Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Características Gerais • Família: Mycobactereacea • Gênero: Mycobacterium • Bacilos finos e retos • 0,2-0,6 por 1-10µm • Fracamente Gram + • Aeróbicos Estritos • Imóveis • Não formam esporos • Sem flagelos, toxinas ou cápsula Bácilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR) • Coloração De Ziehl- Neelsen • Corante primário: fucsina • Agente Diferenciador: álcool 97% e HCl 3% • Corante secundário: azul de metileno • As bactérias BAAR coram- se em vermelho e as demais em azul. Parede Celular - Esquema Parede Celular – Conseqüencias • BAAR • Resistentes a anti-sépticos, desinfetantes, antibióticos e dessecação • Sensível a Isoniazida • Facilita agregação • Sobrevivem a expectorações • Sobrevivem dentro de macrófagos • Patogenicidade e virulência Velocidade de Crescimento • M. leprae não pode ser cultivada • Temperatura ótima de crescimento também variável • Temperaturas inferioes à 37°C – infecções cutâneas Espécies Micobacterianas • Mais de 60 espécies • Maioria saprófitas de solo e algumas espécies parasitas intracelulares Patogenicidade e Virulência • Parede Celular • Manifestações Clínicas : resposta imunológica do hospedeiro • Hipersensibilidade tardia medidada por imunidade celular • Tuberlulina e PPD – diagnóstico de infecção prévia ou latente • Vacinas Mycobacterium Leprae Breve histórico • Lepros – do latim, ato de sujar, poluir. • Origem geográfica incerta. • Há relatos descritos da doença desde 1400 a.C. em escrituras sagradas indianas. • Soldados romanos durante idade média disseminaram a doença pela Europa. Mycobacterium leprae • O cientista norueguês Gerhard H. A. Hansen associou a doença à micobactéria. • Bacilo fracamente gram +. • Causador da Doença de Hansen (Lepra), doença infecto contagiosa do sistema nervoso periférico. • Degeneração do sistema nervoso periférico por desmielinização. • Dessensibilização, progressiva incapacidade motora e deformações posturais. • As comuns lesões teciduais são devido à dessensibilização. Doença de Hansen Doença de Hansen • Mycobacterium Leprae ataca o sistema nervoso periférico através das células de Schwann. • A não atividade fagocítica da cél. De Schwann favorece a infecção e dificulta a ação do sistema imune. • A barreira entre sangue e nervo dificulta a ação de medicamentos. M. Leprae e Cél de Schwann • A ligação ocorre por meio de grandes glicoproteínas aderidas à lamina basal das cél. de Schwann chamadas laminina-2. • A laminina-2 se mantém ligada à membrana da cél. de Schwann através de receptores chamados α e β distroglicanas, sendo um periférico, ligante à laminina-2 e um transmembranário respectivamente. M. Leprae e Cél de Schwann • A laminina-2 é dividida em cadeias α2 longa, β1 e γ1 curtas. A M. Leprae se liga ao domínio G da cadeia α2. M. Leprae e Cél de Schwann Domínio G α2 β1 γ1 • A M. Leprae se liga através de proteinas ligantes a laminina-2 (ML-LBP21). Para que ocorra infecção é indispensável presença de laminina-2, α-distroglicana e ML-LBP21. M. Leprae e Cél de Schwann M. L epra e ML-LBP21 A infecção • A M. Leprae infecta preferencialmente cél. de Schwann, mas também pode infectar macrófagos que migraram para o espaço endoneural. • Ao se ligar à membrana da cél. de Schwann via laminina-2 a M. Leprae é recoberta pelo complexo α-distroglicana - M. Leprae e isso promove a internalização da micobactéria na celula do sistema nervoso periférico. A infecção A infecção • O vetor da M. Leprae no organismo são os monócitos do sangue. Quando entram no espaço endoneural e morrem liberam as micobactérias infectantes nesse espaço. A infecção • Há algumas teorias para o mecanismo lesivo da infecção por M. Leprae, sendo um dos mais prováveis o de que a proliferação de micobactérias dentro da cél. de Schwann seja a causa da morte dessas células. Tratamento • A base de antibióticos e de 6 meses a 2 anos de duração. • Para se evitar seleção de bactérias resistentes usa-se uma combinação de dapsona, rifampicina e clofazimina MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS • Apresentado por Robert Koch em 24 de março de 1882, Berlim, na Reunião da Sociedade de Fisiologia. • “Para provar que a tuberculose é causada pela invasão do bacilo e condicionada pelo seu crescimento e multiplicação, é necessário: isolar o bacilo do corpo; crescÊ-lo em cultura pura, e, através da sua admnistração em animais, reproduzir a mesma condição de morbidez...” MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS • Entre 0,3 e 0,6 µm de diâmetro e comprimento de 1 a 4 µm. • Aeróbio • Intracelular de macrófagos. • Tempo de geração de 24 horas! • Corados pela técnica de Ziehl-Neelsene Tuberculose • Umas primeiras doenças a serem descritas. • Vários tipos e sintomas. • A mais comum é a pulmonar. • Se inicia nos alvéolos, com a formação dos granulomas, podendo atingir linfonodos, rins, cérebro e ossos Sintomas • Tosse (por mais de 15 dias) • Febre (mais comumente ao entardecer) • Suores noturnos • Falta de apetite • Emagrecimento • Cansaço fácil Tuberculose - granulomas Tuberculose - controle Tuberculose - regulação Tuberculose - transmissão • A transmissão se dá através da inalação de gotículas contendo de 1 a 3 mycobactérias. • Somente uma é suficiente para se dar início a infecção. Tuberculose – diagnóstico • Cultura de material coletado do escarro ou diretamente do pulmão. • Raio-x do tórax. • Teste da tuberculina. Tuberculose - tratamento • DOTS: tratamento acompanhado de curta duração. • Isoniazida,rifampicina, pirazinamida e estreptomicina nos 2 primeiros meses. • Isoniazida e rifampicina por mais quatro meses. • Em casos de resistência estende-se e usa-se drogas mais tóxicas como a etionamida, ciprofloxacina e PAS. Tuberculose - epidemiologia • Acredita-se q um terço da população mundial esteja contaminado com a mycobacteria. • Somente 5 a 10% desenvolverão tuberculose em alguma fase da vida. • 80% dos casos e mais de 95% da mortalidade em países pobres. • 3 milhões de mortes por ano. • Fim do século II: rabinos proíbem o povo hebreu de se utilizarem da carne bovina em cujos pulmões houvessem lesões ulcerativas. • Munique 1307: proibida a ingestão de carnes bovinas em animas com sintomas semelhantes à tuberculose animal. • Leipzg 1788: 12 estudantes morrem por ingestão de carne bovina de animal tuberculoso. • Koch, 1882: “Uma outra fonte de infecção da tuberculose constitui, indubitavelmente, a tuberculose dos animais domésticos, estando em 1o lugar a tuberculose bovina.” • Em 1889, Theobald Swit isola a Mycobacterium bovis. • Agente causador da tuberculose em bovinos, suínos, eqüinos, primatas, caninos, ovinos e caprinos. Não causa doença em aves. • Bastonetes curtos e vermelhos pela coloração de Ziehl-Neelsen; são álcool-ácido-resistentes (A.A.R.). • Transmitido pelo leite e carne bovinas. • Parasita intracelular facultativo. • Parasitas do sistema fagocítico mononuclear • Estritamente aeróbico. • Faixa ótima de crescimento à 37° C. • Sensível a luz U.V. ; grande resistência à alcoóis e bases. • Baixa resistência ao calor. • Não elaboram toxinas ou outros fatores de virulência celular. • Principal via de transmissão éaérea; lesões ulcerativas pulmonares disseminam o agente. • Podem ser transmitidos do animal para o homem e vice-versa. Inalação da M. bovis. Deposição da bactéria nos sacos alveolares. Ingestão da M. bovis pelos macrófagos alveolares. Multiplicação lenta da bactéria mata o macrófago. Reingestão da M. bovis pelos monócitos. Resposta inflamatória no local da infecção Migração para os linfonodos regionais Migração para os vasos linfáticos eferentes Circulação sistêmica Disseminação da doença • M. bovis pode sobreviver e multiplicar-se em macrófagos. • Não permite a fusão do lisossomo com o fagossomo, graças aos seus lipídeos de membrana. • O ataque do sistema imune ao corpo causa a doença propriamente dita. • Bacilo de Calmette e Guerin. • Desenvolvida em 1921 por Albert Calmette e Camille Guerin. • Trazida para o Brasil em 1927 por Arlindo de Assis. • Vacina preparada a partir de cepas atenuadas de M. bovis. • A BCG apresenta pequenas variações genéticas entre as varias BCG ’s. São atualmente conhecidas 12 estirpes. • No Brasil se utiliza a subsepa Moreau. • Relatos de efeito protetor a outras micobacterioses, como hanseníase e úlcera de Buruli (Mycobacterium ulcerans). • A efetividade da BCG varia entre 0% a 80% (Índia, 1930). • Diversos fatores influenciam a efetividade completa da vacina: Variabilidade biológica da BCG à diferentes cepas. Exposição a micobacterias ambientais. Condições da vacina, via de administração, dose utilizada, fatores genéticos e estado nutricional do hospedeiro. • Eventos adversos à BCG variam em função da sepa e da quantidade de antígeno/dose. • Cicatriz típica (ausente em 17 a 25% das crianças). • Úlceras nos locas de aplicação (técnica de aplicação da vacina). • Linfadenite superativa regional ( 5/1000 crianças). • Imunossupressão pode levar a reativação de organismos BCG latentes. Mycobacterium Ulcerans (Úlcera Buruli) São bacilos alcool-ácido-reistentes (BAAR) e têm características culturais e sorológicas diferentes dos bacilos da tuberculose. O M. ulcerans é associado a água lenta ou parada. Os hospedeiros (algas, caramujos e insetos aquáticos) o abrigam extracelularmente. Grupo I fotocromogênicas possuem período de duplicação relativamente longo e produzem pigmento amarelo, quando exposto à luz. O Mycobacterium ulcerans causa necrose do tecido subcutâneo e ulceração crônica. Atinge geralmente membros BU é associado a inflamação mínima. Induz rápida e persistente resposta inflamatória pontual. Progressão sem dor e febre devida provavelmente a imuno supressão. O plasmídeo pMUM001, aquisição importante. Boa parte do plasmídeo é voltado para a síntese de polyketide (Xande não consegui achar termo em português) (que quando injetado em roedores reproduzem os sintomas da ulcera de Buruli), conhecido como: Mycolactone Citotóxico; Supressão da atividade dos fagócitos, das células apresentadoras de antígeno; Supressão da resposta pró-inflamatória citocinética. (Xande traduz melhor:the pro-inflammatory cytokine response) Proteínas de família PE/PPE (associadas na interação com o hospedeiro) Perda da ESX-1 secretion uptake by phagocytes (Xande traduz ) Fator de Patogenicidade Em A M. ulcerans (red bacilli) sendo fagocitado no estágio inicial da infecção por neutrófilos e macrófagos presentes na região próxima a infiltração Em B Estágio mais avançado da infecção onde há destruição celular, infiltrado e apoptose dos neutrófilos e macrófagos criando uma região acelular necrótica secundária. Em C estágio a avançado de BU com extensas regiões acelulares e inúmeros M. ulcerans extracelular. O acúmulo de restos celulares na região de lesão tecidual. Devido a semelhança com M. marinum (causa tubercúlides - nódulos cutâneos que podem ulcerar ou formar abscessos com difusão linfática local.) e M. leprae estipula-se que ele esteja intermediário entre ser parasita intracelular obrigatório e de vida livre, há evidencias genéticas. Em processo de adaptação. Comparação entre os genomas do M. ulcerans com o do M. marinum evidenciam declínio genômico. Aproximadamente 5.000 sequências codificantes (5.6 Mb Cromossomo, e 174 Kb Plasmídeo). 771 pseudogenes. 11 genes exclusivos M. ulcerans (possibilidade de uso para diagnóstico e produção de vacina (Xande não consegui achar termo em português- vaccinology) ). Grande número de rearranjos cromossômicos. Associado a regiões rurais pobres. Existe alguma variação entre estirpes de M. ulcerans de diferentes áreas geográficas (África, América, Ásia e Austrália), mas a relação entre as diferentes estirpes e virulência em humanos não foi estabelecida. •Relatórios recentes sugerem, pela primeira vez, que o Brasil pode ser endémica nas zonas fronteiriças com a Guiana Francesa. Diagnóstico laboratorial: é feito bacteriologicamente através do exame direto corado pelo método de Ziehl Neelsen e de cultura para determinar a espécie. O PCR (reação da cadeia de polimerase) é um método promissor utilizado no diagnóstico das microbacterioses E ainda usando a técnica de histopatologia com biopsia. Tratamento: deve levar em consideração o agente etiológico e as principais condições predisponentes. Pode utilizar-se isoniazida, etambutol e rifampicina. Também são usadas eritromicina, doxociclina, sulfametoxazol isolado ou associado a trimetoprima. Bons estudos, e ótimo fim de semestre!!!
Compartilhar