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* * Discurso e Argumentação Retomando... * * “Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996, p. 4) esclarecem que a teoria da argumentação tem por objeto o estudo das técnicas discursivas que permitem “provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que se lhes apresentam ao assentimento”, girando em torno da concepção social da linguagem como instrumento de comunicação e de ação sobre o outro. Deve-se distinguir a demonstração, ligada à experiência e à dedução lógica”. (SANTANA NETO, 2008, p.3) * * “A adesão do auditório é imprescindível para a argumentação. Essa adesão, segundo Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996, p. 16), é um contrato intelectual entre o orador e o auditório, o qual deve ser estabelecido previamente e se relaciona ao que mutuamente se concebe e admite entre ambos e que são revelados nas premissas da argumentação. O objetivo da argumentação não é provar a verdade da conclusão a partir da verdade das premissas, mas é buscar a adesão”. (SANTANA NETO, 2008, p.3) * * Os três pilares da retórica o Éthos consiste na credibilidade do orador. Na sua magnificência, em como se poderá usar estas qualidades intrínsecas para levar um auditório a acreditar numa verdade. O Páthos representa o jogo com as paixões e emoções dos ouvintes. A forma como o orador se dispõe a conquistar os corações do seu público, fazendo-o prescindir do controle racional das opiniões. O Lógos representa o raciocínio lógico através do qual se convence o público de uma verdade. Ou seja, a "verdade" ou a "ideia" que o orador deseja passar e à qual o auditório adere ou não. * * Organização argumentativa A organização argumentativa de um discurso depende das imagens mútuas que se pressupõe fazer locutor e alocutário, ou seja, 1) a imagem que o locutor faz de si próprio, 2) a imagem que o locutor faz do alocutário, 3) a imagem que o locutor faz do referente, 4) a imagem que o locutor acredita que o alocutário faça dele, 5) a imagem que o alocutário faz de si mesmo, * * 6) a imagem que o alocutário faz do locutor, 7) a imagem que o alocutário faz do referente, e 8) a imagem que o alocutário acredita que o locutor faz dele e depende, em último lugar dos atos de linguagem que o locutor faz em seu discurso. (SANTANA NETO,2003, p.19). * * Seguindo ainda o esquema de Santana Neto (2005), para ethos tem-se a imagem 1 e pressupõe-se as imagens 4 e 6, para páthos considera-se a imagem 2 e pressupõe-se as imagens 5 e 8, e, finalmente para lógos tem-se a imagem 3 e pressupõe-se a imagem 7. * * “Tendo em vista o tipo de auditório que se pretende atingir, Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996) estabelecem a diferença entre convencer e persuadir. Convencer objetiva o auditório universal, por isso é atemporal (...). Persuadir visa ao auditório particular, por isso é temporal...” (SANTANA NETO, 2008, p.3) * * Vamos à prática? Análise de textos e vídeos... * * Máximas que conduzem o discurso jornalístico: • Mostre-se emocionado! O orador deve emocionar-se (ou fingir estar) no estado emocional que deseja transmitir; • Mostre objetos! O punhal do assassino, a boneca da menina... Na falta das próprias coisas, “mostre imagens!” de pessoas sofrendo, chorando, extravasando a dor; • Descreva coisas emocionantes! Amplie dados emocionais, utilizando uma linguagem que tende a exasperar os fatos indignos, cruéis, odiosos. * * ANÁLISE Éthos Páthos Lógos Auditório Argumento de autoridade Acordo * * Referências: PERELMAN, Chaïm e OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. Trad. Maria Ermantina Galvão G. São Paulo: Martins Fontes, 2005. SANTANA NETO, João Antonio de, MACÊDO, Joselice, ROCHA, Maria José Campos (orgs.). Discursos em análise. Salvador: UCSAL, 2003.
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