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Morfologia I Aula 2

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Aula 2 pg. 11
Morfologia Humana I
Objetivo da Aula
1. Planos de delimitação do corpo humano
Conhecer os planos de delimitação e secção do corpo humano, os eixos de movi-
mentos realizados por nossas articulações, seus termos de direção e posição e os princí-
pios de construção corpórea.
Planos e eixos do corpo humano
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à 
sua superfície. Observe o corpo humano como um todo na figura a logo a seguir. (Figura 
01)
a) Dois planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior 
– e outro ao dorso – plano dorsal ou posterior. (Figura 02)
b) Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo – planos laterais 
direito e esquerdo. (Figura 03)
c) Dois planos horizontais, um tangente à cabeça – plano cranial ou su-
perior – e outro à planta dos pés – plano inferior ou podal (ou podálico). 
(Figura 04)
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano caudal que tangencia o vértice 
do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. (Figura 
05)
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Figura 01 Figura 02
Figura 03 Figura 04 
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Figura 05 
2. Planos de Secção do Corpo Humano:
Muitas vezes, para encontrarmos alguma estrutura anatômica mais interna ou late-
ral, precisamos seccionar a peça anatômica, para tanto, temos os planos de secção que 
nos ajudam a melhor visualizar a anatomia humana. Eles estão explicados e demonstra-
dos a seguir na figura 06:
a) O plano que divide o corpo humano em metade direita e esquerda é de-
nominado sagital mediano. Toda secção do corpo feita por planos paralelos 
ao sagital mediano é uma secção sagital (corte sagital).
b) Os planos de secção que são paralelos aos planos ventral e dorsal são 
ditos coronais ou frontais e dividem o corpo humano em parte anterior e 
posterior.
c) Os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e 
caudal são chamados de transversais e dividem o corpo humano em parte 
superior e inferior. 
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Figura 06 
3. Você sabe o que são eixos de movimentos? 
São linhas imaginárias traçadas no indivíduo, que atravessam dois planos de deli-
mitação paralelos. Os eixos principais seguem três direções e servirão de referência para 
o movimento das nossas articulações. Devemos salientar que todo movimento articular 
ocorre ao redor de um eixo de orientação. 
a. Eixo sagital ou anteroposterior – unindo o centro do plano ventral ao 
centro do plano dorsal. É um eixo heteropolar, pois suas extremidades to-
cam em porções não correspondentes do corpo (figura 07). Ao redor do eixo 
sagital ocorrem os movimentos de adução e abdução. 
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Figura 07 - Abdução e Adução
Figura 08 - Rotação 
Abdução Adução
b. Eixo longitudinal ou craniocaudal ou superoinferior – unindo o centro 
do plano cranial ao centro do plano inferior ou podal ou caudal (figura 08). É, 
igualmente, heteropolar e permite a ocorrência de movimentos de rotação, 
pronação e supinação.
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Figura 09 - Flexão e extensão 
c. Eixo transversal ou laterolateral – unindo o centro do plano lateral direi-
to ao centro do plano lateral esquerdo. Este é homopolar, pois suas extre-
midades tocam em pontos correspondentes do corpo (figura 09). Ao redor 
desse eixo ocorrem os movimentos de flexão e extensão.
Agora é sua vez de tentar... Imagine o seu cotovelo, ele só realiza os movimentos 
de flexão e de extensão. Como seria o eixo desse movimento no seu cotovelo? Tente 
fazer um exercício simples, colocando o dedo na horizontal dessa articulação e faça os 
movimentos de flexão e extensão. O que acontece? Eles foram realizados, não foram? 
Se você colocasse o dedo de anterior para posterior o antebraço iria bater nele. Isso 
explica que o eixo laterolateral (dedo na horizontal) permite esses movimentos.
Tente fazer o eixo de movimento com abdução e adução, o dedo agora está na 
posição anteroposterior para permitir esses movimentos.
4. Termos de posição e direção
Para a obtenção de termos de posição e direção das estruturas que formam o 
corpo humano temos diferentes referenciais, que podem ser observados na figura 10.
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Figura 10 - Posição e direção das estruturas que formam o corpo humano.
Para estruturas anatômicas localizadas na cabeça, pescoço e tronco temos como 
referência uma linha que representa a união das duas metades correspondentes do 
corpo humano, chamada de linha mediana. Devemos lembrar que essa linha serve de 
referência para o plano de secção sagital mediano (linha xy). Estruturas situadas neste 
plano são denominadas medianas (estruturas b e c). 
Um órgão localizado próximo à linha mediana é medial (estrutura f), pois se acha 
medialmente em relação a outro que lhe fica lateralmente, ou seja, mais próximo do pla-
no de delimitação lateral (estrutura d). Para uma estrutura que se localiza entre as duas 
citadas usamos o termo intermédio (estrutura e). 
Quando as estruturas estiverem dispostas ao longo do eixo sagital, a linha me-
diana deixa de ser referência, pois todas as estruturas estão localizadas lateralmente a 
ela. Nesse caso, a referência passa a ser os planos de delimitação anterior e posterior. 
O órgão localizado perto do plano anterior será considerado anterior (estrutura i) e o que 
estiver mais próximo do plano posterior será localizado como posterior (estrutura g), já o 
que estiver entre os dois será situado como médio (estrutura h). 
Na figura 11, observa-se os números 1 e 2, que se referem aos adjetivos interno 
e externo. Pode ocorrer que uma estrutura esteja situada entre outras duas que são, 
respectivamente, interna e externa em relação a ela, sendo então, denominada média.
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Figura 11 - Estrutura da orelha 
Figura 12 - Olho humano
1 - Posição superior
2 - Posição média
3 - Posição inferior
Na figura 12 temos um órgão da visão, o olho humano, no qual podemos aplicar 
outros três termos de posição e direção do corpo humano: superior, médio e inferior, em 
que o número 1 se refere à posição superior, o 2 à média e o 3 à posição inferior.
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Figura 13 - As falanges.
Para estruturas anatômicas localizadas nos membros superiores e inferiores, 
temos como referência a raiz dos segmentos. Nos membros empregam-se os termos 
proximal e distal, conforme a parte considerada se encontre mais próxima ou mais dis-
tante da raiz do membro. Pode ser que uma estrutura se localize entre duas outras que 
são respectivamente, proximal e distal a ela, neste caso será media, como as falanges 
que são os ossos das mãos. (Figura 13).
5. Princípios de construção do corpo humano
O corpo humano é construído segundo alguns princípios fundamentais: 
a) Antimeria – O plano sagital mediano divide o corpo do indivíduo em duas 
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metades: direita e esquerda, como já vimos. Essas metades são denomina-
das antímeros e são semelhantes, morfológica e funcionalmente. O ho-
mem, bem como todos os vertebrados, é construído segundo o princípio da 
simetria bilateral. Na realidade, não há simetria perfeita porque não existe 
correspondência exata de todos os órgãos internos. 
b) Metameria – Por metameria entende-se a superposição, no sentido longi-
tudinal, de segmentos semelhantes, cada segmento correspondendo a um 
metâmero. Mais ainda que a antimeria, a metameria é evidente na fase em-
brionária, conservando-se no adulto apenas algumas estruturas, como por 
exemplo, na coluna vertebral (sobreposiçãode vértebras) e caixa torácica 
(as costelas estão sobrepostas em série longitudinal, deixando entre elas os 
chamados espaços intercostais). 
c) Paquimeria – É o princípio segundo o qual o segmento axial do corpo do 
indivíduo é constituído, esquematicamente, por dois tubos. Os tubos deno-
minados paquímeros são, respectivamente, ventral e dorsal. O paquímero 
ventral contém a maioria das vísceras e, por essa razão, é também deno-
minado paquímero visceral. O paquímero dorsal compreende a cavidade 
craniana e o canal vertebral (situado dentro da coluna vertebral) e aloja o 
sistema nervoso central: o encéfalo na cavidade craniana e a medula no 
canal vertebral da coluna; essa é a razão pela qual ele é também denomina-
do paquímero neural. 
d) Estratificação – O corpo humano é construído por camadas (estratos) 
que se sobrepõem, reconhecendo-se, portanto, uma estratimeria ou estratifi-
cação. A pele é a camada mais superficial, vindo a seguir a tela subcutânea, 
a fáscia muscular, os músculos e os ossos. Podem ocorrer vasos e nervos 
ao nível da tela subcutânea, ou na profundidade, entre os músculos. As es-
truturas que se situam fora da lâmina que envolve os músculos (fáscia mus-
cular) são denominadas superficiais e as situadas para dentro desta lâmina 
são denominadas profundas. Todas essas estruturas são observadas na 
figura 5.1, p. 107 do livro de Van de Graaff, intitulado Anatomia humana. 
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VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2003. 840 p.
SPENCE, A. P. Anatomia humana básica. 2. ed. Barueri: Manole, 1991. 
DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. São Paulo: 
Atheneu, 2002. 671 p.
WILLIAMS, P. L.; WARWICK, R.; DYSON, M.; BANNISTER, L. H. Anatomia Gray. 37. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. 1489 p.
PUTZ, R.; PABST, R. Atlas de Anatomia Humana Sobotta. 21. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2000. 417 p.
Referências
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Anotações

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