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Relatório Deteccao de Anticorpo Anti Imunoglobulina

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Universidade de Brasília - UnB
Faculdade de Medicina - FM
Imunologia Médica - Período: 1º/2012
Profª Érica Alessandra R. Alves
Aluno: Diogo Corrêa de Araujo
Matrícula: 10/0098711
Relatório de Aula Prática
Detecção de Anticorpo Anti-Imunoglobulina
Exercícios de Fixação
1. Razões da ocorrência de auto-anticorpos em indivíduos normais.
1.	
	Durante o processo de formação de linfócitos no timo e na medula óssea, a despeito da ocorrência das etapas de seleção positiva e negativa, podem ser liberados para a circulação sanguínea linfócitos virgens que apresentam afinidade por antígenos próprios. Por vezes, ao encontrar os antígenos, essas células podem se tornar ativas. Assim, por ativação timo-dependente, os linfócitos B passam a produzir imunoglobulinas contra estruturas do próprio organismo.
	Em algumas doenças, como na artrite reumatóide, essas imunoglobulinas podem ser encontradas no soro. Contudo, nem sempre esses auto-anticorpos possuem funções danosas para o organismo. Fisiologicamente, eles podem desempenhar o papel de manutenção e limpeza tecidual, visto que auxiliam na fagocitose de células não funcionais e atuam na eliminação de produtos nocivos do metabolismo.
2. Interpretação do resultado dos testes.
	O teste executado na aula prática consistiu na detecção da existência de anticorpos auto-reativos no soro de dois voluntários. Esse teste, presente na prática clínica e de grande importância no diagnóstico de algumas enfermidades, baseia-se na reação de imunoglobulinas (fator reumatóide) contra a porção Fc de anticorpos da classe IgG. Como esse fator reumatóide está associado à partículas de látex, ao ser misturado ao soro do indivíduo com níveis séricos aumentados de auto-anticorpos, ocorre aglutinação das partículas de látex, o que pode ser visualizado a olho nu.
	Portanto, a partir desse teste, verifica-se a presença ou a ausência de auto-anticorpos circulantes. Contudo, é importante ressaltar que existem limitações. O resultado positivo do teste não indica necessariamente que exista doença, nem o resultado negativo exclui as chances de haver auto-anticorpos. É preciso considerar as possibilidades de falsos positivos e negativos, além do resultado de outros exames (como alterações radiográficas) e achados clínicos. 
	Para reduzir as chances de ocorrerem resultados enganosos por falha na qualidade do kit reagente, existem controles positivos e negativos que devem ser realizados concomitantemente à testagem do soro do indivíduo. Se não houver aglutinação com o controle positivo ou se forem detectados aglomerados com o controle negativo, pode-se suspeitar da qualidade do kit reagente.
3. Vantagens e limitações do teste do látex.
	Trata-se de um teste de fácil execução, com resultados rápidos e de grande valia para orientar o diagnóstico de algumas doenças. Além disso, as reações de aglutinação podem ser utilizadas para realizar testes quantitativos para os auto-anticorpos, sendo o dado fornecido em título.
	No entanto, o teste de detecção de auto-anticorpos não especifica o isótipo das imunoglobulinas auto-reativas encontradas. Para isso, é preciso realizar outros testes, como o ELISA. Ademais, o kit reagente é sensível a variações de temperatura, bem como as partículas de látex podem se sedimentar, fornecendo resultados errôneos se não houver cuidado durante o transporte, estocagem e armazenamento do kit e realização do teste.
4. Em quais situações ocorreria falso positivo/negativo?
	Falsos positivos podem ocorrer por:
·	utilização de soro hemolisado;
·	uso de plasma (com fibrinogênio);
·	presença excessiva de lipídeos no sangue (soro lipêmico);
·	contaminação do soro testado com o controle positivo do kit reagente;
	Já os falsos negativos poderiam ser encontrados devido:
·	à má qualidade do kit reagente, com dissociação do fator reumatóide das partículas de látex;
·	ao uso de quantidades não equivalentes de soro/controles e do látex associado ao fator reumatóide;
·	à ausência de auto-anticorpos circulantes no momento da coleta sanguínea;
·	à baixa dosagem de imunoglobulinas auto-reativas;
·	ao uso de soro com data de coleta anterior ao permitido.

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