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Consanguinidade O coeficiente de consanguinidade refere-se a uma situação entre duas pessoas aparentadas. O coefic. de endocruzamento (ou endogamia) diz respeito à situação dos descendentes de um determinado casal consanguíneo. Indivíduos consangüíneos compartilham genes de ancestrais comuns. O coefic. de consanguinidade é o dobro do coefic. de endocruzamento (R = 2F). A medida de parentesco genético = Coeficiente de consangüinidade ( r ); É a probabilidade de duas pessoas terem genes idênticos, herdados de um ancestral comum a ambos, independentemente de tais genes condicionarem fenótipos dominantes ou recessivos, normais ou anômalos. O conhecimento do coeficiente de parentesco é a base que demonstra numericamente que os casais consanguíneos estão sujeitos a um risco maior do que os outros, de gerar uma criança com uma anomalia recessiva. Aumenta a ocorrência de homozigose ao mesmo tempo que diminui a ocorrência de heterozigose. HOMOZIGOSE POR AUTOZIGOSE (endogamia) • É A PROBABILIDADE DE UM INDIVÍDUO • SER HOMOZIGOTO, EM DECORRÊNCIA DO ENCONTRO, NELE, DE UM PAR DE ALELOS IDÊNTICOS, DERIVADOS DE UM ÚNICO GENE HERDADO DE UM DE SEUS ANCESTRAIS. Ex. de heredogramas e cálculo do F, mais abaixo R = Coeficiente de consangüinidade ou parentesco F = Coeficiente endogamia Exemplos de heredogramas com consangüinidade e endogamia, com a devida classificação Heredogramas de genealogias em que há casamentos consangüíneos, inclusive incestuosos (r = coeficiente de consangüinidade; F = coeficiente de endocruzamento). 1- pai(mãe) × filha(o); 2- irmão × irmã; 3- meio-irmão × meia-irmã; 4- tio(a) × sobrinha(o); 5- primos duplos em primeiro grau; 6- primos em primeiro grau; 7- tio(a) × meia(o) sobrinha(o); 8- primos em segundo grau; 9 – primo × prima em terceiro grau Cálculo dos coeficientes R e F Primos em primeiro grau Primos em primeiro grau Primos em segundo grau Primos em terceiro grau Meio irmãos Irmão - Irmã Tio – meia sobrinha CASAMENTOS CONSANGUÍNEOS • Aumentam a probabilidade de homozigose em seus filhos; 1- Código Civil Brasileiro: • Impede o casamento de ascendentes com descendentes e de consanguíneos colaterais até o terceiro grau. Também de parentes afins em linha reta. BASE: organização e proteção da família. 2- Igreja Católica • Proibiu casamento entre parentes (1 milênio) até o sétimo grau. BASE: preceito bíblico, Deus criou o mundo em 7 dias. • Mais tarde (atualmente?) a proibição de casamentos entre parentes até o quarto grau. BASE: os 4 elementos: fogo, ar, água e terra. 3- Países com Movimento Luterano • Proibição para alguns consanguíneos; • Bíblia não faz restrições aos casamentos entre primos: a frequência desse tipo de casamento aumentou rapidamente a partir do século XVI. 4- Fenômeno da Perda de Ancestrais • Todo indivíduo tem 2 ancestrais; n= número de ancestrais • Cada século----média de 4 gerações • 1milênio-------- 40 gerações • Num. de ancestrais = 1.099.511.627.776 CONCLUSÃO: A fraternidade da espécie humana não é um mero conceito espiritual, mas uma realidade genética. 5- Dentro de Famílias Reais • Dinastia do Egito • Reis Incas BASE: manutenção do poder e da riqueza 6- Populações pequenas *ocorrem casamentos consanguíneos não porque sejam preferenciais, mas pela probabilidade alta de parentesco entre os cônjuges (aldeias, ilhas, tribos...). Efeito da casualidade em populações pequenas. Muitas vezes há perda da referência da ancestralidade. ATUALMENTE *Predominam evidências de que os casamentos consanguíneos não ocorrem aleatoriamente na maioria das populações humanas. *Os fatores que determinam essa prevalência, na maioria, é de ordem econômica em comunidades rurais. • Tendência atual é a diminuição em decorrência de urbanização, conquistas femininas e das facilidades de locomoção e comunicação. • Arquidiocese de Florianópolis 1920- 4,5% de casamentos consanguíneos 1980- 1% de casamentos consanguíneos CONSANGUINIDADE E ANOMALIAS CONGÊNITAS • Estudo colaborativo demonstrou uma associação significante da consanguinidade parental com 3 anomalias congênitas: hidrocefalia, polidactilia pós-axial da mão e fenda palatina bilateral. CONSANGUINIDADE E INFERTILIDADE Há evidências de um componente genético para a infertilidade, não estando definido a anormalidade específica nem o mecanismo genético de transmissão; • As alterações morfológicas afetam a população total de espermatozóides e não respondem a tratamento médico, há a suspeita de origem genética; • Sugere-se que alguns defeitos raros e específicos do espermatozóide têm base genética e estão relacionados a diferentes graus de consanguinidade. ENDOGAMIA CONSANGUINIDADE E COMUNIDADE *A população da India é constituída por centenas de subpopulações; *divididas por limites geográficos, de língua, de religião e de castas com casamentos endogâmicos como norma; • assim, existem múltiplos isolados genéticos com perfil de mutações individuais; • As consequências clínicas dessa diferenciação altamente complexa ainda é ignorada; • Nessas populações onde o casamento consanguíneo é amplamente praticado, as desordens genéticas recessivas continuarão a ganhar maior proeminência no spectrum geral da saúde. CONSANGUINIDADE E DANO NA AUDIÇÃO • Duas pesquisas epidemiológicas, feitas por 10 anos, analisaram indivíduos da Arábia Saudita; • A TC foi de 45% e a prevalência de dano auditivo hereditário foi de 66%; • Prevenção é essencial para reduzir a incidência de dano auditivo genético. Assim, a consangunidade deveria ser desencorajada . CONSANGUINIDADE EM ÁRABES PALESTINOS *A TC é de 44,3% , sendo que 22,6% entre primos em primeiro grau; • Entre os pais de pacientes com desordens recessivas autossômicas a TC é muito maior (92,5%) do que na população geral; • Malformações congênitas como defeitos do tubo neural, fendas palatinas e/ou labiais e várias formas de infertilidade foi observado ser significantemente maior de acordo com a TC dos pais dos afetados. CONSANGUINIDADE E EFEITOS DELETÉRIOS • Nos Emirados Árabes, a TC foi de 50,5%; • Houve maior perda reprodutiva em casais consanguúneos; • Maior incidência de doenças em crianças nascidas de união consanguínea; CONSANGUINIDADE E RETARDO MENTAL *consanguinidade entre os pais como a causa de retardo mental é discutível; • Quando existe a história de RM na família (India) e os pais são consanguíneos o risco na prole de RM é muito maior; • A relação tio-sobrinha revelou maior risco para a prole; • A prevalência de RM na Suécia é de 4,5/1.000; • A maioria dos casos (66%) tem origem pré-natal definida, onde muitos casos são atribuídos a fatores genéticos;• O casamento consanguíneo foi considerado um fator importante na distribuição das etiologias. Consangüinidade – fato comum na história da humanidade Exemplo: Exemplo de um heredograma com homozigose por autozigose PROBABILIDADE DE HOMOZIGOSE POR AUTOZIGOSE (F)