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CADERNO ADMINISTRATIVO - CLÁUDIO BRANDÃO

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROGRAMA
Administração pública
Órgãos públicos
Agentes públicos
Administração indireta
Princípios aplicados à Administração
Poder de polícia
Poder hierárquico 
Atos administrativos
Licitação
- Referência: 1. José dos Santos Carvalho Filho; 2. Diego Figueiredo Moreira Neto; 3. Also Antônio.
DIREITO ADMINISTRATIVO
No Direito Administrativo estuda-se o desempenho da função administrativa do Estado que foi atribuído predominantemente aos órgãos do Poder Executivo, mas que também é desempenhado por órgãos do Poder Judiciário e do Poder Legislativo em razão da autonomia administrativa assegurada a esses poderes na Constituição.
O Brasil adota como forma de Estado a Federação, no qual a função administrativa do Estado foi distribuída entre os entes estaduais.
Adotou-se o critério da predominância, no qual a União desempenha as competências administrativas de predominante interesse nacional; os estados de predominante interesse regional, os municípios,... local.
Todos com autonomia, na forma prevista no artigo 18 da CF.
Considera-se administração direta o desempenho da função administrativa do Estado por um dos entes estatais através dos órgãos e agentes que integram a sua estrutura.
A administração indireta é aquela desenvolvida através de pessoas jurídicas criadas e controladas pelos entes estatais. As entidades da adm. Indireta são as seguintes: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
A descentralização adm. Pode ser feita também com a delegação a particulares da prestação de serviços públicos através da permissão das diversas formas de concessão.
A desconcentração adm. É a distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica, aos órgãos e agentes que fazem parte de sua estrutura; “entes de competência” sem personalidade jurídica própria, ou seja, responde a pessoa jurídica a que estiver vinculado.
Centros de competência”: órgão público
ÓRGÃOS PÚBLICOS
O órgão público não propõe ações por não ter personalidade jurídica. O órgão público, excepcionalmente, pode ter capacidade processual. Ex. órgãos da Defensoria Pública e do MP.
Por não ter personalidade jurídica própria o órgão público não propõe ações, não pode atuar no polo passivo.
Duas classificações dos órgãos públicos: 
- singulares
- colegiados: maioria dos seus integrantes
Os órgãos públicos podem ser singulares, aquele que se manifesta pela vontade de um único agente. E podem ser colegiados, se manifesta pelo voto da maioria dos seus integrantes, seu funcionamento e é disciplinado por um ato normativo chamado de regimento interno. O poder jurídico não pode controlar as interpretações razoáveis feitas pelo próprio colegiado, mas pode controlar as violações ostensivas em prejuízo de alguém. 
Quanto a sua posição estatal podem ser independentes, autônomos, superiores e subordinados.
Independentes: são aqueles que representam as funções típicas do Estado com previsão constitucional e sem subordinação hierárquica. Exemplos: as casas legislativas, os tribunais de conta, chefia do Executivo, órgãos de atuação do Poder Judiciário e do MP.
Autônomos: são aqueles que desempenham funções próprias do Estado com previsão constitucional, porem com algum tipo de subordinação hierárquica com relação aos órgãos independentes. Exemplo: ministérios, secretarias do Estado, advocacia da União, defensoria pública e procuradoria do Estado.
Superiores: são aqueles que têm competência decisória nas suas respectivas áreas de atuação, mas que estão subordinados hierarquicamente a órgãos autônomos e independentes. Exemplos: as diretorias, superintendências. 
Subordinados: São aqueles também chamados de Execução, que não têm competência decisória e são encarregados da execução de obras e serviços por outros órgãos que têm competência decisória.
AGENTES PÚBLICOS
Considera-se agente público toda pessoa natural que tenha a incumbência de atuar em nome do Estado. Exemplo: mesário.
Considera-se autoridade todo agente público que tem “competência decisória”.
Considera-se agente de fato, a pessoa que não está legalmente investida em atribuições públicas, mas que age dessa forma. Os atos praticados pelo agente de fato podem gerar responsabilidade civil para o Estado. O agente de fato, age dessa forma, com o consentimento/concordância dos demais agentes públicos.
Os agentes públicos quando da sua posição estatal podem ser classificados em: políticos, administrativos, honoríficos e delegados:
Os agentes políticos são aqueles que desempenham atividades tipicamente estatais; não estão sujeitos à subordinação hierárquica no desempenho de “suas funções típicas”; estão sujeitos a regras especiais; e estão sujeitos a um regime jurídico próprio diferente daquele aplicado aos servidores de responsabilidade prevista na CF. São agentes políticos: os parlamentares, os magistrados, os membros do Poder Público e os chefes executivos etc.
A primeira categoria dos agentes administrativos são os servidores públicos que são aqueles ocupantes de cargos públicos. O vinculo existente entre os servidores e a administração pública é determinada por lei, daí a denominação “estatuário”. Cada membro estatal é competente para elaborar o estatuto dos servidores. Cada ente estatal, no âmbito da soberania, elabora o estatuto de seus servidores. A segunda categoria de agentes administrativos são os empregados públicos, que mantêm com a administração um vínculo contratual (terceirizados) regidos pela CLT. Eles atuam nas empresas públicas, sociedade de economia mista e fundações públicas com personalidade jurídica de direito privado. A CF também prevê a possibilidade de contratação temporária em virtude do interesse público. As hipóteses de contratação temporária devem estar previstas na legislação de cada ente estatal. A legislação também definirá a natureza do vínculo a ser aplicado na contratação.
Os agentes honoríficos são aqueles que representam o Estado com um vínculo de cidadania. Eles não são ocupantes de cargos públicos, mas são equiparados a servidores públicos para efeito de responsabilidade penal. Os atos praticados por eles podem gerar responsabilidade civil do Estado, quando causarem prejuízos a terceiros. Exemplos: mesários e o júri do Tribunal do júri.
Os agentes delegados são aqueles que têm uma delegação para atuar em nome do Poder Público. Exemplo: os notários e registradores, de acordo com o artigo 236 da CF. São selecionados por concurso público para os respectivos cargos e serviço notarial e registro.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
AUTARQUIA
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público, integrantes da administração indireta e criadas para desempenhar atividades tipicamente estatais. Elas são criadas por lei específica. 
Os bens pertencentes as autarquias são considerados bens públicos, por isso têm as características da inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade e impossibilidade de oneração (usucapião).
Os servidores das autarquias estão sujeitos ao mesmo regime jurídico aplicado aos servidores do ente estatal, no qual eles estiverem vinculados. Ex. servidores estatais estão sujeitos a Lei 8112/1990.
As autarquias devem realizar licitação para a escolha dos seus contratados e estão sujeitas as mesmas normas de licitação válidas para a Administração Direta (Lei 8666/93 e 10520 – Lei do pregão).
As autarquias celebram contratos administrativos que são regidos predominantemente pelo Direito Público (Lei 8666/93).
As autarquias responderão objetivamente pelos danos causados por seus agentes com referência na Teoria do risco administrativo (art. 37, §6º, CF). Por ser objetivo, a responsabilidade das autarquias não dependem da comprovação da culpa ou do dolo, bastando a demonstração do dano e do nexo de causalidade. 
Elas têm os mesmos privilégios processuais atribuídos à Fazenda Pública, como por exemplo, prazo diferencial para recorrer e contestar, duplo grau obrigatório para a jurisdição. Há regras especificas para a concessão de liminares.Os atos praticados pelos dirigentes das autarquias podem ser controlados através de mandado de segurança que é uma garantia constitucional que serve para proteger direito líquido e certo violado por ato de autoridade.
Os atos praticados no âmbito das autarquias podem ser controlados através de uma ação popular sempre que forem lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente, à moralidade administrativa e ao patrimônio histórico-popular. 
Ação popular: lei 4717/65; art 5º, LXXIII, CF.
As autarquias estão sujeitas à fiscalização do Poder Administrativo e dos Tribunais de Conta, nas formas dos artigos 70 e 71 da CF.
Elas, em regime especial, são aquelas que têm um tratamento jurídico diferente daquele atribuído às autarquias federais. Ex. Conselhos Federais, os territórios federais que forem criados, algumas universidades públicas e agências reguladoras de serviços públicos.
Os agentes públicos que atuam nas autarquias estão sujeitos a sanções decorrentes da prática de atos de improbidade administrativa na forma disciplinada pela Lei 8429/92.
Os servidores das autarquias devem ser selecionados através de concursos públicos, de provas ou de provas e títulos; e estão sujeitos às proibições previstas na CF quanto à acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções públicas.
EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA (EMPRESAS ESTATAIS)
As empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, criadas pelo Estado para desempenhar atividade econômica na forma do artigo 173 da CF ou para prestar serviços públicos de forma descentralizada (integram a administração pública indireta).
De acordo com a redação atual do inciso XIX do art. 37 da CF, a criação das empresas estatais depende de autorização do Poder Legislativo que será feita na forma prevista pelo Direito Privado.
As pessoas que trabalham nas empresas estatais são empregados públicos e estão sujeitos à CLT. O STF já se manifestou, no entanto, entendendo que há necessidade de concurso público para a escolha dos empregados públicos.
Os bens pertencentes a essas empresas não são considerados bens públicos e consequentemente têm a característica da inamovibilidade, impenhorabilidade e da imprescritibilidade. 
Existe, no entanto, uma restrição quanto à penhora de bens pertencentes a elas afetadas por prestação de serviços em razão do princípio da continuidade. 
As empresas estatais são obrigadas a realizar licitações nas suas contratações relacionadas com suas atividades-meio e não precisam realizar licitação com sua atividade-fim. A emenda constitucional 19 modificou os artigos 22, XXVII e 173 da CF para permitir a simplificação do processo (procedimento) licitatório usado por essas empresas. *atividade-meio: construir um prédio para sitiar o Banco do Brasil.
Elas não estão sujeitas a Lei de Falências e de Recuperação Judicial.
Teoria do Risco Administrativo: aquelas prestadoras de serviços públicos podem responder objetivamente pelos danos causados por seus agentes, pela forma prevista no §6º do art. 37 da CF. Aquelas que desempenham atividade econômica podem responder objetivamente com base no CDC (danos causados a terceiros). OBS: responsabilidade subjetiva: Culpa, dolo, dano e nexo causal. Responsabilidade objetiva: basta comprovar o dano e o nexo causal.
Diferença entre as empresas públicas e sociedades de economia mista:
Nas primeiras, o capital é exclusivamente público e nas segundas, parte do capital é público e parte é privado.
As segundas se organizam como sociedade anônima, na qual o Poder Público tem a maioria das ações com direito a voto.
O artigo 109 da CF prevê que as empresas públicas vinculadas à União, serão demandadas na Justiça Federal. As sociedades de economia mista não têm essa prerrogativa de foro e são demandadas na Justiça Estadual. Ex. Petrobras e Banco do Brasil.
No âmbito estadual, a Lei de Organização Judiciária de cada estado vai definir se as sociedades de economia mista serão ou não demandadas nas varas de Fazenda Pública. 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
As fundações públicas são aquelas instituições mantidas pelo Poder Público, geralmente para desempenhar atividades culturais, de assistência social e educacional. Elas, em principio, são pessoas jurídicas de Direito Privado, porém, o STF já se manifestou entendendo que as fundações públicas criadas para desempenhar atividade tipicamente estatal são pessoas jurídicas de Direito Público; e devem ter o mesmo tratamento jurídico dado às autarquias.
A criação das fundações públicas de Direito Privado depende de autorização do Poder Executivo. E a parte final do art. 37 da CF prevê uma lei complementar que deverá definir o campo de atuação das fundações públicas.
PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA
Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado: prevê que no eventual confronto entre esses interesses deve ser protegido ou preservado o interesse público; e um eventual sacrifício aos interesses privados deve ser resolvido no campo indenizatório.
Princípio da indisponibilidade do interesse público: retira do administrador público a liberdade para adotar soluções que não sejam as melhores para o interesse público. – princípio expressamente previsto no caput do art. 37 da CF.
Legalidade: aplicado à administração pública, tem um sentido diferente daquele usado nas relações de Direito Privado. Os particulares são livres para agir desde que a lei não proíba. A administração pública só pode agir quando houver respaldo legal. Atualmente, parte da doutrina propõe a substituição da legalidade pela juridicidade, argumentando que a administração deve observar não só a legalidade estrita, mas também os princípios e demais atos normativos reconhecidos pela ordem jurídica.
Impessoalidade: pode ser aplicado de duas formas. Na primeira delas, as obras e serviços públicos devem ser atribuídos ao órgão ou entidade em nome do qual foram praticado e não à pessoa do administrador. O §1º do art. 37 da CF prevê que na propaganda oficial à administração não deve mencionar nomes ou símbolos que caracterizem a pessoa do administrador. A segunda forma de manifestação do principio da impessoalidade significa que as obras e serviços públicos devem ser voltados para o atendimento de interesses públicos e não de interesse privados.
Moralidade administrativa: permite o controle dos atos praticados no âmbito da administração sempre que ficar caracterizado desvio no campo ético. O art 5º, XXIII, prevê a possibilidade da propositura de ação popular para anular ato lesivo à moralidade administrativa.
Publicidade: exige que a administração divulgue os atos estatais, permitindo o conhecimento pelos interessados. A publicidade normalmente é feita com a publicação de um resumo dos principais atos na imprensa oficial. Em situações especiais, previstas na Constituição, pode haver restrição à publicidade. 
Eficiência: foi inserido no caput do art. 37 através da emenda constitucional número 19. De acordo com este princípio, a administração pública deve buscar os melhores resultados possíveis com o menor custo. Mesmo antes da EC 19, já era aplicado na prestação de serviços públicos.
Motivação das decisões: exige que a administração pública fundamente seus atos administrativos de conteúdo decisório. A motivação é a exteriorização das razões de fato e das razões de direito que vão justificar a prática do ato.
Razoabilidade: viabiliza o controle dos atos manifestamente absurdos praticados pela administração sem a observância de critérios lógicos. Este princípio permite, portanto, controle dos atos absurdos praticados pela administração.
PODER DE POLÍCIA
É aquele atribuído ao Estado para limitar e condicionar o exercício dos direitos relativos à liberdade e à propriedade em nome do interesse público.
O art. 78 do Código Tributário traz o conceito do poder de política, que é um dos fatos gerados da Taxa (modalidade tributária).
Todos os entes estatais são competentes para exercer o poder de polícia, de acordo com suas respectivas áreas de atuação.Ex. poder de polícia em relação à ocupação do solo urbano é de competência do município.
Predomina o entendimento que os atos de poder de polícia não podem ser atribuídos a particulares. A administração pode, no entanto, contratar particulares que irão auxiliar no exercício da polícia.
A primeira forma de manifestação desse poder é chamado “ordem de polícia” que são as determinações provenientes do Estado para que as pessoas façam ou deixem de fazer alguma coisa em face do interesse público.
A segunda forma de manifestação desse poder é um “consentimento de polícia” em que a administração manifesta a sua concordância por manifesto de particulares que estão sujeitos ao seu controle. Exs. Licença para construir e a habilitação para dirigir.
A maior parte dos atos de consentimento são vinculados. Logo, se o particular preencher os requisitos previstos na lei, o seu regulamento não poderá ser indeferido.
A terceira forma de manifestação é a “fiscalização de polícia”, na qual o poder público verifica se as atividades sujeitas ao seu controle estão sendo desempenhadas de forma correta.
A quarta forma de manifestação do poder de polícia é a “sanção de polícia”, na qual a administração pune particulares em razão do descumprimento das normas relativas ao poder de polícia. Ex. multa de trânsito, destruição de coisas e interdição de atividades.
ATOS DO PODER DE POLÍCIA
Primeira característica é a presunção de legitimidade, na qual os atos praticados com esse fundamento são presumidamente válidos e estão de acordo com a lei e com a realidade. 
Compete a quem se sentir prejudicado o ônus de tentar desconstituir o ato administrativo.
A segunda característica é a imperatividade ou coercibilidade, na qual a administração impõe aos particulares a observância dos atos relativos ao poder de polícia.
A terceira característica é a autoexecutoriedade, na qual o Estado executa os atos relativos ao poder de polícia sem que haja necessidade de manifestação prévia de outro poder.
Ao particular que se sentir prejudicado, cabe o ônus de tentar judicialmente desconstituir o ato ou pedir indenização.
O princípio da proporcionalidade permite o controle judicial dos atos relativos ao poder de polícia se ficar caracterizado que o ato praticado para limitar direitos fundamentais foi desproporcional para o interesse público existente.
PODER HIERÁRQUICO
O Poder hierárquico está presente na atividade administrativa do Estado, no âmbito dos três poderes não há hierarquia no Legislativo, no Judiciário, quando esses desempenham suas funções típicas. 
O Poder hierárquico permite que uma autoridade controle os atos praticados por seus subordinados.
De acordo com o poder hierárquico o agente público é obrigado a acatar as determinações do seu superior hierárquico, podendo apenas descumprir as ordens manifestadamente ilegais.
O Poder hierárquico envolve o controle de mérito e de legalidade. No primeiro, uma autoridade pode rever um ato praticado por um subordinado por questões de conveniência e oportunidade. O segundo, uma autoridade pode anular atos praticados por seus subordinados sempre que houver ilegalidade. 
O controle hierárquico pode ser exercido de ofício ou mediante provocação, a forma mais comum de provocação é o recurso hierárquico, que é uma modalidade de curso administrativo.
A homologação é um ato administrativo típico do controle hierárquico, pois através dela uma autoridade torna definitivo o resultado de um processo administrativo. Ex. homologação de um resultado de licitação/ de um concurso público.
ATO ADMINISTRATIVO
É a manifestação unilateral de vontade da administração pública com repercussão no mundo jurídico, ou seja, criando, modificando, declarando ou extinguindo direitos sob um regume jurídico de direito público.
O primeiro elemento do ato é a competência considerada a atribuição resultante de lei, conferida a um agente público para a prática de um ato administrativo. O vício de competência pode ser sanado através da retificação feita pela autoridade verdadeiramente competente.
O segundo elemento do ato administrativo é a finalidade, que condiciona a validade do ato ao atendimento do interesse público.
O terceiro elemento é a forma, que condiciona a validade do ato à observância da forma prevista na lei. Não se aplica a ele o princípio da liberdade das formas existente no Direito Privado.
O quarto elemento é o motivo, que corresponde às razões de fato e de direito que vão justificar a prática de um ato administrativo.
O quinto e último elemento é o objeto, que é a alteração jurídica provocada por um ato administrativo.
Lei de Ação Popular: O artigo 2º da Lei 4717/65 que trata da ação popular faz referência aos elementos do ato administrativo.
A motivação é a exteriorização por parte da administração pública das razões de fato e de direito que vão justificar a prática de um ato administrativo.
Todo ato administrativo tem um motivo, mas nem todo ato terá motivação. É obrigatória a motivação dos atos administrativos de conteúdo decisório. Ex. exoneração de ocupante de cargo municipal.
ATRIBUTOS DO ATO ADMINITRATIVO
Os atos administrativos têm a presunção de legitimidade, na qual os atos presumidamente são válidos e estão de acordo com a lei e a realidade. Incube a quem se sentir prejudicado, o ônus de tentar desconstituir o ato administrativo.
Um segundo atributo é a imperatividade que dá à administração pública a possibilidade de impor aos particulares a observância dos atos administrativos.
Um terceiro é autoexecutoriedade que dá à administração o poder de executar seus atos independentemente da manifestação prévia de outro poder. O particular que se sentir prejudicado, poderá judicialmente anular o ato ou pedir indenização.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Os atos podem ser gerais ou individuais. O ato geral é aquele praticado sem visar destinatários específicos, como por exemplo, o edital de um concurso e o regulamento de uma lei. O ato individual é aquele que vai permitir a identificação do destinatário. Ex. a nomeação de um servidor ou a concessão de uma licença para construir.
Em um confronto entre um ato individual e um geral, prevalecerá o geral.
Os atos administrativos podem ser vinculados ou discricionários. O ato vinculado é aquele, no qual o legislador indica o único objeto que pode ser dado pela administração pública, não havendo margem para a colaboração de critérios de conveniência e oportunidade. Ex. aposentadoria de um servidor de 70 anos. O ato discricionário é aquele, no qual a administração tem a liberdade de escolher entre dois ou mais objetos possíveis e a escolha será feita através da valoração de critérios de conveniência e oportunidade. Ex. a concessão de licença para tratar de assunto particular.
Denomina-se de mérito administrativo o uso correto da discricionariedade administrativa.
Os atos de império são aqueles nos quais a administração usa de sua supremacia em relação ao particular. Os atos de gestão são aqueles em que a administração não precisa usar de sua supremacia em relação ao particular.
Os atos de expediente são aqueles usados para impulsionar regulamentos que tramitam no âmbito da Administração Pública.
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
Os atos administrativos normativos são aqueles nos quais a administração disciplina matérias de sua competência. O primeiro exemplo é o regulamento de uma lei, editado pelo chefe do Poder Executivo na forma prevista no art. 84, IV da Cf. através do regulamento, o chefe do Poder Executivo valoriza a aplicação de uma lei que não traz os elementos necessários para a produção dos efeitos desejados pelo legislador.
Antes da CF/88, o chefe do Poder Executivo era competente para editar decreto autônomo para disciplinar matérias não previstas em lei. O art. 84, IV, CF dá ao chefe do Poder Executivo a competência para editar regulamentos visando a execução da lei. Não é mais cabível decreto autônomo para disciplinas matérias sujeitos à reserva legal, porém há uma corrente admitindo o decreto autônomopara disciplinar matérias relacionadas com o funcionamento do Poder Executivo e que não estão sujeitos à reserva legal.
Outro exemplo de ato normativo é o regimento interno, que serve para disciplinar o funcionamento de órgãos colegiados.
O ato negocial é aquele em que a administração manifesta sua concordância com o desempenho, os particulares de atividades sujeitas ao seu controle. 
A licença é um ato negocial vinculado, portanto, sempre que o particular preencher os requisitos previstos em lei, o pedido de licença não poderá ser indeferido. A autorização é um exemplo de ato negocial discricionário, no qual o pedido feito pelo particular poderá ser definido ou não de acordo com critérios de conveniência e oportunidade.
Os atos enunciativos são aqueles nos quais a administração emite opiniões ou declarações sobre matéria de sua competência. O primeiro exemplo é a certidão administrativa, no qual a administração reproduz o conteúdo de um registro existente junto a uma repartição pública. A CF, no seu art. 5º, XXXIV, b, considera como sendo fundamental o direito à obtenção de certidões, junto às repartições públicas.
O atestado é uma declaração feita pela administração pública sobre um fato de que ela teve conhecimento através da atuação de seus agentes. O parecer administrativo é uma manifestação técnica de um órgão público sobre matéria de sua competência. No âmbito jurídico, o parecer normalmente é opinativo, e não vincula a autoridade competente para decidir. 
Os atos ordinatórios são aqueles usados pelo administrador para disciplinar o seu funcionamento interno e a conduta de seus agentes. Esses atos produzem, normalmente, efeitos internos. Exs. Portarias, ordens de serviços, avisos.
Os atos punitivos são aqueles nos quais a administração aplica uma sanção a alguém. O ato punitivo interno é aquele em que a sanção é aplicada a quem mantém com a administração um vínculo profissional (servidores e empregados públicos). O ato punitivo será externo quando a sanção for aplicada a quem não mantém com a administração um vínculo profissional (Ex. sanções aplicadas aos contratados, art. 87 da Lei 8666 e as sanções decorrentes do poder de polícia; multa de trânsito).
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Revogação: em principio, somente os atos discricionários podem ser revogados, pois somente eles irão permitir a realização de critérios de conveniência e oportunidade. Existe, no entanto, entendimento de que a licença para contribuir pode ser revogada mesmo sendo ato vinculado em razão da alteração no planejamento urbanístico do município.
A súmula 473 do STF afirma que a administração pode revogar seus atos por critérios de conveniência e oportunidade.
A revogação de um ato administrativo que revogava ato administrativo anterior não restaura o primeiro ato revogado, salvo se houver previsão expressa nesse sentido.
Anulação do ato administrativo: é a extinção de um ato administrativo em razão de reconhecimento de que ele foi perpetrado com algum tipo de vicio. A anulação produz efeito ex tunc, retroagindo à data em que o ato foi praticado. A súmula 473 do STF prevê que o ato nulo não gera direitos.
A anulação poderá ser feita pela própria administração ou pelo Judiciário. No âmbito da administração, a competência para anular é da mesma autoridade que praticou o ato, ou uma autoridade superior hierarquicamente. A administração pode agir de oficio ou mediante provocação.
O Poder Judiciário pode anular atos praticados por outros poderes sempre mediante provocação.
Os principais instrumentos de provocação do Judiciário são: mandado de segurança ação popular, ação civil pública e ação anulatória de ato administrativo.
Predomina na doutrina, entendimento que existem atos administrativos nulos e anuláveis. Considera-se nulo o ato praticado com algum tipo de vício que não admite sanatória e anulável o ato praticado com algum tipo de vício que admite sanatória.
OBS: Sanatória consiste no aproveitamento dos efeitos de um ato praticado com vício sempre que houver interesse público nesse aproveitamento.
Em principio, a administração tem a obrigação de anular atos praticados com vício. Existe entendimento de que a administração pode deixar de anular o ato administrativo quando verificar que o vício não causa prejuízo a ninguém ou quando verificar que o prejuízo resultante da anulação é superior ao prejuízo do ato administrativo em si.
- Caducidade: parte da doutrina sustenta que o ato administrativo será extinto por caducidade quando se esgotar o prazo legal para a sua validade. Outros autores sustentam que o ato será extinto por caducidade quando se tornar incompatível com lei posterior.
- Cassação: é a extinção de um ato administrativo válido no momento em que foi praticado, quando houver ilegalidade na sua execução.
- Contraposição: é a extinção do ato administrativo pela prática de um novo ato com efeitos opostos ao ato anterior. Ex. a exoneração de servidor acarreta extinção dos efeitos do ato de nomeação.
- Desaparecimento do sujeito ou do objeto: o ato também será extinto pelo desaparecimento do sujeito ou do objeto. Ex. extinção de uma permissão de uso por causa da morte do permissionário ou da destruição do bem, objeto da permissão.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Os contratos administrativos são aqueles celebrados pela Administração Pública sob um regime jurídico de direito público. A administração também pode celebrar contratos regidos, predominantemente, pelo direito privado, como por exemplo, os contratos de locação e de comodato.
De acordo com o art. 22, XXVII, CF compete à União estabelecer normas gerais sobre contratos administrativos. Estados e municípios podem estabelecer normas específicas sobre a matéria.
Principais características dos contratos
Natureza de contrato de adesão: é mínima a participação do contratado na elaboração das cláusulas contratuais. O contratado normalmente se limita a aderir as condições previamente estabelecidas pela Administração Pública. O procedimento licitatório usado para a escolha do contratado é instituído com uma minuta do futuro contrato, que vincula a parte contratada.
Exceção/ defesa do contrato não cumprido: nos contratos administrativos existe restrição quanto à utilização por particulares da exceção do contrato não cumprido, portanto, ainda que a administração não cumpra suas obrigações, o particular deve continuar cumprindo as suas, em razão do princípio da continuidade da obra ou do serviço público.
Rigor quanto à forma: nos contratos administrativos não se aplica o principio da liberdade das formas existentes no direito privado. A observância da forma prevista na lei é essencial para a validade dos contratos administrativos somente em situações especiais previstas na lei é que não haverá necessidade de formalização do instrumento de contrato. 
Existência de um procedimento administrativo para a escolha de um contratado: os contratos administrativos estão vinculados ao procedimento administrativo para a escolha do contratado. Normalmente, o procedimento é licitatório, mas mesmo nos casos de dispensa ou de inexigibilidade de licitação, há um procedimento administrativo para definição de quem será o contratado. ** OBS: Todo contrato administrativo deve mencionar o número de procedimento ao qual será vinculado.
Caráter personalíssimo: o contrato é personalíssimo, portanto, o contratado não pode ceder, total ou parcialmente, o objeto do contrato. O instrumento convocatório (edital) e o termo do contrato administrativo podem, no entanto, autorizar a sublocação de parte do contrato. A lei complementar 123 também prevê a possibilidade de sublocação compulsória de parte da obra ou do serviço contratado para empresas de pequeno porte. 
CLÁUSULAS EXORBITANTES
Cláusulas exorbitantes têm esse nome porque exorbitavam do direito comum; são cláusulas que não são bem aceitas nos contratos de ato privado, mas que são necessárias nos contratos administrativos para consolidar a supremacia do interesse público sobre o interesse privado.
A Administração podealterar de forma unilateral os contratos administrativos, promovendo sua adaptação ao interesse público superveniente. Na hipótese de alteração bilateral o contratado tem direito à recomposição do equilíbrio econômico e financeiro do contrato. O art. 69 da Lei 8666 estabelece limites quantitativos ao poder de alteração unilateral dos contratos.
Existe entendimento de que os limites previstos no art. 65, somente são aplicáveis as alterações quantitativas, e não as alterações qualitativas. 
Outra cláusula exorbitante é a decisão de contrato administrativo. O art.78 da Lei 8666 menciona as causas de rescisão e o art. 79 da mesma lei define quais são as causas de rescisão que podem ser feitos de forma unilateral pela administração.
Se o contratado não for o responsável pela rescisão, ele poderá ter direito à indenização.
A administração pública pode anular de forma unilateral o contrato administrativo sempre que verificar que ele foi celebrado com alguém tipo de vício. A anulação produz efeito ex tunc, ou seja, retroage a data em que o contrato foi celebrado. Na hipótese de anulação, os serviços efetivamente prestados devem ser pagos em razão da vedação do enriquecimento sem causa.
A administração pode exigir do contratado garantias de execução do contrato. Trata-se de cláusula exorbitante, porque a administração não oferece ao contratado as mesmas garantias. O art.56 da Lei 8666 enumera as garantias que podem ser exigidas do contratado.
Outra clausula exorbitante é a fiscalização. A administração designa um agente público para exercer a função de fiscar o contrato, a quem compete acompanhar a execução do contrato e verificar se as cláusulas estão sendo devidamente cumpridas pelo contrato. Qualquer problema identificando pelo fiscal deve ser relatado à autoridade hierarquicamente superior. A fiscalização do contrato será necessariamente exercida por agentes públicos. A administração pode, no entanto, contratar particulares para auxiliar o fiscal do contrato nas questões mais complexas.
A administração pode aplicar ao contratado sanções em razão da inexecução total ou parcial do contrato. A aplicação de qualquer punição depende da instauração de procedimento apuratório que assegure para o contratado contraditório e ampla defesa.
O art.86 da Lei 8666 trata da infração contratual mais comum, que é o atraso no cumprimento das obrigações. A sanção material em decorrência do atraso é a multa que deve estar presente no documento, instrumento convocatório do contrato.
A aplicação de multa (qualquer punição) depende da instauração de procedimento apuratório que assegure para o contrato direito de defesa (contraditório e ampla defesa). Se houver atraso e a prestação não for mais útil à administração, a hipótese será de inadimplemento e não de mora. 
O art.87 prevê que, em razão da inexecução total ou parcial dos contratos, poderá ser aplicado ao contratado as sanções enumeradas no mesmo. A lei não enumerou as infrações, mas há o entendimento de que a administração em cada contrato, deverá prever a chamada cláusula de sanção, definindo as infrações que podem ser contidas em cada contrato de acordo com sua gravidade.
A advertência é a sanção mais leve que pode ser aplicada ao contratado e corresponde as infrações de menor gravidade. Será aplicado por existente e ficará registrado no âmbito da administração.
Outra sanção é a multa (art. 87, II, Lei 8666) pela inexecução total ou parcial do contrato. Entende-se que essa multa é compensatória, servindo para compensar prejuízos resultantes da inexecução do contrato.
Tem-se também a suspensão do direito de contratar e de licitar com a administração pelo prazo de até 2 anos. De acordo com o art. 6º, XII, Lei 8666, considera-se a administração o órgão ou entidade que celebrou o contrato. Portanto, a suspensão não produzirá efeitos em outra esfera do governo. O STJ, no entanto, vem estabelecendo que, em todas as esferas de governo, a suspensão produz efeitos.
O inciso IV do art. 87 trata da declaração de inidoneidade, que é a mais grave sanção que pode ser aplicada ao contratado, retirando sua capacidade de contratar com a administração pública, ou seja, em todas as esferas do governo. O contratado declarado inidôneo pode pedir sua reabilitação, desde que cumpra o mínimo de 2 anos e pague os prejuízos que causou à Administração.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS		
Se o vencedor da licitação não assinar o contrato após ser convocado pela Administração Pública, tal comportamento equivale ao descumprimento integral da obrigação, podendo a Administração empregar as sanções adequadas; previstas no ordenamento jurídico (lei); art.86, Lei 8666.
Já existe entendimento a Administração deve inserir em seus contratos a cláusula de sanção, ou seja, ela deve estabelecer quais são as infrações que podem ser cometidas e as sanções equivalentes.
SITUAÇÕES CONTRATUAIS
O contrato administrativo está sujeito a algumas cláusulas de instabilidade próprias dos contratos da Administração, como a primeira que é o fato do príncipe:
- Toda medida de ordem geral proveniente da atuação do Estado que atinge indiretamente contratos administrativos, dificultando ou impedindo sua execução. Se esse fato aumentar o ônus do contratado, ele terá direito à recomposição do equilíbrio contratual, se for impossível a execução, o contrato será rescindido.
Segundo é o fato da administração: todo fato ou omissão da Administração como parte do contrato e que atinge diretamente o contrato administrativo dificultando ou impedindo a sua execução. O contratado terá direito a recomposição do equilíbrio contratual. Se for impossível a execução, o contrato será rescindido por culpa da Administração.
Há uma terceira situação que são as interferências imprevistas, que são interferências materiais aos contratos que já existiam antes da celebração contratual, mas que eram desconhecidas tanto pra Administração como por parte do contratado. O impedimento surge no momento da execução, dificultando ou impedindo. Se houver demora, o contratado não poderá ser punido. E se houver aumento de custos, deverá ser feito a recomposição de equilíbrio financeiro e econômico do contrato. Se for impossível a execução, o contrato será rescindido sem ônus do contratado.
PRINCIPAIS CONTRATOS CELEBRADOS
O contrato de obra pública é aquele no qual a Administração contrata um particular que vai celebrar a obra pública de acordo com as condições estabelecidas pelo Poder Público. A escolha do contratado será feita por licitação.
Outro contrato engloba a aquisição de bens, que poderá ser feito através de uma licitação pelo sistema de registro de preços.
A contratação de serviço pela Administração, normalmente é feito para as atividades de suporte para que a Administração desempenhe sua atividade fim. A terceirização de serviços pela Administração não deve alcançar sua atividade fim.
A Administração também celebra contratos para delegar a particulares a prestação de serviços públicos. Os principais contratos são: permissão de serviço, concessão de serviço, concessão de serviço público precedido de obra pública, concessão patrocinada e concessão administrativa (Lei 8987/95 e Lei 11079).
- A Administração em situações especiais pode alienar bens na forma prevista do art. 17 da Lei 866/93, trata-se da exceção, pois os bens públicos têm como característica a inalienabilidade.
5. A concessão de uso é um contrato no qual a Administração atribui a particulares o uso privativo de bens públicos pelo prazo estabelecido no contrato.
- A Administração não deve celebrar contratos regidos predominantemente pelo direito privado para atribuir a particulares o uso de bens públicos como, por exemplo, a locação e o comodato.
LICITAÇÃO
A licitação é um procedimento administrativo usado pela Administração para a escolha de seus contratados. O art. 37, XXI, CF prevê a necessidade de licitação sempre que a Administração for contratar obras, serviços, comprar e alienações. O art. 175, CF prevê a necessidade de licitação para a escolha de concessionáriose permissionários de serviços públicos. 
A licitação tem duas grandes finalidades. A primeira é a de proporcionar igualdade de tratamento aos que querem contratar com a Administração. A segunda é a de viabilizar para o Poder Público a oportunidade de escolha da melhor proposta.
A licitação também é um instrumento de fomento do campo econômico e social.
De acordo com o art.22, XXVII, compete à União estabelecer normas gerais sobre licitações. Estados e municípios podem, portanto, estabelecer normas específicas sobre a matéria. Atualmente, as normas gerais estão previstas na Lei 8666/93.
A licitação é obrigatória para todos os entes estatais através de todos os poderes e para as entidades da administração indireta. 
As empresas públicas e sociedades de economia mista não precisam de licitação nas suas contratações relacionadas com sua atividade fim, mas devem utilizar licitações nas suas contratações relacionadas com sua atividade meio.
Os artigos 22, XXVII e 173, CF preveem a possibilidade de criação de regras especiais de licitação para as empresas públicas e sociedades de economia mista. Atualmente, só a Petrobras está sujeito às regras especiais de licitação.
*Princípio do julgamento objetivo exige que a Administração lance mão de critérios objetivos para a escolha do licitante vencedor. A Administração não pode usar critérios subjetivos.
*Princípio da vinculação ao instrumento convocatório que normalmente é o edital. Nesse instrumento, a Administração define o critério de julgamento, regras de participação e o objeto do futuro contrato. De acordo com o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, a Administração não pode praticar durante a licitação qualquer ato contrario ao instrumento convocatório sob pena de nulidade.
*A Administração de acordo com o princípio da publicidade deve divulgar as principais etapas que integram o procedimento licitatório. Normalmente, ela é feita com um resumo dos principais fatos na imprensa oficial. Cada modalidade licitatória tem regras especiais de publicidade.
 
*O princípio do sigilo na apresentação das propostas prevê que na licitação, as propostas escritas deverão ser entregues lavradas em envelopes, que deverão ser abertos em momento apropriado. Nenhum licitante pode ter conhecimento prévio da proposta apresentado por outro licitante, sob pena de nulidade. Esse princípio não se aplica nas licitações nas quais são apresentadas propostas verbais. 
*Há um outro princípio que é o da competição. A Administração deve adotar a interpretação que estimular a competição.
INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS
Impedimentos materiais à execução do contrato que já existiam antes da celebração, mas que eram desconhecidos, tanto por parte da Administração quanto por parte do contratado. O impedimento surge no momento da execução, dificultando ou impedindo a execução do contrato. Se houver demora, o contratado não poderá ser punido, e se houver aumento de custos, deverá ser feita a recomposição de equilíbrio econômico e financeiro do contrato. Se for impossível a execução, o contrato será rescindido sem ônus para o contratado.
PRINCIPAIS TIPOS DE CONTRATOS
- Contrato de obra pública: é aquele no qual a Administração contrata um particular que vai realizar uma obra pública de acordo com as condições estabelecidas pelo Poder Público. A escolha do contratado será feita por licitação.
- A contratação de serviços pela Administração normalmente é feita para as atividades que servem de suporte para que a Administração não deva alcançar sua atividade fim. A Administração também celebra contratos para delegar a particulares a prestação de serviços públicos. Os principais são: permissão de serviço, concessão de serviço, concessão de serviço público precedido de obra pública, concessão patrocinada e concessão administrativa (Lei 8987/95 e Lei 11079/04). A Administração, em situações especiais, pode alienar bens na forma prevista no art. 17 da Lei 8666, trata-se de exceção, pois os bens públicos têm como característica a inalienabilidade. 
- A concessão de uso é um contrato administrativo no qual a Administração atribui a particulares o uso privativo de um bem público no prazo previsto no contrato. A Administração não deve celebrar contratos regidos predominantemente pelo direito privado para atribuir a particular o uso de bens públicos, como, por exemplo, a locação e o comodato.
PREGÃO
- Lei 10520.
- É uma modalidade licitatória. Ele não está relacionado com o valor e serve para a aquisição de bens e serviços comuns que são aqueles livremente encontrados no mercado, sem que haja necessidade de maiores especificações.
*1ª característica: Ele possui a invasão das fases de habilitação e julgamento. Pois, a primeira a administração define quem foi o vencedor e depois analisa os documentos que geram a habilitação de quem venceu.
*2ª característica: Possibilidade de apresentação de propostas escritas e verbais. Também admite a participação no pregão por meio eletrônico.
FASE INTERNA DA LICITAÇÃO
É aquele na qual a Administração define o objeto do futuro contrato, verifica se há disponibilidade orçamentária. A Administração também vai ficar as regras de participação e o critério objetivo de escolha do vencedor. De acordo com o art. 38, Lei 8668, a acessória jurídica deverá aprovar toda a fase interna da licitação.
Ela é concluída com a divulgação do instrumento convocatório que normalmente é o edital. Em razão do princípio da vinculação ao instrumento convocatório, não se pode praticar durante a licitação nenhum ato contrário ao edital.
O instrumento convocatório deve ser substituído com uma minuta do futuro contrato para que os licitantes tenham conhecimento de que se vencedores, celebrarão um contrato na forma da minuta apresentada.
Após a divulgação do instrumento convocatória, a Administração vai decidir sobre a habilitação dos licitantes. Nela, a Administração verifica se os licitantes preenchem os requisitos técnicos, econômicos e jurídicos. Aqueles que não preencherem serão inabilitado e consequentemente excluído da licitação.
O recurso administrativo contra a decisão que inabilita o licitante tem efeito suspensivo.
A etapa seguinte é do julgamento que será feito mediante confronto das propostas apresentadas pelos licitantes habilitados. De acordo com os critérios objetivos, previamente definidos no edital.
 
As propostas serão classificadas, definindo aquela que foi mais vantajosa de acordo com o edital. A Administração deve desclassificar a proposta que foi manifestamente exequível.
O resultado da licitação só se torna definitivo após ser homologado pela autoridade hierarquicamente superior. A homologação é um ato de controle.
Predomina o entendimento que o licitante não tem direito subjetivo à contratação, mas tem apenas o direito de não ser preterido caso a Administração resolva efetivamente contratar.
A licitação pode ser revogada ou anulada. A revogação será feita pela Administração por razões de interesse público supervenientes a deflagração do procedimento licitatório. A anulação decorre da existência de uma irregularidade que não pode ser sanada. E pode ser feita pela Administração ou pelo Poder Judiciário.
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO
O art. 37, XXI, CF prevê que a obrigatoriedade de licitação é uma norma de eficácia contida porque atribui ao legislador ordinário a possibilidade de prever exceções ao que está previsto na CF. assim, a lei ordinário pode prever casos de contratação direta sem a necessidade de licitação.
O art. 24, Lei 8666 enumera os casos de dispensa de licitação. Nela a competição, em tese, seria possível, mas o legislador entender que naqueles casos, não se deveria ter licitação. A enumeração dos casos de dispensa foi feita de forma exaustiva na lei. O art. 17, Lei 8666 enumera casos de dispensa de licitação na alienação de bens públicos.
A inexigibilidade de licitação decorre da impossibilidade de competição. O art. 25 da Lei 8666 deforma exemplificativa enumera os casos de inexigibilidade. 
A Lei 8666 considera crime declarar a dispensa de a inexigibilidade da licitação nos casos em que ela deveria se realizar. O crime nessas hipóteses deveria ser doloso.

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