saída (sa-í-da) 
poesia (po-e-si-a) 
 
Encontros Consonantais 
O agrupamento de duas ou mais conso-
antes, sem vogal intermediária, recebe o 
nome de encontro consonantal.Existem basi-
camente dois tipos: 
- os que resultam do contato con-
soante + l ou r e ocorrem numa mesma 
sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-
ta, cri-se... 
Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem apare-
cer representados na escrita por" e", "o" ou 
"m". 
Saiba que: 
- Na terminação -em em palavras 
como ninguém, também, porém e na 
terminação -am em palavras como 
amaram, falaram ocorrem ditongos na-
sais decrescentes. 
- É tradicional considerar hiato o en-
contro entre uma semivogal e uma vo-
gal ou entre uma vogal e uma semivo-
gal que pertencem a sílabas diferen-
tes, como em ge-lei-a, io-iô. 
 
 
6 
- os que resultam do contato de 
duas consoantes pertencentes a síla-
bas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta... 
Há ainda grupos consonantais que sur-
gem no início dos vocábulos; são, por isso, in-
separáveis:pneu,gno-mo,psi-có-lo-go... 
Dígrafos 
De maneira geral, cada fonema é repre-
sentado, na escrita, por apenas uma letra. Por 
Exemplo: 
lixo - Possui quatro fonemas equatrole-
tras. 
Há, no entanto, fonemas que são repre-
sentados, na escrita, por duas letras. 
Por Exemplo: 
bicho - Possui quatro fonemas e cinco-
letras. 
Na palavra acima, para representar o fo-
nema | xe| foram utilizadas duas letras: o c e 
o h. 
Assim, o dígrafo ocorre quando duas le-
tras são usadas para representar um único fo-
nema (di = dois + grafo = letra). Em nossa lín-
gua, há um número razoável de dígrafos que 
convém conhecer. Podemos agrupá-los em 
dois tipos: consonantais e vocálicos. 
Dígrafos Consonantais 
Letras Fonemas Exemplos 
lh lhe telhado 
nh nhe marinheiro 
ch xe chave 
rr 
Re (no interior da 
palavra) 
carro 
ss 
se (no interior da 
palavra) 
passo 
qu 
que (seguido 
de e e i) 
queijo, qui-
abo 
gu 
gue (seguido 
de e e i) 
guerra, guia 
sc se crescer 
sç se desço 
xc se exceção 
Dígrafos Vocálicos: registram-se na 
representaçãodas vogais nasais. 
Fone-
mas 
Letras 
Exem-
plos 
ã am tampa 
 an canto 
 
em templo 
 en lenda 
 
im limpo 
 in lindo 
õ om tombo 
 on tonto 
 
um chumbo 
 un 
cor-
cunda 
 
 
7 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA 
 
Sílaba: Observe: 
A - MOR 
 A palavra amor está dividida em gru-
pos de fonemas pronunciados separada-
mente: a - mor. A cada um desses grupos pro-
nunciados numa só emissão de voz dá-se o 
nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da 
sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba 
sem vogal e nunca há mais do que uma vogal 
em cada sílaba. Dessa forma, para sabermos 
o número de sílabas de uma palavra, deve-
mos perceber quantas vogais tem essa pala-
vra. Atenção: as letras i e u (mais raramente 
com as letras e e o) podem representar semi-
vogais. 
Classificação das Palavras quanto ao 
Número de Sílabas 
1) Monossílabas: possuem ape-
nas uma sílaba.Exemplos: mãe, flor, 
lá, meu 
2) Dissílabas: possuem duas sí-
labas. 
Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por 
3) Trissílabas: possuem três sí-
labas. 
Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-
pi-caz, O-da-ir 
4) Polissílabas: possuem quatro 
ou mais sílabas.Exemplos: a-ve-ni-da, 
li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-
ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta 
 
Divisão Silábica 
Na divisão silábica das palavras, cumpre 
observar as seguintes normas: 
a) Não se separam osditon-
gos etritongos. Exemplos: foi-ce, a-
ve-ri-guou 
b) Não se separam os dígra-
fos ch, lh, nh, gu, qu. Exemplos: cha-
ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-
xa 
c) Não se separam os encontros 
consonantais que iniciam sí-
laba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-
co 
d) Separam-se as vogais dos hia-
tos. Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-
de 
e) Separam-se as letras dos dí-
grafos rr, ss, sc, sçxc. Exem-
plos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, 
nas-ço, ex-ce-len-te 
f) Separam-se os encontros con-
sonantais das sílabas internas, excetu-
ando-se aqueles em que a segunda 
consoante é l ou r. Exemplos: ap-to, 
bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car 
Acento Tônico 
Na emissão de uma palavra de duas ou 
mais sílabas, percebe-se que há uma sílaba 
de maior intensidade sonora do que as de-
mais. 
calor - a sílaba lor é a de maior intensi-
dade. 
faceiro - a sílaba cei é a de maior inten-
sidade. 
sólido - a sílaba só é a de maior intensi-
dade. 
 
 
Observação: 
"Gu" e "qu" são dígrafos so-
mente quando, seguidos 
de "e" ou "i", representam os fone-
mas /g/ e /k/:guitarra, aquilo. Nes-
ses casos, a letra "u" não corres-
ponde a nenhum fonema. Em algu-
mas palavras, no entanto, o "u" re-
presenta um fonema semivogal ou 
vogal (aguentar, linguiça, aquí-
fero...) Nesse caso, "gu" e"qu" não 
são dígrafos. Também não há dí-
grafos quando são seguidos 
de "a" ou "o" (quase, averiguo). 
 
 
 
8 
 
Classificação da Sílaba quanto à In-
tensidade 
Tônica: é a sílaba pronunciada 
com maior intensidade. 
Átona: é a sílaba pronunciada 
com menor intensidade. 
Subtônica: é a sílaba de intensi-
dade intermediária. Ocorre, principal-
mente, nas palavras derivadas, corres-
pondendo à tônica da palavra primi-
tiva. Veja o exemplo abaixo: 
 
Palavra 
primi-
tiva: 
be - bê 
 átona tônica 
Palavra 
deri-
vada: 
be - be - zi - nho 
 átona 
subtô-
nica 
tônica átona 
 
Classificação das Palavras quanto à 
Posição da Sílaba Tônica 
De acordo com a posição da sílaba tô-
nica, os vocábulos da língua portuguesa que 
contêm duas ou mais sílabas são classifica-
dos em: 
Oxítonos: são aqueles cuja sí-
laba tônica é a última.Exemplos: 
avó, urubu, parabéns 
Paroxítonos: são aqueles cuja 
sílaba tônica é a penúltima.Exem-
plos:dócil, suavemente, banana 
Proparoxítonos: são aqueles 
cuja sílaba tônica é a antepenúltima. 
Exemplos: máximo, parábola, íntimo 
Saiba que: 
 São palavras oxítonas, entre 
outras: cateter, mister, Nobel, no-
vel, ruim, sutil, transistor, ureter. 
 São palavras paroxítonas, 
entre outras: avaro, aziago, boêmia, 
caracteres, cartomancia, celtibero, cir-
cuito, decano, filantropo, fluido, for-
tuito, gratuito, Hungria, ibero, impu-
dico, inaudito, intuito, maquinaria, me-
teorito, misantropo, necropsia (al-
guns dicionários admitem tam-
bém necrópsia), Normandia, pegada, 
policromo, pudico, quiromancia, ru-
brica, subido(a). 
 São palavras proparoxítonas, 
entre outras:aerólito, bávaro, bímano, 
crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, 
ômega, pântano,trânsfuga. 
 As seguintes palavras, entre 
outras, admitem dupla tonicidade: 
acrobata / acrobata, hieróglifo / hiero-
glifo, Oceânia / Oceania, ortoépia/orto-
epia, projétil / projetil, réptil / reptil, 
zângão / zangão 
Monossílabos 
Leia em voz alta a frase abaixo: 
O sol já se pôs. 
Essa frase é formada apenas por mo-
nossílabos. É possível verificar que os 
monossílabos sol, já e pôs são pronunci-
ados com maior intensidade que os ou-
tros. São tônicos. Possuem acento pró-
prio e, por isso, não precisam apoiar-se 
nas palavras que os antecedem ou que os 
seguem. Já os monossíla-
bos o e se são átonos, pois são pronunci-
ados fracamente. Por não terem acento 
próprio, apoiam-se nas palavras que os 
antecedem ou que os seguem. 
Critérios de Distinção 
Muitas vezes, fazer a distinção entre 
um monossílabo átono e um tônico pode 
Obs.: a presença da sílaba de 
maior intensidade nas palavras, em 
meio a sílabas de menor intensidade, 
é um dos elementos que dão melodia 
à frase. 
 
 
 
9 CAPÍTULO 1 – FONOLOGIA 
ser complicado. Por isso, observe os cri-
térios a seguir. 
1- Modificação da pronúncia da vogal 
final. 
Nos monossílabos átonos a vogal fi-
nal se modifica ou pode modificar-se na 
pronúncia. Com os tônicos, não ocorre tal 
possibilidade. 
 
Exemplos: 
Vou de carro para o meu trabalho. (de = 
monossílabo átono - é possível a pronún-
cia di ônibus.) 
Dê um auxílio às pessoas que necessi-
tam. (dê = monossílabo tônico - é impos-
sível a pronúncia di um auxílio.) 
2- Significado isolado do monossí-
labo 
O monossílabo átono não tem sen-
tido quando isolado na frase. 
 Veja: 
Meus amigos já compraram os convi-
tes, mas eu não. 
O monossílabo tônico, mesmo iso-
lado, possui significado. 
Observe: 
Existem pessoas muito más. 
Nessa frase, o monossílabo possui 
sentido: más = ruins. 
São monossílabos átonos: 
artigos: o, a, os, as, um, uns 
pronomes pessoais oblíquos: me, te, 
se, o, a, os, as, lhe, nos, vos 
preposições: a, com, de, em, por, 
sem, sob 
pronome relativo: que 
conjunções: e, ou, que, se 
São monossílabos tônicos: todos 
aqueles que possuem autonomia na 
frase. 
Exemplos: 
mim, há, seu, lar, etc. 
 
Obs.: pode ocorrer que, de acordo com a 
autonomia fonética, um mesmo monossí-
labo seja átono numa frase, porém tônico 
em outra. 
Exemplos: 
Que foi? (átono) 
Você fez isso por quê? (tônico) 
 
 
10 
CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA 
A ortografia é a parte da língua respon-
sável pela grafia correta das palavras. Essa 
grafia baseia-se no padrão culto da língua. 
As palavras podem apresentar igualdade 
total ou parcial no que se refere a sua grafia e 
pronúncia, mesmo tendo significados diferen-
tes. Essas palavras são chamadas de homô-
nimas (canto, do grego, significa ângulo / 
canto, do latim, significa música vocal). As pa-
lavras homônimas dividem-se em homógra-
fas, quando tem a mesma grafia (gosto, subs-
tantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo 
gostar) e homófonas, quando tem o mesmo 
som (paço, palácio ou passo, movimento du-
rante o andar). 
Quanto à grafia correta em língua portu-
guesa, devem-se observar as seguintes re-
gras: 
O fonema s: 
Escreve-se com S e não com C/Ç: 
 as palavras substantivadas deri-
vadas de verbos com radicais em nd, rg, 
rt, pel, corr e sent. 
Exemplos: pretender - pretensão / ex-
pandir - expansão / ascender - ascensão / 
inverter - inversão / aspergir aspersão / 
submergir - submersão / divertir - diversão 
/ impelir - impulsivo / compelir - compulsó-
rio / repelir - repulsa / recorrer - recurso / 
discorrer - discurso / sentir - sensível / con-
sentir - consensual 
Escreve-se com SS e não com C e Ç: 
 os nomes derivados dos verbos 
cujos radicais terminem em gred, ced, 
prim ou com verbos terminados por tir 
ou meter 
Exemplos: agredir - agressivo / impri-
mir - impressão / admitir - admissão / ceder 
- cessão / exceder - excesso / percutir - per-
cussão / regredir - regressão / oprimir - 
opressão / comprometer - compromisso / 
submeter - submissão 
 quando o prefixo termina com 
vogal que se junta com a palavra inici-
ada por s 
Exemplos: a + simétrico - assimétrico 
/ re + surgir - ressurgir 
 no pretérito imperfeito simples 
do subjuntivo 
Exemplos: ficasse, falasse 
Escreve-se com C ou Ç e não com S e 
SS: 
 os vocábulos de origem árabe: 
Exemplos: cetim, açucena, açúcar 
 os vocábulos de origem tupi, afri-
cana ou exótica 
Exemplos: cipó, Juçara, caçula, ca-
chaça, cacique 
 
 
11 CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA 
 os sufixos aça, aço, ação, çar, 
ecer, iça, nça, uça, uçu. 
Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, 
empalidecer, carniça, caniço, esperança, 
carapuça, dentuço 
 nomes derivados do verbo ter. 
Exemplos: abster - abstenção / deter - 
detenção / ater - atenção / reter - retenção 
 após ditongos 
Exemplos: foice, coice, traição 
 palavras derivadas de outras ter-
minadas em te, to(r) 
Exemplos: marte - marciano / infrator 
- infração / absorto - absorção 
O fonema z: 
Escreve-se com S e não com Z: 
 os sufixos: ês, esa, esia, e isa, 
quando o radical é substantivo, ou em 
gentílicos e títulos nobiliárquicos. 
Exemplos: freguês, freguesa, fregue-
sia, poetisa, baronesa, princesa, etc. 
 os sufixos gregos: ase, ese, ise 
e ose. 
Exemplos: catequese, metamorfose. 
 as formas verbais pôr e querer. 
Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, 
quiseste. 
 nomes derivados de verbos com 
radicais terminados em d. 
Exemplos: aludir - alusão / decidir - 
decisão / empreender - empresa / difundir - 
difusão 
 os diminutivos cujos radicais ter-
minam com s 
Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Ro-
sinha / lápis - lapisinho 
 após ditongos 
Exemplos: coisa, pausa, pouso 
 em verbos derivados de nomes 
cujo radical termina com s. 
Exemplos: anális(e) + ar - analisar / 
pesquis(a) + ar - pesquisar 
Escreve-se com Z e não com S: 
 os sufixos ez e eza das palavras 
derivadas de adjetivo 
Exemplos: macio - maciez / rico - ri-
queza 
 os sufixos izar (desde que o ra-
dical da palavra de origem não termine 
com s) 
Exemplos: final - finalizar / concreto - 
concretizar 
 como consoante de ligação se o 
radical não terminar com s. 
Exemplos: pé + inho - pezinho / café + 
al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho 
 
 
12 
O fonema j: 
Escreve-se com G e não com J: 
 as palavras de origem grega ou 
árabe 
Exemplos: tigela, girafa, gesso. 
 estrangeirismo, cuja letra G é 
originária. 
Exemplos: sargento, gim. 
 as terminações: agem, igem, 
ugem, ege, oge (com poucas exceções) 
Exemplos: imagem, vertigem, penu-
gem, bege, foge. 
Observação 
Exceção: pajem 
 as terminações: ágio, égio, ígio, 
ógio, ugio. 
Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, 
relógio, refúgio. 
 os verbos terminados em ger e 
gir. 
Exemplos: eleger, mugir. 
 depois da letra "r" com poucas 
exceções. 
Exemplos: emergir, surgir. 
 depois da letra a, desde que não 
seja radical terminado com j. 
Exemplos: ágil, agente. 
Escreve-se com J e não com G: 
 as palavras de origem latinas 
Exemplos: jeito, majestade, hoje. 
 as palavras de origem árabe, 
africana ou exótica. 
Exemplos: alforje, jibóia, manjerona. 
 as palavras terminada com aje. 
Exemplos: laje, ultraje 
O fonema ch: 
Escreve-se com X e não com CH: 
 as palavras de origem tupi, afri-
cana ou exótica. 
Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro. 
 as palavras de origem inglesa 
(sh) e espanhola (J). 
Exemplos: xampu, lagartixa. 
 depois de ditongo.Exemplos: frouxo, feixe. 
 depois de en. 
Exemplos: enxurrada, enxoval 
Observação: 
Exceção: quando a palavra de origem 
não derive de outra iniciada com ch - Cheio - 
(enchente) 
Escreve-se com CH e não com X: 
 as palavras de origem estran-
geira 
 
 
13 CAPÍTULO 2– ORTOGRAFIA 
Exemplos: chave, chumbo, chassi, mo-
chila, espadachim, chope, sanduíche, salsi-
cha. 
As letras e e i: 
 os ditongos nasais são escritos 
com e: mãe, põem. Com i, só o ditongo 
interno cãibra. 
 os verbos que apresentam infini-
tivo em -oar, -uar são escritos com e: 
caçoe, tumultue. Escrevemos com i, os 
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: 
trai, dói, possui. 
 atenção para as palavras que 
mudam de sentido quando substituímos 
a grafia e pela grafia i: área (superfície), 
ária (melodia) / delatar (denunciar), dila-
tar (expandir) / emergir (vir à tona), imer-
gir (mergulhar) / peão (de estância, que 
anda a pé), pião (brinquedo). 
 
 
14 
CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
INFLUÊNCIA DO NOVO ACORDO OR-
TOGRÁFICO 
1) ALFABETO 
Com o advento do novo ortográfico, 
acrescentam-se as consoantes k, w e y no al-
fabeto que passa a ter 26 letras: 
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S 
T U V W X Y Z. 
As consoantes k, w e y serão usadas nas 
seguintes situações: 
a) Em escrita de símbolos de unidades 
de medida: Kg (quilograma), Km (quilômetro), 
W (watt); 
b) Em escrita de palavras e nomes es-
trangeiros: workshop, playground, show, 
Welliton. 
2) TREMA 
O trema desaparece do u nas formas 
gue, gui, que, qui. No entanto, a pronúncia 
permanece inalterada. 
ANTES DO NOVO 
ACORDO 
DEPOIS DO NOVO 
ACORDO 
Argüir Arguir 
Cinqüenta Cinquenta 
Delinqüente Delinquente 
Freqüente Frequente 
Lingüiça Linguiça 
Qüinqüênio Quinquênio 
 
O trema ainda continuará em palavras 
estrangeiras e em suas derivadas. 
Exemplos: Müller, mülleriano, Bünd-
chen. 
3) ACENTO GRÁFICO 
a) Não serão acentuadas graficamente 
os ditongos orais abertos ei, e oi tônico 
quando forem paroxítonas. 
ANTES DO 
NOVO 
ACORDO 
DEPOIS DO 
NOVO 
ACORDO 
Alcatéia Alcateia 
Andróide Androide 
Assem-
bléia 
Assembleia 
Bóia Boia 
Coréia Coreia 
Debilóide Debiloide 
Européia Europeia 
Estréia Estreia 
Geléia Geleia 
Heróico Heroico 
Idéia Ideia 
Jibóia Jibóia 
Odisséia Odisseia 
Paranóico Paranoico 
Platéia Plateia 
 
O acento continuará nas oxítonas termi-
nadas em éis, éu, éus, ói, óis. 
Exemplos: anéis, céu, troféu, troféus, 
herói, heróis. 
b) Quando os vocábulos forem paroxíto-
nos, não receberão acento gráfico o i e o u 
tônicos após ditongo decrescente. 
ANTES DO NOVO 
ACORDO 
DEPOIS DO NOVO 
ACORDO 
Baiúca Baiuca 
Bocaiúva Bocaiuva 
Feiúra Feiura 
Sauípe Sauipe 
O acento continuará caso a palavra seja 
oxítona e o i ou o u estejam no final da palavra 
ou caso a palavra seja proparoxítona. 
Exemplo: tuiuiú, Piauí, maiúscula. 
 
 
15 CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
c) Palavras com vogais repetidas per-
dem o acento. 
ANTES DO NOVO 
ACORDO 
DEPOIS DO 
NOVO 
ACORDO 
Crêem (verbo crer) Creem 
Dêem (verbo dar) Deem 
Lêem (verbo ler) Leem 
Vêem (verbo ver) Veem 
Vôo Voo 
Zôo Zoo 
 
d) Perde-se o acento para diferenciar os 
seguintes pares: para/ para; péla/ pela(s); 
pelo(s)/ pelo(s); pólo(s)/ polo(s); e pêra/ pera. 
ANTES DO NOVO 
ACORDO 
DEPOIS DO NOVO 
ACORDO 
O rapaz pára o trânsito O rapaz para o trân-
sito 
A jovem irá ao pólo 
Norte 
A jovem irá ao polo 
Norte 
O urso polar tem pêlos 
brancos 
O urso polar tem 
pelos brancos 
Compramos pêra no 
início de ano 
Compramos pera 
no início de ano 
 
OBSERVAÇÃO 
a) Em pôr/por, permanece o acento dife-
rencial. A forma pôr é um verbo, já a forma 
por é uma preposição. 
Exemplo: Pretendo pôr um funcioná-
rio na empresa inaugurada por mim. 
b) Nas formas verbais pôde/pode, per-
manece o acento diferencial. O sintagma ver-
bal pôde é o verbo poder no pretérito perfeito 
do indicativo, na 3ª pessoa do singular. En-
quanto pode é a forma do presente do indica-
tivo, na 3ª pessoa do singular. 
Exemplo: Antes, ele não pôde com-
prar o carro, mas hoje ele pode. 
c) Será opcional o uso do acento circun-
flexo para diferenciar as palavras fôrma 
(substantivo) de forma (verbo); dêmos (verbo 
no subjuntivo) de demos (verbo no pretérito). 
Os acentos gráficos são: 
( ´ )  agudo; 
( ^ )  circunflexo; 
( ` )  grave. 
Os acentos agudo e circunflexo indi-
cam: 
1) Sílaba tônica (sílaba mais forte) dos 
vocábulos; 
2) Abertura ou não da vogal; 
3) Flexão de número (singular/plural) do 
verbo; 
4) Diferença entre palavras homônimas. 
O acento grave irá indicar a fusão entre 
duas vogais idênticas (crase). 
 
REGRAS DE ACENTUAÇÃO 
1) OXÍTONAS:são aquelas palavras 
cuja última sílaba é a mais forte. 
a) Oxítonas monossilábicas tônicas: 
acentuam-se aquelas finalizadas em -a, -e ou 
-o (seguidas ou não de -s). 
(IBAMA/ TÉCNICO/ CESPE) As palavras 
“pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo 
com a mesma regra de acentuação gráfica. 
 
b) Oxítonas com mais de uma sílaba: 
quando finalizadas em -a, -e ou -o (seguidas 
Comentário: as palavras “pó” e “só” são 
acentuadas por ser oxítonas monossilábicas fi-
nalizadas em -o. Já o vocábulo “céu” é acentu-
ada por ser uma oxítona terminada em ditongo 
aberto “éu”. Sendo assim, o item está errado. 
 
 
 
16 
ou não de -s),-em e -ens, devem ser acentu-
adas graficamente. 
(IBAMA/ TÉCNICO/ ADAPTADA/ 
FGV)As palavras a seguir são acentuadas em 
decorrência de mesma regra de acentuação 
gráfica:“até”,“está”,“biogás”,“contará”. 
 
c) Oxítonas terminadas em ditongos 
abertos ei, oi, eu: todas devem receber 
acento agudo. 
(LIQUIGAS/ MÉDIO/ ADAPTADA/ CES-
GRANRIO)De acordo com as regras de acen-
tuação, o grupo de palavras que foi acentuado 
pela mesma razão: céu, já, troféu, baú. 
 
 d) Oxítonas seguidas de pronomes oblí-
quos -lo, -la, -los, -las: acentuam-se as ter-
minadas em -a, -e, -o. 
(MPE-PI/ ANALISTA/ CESPE) Os ver-
bos “comunicar”, “ensinar” e “comandar”, 
quando complementados pelo pronome “a”, 
acentuam-se da mesma forma que “constatá-
las”, “designá-las” e “elevá-las”. 
 
e) Pôr ≠ por: deve-se acentuaro sin-
tagma verbal “pôr”, para diferenciá-la da pre-
posição “por”. 
(CEF/ MÉDIO/ CESPE) O acento que distin-
gue a forma verbal ‘é’ da conjunção ‘e’ esta-
belece diferença morfológica, gráfica e foné-
tica, tal como ocorre com pôr e por. TEXTO:O 
despreparo dos jovens, portanto, é patente. 
“Desde cedo, é preciso ensinar as crianças a 
pensar e a se adequar a novas realidades”, diz 
Ramos. 
 
 
f) Tem ≠ têm; vem ≠ vêm: acentuam-se 
as formas verbais têm e vêm, que represen-
tam a terceira pessoa do plural do presente do 
modo indicativo dos verbos ter e vir, para di-
ferenciar das formas no singular tem e vem. 
(TJ-RR/ MÉDIO/ CESPE)A forma verbal “têm” 
em “têm esse originário poder” estáempre-
gada no plural porque faz parte de uma cadeia 
Comentário: as palavras “a-té”, “es-tá”, 
“bio-gás”, “con-ta-rá” recebem acento gráfico 
porque são oxítonas finalizadas em a, -e ou -o 
(seguidas ou não de -s). Por isso a assertiva 
está correta. 
 
Comentário: as palavras “céu” e “troféu” 
recebem acento agudo por finalizar em di-
tongo oral aberto “éu”, enquanto o vocábulo 
“já” será acentuada por oxítona monossilábica 
terminada em “a”. Por último, a palavra “baú” 
acentua-se por haver um hiato da vogal “u”.Comentário: caso os verbos sejam com-
pletados pelo pronome oblíquo “a”, as formas 
equivalentes resultantes serão comunicá-la, en-
siná-la, comandá-la assim como os verbos apre-
sentados. Note-se, ainda, que é necessário 
acentuar se forem terminadas em -a, -e, -o. Por-
tanto, o item está correto. 
 
Comentário: o acento gráfico, nos vocábu-
los “é”, “e”,assim como, nas palavras “por” e 
“pôr”, diferencia-se em três níveis: morfológico, 
gráfico e fonético. Atente-se aos três planos: 
Morfológico: “e” é uma conjunção, en-
quanto “é” trata-se de emum verbo. O vocábulo 
“por” é uma preposição, já “pôr” é um verbo. 
Neste caso,de fato o acento gráfico estabelece 
diferença morfológica. 
Gráfico: ocorre mudança também, visto 
que os vocábulos recebem o acento gráfico. 
Logo, as palavras mudam a grafia. Compare: 
e→é;por→pôr. 
Fonético: o som pronunciado em “é” (com 
acento) éaberto, enquanto o som pronunciado (o 
timbre) em “e” (sem acento) éfechado. Assim, 
por interferência do acento, houve, sim, mu-
dança fonética(pronúncia da palavra). No en-
tanto, não haverá mudança na fonética entre as 
palavras “por” e “pôr”. Devido a este último 
caso, o item está incorreto. 
 
 
 
17 CAPÍTULO 3– ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
coesivacujos elementos se referem a “magis-
trados”. TEXTO:Os magistrados não gover-
nam. O que eles fazem é evitar o desgoverno, 
quando para tanto são provocados. Não man-
dam propriamente na massa dos governados 
e administrados, mas impedem os eventuais 
desmandos dos que têm esse originário po-
der. 
 
(ANATEL/ MÉDIO/ CESPE) Nas formas 
verbais “vêm” e “têm”, ambas na linha, foi apli-
cada a mesma regra de acentuação gráfica. 
TEXTO: Em terceiro lugar, vêm os adúlteros. 
Só agora eles têm a possibilidade de receber 
ligações de seu parceiro secreto sem que 
membros da família, secretárias ou colegas 
mal intencionados possam interceptar o tele-
fonema. 
 
 
 
IMPORTANTE 
Os verbos derivados possuem acento 
agudo quando no singular e acento circunflexo 
quando no plural. 
 (INPI/ INTERMEDIÁRIO/ CESPE) Se a 
expressão “As relações” passasse para o sin-
gular,a forma verbal “mantêm”deveria, em 
concordância a esse termo, ser substituída 
por mantém. TEXTO:As relações que as so-
ciedades ocidentais industriais mantêm com 
os temas da ciência e da tecnologia não se 
constituem numa constante. 
 
2)PAROXÍTONAS:são aquelas palavras 
cuja penúltima é a mais forte. 
a) Quando finalizadas em -a, -e ou -o 
(seguidas ou não de -s), -em e -ens, não po-
dem ser acentuadas graficamente. Então, de-
vem ser acentuadas caso terminadas em: -r, -
x, -n, -l, -i, -is, -um, -uns, -us, -ps, -ã, -ãs, -
ão, -ãos;ditongo oral, seguido ou não de -s. 
(TJRR/ ANALISTA DE SISTEMAS/ 
CESPE) As palavras “área”, “deságua”, “ín-
dios” e “planícies” são acentuadas grafica-
mente devido à mesma regra de acentuação. 
 
 (TJ-AC/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 
CESPE) As palavras “negligência”, “reserva-
tórios”, “espécie” e “equilíbrio” apresentam 
acentuação gráfica em decorrência da mesma 
regra gramatical. 
Comentário: o item está incorreto, 
pois a forma verbal “têm” permanece no plu-
ral para concordar com o pronome demons-
trativo “os” presente no termo “dos”, em 
que ocorre contração da preposição “de” 
com pronome demonstrativo “os”. Note-se, 
ainda, que poderia substituir o pronome 
“os” por “aqueles”. Portanto, a forma verbal 
“têm” não concorda com “magistrados”. 
 
Comentário: o item está correto, pois as 
formas verbais vem e tem recebem acento cir-
cunflexo quando concordam com um sujeito no 
plural para diferenciá-los do singular. Contextu-
almente, os verbos citados concordam, respec-
tivamente, com “adúlteros” e “eles”. 
 
Comentário: o item está errado, porque 
a forma verbal “mantêm” concorda com a ex-
pressão “as sociedades ocidentais”. Dessa 
forma, mesmo que fosse reescrito no singular 
o trecho “As relações”, o verbo manter perma-
neceria inalterado. 
 
Comentário: as palavras “á-rea”, “de-sá-
gua”, “ín-dios” e “pla-ní-cies” são acentuadas 
por serem paroxítonas terminadas em ditongo 
crescente. Portanto, o item está correto. 
 
 
 
18 
 
 (ANAC/ TÉCNICO/ CESPE) As pala-
vras “início” e “série” recebem acento gráfico 
com base em regras gramaticais distintas. 
 
3) PROPAROXÍTONAS: São aquelas 
palavras cuja antepenúltima é a mais forte. 
Todas devem ser acentuadas. 
(ANATEL/ TÉCNICO/ CESPE) Nas pa-
lavras “análise” e “mínimos”, o emprego do 
acento gráfico tem justificativas gramaticais 
diferentes. 
 
 (MPE-PI/ ANALISTA/ CESPE) De 
acordo com a ortografia oficial vigente, o vo-
cábulo “órgãos” segue a mesma regra de 
acentuação que o vocábulo “últimos”. 
 
 
 (TJ-RR/ TÉCNICO/ CESPE) Os vocá-
bulos “jurídicas”, “econômicas” e “físico” rece-
bem acento gráfico com base em regras gra-
maticais diferentes. 
 
Comentário: as palavras “ju-rí-di-cas”, 
“e-co-nô-mi-cas” e “fí-si-co” são acentuadas 
por ser proparoxítonas; portanto o item está 
correto. 
REGRA DO HIATO 
Deve-se acentuar o -i ou o -u, quando: 
1) Formar um hiato com uma vogal dife-
rente anterior; 
2) Não houver consoante na mesma sí-
laba, exceto -s; 
3) Não aparecer semivogal na mesma sí-
laba; 
4) Não surgir -nh na sílaba posterior. 
(MMA/ AGENTE ADM/ CESPE) O em-
prego do acento agudo nos vocábulos “país” e 
“aí” justifica-se pela mesma regra de acentua-
ção gráfica. 
Comentário: os vocábulos “pa-ís” e “a-í” 
acentuam-se por ser oxítonas com vogal tô-
nica i antecedidas de uma vogal a com que 
não formam ditongo nem constitui sílaba com 
a eventual consoante seguinte. Observe-se 
alguns exemplos dessa última regra: conte-
údo, miúdo, recaída, juíza, cafeína, saída e 
paraíso. Tem-se um caso especial de acentu-
ação de hiatos com as vogais -i e -u. 
(CNJ / ANALISTA/ CESPE)A mesma re-
gra de acentuação gráfica, justifica o emprego 
de acento gráficonas palavras “construída” e 
“possíveis”. 
Comentário: a palavra “cons-tru-í-da” re-
cebe acento gráfico por constituir hiato da vo-
gal -i. Enquanto isso, o vocábulo “pos-sí-veis” 
será acentuado por ser paroxítono finalizado 
em ditongo seguindo de -s. 
 
 
 
 
 
 
Comentário: as palavras “ne-gli-gên-
cia”, “re-ser-va-tó-rios”, “es-pé-cie”, “e-qui-lí-
brio” serão acentuadas devido à mesma regra 
de acentuação, pois todas são paroxítonas fi-
nalizadas em ditongo crescente. 
 
Comentário: o vocábulo “i-ní-cio” e “sé-rie” 
são paroxítonas finalizadas em ditongo cres-
cente; portanto, devem ser acentuadas. 
 
Comentário:as palavras “a-ná-li-se”, 
“mí-ni-mos” são acentuadas por ser proparo-
xítonas; portanto o item está correto. 
 
Comentário: o vocábulo “ór-gãos” é 
acentuado por ser uma paroxítona finalizada 
em ditongo decrescente, já a palavra “úl-ti-
mos” é acentuada por ser uma proparoxítona. 
Logo a alternativa está incorreta. 
 
 
 
19 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO 
DE PALAVRAS 
ESTRUTURA DAS PALAVRAS 
Estudar a estrutura é conhecer os ele-
mentos formadores das palavras. Assim, 
compreendemos melhor o significado de cada 
uma delas. Observe os exemplos abaixo: 
art-
ista 
brinc-a-
mos 
cha-l-
eira 
cachorr-inh-a-
s 
A análise destes exemplos mostra-nos 
que as palavras podem ser divididas em uni-
dades menores, a que damos o nome de ele-
mentos mórficos ou morfemas. 
Vamos analisar a palavra "cachorri-
nhas": 
Nessa palavra observamos facilmente a 
existência de quatro elementos. São eles: 
cachorr- este é o elemento base da pa-
lavra, ou seja, aquele que contém o signifi-
cado. 
inh - indica que a palavra é um diminu-
tivo 
a - indica que a palavra é feminina 
s - indica que a palavra se encontra no 
plural 
Morfemas: unidades mínimas de caráter 
significativo. 
 
 
São elementos mórficos: 
1) Raiz, radical, tema: elementos bási-
cos e significativos 
2) Afixos (prefixos, sufixos), desinên-
cia, vogal temática: elementos modificado-
res da significação dos primeiros 
3) Vogal de ligação, consoante de li-
gação: elementos de ligação ou eufônicos. 
Raiz 
É o elemento originário e irredutível em 
que se concentra a significação das palavras, 
consideradas do ângulohistórico. É a raiz que 
encerra o sentido geral, comum às palavras 
da mesma família etimológica. Observe o 
exemplo: 
Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] 
tem a significação geral de causar dano, e a 
ela se prendem, pela origem comum, as pala-
vras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, 
inócuo, etc. 
Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. 
Veja o exemplo: 
at-o at-or 
at-ivo aç-ão 
ac-ionar 
Radical 
Observe o seguinte grupo de palavras: 
livr- o 
livr- inho 
livr- eiro 
livr- eco 
 
Você reparou que há um elementoco-
mumnesse grupo? 
Você reparou que o elemento livr serve 
de base para o significado? Esse elemento é 
chamado de radical (ou semantema). 
Radical: elemento básico e significativo 
das palavras, consideradas sob o aspecto gra-
matical e prático. É encontrado através do 
despojo dos elementos secundários (quando 
houver) da palavra. 
Por Exemplo: 
cert-o 
cert-eza 
in-cert-eza 
Afixos 
Obs.: existem palavras que não com-
portam divisão em unidades menores, tais 
como: mar, sol, lua, etc. 
 
 
20 
Afixos são elementos secundários (ge-
ralmente sem vida autônoma) que se agregam 
a um radical ou tema para formar palavras de-
rivadas. Sabemos que o acréscimo do mor-
fema "-mente", por exemplo, cria uma nova 
palavra a partir de "certo": certamente, ad-
vérbio de modo. De maneira semelhante, o 
acréscimo dos morfemas "a-" e"-ar" à 
forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe 
que a- e -ar são morfemas capazes de operar 
mudança de classe gramatical na palavra a 
que são anexados. 
 
Quando são colocados antes do radical, como 
acontece com "a-", os afixos recebem o nome 
de prefixos. Quando, como "-ar", surgem de-
pois do radical, os afixos são chamados 
de sufixos. Veja os exemplos: 
Prefixo Radical Sufixo 
in at ivo 
em pobr ecer 
inter nacion al 
 
Desinências 
Desinências são os elementos termi-
nais indicativos das flexões das palavras. 
Existem dois tipos: 
Desinências Nominais: indicam as fle-
xões de gênero (masculino e feminino) e de-
número(singular e plural) dos nomes. 
Exemplos: 
alun-o aluno-s 
alun-a aluna-s 
 
 
Desinências Verbais: indicam as fle-
xões de número e pessoa e 
de modo e tempo dos verbos. 
Exemplos: 
compr-
o 
compra-
s 
compra-
mos 
com-
pra-is 
compra-
m 
com-
pra-va 
compra-
va-s 
 
A desinência "-o", presente em "am-o", 
é uma desinência número-pessoal, pois in-
dica que o verbo está na primeira pessoa do 
singular; "-va", de "ama-va", é desinên-
cia modo-temporal: caracteriza uma forma 
verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 
1ª conjugação. 
Vogal Temática 
Vogal Temática é a vogal que se junta 
ao radical, preparando-o para receber as de-
sinências. Nos verbos, distinguem-se três vo-
gais temáticas: 
 
Caracteriza os verbos da 1ª conjugação. 
Exemplos: 
buscar, buscavas, etc 
Caracteriza os verbos da 2ª conjugação. 
Exemplos: 
romper, rompemos, etc. 
Caracteriza os verbos da 3ª conjugação. 
Observação: só podemos falar 
em desinências nominais de gêneros e 
de números em palavras que admitem 
tais flexões, como nos exemplos 
acima. Em palavras 
como mesa, tribo, telefonema, por 
exemplo, não temos desinência nomi-
nal de gênero. Já em pires, lápis, ôni-
bus não temos desinência nominal de 
número. 
 
 
 
21 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
Exemplos: 
proibir, proibirá, etc. 
Tema 
Tema é o grupo formado pelo radical 
mais vogal temática. Nos verbos citados 
acima, os temas são: 
busca-, rompe-, proibi- 
Vogais e Consoantes de Ligação 
As vogais e consoantes de ligação são 
morfemas que surgem por motivos eufônicos, 
ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a 
pronúncia de uma determinada palavra. 
Exemplo: 
parisiense (paris= radical, 
ense=sufixo, vogal de ligação=i) 
Outros exemplos: 
gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-
cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-
eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, 
etc. 
Formação das Palavras 
Existem dois processos básicos pelos 
quais se formam as palavras: a derivação e 
a composição. A diferença entre ambos con-
siste basicamente em que, no processo de de-
rivação, partimos sempre de um único radical, 
enquanto no processo de composição sempre 
haverá mais de um radical. 
Derivação 
Derivação é o processo pelo qual se ob-
tém uma palavra nova, chamada derivada, a 
partir de outra já existente, chamada primi-
tiva. Observe o quadro abaixo: 
Primitiva Derivada 
mar marítimo, marinheiro, marujo 
terra enterrar, terreiro, aterrar 
Observamos que "mar" e "terra" não se 
formam de nenhuma outra palavra, mas, ao 
contrário, possibilitam a formação de outras, 
por meio do acréscimo de um sufixo ou pre-
fixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, 
e as demais, derivadas. 
Tipos de Derivação 
Derivação Prefixal ou Prefixação 
Resulta do acréscimo de prefixo à pala-
vra primitiva, que tem o seu significado alte-
rado. Veja os exemplos: 
crer- descrer 
ler- reler 
capaz- incapaz 
Derivação Sufixal ou Sufixação 
Resulta de acréscimo de sufixo à pala-
vra primitiva, que pode sofrer alteração de sig-
nificado ou mudança de classe gramatical. 
Por Exemplo: 
alfabetização 
No exemplo acima, o sufixo -ção trans-
forma em substantivo o verbo alfabeti-
zar. Este, por sua vez, já é derivado do subs-
tantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -
izar. 
A derivação sufixal pode ser: 
a) Nominal, formando substantivos e 
adjetivos. 
Por Exemplo: 
papel – papelaria 
riso - risonho 
b) Verbal, formando verbos. 
Por Exemplo: 
atual - atualizar 
c) Adverbial, formando advérbios de 
modo. 
Por Exemplo: 
feliz - felizmente 
Derivação Parassintética ou Parassín-
tese 
Ocorre quando a palavra derivada re-
sulta do acréscimo simultâneo de pre-
fixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da 
parassíntese formam-se nomes (substantivos 
e adjetivos) e verbos. 
 
 
22 
Considere o adjetivo " triste". Do radical 
"trist-" formamos o verbo entristecer através 
da junção simultânea do prefixo "en-" e do su-
fixo "-ecer". A presença de apenas um desses 
afixos não é suficiente para formar uma nova 
palavra, pois em nossa língua não existem as 
palavras "entriste", nem "tristecer". 
Exemplos: 
Palavra 
Inicial 
Pre-
fixo 
Radi-
cal 
Su-
fixo 
Palavra For-
mada 
mudo e mud ecer emudecer 
alma des alm ado desalmado 
 
 
Derivação Regressiva 
Ocorre derivação regressiva quando 
uma palavra é formada não por acréscimo, 
mas por redução. 
Exemplos: 
comprar 
(verbo) 
beijar 
(verbo) 
com-
pra (subs-
tantivo) 
beijo (subs-
tantivo) 
 
 
Saiba que: 
Para descobrirmos se um substantivo 
deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, 
podemos seguir a seguinte orientação: 
- Se o substantivo denota ação, será 
palavra derivada, e o verbo palavra primi-
tiva. 
- Se o nome denota algum objeto ou 
substância, verifica-se o contrário. 
Vamos observar os exemplos 
acima: compra e beijo indicamações, 
logo, são palavras derivadas. O mesmo 
não ocorre, porém, com a palavra âncora, 
que é um objeto. Neste caso, um substan-
tivo primitivo que dá origem ao verbo an-
corar. 
Por derivação regressiva, formam-se ba-
sicamente substantivos a partir de verbos. Por 
isso, recebem o nome de substantivos de-
verbais. Note que na linguagem popular, são 
frequentes os exemplos de palavras formadas 
por derivação regressiva. Veja: 
o portuga (de português) 
o boteco (de botequim) 
o comuna (de comunista) 
Ou ainda: 
agito (de agitar) 
amasso (de amassar) 
chego (de chegar) 
Atenção! 
Não devemos confundir deriva-
ção parassintética, em que o acrés-
cimo de sufixo e de prefixo é obriga-
toriamente simultâneo, com casos 
como os das palavras desvaloriza-
ção e desigualdade. Nessas palavras, 
os afixos são acoplados em seqüên-
cia: desvalorização provém de des-
valorizar, que provém desvalorizar, 
que por sua vez provém de valor. 
É impossível fazer o mesmo com pa-
lavras formadas por parassíntese: 
não se pode dizer que expropriar pro-
vém de "propriar" ou de "expróprio", 
pois tais palavras não existem. 
Logo, expropriar provém diretamente 
de próprio, pelo acréscimo concomi-
tante de prefixo e sufixo. 
 
 
23 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
 
 
Derivação Imprópria 
A derivação imprópria ocorre quando de-
terminada palavra, sem sofrer qualquer acrés-
cimo ou supressão em sua forma, muda de 
classe gramatical. Neste processo: 
1) Os adjetivos passam a substanti-
vos 
Por Exemplo: 
Os bons serão contemplados. 
2) Os particípios passam a substanti-
vos ou adjetivos 
Por Exemplo: 
Aquele garoto alcançou umfeito-
passandono concurso. 
3) Os infinitivos passam a substanti-
vos 
Por Exemplo: 
O andar de Roberta era fascinante. 
O badalar dos sinos soou na cidadezi-
nha. 
4) Os substantivos passam a adjeti-
vos 
Por Exemplo: 
O funcionário fantasma foi despedido. 
O menino prodígio resolveu o pro-
blema. 
5) Os adjetivos passam a advérbios 
Por Exemplo: 
Falei baixo para que ninguém escu-
tasse. 
6) Palavras invariáveis passam 
a substantivos 
Por Exemplo: 
Não entendo o porquê disso tudo. 
7) Substantivos próprios tornam-se co-
muns. 
Por Exemplo: 
Aquele coordenador é um caxias! 
(chefe severo e exigente) 
 
 
Composição 
Composição é o processo que forma 
palavras compostas, a partir da junção de dois 
ou mais radicais. Existem dois tipos: 
Composição por Justaposição 
Ao juntarmos duas ou mais palavras ou 
radicais, não ocorre alteração fonética. 
Exemplos: 
passatempo, quinta-feira, girassol, 
couve-flor 
 
 
Composição por Aglutinação 
Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou 
radicais, ocorre supressão de um ou mais de 
seus elementos fonéticos. 
Exemplos: 
embora (em boa hora) 
Obs.: o processo normal é criar 
um verbo a partir de um substantivo. Na deri-
vação regressiva, a língua procede em sen-
tido inverso: forma o substantivo a partir 
do verbo. 
Observação: os processos de 
derivação vistos anteriormente fazem 
parte da Morfologia porque implicam 
alterações na forma das palavras. No 
entanto, a derivação imprópria lida ba-
sicamente com seu significado, o que 
acaba caracterizando um processo se-
mântico. Por essa razão, entendemos 
o motivo pelo qual é denominada "im-
própria". 
Obs.: em "girassol" houve uma altera-
ção na grafia (acréscimo de um "s") justa-
mente para manter inalterada a sonoridade 
da palavra. 
 
 
 
24 
fidalgo (filho de algo - referindo-se à fa-
mília nobre) 
hidrelétrico (hidro + elétrico) 
planalto (plano alto) 
 
Redução 
Algumas palavras apresentam, ao lado 
de sua forma plena, uma forma reduzida. Ob-
serve: 
auto - por automóvel 
cine - por cinema 
micro - por microcomputador 
Zé - por José 
Como exemplo de redução ou simplifica-
ção de palavras, podem ser citadas também 
as siglas, muito frequentes na comunicação 
atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na 
seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas) 
Hibridismo 
Ocorre hibridismo na palavra em cuja 
formação entram elementos de línguas dife-
rentes. 
Por Exemplo: 
auto (grego) + móvel (latim) 
Onomatopeia 
Numerosas palavras devem sua origem 
a uma tendência constante da fala humana 
para imitar as vozes e os ruídos da natureza. 
As onomatopeias são vocábulos que repro-
duzem aproximadamente os sons e as vozes 
dos seres. 
Exemplos: 
miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, choca-
lhar, cocoricar, etc. 
Prefixos 
Os prefixos são morfemas que se colo-
cam antes dos radicais basicamente a fim de 
modificar-lhes o sentido; raramente esses 
morfemas produzem mudança de classe gra-
matical. 
Os prefixos ocorrentes em palavras por-
tuguesas se originam do latim e do grego, 
línguas em que funcionavam como preposi-
ções ou advérbios, logo, como vocábulos au-
tônomos. Alguns prefixos foram pouco ou 
nada produtivos em português. Outros, por 
sua vez, tiveram grande utilidade na formação 
de novas palavras. Veja os exemplos: 
a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , 
entre- re- , sub- , super- , anti- 
Prefixos de Origem Grega 
a-, an-: Afastamento, privação, nega-
ção, insuficiência, carência. Exemplos: 
 anônimo, amoral, ateu, afônico 
ana- : Inversão, mudança, repeti-
ção. Exemplos: 
analogia, análise, anagrama, ana-
crônico 
anfi- : Em redor, em torno, de um e ou-
tro lado, duplicidade. Exemplos: 
anfiteatro, anfíbio, anfibologia 
anti- : Oposição, ação contrária. Exem-
plos: 
antídoto, antipatia, antagonista, an-
títese 
apo- : Afastamento, separação. Exem-
plos: 
apoteose, apóstolo, apocalipse, 
apologia 
arqui-, arce- : Superioridade hierár-
quica, primazia, excesso. Exemplos: 
arquiduque,arquétipo, arcebispo, 
arquimilionário 
cata- : Movimento de cima para 
baixo. Exemplos: 
cataplasma, catálogo, catarata 
di-: Duplicidade. Exemplos: 
dissílabo, ditongo, dilema 
Obs.: ao aglutinarem-se, os componen-
tes subordinam-se a um só acento tônico, o 
do último componente. 
 
 
25 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
dia- : Movimento através de, afasta-
mento. 
Exemplos: 
diálogo, diagonal, diafragma, dia-
grama 
dis- : Dificuldade, privação. Exem-
plos : 
dispneia, disenteria, dispepsia, dis-
fasia 
ec-, ex-, exo-, ecto- : Movimento para 
fora. 
Exemplos: 
eclipse, êxodo, ectoderma, exor-
cismo 
en-, em-, e-: Posição interior, movi-
mento para dentro. 
Exemplos: 
encéfalo, embrião, elipse, entusi-
asmo 
endo- : Movimento para dentro. Exem-
plos: 
endovenoso, endocarpo, endos-
mose 
epi- : Posição superior, movimento 
para. 
Exemplos: 
epiderme, epílogo, epidemia, epitá-
fio 
eu- : Excelência, perfeição, bondade. 
Exemplos: 
eufemismo, euforia, eucaristia, eu-
fonia 
hemi- : Metade, meio. Exemplos: 
hemisfério, hemistíquio, hemiplégico 
hiper- : Posição superior, ex-
cesso. Exemplos: 
hipertensão, hipérbole, hipertrofia 
hipo- : Posição inferior, escas-
sez. Exemplos: 
hipocrisia, hipótese, hipodérmico 
meta- : Mudança, sucessão. Exem-
plos: 
metamorfose, metáfora, metacarpo 
para- : Proximidade, semelhança, in-
tensidade. 
Exemplos: 
paralelo, parasita, paradoxo, para-
digma 
peri- : Movimento ou posição em torno 
de. 
Exemplos: 
periferia, peripécia, período, peris-
cópio 
pro- : Posição em frente, anterioridade. 
Exemplos: 
prólogo, prognóstico, profeta, pro-
grama 
pros- : Adjunção, em adição a. 
Exemplos: 
prosélito, prosódia 
proto- : Início, começo, anterioridade. 
Exemplos: 
proto-história, protótipo, protomár-
tir 
poli- : Multiplicidade. 
Exemplos: 
polissílabo,polissíndeto, polite-
ísmo 
sin-, sim- : Simultaneidade, compa-
nhia. 
Exemplos: 
síntese, sinfonia, simpatia, sinopse 
tele- : Distância, afastamento. 
Exemplos: 
 
 
26 
televisão, telepatia, telégrafo 
Prefixos de Origem Latina 
a-, ab-, abs- : Afastamento, separação. 
Exemplos: 
aversão, abuso, abstinência, abstra-
ção 
a-, ad- : Aproximação, movimento para 
junto. 
Exemplos: 
adjunto,advogado, advir, aposto 
ante- : Anterioridade, procedência. 
Exemplos: 
antebraço, antessala, anteontem, 
antever 
ambi- : Duplicidade. 
Exemplos: 
 ambidestro, ambiente, ambigui-
dade, ambivalente 
ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato 
ou ação. 
Exemplos: benefício, bendito 
bis-, bi-: Repetição, duas vezes. 
Exemplos: bisneto, bimestral, bi-
savô, biscoito 
circu(m) - : Movimento em torno. 
Exemplos: circunferência, circuns-
crito, circulação 
cis- : Posição aquém. 
Exemplos: cisalpino, cisplatino, ci-
sandino 
co-, con-, com- : Companhia, concomi-
tância. 
Exemplos: colégio, cooperativa, con-
dutor 
contra- : Oposição. 
Exemplos: contrapeso, contrapor, 
contradizer 
de- : Movimento de cima para baixo, se-
paração, negação. 
Exemplos: decapitar, decair, depor 
de(s)-, di(s)- : Negação, ação contrária, 
separação. 
Exemplos: desventura, discórdia, 
discussão 
e-, es-, ex- : Movimento para fora. 
Exemplos: excêntrico, evasão, ex-
portação, expelir 
en-, em-, in- : Movimento para dentro, 
passagem para um estado ou forma, revesti-
mento. 
Exemplos: imergir, enterrar, embe-
ber, injetar, importar 
extra- : Posição exterior, excesso. 
Exemplos: extradição, extraordiná-
rio, extraviar 
i-, in-, im- : Sentido contrário, privação, 
negação. 
Exemplos: ilegal, impossível, impro-
dutivo 
inter-, entre- : Posição intermediária. 
Exemplos: internacional, interplane-
tário 
intra- : Posição interior. 
Exemplos: - intramuscular, intrave-
noso, intraverbal 
intro- : Movimento para dentro. 
Exemplos: introduzir, introvertido, 
introspectivo 
justa- : Posição ao lado. 
Exemplos: justapor, justalinear 
ob-, o- : Posição em frente, oposição. 
Exemplos: obstruir, ofuscar, ocupar, 
obstáculo 
per- : Movimento através. 
Exemplos: percorrer, perplexo, per-
furar, perverter 
pos- : Posterioridade. 
 
 
27 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
Exemplos: pospor, posterior, pós-
graduado 
pre- : Anterioridade . 
Exemplos: prefácio, prever, prefixo, 
preliminar 
pro- : Movimento para frente. 
Exemplos: progresso, promover, 
prosseguir, projeção 
re- : Repetição, reciprocidade. 
Exemplos: rever, reduzir, rebater, re-
atar 
retro- : Movimento para trás. 
Exemplos: retrospectiva, retrocesso, 
retroagir, retrógrado 
so-, sob-, sub-, su- : Movimento de 
baixo para cima, inferioridade. 
Exemplos: soterrar, sobpor, subes-
timar 
super-, supra-, sobre- : Posição supe-
rior, excesso. 
Exemplos: supercílio, supérfluo 
soto-, sota- : Posição inferior. 
Exemplos: soto-mestre, sota-voga, 
soto-pôr 
trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento 
para além, movimento através. 
Exemplos: transatlântico, tresnoitar, 
tradição 
ultra- : Posição além do limite, ex-
cesso. 
Exemplos: ultrapassar, ultrarroman-
tismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta 
vice-, vis- : Em lugar de. 
Exemplos: vice-presidente, vis-
conde, vice-almirante 
Quadro de Correspondência entre 
Prefixos Gregos e Latinos 
PREFI-
XOS 
PREFI-
XOS 
SIGNIFICADO 
EXEM-
PLOS 
GREGOS LATI-
NOS 
a, an des, 
 in 
privação, 
 negação 
anarquia, 
desigual, 
inativo 
anti contra oposição, 
 ação contrária 
antibió-
tico, con-
traditório 
anfi ambi duplicidade, de 
um e outro lado, 
em torno 
anfiteatro, 
ambiva-
lente 
apo ab afastamento, 
separação 
apo-
geu, abs-
trair 
di bi(s) duplicidade dissílabo, 
bicam-
peão 
dia, 
meta 
trans movimento 
através 
diálogo, 
transmitir 
e(n)(m) i(n)(m)(
r) 
movimento 
para dentro 
encéfalo, 
ingerir, ir-
romper 
endo intra movimento 
para dentro, po-
sição interior 
endove-
noso, in-
tramuscu-
lar 
e(c)(x) e(s)(x) movimento 
para fora, mu-
dança de es-
tado 
êxodo, ex-
cêntrico, 
estender 
epi, 
super, hi-
per 
supra posição supe-
rior, excesso 
epílogo, 
supervi-
 
 
28 
são, hipér-
bole, su-
pradito 
eu bene excelência, per-
feição, bon-
dade 
eufe-
mismo, 
benéfico 
hemi semi divisão 
em duas partes 
he-
misfério, 
semicír-
culo 
hipo sub posição inferior hipodér-
mico, sub-
marino 
para ad proximidade, 
adjunção 
paralelo, 
adjacência 
peri circum em torno de periferia, 
circunfe-
rência 
cata de movimento 
para baixo 
catavento, 
derrubar 
si(n)(m) cum simultaneidade, 
companhia 
sinfonia, 
silogeu, 
cúmplice 
 
Sufixos 
Sufixos são elementos (isoladamente 
insignificativos) que, acrescentados a um radi-
cal, formam nova palavra. Sua principal carac-
terística é a mudança de classe gramatical 
que geralmente opera. Dessa forma, pode-
mos utilizar o significado de um verbo num 
contexto em que se deve usar um substan-
tivo, por exemplo. 
Como o sufixo é colocado depois do ra-
dical, a ele são incorporadas as desinências 
que indicam as flexões das palavras variáveis. 
Existem dois grupos de sufixos formadores de 
substantivos extremamente importantes para 
o funcionamento da língua. São os que for-
mam nomes de ação e os que formam nomes 
de agente. 
Sufixos que formam nomes de ação 
-ada - caminhada 
-ez(a) - sensatez, be-
leza 
-ança - mudança -ismo - civismo 
-ância - abundância -mento - casamento 
-ção - emoção -são - compreensão 
-dão - solidão -tude - amplitude 
-ença - presença -ura - formatura 
 
Sufixos que formam nomes de agente 
-ário(a) -secretário -or - lutador 
-eiro(a) - ferreiro -nte - feirante 
-ista - manobrista 
 
Além dos sufixos acima, tem-se: 
Sufixos que formam nomes de lugar, 
depositório 
-aria - churrascaria -or - corredor 
-ário - herbanário -tério - cemitério 
-eiro - açucareiro -tório - dormitório 
-il - covil 
 
 
Sufixos que formam nomes indicado-
res de abundância, aglomeração, coleção 
-aço - ricaço 
-ario(a) - casario, in-
fantaria 
-ada - papelada -edo - arvoredo 
 
 
29 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
-agem - folhagem -eria - correria 
-al - capinzal -io - mulherio 
-ame - gentame -ume - negrume 
 
Sufixos que formam nomes técnicos 
usados na ciência 
-ite 
bronquite, hepa-
tite (inflamação) 
-oma 
mioma, epitelioma, 
carcinoma (tumores) 
-ato, eto, ito 
sulfato, cloreto, sul-
fito (sais) 
-ina 
cafeína, codeína (al-
caloides, álcalis artifi-
ciais) 
-ol 
fenol, naftol (deri-
vado de hidrocarbo-
neto) 
-ite amotite (fósseis) 
-ito granito (pedra) 
-ema 
morfema, fonema, 
semema, seman-
tema (ciência linguís-
tica) 
-io - sódio, po-
tássio, selênio (cor-
pos simples) 
 
 
Sufixo que forma nomes de religião, 
doutrinas filosóficas, sistemas políticos 
-ismo 
budismo 
kantismo 
comunismo 
 
 
SUFIXOS FORMADORES DE ADJETI-
VOS 
a) de substantivos 
 -ento - cruento 
-ado - barbado -eo - róseo 
-áceo(a) - herbáceo, 
liláceas 
-esco - pitoresco 
-aico - prosaico -este - agreste 
-al - anual -estre - terrestre 
-ar - escolar -ício - alimentício 
-ário - diário, ordiná-
rio 
-ico - geométrico 
-ático - problemático -il - febril 
-az - mordaz -ino - cristalino 
-engo - mulherengo -ivo - lucrativo 
-enho - ferrenho-onho - tristonho 
-eno - terreno -oso - bondoso 
-udo - barrigudo 
 
b) de verbos 
SUFIXO SENTIDO EXEMPLIFI-
CAÇÃO 
-a)(e)(i)nte ação, qualidade, 
estado 
semelhante, 
doente, se-
guinte 
-(á)(í)vel possibilidade de 
praticar ou sofrer 
uma ação 
louvável, pe-
recível, pu-
nível 
 
 
30 
-io, -(t)ivo ação referência, 
modo de ser 
tardio, afir-
mativo, pen-
sativo 
-(d)iço, -
(t)ício 
possibilidade de 
praticar ou sofrer 
uma ação, refe-
rência 
movediço, 
quebradiço, 
factício 
-(d)ouro, 
-(t)ório 
ação, pertinência casadouro, 
preparatório 
 
SUFIXOS ADVERBIAIS 
Na Língua Portuguesa, existe apenas 
um único sufixo adverbial: É o sufixo "-
mente", derivado do substantivo feminino la-
tino mens, mentis que pode significar "a 
mente, o espírito, o intento".Este sufixo juntou-
se a adjetivos, na forma feminina, para indicar 
circunstâncias, especialmente a de modo. 
Exemplos: 
altiva-mente, brava-mente, bon-
dosa-mente, nervosa-mente, fraca-
mente, pia-mente 
Já os advérbios que se derivam de adje-
tivos terminados em –ês (burgues-mente, 
portugues-mente, etc.) não seguem esta re-
gra, pois esses adjetivos eram outrora unifor-
mes. 
Exemplos: 
cabrito montês / cabrita montês. 
SUFIXOS VERBAIS 
Os sufixos verbais agregam-se, via de 
regra, ao radical de substantivos e adjetivos 
para formar novos verbos. 
Em geral, os verbos novos da língua for-
mam-se pelo acréscimo da terminação-ar. 
Exemplos: 
esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; 
nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portu-
gues-ar. 
Os verbos exprimem, entre outras ideias, 
a prática de ação. Veja: 
-ar: cruzar, analisar, limpar 
-ear: guerrear, golear 
-entar: afugentar, amamentar 
-ficar: dignificar, liquidificar 
-izar: finalizar, organizar 
 
Observe este quadro de sufixos ver-
bais: 
SUFI-
XOS 
SENTIDO EXEMPLOS 
-ear Freqüentativo 
durativo 
cabecear, 
folhear 
-ejar frequentativo, 
durativo 
gotejar, 
velejar 
-entar factitivo aformosentar, 
amolentar 
-(i)fi-
car 
factitivo clarificar, dig-
nificar 
-icar frequentativo-dimi-
nutivo 
bebericar, de-
penicar 
-ilhar frequentativo-dimi-
nutivo 
dedilhar, fervi-
lhar 
-inhar frequentativo-dimi-
nutivo-pejorativo 
escrevinhar, 
cuspinhar 
-iscar frequentativo-dimi-
nutivo 
chuviscar, 
lambiscar 
Observações: 
Verbo Frequentativo: é aquele que 
traduz ação repetida. 
Verbo Factitivo: é aquele que en-
volve idéia de fazer ou causar. 
Verbo Diminutivo: é aquele que 
exprime ação pouco intensa. 
 
 
 
31 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
-itar frequentativo-dimi-
nutivo 
dormitar, salti-
tar 
-izar factitivo civilizar, utili-
zar 
 
 
Radicais Gregos 
Radicais Gregos 
O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exata compre-
ensão e fácil memorização de inúmeras palavras. Apresentamos a seguir duas relações de 
radicais gregos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados 
no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final. 
Radicais que atuam como primeiro elemento 
Forma Sentido Exemplos 
Aéros- ar Aeronave 
Ánthropos- homem Antropófago 
Autós- de si mesmo Autobiografia 
Bíblion- livro Biblioteca 
Bíos- vida Biologia 
Chróma- cor Cromático 
Chrónos- tempo Cronômetro 
Dáktyilos- dedo Dactilografia 
Déka- dez Decassílabo 
Démos- povo Democracia 
Eléktron- (âmbar) Eletricidade Eletroímã 
Ethnos- raça Etnia 
Géo- terra Geografia 
Héteros- outro Heterogêneo 
 
 
32 
Hexa- seis Hexágono 
Híppos- cavalo Hipopótamo 
Ichthýs- peixe Ictiografia 
Ísos- igual Isósceles 
Makrós- grande, longo Macróbio 
Mégas- grande Megalomaníaco 
Mikrós- pequeno Micróbio 
Mónos- um só Monocultura 
Nekrós- morto Necrotério 
Néos- novo Neolatino 
Odóntos- dente Odontologia 
Ophthalmós- olho Oftalmologia 
Ónoma- nome Onomatopeia 
Orthós- reto, justo Ortografia 
Pan- todos, tudo Pan-americano 
Páthos- doença Patologia 
Penta- cinco Pentágono 
Polýs- muito Poliglota 
Pótamos- rio Potamologia 
Pséudos- falso Pseudônimo 
Psiché- mente Psicologia 
Riza- raiz Rizotônico 
 
 
33 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
Techné- arte Tecnografia 
Thermós- quente Térmico 
Tetra- quatro Tetraedro 
Týpos- figura, marca Tipografia 
Tópos- lugar Topografia 
Zóon- Animal Zoologia 
 
 
Radicais que atuam como segundo elemento: 
Forma Sentido Exemplos 
-agogós Que conduz Pedagogo 
álgos Dor Analgésico 
-arché Comando, governo Monarquia 
-dóxa Que opina Ortodoxo 
-drómos Lugar para correr Hipódromo 
-gámos Casamento Poligamia 
-glótta; -glóssa Língua Poliglota, glossário 
-gonía Ângulo Pentágono 
-grápho Escrita Ortografia 
-grafo Que escreve Calígrafo 
-grámma Escrito, peso Telegrama, quilograma 
-krátos Poder Democracia 
-lógos Palavra, estudo Diálogo 
 
 
34 
-mancia Adivinhação Cartomancia 
-métron Que mede Quilômetro 
-nómos Que regula Autônomo 
-pólis; Cidade Petrópolis 
-pterón Asa Helicóptero 
-skopéo 
Instrumento para 
ver 
Microscópio 
-sophós Sabedoria Filosofia 
-théke 
Lugar onde se 
guarda 
Biblioteca 
 
 
 
 
 
35 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
Radicais Latinos 
Radicais que atuam como primeiro elemento: 
Forma Sentido Exemplo 
Agri Campo Agricultura 
Ambi Ambos Ambidestro 
Arbori- Árvore Arborícola 
Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô 
Calori- Calor Calorífero 
Cruci- cruz Crucifixo 
Curvi- curvo Curvilíneo 
Equi- igual Equilátero, equidistante 
Ferri-, ferro- ferro Ferrífero, ferrovia 
Loco- lugar Locomotiva 
Morti- morte Mortífero 
Multi- muito Multiforme 
Olei-, oleo- Azeite, óleo Oleígeno, oleoduto 
Oni- todo Onipotente 
Pedi- pé Pedilúvio 
Pisci- peixe Piscicultor 
Pluri- Muitos, vários Pluriforme 
Quadri-, quadru- quatro Quadrúpede 
Reti- reto Retilíneo 
 
 
36 
Semi- metade Semimorto 
Tri- Três Tricolor 
 
 
Radicais que atuam como segundo elemento: 
Forma Sentido Exemplos 
-cida Que mata Suicida, homicida 
-cola Que cultiva, ou habita 
Arborícola, vinícola, silví-
cola 
-cultura Ato de cultivar Piscicultura, apicultura 
-fero 
Que contém, ou pro-
duz 
Aurífero, carbonífero 
-fico Que faz, ou produz Benefício, frigorífico 
-forme Que tem forma de Uniforme, cuneiforme 
-fugo Que foge, ou faz fugir Centrífugo, febrífugo 
-gero 
Que contém, ou pro-
duz 
Belígero, armígero 
-paro Que produz Ovíparo, multíparo 
-pede Pé Velocípede, palmípede 
-sono Que soa Uníssono, horríssono 
-vomo Que expele Ignívomo, fumívomo 
-voro Que come Carnívoro, herbívoro 
 
 
 
 
 
 
 
37 CAPÍTULO 4– ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
 
 
 
38 
CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA 
EMPREGO DAS CLASSES GRAMATICAIS 
1- SUBSTANTIVO 
Tudo o que existe é ser e cada ser tem 
um nome. Substantivo é a classe gramatical 
de palavras variáveis, as quais denominam os 
seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
nos, os substantivos também nomeiam: 
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... 
-sentimentos: raiva, amor... 
-estados: alegria, tristeza... 
-qualidades: honestidade, sinceridade... 
-ações: corrida, pescaria... 
Morfossintaxe do substantivo 
Nas orações de língua portuguesa, o 
substantivo em geral exerce funções dire-
tamente relacionadas com o verbo: atua 
como núcleo do sujeito, dos complemen-
tos verbais (objeto direto ou indireto) e do 
agente da passiva. Pode ainda funcionar 
como núcleo do complemento nominal ou 
do aposto, como núcleo do predicativo do 
sujeitoou do objeto ou como núcleo do 
vocativo. Também encontramos substan-
tivos como núcleos de adjuntos adnomi-
nais e de adjuntos adverbiais - quando es-
sas funções são desempenhadas por gru-
pos de palavras. 
Você sabia que a palavra substantivo 
também pode ser um adjetivo? 
Reproduzimos a seguir o verbete subs-
tantivo, do Dicionário de usos do português 
do Brasil, de Francisco S. Borba. Observe que 
as quatro primeiras acepções se referem à pa-
lavra em sua atuação como adjetivo. 
Substantivo Adj [Qualificador de 
nome não animado] 
1- que tem substância ou essência: des-
tacava-se entre os homens hábeis daquele 
país o hábito de fazer uma conversa prosse-
guir horas a fio, sem que a proposta substan-
tiva ganhasse clara configuração (REP); se 
olham as coisas não pelos resultados subs-
tantivos(VEJ); 
2- essencial; profundo: eu te amo por 
você mesma, de um modo substantivo e posi-
tivo(LC) 
3- fundamental; essencial: o submarino 
foi um elemento adjetivo na I Guerra Mundial 
e substantivo na II Guerra (VEJ) 
4- que equivale a um substantivo, ou que 
o traz implícito: onde é que está a ideia subs-
tantiva no meio desses adjetivos?(CNT) . Nm 
5- palavra que por si só designa a subs-
tância, ou seja, um ser real ou metafísico; pa-
lavra com que se nomeiam os seres, atos ou 
conceitos; nome: Há-kodesh é na origem um 
substantivo feminino (VEJ); Planctus era um 
particípio passado e não um substantivo 
(ACM) 
Classificação dos Substantivos 
1- Substantivos Comuns e Próprios 
Observe a definição: 
 s.f. 1: Povoação maior que vila, 
com muitas casas e edifícios, dispostos 
em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede 
de município é cidade). 2. O centro de 
uma cidade (em oposição aos bairros). 
Qualquer "povoação maior que vila, com 
muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e 
avenidas" será chamadacidade. Isso significa 
que a palavra cidade é um substantivo co-
mum. 
Substantivo Comum: é aquele que de-
signa os seres de uma mesma espécie de 
forma genérica. 
Por exemplo: 
cidade, menino, homem, mulher, 
país, cachorro. 
Estamos voando para Barcelona. 
O substantivo Barcelona designa ape-
nas um ser da espécie cidade. Esse substan-
tivo é próprio. 
Substantivo Próprio: é aquele que de-
signa os seres de uma mesma espécie de 
forma particular. 
Por exemplo: 
 
 
39 CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA 
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. 
2 - Substantivos Concretos e Abstra-
tos 
Os substantivos lâmpada e mala desig-
nam seres com existência própria, que são in-
dependentes de outros seres. São assim, 
substantivos concretos. 
Substantivo Concreto: é aquele que de-
signa o ser que existe, independentemente de 
outros seres. 
Obs.: os substantivos concretos de-
signam seres do mundo real e do mundo 
imaginário. 
 Seres do mundo real: homem, mu-
lher, cadeira, cobra, Brasília, etc. 
 Seres do mundo imaginário: saci, 
mãe-d'água, fantasma, etc. 
 
Observe agora: 
Beleza exposta 
Jovens atrizes veteranas destacam-se 
pelo visual. 
O substantivo beleza designa uma qua-
lidade. 
Substantivo Abstrato: é aquele que de-
signa seres que dependem de outros para se 
manifestar ou existir. 
Pense bem: a beleza não existe por si 
só, não pode ser observada. Só podemos ob-
servar a beleza numa pessoa ou coisa que 
seja bela. A beleza depende de outro ser para 
se manifestar. Portanto, a palavra beleza é 
um substantivo abstrato. 
Os substantivos abstratos designam es-
tados, qualidades, ações e sentimentos dos 
seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem 
os quais não podem existir. 
Por exemplo: vida (estado), rapidez 
(qualidade), viagem (ação), saudade (senti-
mento). 
3 - Substantivos Coletivos 
 Ele vinha pela estrada e foi picado 
por uma abelha, outra abelha, mais outra 
abelha. 
 Ele vinha pela estrada e foi picado 
por várias abelhas. 
 Ele vinha pela estrada e foi picado 
por um enxame. 
Note que, no primeiro caso, para indicar 
plural, foi necessário repetir o substantivo: 
uma abelha, outra abelha, mais outra abelha... 
No segundo caso, utilizaram-se duas pa-
lavras no plural. 
No terceiro caso, empregou-se um subs-
tantivo no singular (enxame) para designar um 
conjunto de seres da mesma espécie (abe-
lhas). 
O substantivo enxame é um substan-
tivo coletivo. 
Substantivo Coletivo: é o substantivo 
comum que, mesmo estando no singular, de-
signa um conjunto de seres da mesma espé-
cie. 
Principais Substantivos e Suas For-
mas Coletivas: 
abelha - enxame, cortiço, colmeia; 
abutre - bando; 
acompanhante - comitiva, cortejo, sé-
quito; 
alho - (quando entrelaçados) réstia, en-
fiada, cambada; 
aluno - classe; 
amigo - (quando em assembleia) tertú-
lia; 
animal - (em geral) piara, pandilha, (to-
dos de uma região) fauna, (manada de caval-
gaduras) récua, récova, (de carga) tropa, (de 
carga, menos de 10) lote, (de raça, para repro-
dução) plantel, (ferozes ou selvagens) alca-
teia; 
anjo - chusma, coro, falange, legião, te-
oria; 
 
 
40 
apetrecho - (quando de profissionais) 
ferramenta, instrumental; 
aplaudidor - (quando pagos) claque; 
arcabuzeiro - batalhão, manga, regi-
mento; 
argumento - carrada, monte, montão, 
multidão; 
arma - (quando tomadas dos inimigos) 
troféu; 
arroz - batelada; 
artista - (quando trabalham juntos) com-
panhia, elenco; 
árvore - (quando em linha) alameda, 
carreira, rua, souto, (quando constituem ma-
ciço) arvoredo, bosque, (quando altas, de 
troncos retos a aparentar parque artificial) ma-
lhada; 
asneira - acervo, chorrilho, enfiada, 
monte; 
asno - manada, récova, récua; 
assassino - choldra, choldraboldra; 
assistente - assistência; 
astro - (quando reunidos a outros do 
mesmo grupo) constelação; 
ator - elenco; 
autógrafo - (quando em lista especial de 
coleção) álbum; 
ave - (quando em grande quantidade) 
bando, nuvem; 
avião - esquadrão, esquadra, esquadri-
lha; 
bala - saraiva, saraivada; 
bandoleiro - caterva, corja, horda, 
malta, súcia, turba; 
bêbado - corja, súcia, farândola; 
boi - boiada, abesana, armento, cingel, 
jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa; 
bomba - bateria; 
borboleta - boana, panapaná; 
botão - (de qualquer peça de vestuário) 
abotoadura, (quando em fileira) carreira; 
burro - (em geral) lote, manada, récua, 
tropa, (quando carregado) comboio; 
busto - (quando em coleção) galeria; 
cabelo - (em geral) chumaço, guedelha, 
madeixa, (conforme a separação) marrafa, 
trança; 
cabo - cordame, cordoalha, enxárcia; 
cabra - fato, malhada, rebanho; 
cadeira - (quando dispostas em linha) 
carreira, fileira, linha, renque; 
cálice - baixela; 
cameleiro - caravana; 
camelo - (quando em comboio) cáfila; 
caminhão - frota; 
canção - (quando reunidas em livro) 
cancioneiro, (quando populares de uma re-
gião) folclore; 
canhão - bateria; 
cantilena - salsada; 
cão - adua, cainçalha, canzoada, 
chusma, matilha; 
capim - feixe, braçada, paveia; 
cardeal - (em geral) sacro colégio, 
(quando reunidos para a eleição do papa) con-
clave, (quando reunidos sob a direção do 
papa) consistório; 
carneiro - chafardel, grei, malhada, ovi-
ário, rebanho; 
carro - (quando unidos para o mesmo 
destino) comboio, composição, (quando em 
desfile) corso; 
carta - (em geral) correspondência; 
casa - (quando unidas em forma de qua-
drados) quarteirão, quadra; 
castanha - (quando assadas em fo-
gueira) magusto; 
cavalariano - (de cavalaria militar) pi-
quete; 
cavaleiro - cavalgada, cavalhada, tro-
pel; 
cavalgadura - cáfila, manada, piara, 
récova, récua, tropa, tropilha; 
 
 
41 CAPÍTULO 5– MORFOLOGIA 
cavalo - manada, tropa; 
cebola - (quando entrelaçadas pelas 
hastes) cambada,

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