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1 Profa. Dra. Vania Ferreira Faculdade de Ciências da Saúde vmmf@unb.br Princípios básicos ---Aula 1--- � Remédio: Palavra usada pelo leigo como sinônimo de medicamento. Pode ser qualquer coisa que sirva para tratar o doente (ex: massagem, conversa, clima, etc.). � Medicamento: Droga ou preparação com drogas de ação farmacológica benéfica, quando utilizada de acordo com suas indicações e propriedades. � Fármaco: É a droga-medicamento de estrutura química bem definida. � Tóxico: Droga ou preparação com drogas que produz efeito maléfico. � Droga: Qualquer substância química capaz de produzir efeito farmacológico benéfico (droga-medicamento) ou maléfico (tóxico). Termos definidos � As drogas não são administradas no seu estado puro ou natural aos pacientes, mas sim como parte de uma formulação (fórmula farmacêutica), ao lado de uma ou mais substâncias não-medicinais que desempenham várias funções farmacêuticas. Esses adjuvantes farmacêuticos têm por finalidade solubilizar, espessar, estabilizar, preservar, colorir ou melhorar o sabor da mistura final, a fim de fornecer uma forma farmacêutica agradável e eficiente dos agentes medicamentosos que ela apresente. Formas e Fórmulas Farmacêuticas � A forma farmacêutica da droga-medicamento (isto é, sua apresentação final) pode ser ampola, comprimido, cápsula, xarope, etc. A ciência que trata das formas farmacêuticas é a Farmacotécnica. Vias de administração de drogas Processos farmacocinéticos � Absorção � Distribuição � Biotransformação � Excreção 2 � Absorção: consiste na transferência do fármaco desde seu local de aplicação até a corrente circulatória. � Biodisponibilidade: É a quantidade de droga que chega à circulação, em forma inalterada, após sua administração e/ou biotransformação. A absorção adequada não garante biodisponibilidade, pois alguns fármacos são biotransformados no fígado antes de atingirem a circulação sistêmica. A esse fenômeno se denomina metabolismo de primeira passagem. ABSORÇÃO Translocação das moléculas dos fármacos As moléculas dos fármacos movem-se pelo organismo de 2 maneiras: � Por transferência através do fluxo de massa (isto é, na corrente sanguínea) � Por transferência através do processo de difusão (isto é, molécula por molécula, por curtas distâncias). Movimento das moléculas de fármacos através das barreiras celulares Existem 4 maneiras principais pelas quais as pequenas moléculas atravessam as membranas celulares: � Por difusão direta através dos lipídios � Por difusão através dos poros aquosos formados por proteínas especiais (“aquaporinas”) que atravessam o lipídio; � Por combinação com uma proteína transportadora transmembrana, que se liga a uma molécula em um dos lados da membrana, modifica a sua conformação e a libera no outro lado; � Por pinocitose Movimento das moléculas de fármacos através das barreiras celulares Difusão através dos lipídios � As substâncias não-polares dissolvem-se livremente em solventes não-polares, como os lipídios e, por conseguinte, penetram livremente nas membranas celulares por difusão. � A lipossolubilidade constitui um dos determinantes mais importantes das características farmacocinéticas de uma substância, e muitas propriedades podem ser previstas com base no conhecimento da lipossolubilidade de uma substância. A partição do pH tem várias consequências importantes: � A acidificação da urina acelera a excreção de bases fracas e retarda a de ácidos fracos. � A alcalinização da urina tem o efeito oposto: reduz a excreção de bases fracas e aumenta a de ácidos fracos. � O aumento do pH plasmático (por exemplo, pela administração de bicarbonato de sódio) faz com as substâncias fracamente ácidas sejam extraídas do SNC para o plasma 3 Fatores que exercem uma importante influência na distribuição e eliminação da substância � Ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas � Partição no tecido adiposo e em outros tecidos do corpo Fatores que interferem na absorção das drogas Bases fortes Ácidos fortes Ácidos fracos Bases fracas pH local ácido................ alcalino............ PequenaGrandeÁrea absortiva PequenaGrandeCirculação local PequenaGrandeDissolução das formas sólidas SólidaLíquidaForma farmacêutica GrandePequenoPeso molecular HidrossolubilidadeLipossolubilidadeSolubilidade Forma ionizadaForma não-ionizadaIonização Menor absorçãoMaior absorçãoFatores DISTRIBUIÇÃO O padrão de equilíbrio de distribuição entre os vários compartimentos irá depender dos seguintes fatores: � Permeabilidade através das barreiras de tecidos � Ligação no interior dos compartimentos � Partição do pH � Partição lipídio:água Droga total por via oral (droga não dissolvida) dissolução e desintegração Droga nos fluidos G.I. (degradação no estômago) velocidade de esvaziamento gástrico Droga em solução no intestino (degradação intestinal) (droga não absorvida) Droga em solução que é absorvida Droga no fígado (droga perdida pela excreção biliar) (droga biotransformada) (droga ligada a tecidos) 4 Droga no fígado (droga perdida pela excreção biliar) (droga biotransformadas) (droga ligada a tecidos) Dr. na circulação geral (droga biotransformada) (droga ligada a proteínas plasmáticas) Dr. distrib. no organismo (droga ligada a órgãos e tecidos q/ não sejam local de ação dela) (droga biotransformada e excretada) (droga ligada a tecidos) Droga no seu local de ação � A eliminação de um fármaco representa sua exclusão irreversível do corpo. Ela ocorre através de dois processos: metabolismo e eliminação. O metabolismo envolve a conversão enzimática de uma entidade química em outra dentro do organismo, enquanto a eliminação consiste da saída do fármaco (quimicamente inalterado ou seus metabólitos) do organismo. BIOTRANSFORMAÇÃO E ELIMINAÇÃO � Oxidação � Redução � Hidrólise �Conjugação (Acetilação, Sulfatação e Glicuronidação ---Aula 2--- Profa. Dra. Vania Ferreira Faculdade de Ciências da Saúde vmmf@unb.br Rang & Dale – 6ª. edição � Tipos de receptores (págs. 28 e 29) � Proteínas G e sua função (págs. 35-37) � Sistema adenilil-ciclase/AMPc (págs. 37 e 38) � Sistema fosfolipase C/fosfatos de inositol (págs. 38 e 39) � Controle autônomo do coração – Sistemas simpático e parassimpático (págs. 283 e 284) Alvos de ação dos fármacos �Enzimas �Moléculas transportadoras �Canais iônicos �Receptores 5 Source: Mihic J and Harris RA. Alcohol Health & Research World, 1997 6 Drogas agonistas e antagonistas � Agonistas – tem afinidade por receptores específicos e apresentam eficácia. Dão origem às alterações no funcionamento celular, que produzem efeitos de vários tipos. � Agonistas totais – podem produzir uma resposta máxima (a maior resposta capaz de ser dada pelo tecido) � Agonistas parciais – só podem produzir uma resposta sub-máxima � Antagonistas – Ligam-se aos receptores sem originar tais alterações. Antagonismo entre fármacos � Químico � Farmacocinético � Por bloqueio dos receptores � Não-competitivo � Fisiológico Químico � Se refere à situação incomum em que as duas substâncias se combinam em solução, de modo que o efeito do fármaco ativo é perdido. Ex: agentes quelantes (dimercaprol) x metais pesados. Os agentes quelantes ligam-se aos metais pesados e, dessa forma, reduzem sua toxicidade. Farmacocinético � O antagonista reduz efetivamente a concentração da substância ativa em seu local de ação. A velocidade de degradação metabólica do fármaco ativo pode ser aumentada. Ex: varfarina x fenobarbital A varfarina tem uma redução do seu efeito anticoagulante quando se administra um agente que acelera seu metabolismo hepático. Porbloqueio dos receptores � Antagonismo competitivo reversível � Antagonismo competitivo irreversível Antagonismo não-competitivo � Descreve a situação em que o antagonista bloqueia, em algum ponto, a cadeia de eventos que leva à produção de uma resposta pelo agonista. Ex: verapamil ou nifedipina (impedem o influxo de Ca++ através da membrana celular) x substâncias que produzem contração dos músculos lisos. Antagonismo fisiológico � Descreve a interação entre dois fármacos cujas ações opostas no organismo tendem a anular uma à outra. Ex: histamina x omeprazol histamina – age sobre os receptores das células parietais da mucosa gástrica estimulando a secreção ácida. omeprazol – bloqueia esse efeito por meio da inibição da bomba de prótons
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