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Aula 13 Epidemiologia TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA

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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E 
EPIDEMIOLÓGICA
Profa. Karen Tokuhashi
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
Refere-se aos efeitos que as mudanças 
dos níveis de fecundidade e mortalidade
provocam sobre o ritmo de crescimento 
populacional e sobre a estrutura por idade 
e sexo, traduzindo-se por um 
envelhecimento da população (maior 
proporção de idosos). 
Etapas da transição demográfica, considerando-
se a fecundidade e a mortalidade:
• Quando as taxas de fecundidade e mortalidade, 
principalmente infantil, são elevadas, a população é 
jovem e estável.
• Com a redução da mortalidade, principalmente por 
doenças infecciosas, não acompanhada da redução da 
fecundidade (permanece elevada), há ganho de vidas 
em todas as idades, o ritmo de crescimento populacional 
aumenta e a população permanece jovem. 
• Quando a fecundidade começa a diminuir, mantido o 
decréscimo da mortalidade, é que efetivamente a 
população inicia o seu processo de envelhecimento, 
diminuindo o ritmo de crescimento populacional. 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
• trata-se de um esquema geral de tendências por que
passaram sociedades consideradas “desenvolvidas”
• foi elaborado com base na experiência europeia, mas
tem aplicação geral
• representa a realidade com certa precisão, embora
possa ocorrer, concomitantemente, importantes
variações regionais e entre segmentos sociais
• cada país pode ser colocado, em um dado momento,
em um dos estágios da transição demográfica:
• permite antecipar o perfil do seu crescimento
demográfico
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
Algumas considerações:
É caracterizada por:
• Redução da taxa de fecundidade total e como consequência
redução do número absoluto de nascidos vivos e redução
das taxas de natalidade.
• Redução das taxas de crescimento da população.
• Aumento da participação de idosos (60 anos e mais) no
conjunto da população.
• Aumento da idade média da população.
Transição demográfica
No Brasil...
• Nos países industrializados, a transição 
demográfica foi lenta e gradual (fim do século 
XIX e início do séc. XX), com as melhorias 
sociais e econômicas.
• No Brasil, o início da queda de mortalidade foi 
na década de 40 e da fecundidade, na década 
de 60, por causa da tecnologia médica e 
sanitária, nas décadas de 40 a 60, houve um 
maior crescimento populacional no Brasil
Regiões 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000
Norte 27,7 29,6 35,5 42,6 50,2 57,8 69,8
Nordeste 23,4 26,4 34,2 41,8 50,7 60,6 69,0
Sudeste 39,4 47,5 57,4 72,8 82,8 88,0 90,5
Sul 27,7 29,5 37,6 44,6 62,7 74,1 80,9
Centro Oeste 21,5 25,9 37,2 50,9 70,7 81,3 86,7
Brasil 31,2 36,2 45,1 56,0 67,7 75,5 81,2
Proporção de população urbana (%) nas datas dos recenseamentos 
gerais. Brasil e Grandes Regiões
Fonte: IBGE Censos Demográficos 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000
Taxa de fecundidade total -Brasil e regiões, 1965 a 2000
Região 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1996 2000
Norte 7,0 6,7 6,2 5,5 4,8 4,0 3,0 3,1
Nordeste 7,2 6,9 6,9 5,8 4,9 4,0 2,9 2,6
Sudeste 4,7 4,4 4,4 3,2 2,7 2,4 2,1 2,1
Sul 5,7 5,2 3,8 3,4 2,7 2,3 2,1 2,2
C.-oeste 6,4 5,9 4,4 4,2 3,4 2,9 2,1 2,1
Brasil 5,7 5,4 4,8 4,0 3,2 2,7 2,3 2,3
Fonte :Ibge
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
PNAD – 2013
- Tendência de envelhecimento da estrutura etária no País
- Comparando 2002 e 2012, verifica-se:
- a participação do grupo com até 29 anos de idade
passa de 54,4%, em 2004, para 46,6%, em 2013
- aumento da participação do grupo com 45 anos ou
mais de idade, em 2004 era de 24%, atingindo 30,7%, em
2013
- Composição da população por sexo em 2013:
- 51,4% de mulheres
- 48,6% de homens
Ou seja...
Regiões
Grupos Etários (%)
0 a 14 anos 15 a 64 anos 65 e mais anos
1980 1991 2004 1980 1991 2004 1980 1991 2004
Norte 46,2 42,4 34,2 51,0 54,6 61,5 2,8 3,0 4,2
Nordeste 43,5 39,4 30,1 52,2 55,5 63,5 4,4 5,1 6,4
Sudeste 34,2 31,2 24,5 61,7 63,6 68,1 4,2 5,1 7,4
Sul 36,3 31,9 24,9 59,9 63,1 68,1 3,8 5,0 7,0
Centro Oeste 40,5 35,3 27,8 57,0 61,5 67,2 2,6 3,3 5,0
Brasil 38,2 34,7 27,1 57,7 60,7 66,2 4,0 4,8 6,7
Distribuição percentual da população segundo grupos etários, 
Regiões e Brasil. 1980, 1991 e 2004
Fonte: IBGE – Tendências Demográficas. Avaliações a partir dos dados do censo demográfico de 
1991 (1994) e Contagem da população 1996.
Índice de envelhecimento
Conceito: 
 Número de pessoas de 60 e mais anos de idade, para 
cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na 
população residente em determinado espaço 
geográfico, no ano considerado. 
Interpretação:
 Razão entre os componentes etários extremos da 
população, representados por idosos e jovens.
 Valores elevados desse índice indicam que a 
transição demográfica encontra-se em estágio 
avançado. 
Índice de envelhecimento
Usos:
 Acompanhar a evolução do ritmo de envelhecimento da 
população, comparativamente entre áreas geográficas e 
grupos sociais. 
 Contribuir para a avaliação de tendências da dinâmica 
demográfica.
 Subsidiar a formulação, gestão e avaliação de políticas 
públicas nas áreas de saúde e de previdência social. 
Método de cálculo:
Índice de envelhecimento
Fonte: IBGE
Em países desenvolvidos...
(IBGE, 2008)
(IBGE, 2008)
(IBGE, 2008)
65 milhões de 
idosos
75emais
70a74
65a69
60a64
55a59
50a54
45a49
40a44
35a39
30a34
25a29
20a24
15a19
10a14
05a09
00a04
0123456 0 1 2 3 4 5 6
homens
mulheres
Município de São Paulo, 1997
75emais
70a74
65a69
60a64
55a59
50a54
45a49
40a44
35a39
30a34
25a29
20a24
15a19
10a14
05a09
00a04
0123456 0 1 2 3 4 5 6
homens
mulheres
Distrito Jardim Paulista, 1997
75emais
70a74
65a69
60a64
55a59
50a54
45a49
40a44
35a39
30a34
25a29
20a24
15a19
10a14
05a09
00a04
0123456 0 1 2 3 4 5 6
homens
mulheres
Distrito Guaianases, 1997
1980
7.226.805 idosos
2000
14.536.029 idosos
2010
20.590.599 idosos
(IBGE, 2014)
10,8%
2014
23 milhões
(12%)
No Mundo
2014
800 milhões
Estimativa para os próximos 20 anos:
2034
89 milhões idosos
(39%)
(IBGE, 2014)
Esperança de Vida ao Nascer
• BRASIL (2012):
– AMBOS OS SEXOS = 73,62 anos
• HOMENS = 69,73 anos
• MULHERES = 77,32 anos
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
• É resultante dos processos de urbanização e da 
transição demográfica. 
• Refere-se às modificações, em longo prazo, dos padrões 
de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma 
população específica e que, em geral, ocorrem em 
conjunto com outras transformações demográficas, sociais 
e econômicas.
Características da transição epidemiológica:
1- Redução da mortalidade proporcional por 
doenças infecciosas e parasitárias;
2- Aumento da participação das doenças crônicas 
degenerativas;
3- Aumento da participação das Causas Externas;
4- Surgimento de doenças infecciosas 
emergentes (AIDS, febre aviária) e reemergentes
(dengue, febre amarela):
1- Redução da participação (mortalidade proporcional) e
da intensidade (taxas) da mortalidade por doenças
infecciosas:
- Redução da parcela da população mais suscetível às doenças 
infecciosas, devido à redução das taxas de fecundidade.
- Aumento de saneamento básico (www.tratabrasil.org.br)
- Medidas de prevenção e controle de doenças transmissíveis. 
- Acesso aos serviços de saúde.
- Aumento da escolaridade.
- Melhoria das condições de habitação.
SEPTICEMIA
(15.748 óbitos 
em 2013)
2- Aumento da participação das doenças 
crônico-degenerativas
- Aumento da população idosa devido à redução das taxas de 
fecundidade.- Estilo de vida (tabagismo, sedentarismo, elevação do 
consumo alimentar de gorduras, açúcares e sódio).
- Aumento da poluição atmosférica.
- Condições de trabalho – stress.
- D. CEREBROVASCULAR
- IAM
- NEOPLASIAS
- DOENÇA HIPERTENSIVA
- DIABETES
3- Aumento da participação das Causas Externas
(CID 10: V01 – Y98)
- Grandes aglomerados urbanos.
- Desigualdades sociais.
- Consumo de drogas que alteram estado consciência.
- Aumento do número de veículos circulantes.
ÓBITOS EM 2013:
AGRESSÕES = 56.804
AC. TRANSPORTE = 43.452
SUICIDIOS = 10.533
4- Surgimento de doenças infecciosas 
emergentes (AIDS, febre aviária) e reemergentes 
(dengue, febre amarela):
- Expansão da fronteira agrícola.
- Desmatamento.
- Contato com novas espécies.
- Surgimento de novas espécies por mutação.
ÓBITOS EM 2013:
SEPTICEMIA = 15.748
HIV = 12.564
0,0%
12,5%
25,0%
37,5%
50,0%
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990
DIP Neoplasias Circulatório Externas
Causas 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990
DIP 45,7 43,5 35,9 25,9 15,7 11,4 6,3
Neoplasias 2,7 3,9 5,7 8,1 9,7 11,2 14,3
Circulatório 11,8 14,5 14,2 21,5 24,8 30,8 32
Externas 2,6 2,4 3,3 4,8 7,5 7,7 14,3
Evolução temporal da mortalidade proporcional por quatro causas de óbito no 
Brasil, 1930 a 1990
Fonte: Dr. Maria Magalhães in Dados 7/Radis – Fiocruz, 1984
Evolução temporal da mortalidade proporcional de óbitos no 
Brasil, 1996 a 2013
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1991
Cap I - RJ Total Cap XVII - RJ Total
Coeficientes* de mortalidade, por doenças infecciosas e parasitárias 
e causas externas, faixa etária de 15 a 24 anos, no município do Rio 
de Janeiro, 1930-1991.
* por cem mil habitantes – Capítulo I – Doenças Infecciosas e Parasitárias (9ª Revisão da CID); Capítulo XVII – Causas Externas (9ª Revisão da CID) 
Alguns autores consideram que há estágios 
para a transição epidemiológica: transição
completa e incompleta.
Completa – quando a população como um todo já apresenta 
o perfil da transição e inicia-se também a redução das taxas 
de mortalidade por doenças crônico-degenerativas.
Incompleta – quando persiste, em parte da população, as 
doenças infecciosas por falta de meios de controle eficiente 
das doenças transmissíveis (tuberculose, hanseníase, 
malária) e das DIP mais associadas às precárias condições 
de vida (diarréias).
Europa, Canadá, EUA e Japão – transição completa
África - a maioria dos países ainda não passou
pela transição demográfica, conseqüentemente
não apresentam a transição epidemiológica.
Brasil – transição epidemiológica incompleta
(dupla carga da doença)
Principais causas de morte Brasil,1990,2000 e 2010 (A qualidade das 
informações)
1990 2000 2010
1- Doenças Ap. Circulatório 1- Doenças Ap. Circulatório 1- Doenças Ap. Circulatório
2-Mal definidas 2-Mal definidas 2- Neoplasias
3-Causas Externas 3-Neoplasias 3-Causas Externas
4-D. Infecc. e Parasit. 4-Causas Externas 4-D. Ap. Respiratório
5-Neoplasias 5-D. Ap. Respiratório 5- Mal definidas
6-D. Ap. Respiratório 6-D. End. Met. Nutri. 6-D. End. Met. Nutri.
7- Perinatais 7-D. Infecc. e Parasit. 7-D. Ap. Digestivo
8-D. End. Met. Nutri. 8-D. Ap. Digestivo 8-D. Infecciosas e Parasit.
9-D. Ap. Digestivo 9- Perinatais 9- D. Sist. Nervoso
10-D. Sist. Nervoso 10-D. Ap. genito urinário 10-D. Ap. genito urinário
Fonte: Datasus
Resumo
LINK - VIDEO
https://www.youtube.com/watch?v=jbkSRLY
Sojo
Referências
• PEREIRA, M.G. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro. 
Guanabara Koogan, 4ª ed, 2000.
• ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e 
Saúde. Rio de Janeiro, Medsi, 6ª ed, 2003.
• BRASIL, Ministério da Saúde, (www.portalsaude.gov.br) 2014.

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