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AINHs – 26/03/2018 Processos inflamatórios e álgico: produção de derivados do ácido araquidônico via COX e LOX Via do ácido araquidônico Há duas vias de produção de prostanóides: COX-1 Expressa constitutivamente nos tecidos, inclusive nas plaquetas Diversas funções fisiológicas, entre elas citoproteção do epitélio gástrico COX-2 Indutível Produção varia em função do estímulo Processos inflamatórios, neoplasias, etc Importante na manutenção da função renal Há processos nos quais ambas as vias (1 e 2) atuam de forma coordenada entre si. AINES: Inibidores da COX – Não inibe completamente a inflamação; o resultado histopatológico é insignificante Inibe: prostaglandinas (sensibilizadoras das vias nervosas – aumenta a sensação dolorosa na inflamação); prostaciclinas; tromboxano Afeito antipirético: Durante uma reação inflamatória, endotoxinas bacterianas ou outras substâncias podem provocar a liberação de um pirogênio (a interleucina-1 – IL1), por parte dos macrófagos, o que estimula a geração de prostaglandinas do tipo E no hipotálamo, que elevam o ponto de ajuste da temperatura. A COX2 pode ter participação no processo porque é induzida pela IL-1 no endotélio vascular no hipotálamo. Os AINEs impedem este mecanismo através da inibição da produção de prostaglandinas no hipotálamo. AINEs tem como principal objetivo reduzir a dor nociceptiva em que a prostaglandina está envolvida Dor musculoesquelético; dismenorreia (contração uterina causada pela produção excessiva de prostaglandina); IAM; Dor visceral dificilmente requer uso de AI. Apenas em algumas situações específicas Podem ser usado para redução da febre e como antiagregante plaquetário A prostaglandina sensibiliza a ação de outros pirógenos Os efeitos dos medicamentos individualmente são distintos. Absorção Obedecem mais ou menos o mesmo padrão A imensa maioria tem excelente absorção oral e rápida, já no estômago ou duodeno proximal Biodisponibilidade muito próxima à vias parenterais IV: Vomitos repetitivos, pós-operatório... Efeito placebo: O paciente se sente melhor sabendo que o medicamento será realizado por essa via. Efeito Nocebo: associa o comprimido a incompetência do medicamento Injetáveis as vezes tem efeitos colaterais importantes Distribuição A maioria circula com alta ligação proteica Em pacientes em hipoalbulinemia ou em polifarmácia, a [ ] livre do AINEs aumenta, aumentando possíveis efeitos colaterais Ácidos fracos Depósito em áreas de pH mais baixo. Ex.: Áreas isquêmicas, áreas inflamadas, áreas de grande permeabilidade capilar E estomago, medula renal (BAD) Metabolismo Maioria hepático Maioria metabolizada por mecanismos de fase I. Outros por glicuronidação dirata (fase II) apenas. Enzima P450 – Podem ocorrer interações se uso concomitante com outros medicamentos metabolizados por esta mesma enzima Risco de hepatotoxicidade Meia vida variável Uns tem ação mais curta Outros meia-vida longa Eliminação Renal ou metabolização hepática completa (excreção biliar com recirculação enterro-hepática) Cirróticos; nefropatas... NUNCA tomam AINEs. Efeitos colaterais Por agirem na COX tem efeitos comuns Inibem prostaglandinas e tromboxano: associados a diversos mecanismos fisiológicos e constitutivos Pp. porção gastroduodenal, rim, plaqueta Algumas prostaglandinas são citoprotetoras para mucosa gástrica Problema: “Vício” em omeoprazol altera a fisiologia normal do estomago Dispepsia, gastrite aguda... é encontrado em até 15% dos usuários de AINEs Úlcera gastroduodenal e sangramento: até 2% Risco deve ser adequado às condições do pct Uso crônico Idade Estresse geral: UTI Altas doses Polifarmácia (Ex.: Corticóide) Histórico de gastrite/ulcera péptica Os efeitos do TGI são iguais com uso parenteral ou oral: o mecanismo de ação é a inibição das prostaglandinas protetoras Uso de IBP reduz o risco dessas lesões (uso CURTO) Inibidor de H2 não reduz o risco de lesão, apenas a dispepsia Atrasa a cicatrização de ulceras Altera a hemostasia primárias (pela inibição do tromboxano, logo inibição da agregação e adesividade plaquetária ) Petéquia Gengivorragia Epistaxe Muito difícil no indivíduo sadio Ocorre com pessoas que já tem risco (anêmicos, baixa contagem plaquetária, etc) Utiliza-se antiagregante plaquetário para pessoas com risco de trombose (ex.: IAM) Dá-se preferência aos fármacos que inibem de forma irreversível a adesão Como a plaqueta não tem núcleo para atualizar os receptores, uma vez inibido, a plaqueta está definitivamente inibida O uso de aspirina nos casos profiláticos é em doses mínimas (estudos populacionais, não existem ensaios clínicos) Não existem testes laboratoriais para avaliar agregação plaquetária Também causa dispepsia, e efeitos TGI Toxicidade renais: é necessária prostaglandina para equilibrar a hemostasia renal Além do eixo angiotensina-aldosterona A prostaglandina dilata a artéria aferente e contrai a eferente, aumentando a TFG No indivíduo sadio, esse efeito é desprezível. Já num paciente nefropata, hipovolêmico, ICC, cirrótico... esse efeito é importante Pode levar a IR, edema, HAS, ICC... Aumenta morbimortalidade em cardiopatas Contraindicação absoluta: choque hipovolêmico, Necrose cortical bilateral Outros: Foto sensibilidade, anemia... Os efeitos variam entre pacientes e entre fármacos COX-1 Associada a funções fisiológicas Mucosa gástrica Plaquetas Hemodinâmica renal COX-2 Reações inflamatórias Funções fisiológicas Macula densa renal Cicatrização de ulceras gástricas SNC (?); Osso/Cartilagem (?); CA cólon Outros efeitos constitutivos não esclarecidos Menor toxicidade em plaquetas e alterações do TGI (não necessita uso associado de IBP) Mantém risco renal Rocicoxibe (Vox): Primeiro inibidor específico de COX-2. Sem alteração TGI em relação ao grupo placebo. Entretanto, aumentava PA, efeitos CVs, IR e até óbito. Grupos de acordo com a seletividade ao receptor Não específicos (não seletivos) AAS – Para processos inflamatórios é muito tóxico, não se usa Alta toxicidade em TGI Vantagem para profilaxia (ex.: IAM; diabético, HAS, obeso): antiagregante plaquetário irreversível Reyl: Encefalopatia por usa de aspirina + Varicela (até 4 anos de idade) Afeito antiagregador dura de 8-10 dias (tempo de vida útil da plaqueta) Ibuprofeno Excelente antitérmico Excelente efeito analgésico Porém, em doses maiores apresenta alta toxicidade Outros: Indometacina, piroxicam, sulindaco Apesar do nome, em ensaios que utilizam o sangue total humano mostraram-se ligeiramente mais efetivos sobre COX-1 do que COX-2 (Preferencialmente) Seletivos Preferencialmente em COX-2, mas também COX-1 Menor toxicidade global (intermediária) OBS: IBP + Seletivos = Redução da toxicidade TGI Meia vida média-longa Meloxicam Também inibe TxA2 mesmo em doses subterapêuticas, ma não resulta em disfunções plaquetárias Naproxeno: Umas das menores toxicidades CVs entre os AINEs (mais seguro) Diclofenaco: Mais vendido no mundo. Discretamente mais seletivo à COX-2. Entretanto, existem referências que o classificam como não-seletivo Nimesulida Específicos (Coxibes) Altamente seletivos à COX-2 Celecoxibe (Celebra) – Protótipo da classe 10 a 20 vezes mais seletivo para COX-2 que COX-1 Menos associado à eventos no TGI, mas maior incidência de exantemas Não interfere na agregação plaquetária (se administrados em doses usuais) Ótimo efeita analgésico, antipirético e anti-inflamatório Interfere na hemostase Inibe a síntese de prostaciclina mediada por COX-2 no endotélio vascular Maior incidencia de eventos tromboembólicos Para reduzir o risco renal: Menor dose/Menor tempo possível Usar por um tempo limitado parece seguro Outros: Também inibem a COX, mas não agem na COX periférica. Só SNC (modulação da dor e no setpoint da temperatura); Ação central de analgésico e antitérmico Paracetamol: Muito fraco, inicio de ação demorado. Considerado mais seguro, porém relacionado a hepatopatias (fulminantes em tentativas deautoextermínio). Dipirona: Proibido em outros países pois pode causar agranulocitose (risco extremamente baixo, mas idiossincrásico e imprevisível). Agranulocitose (Granulocitopenia): É uma doença aguda do sangue, que se caracteriza pela diminuição ou ausência de granulócitos ou leucócitos granulosos. Estes elementos são os principais agentes contra as infecções. A doença apresenta um elevado risco do paciente contrair infecções, contra as quais o organismo não se encontra preparado para defender-se. Causa: Hipersensibilidade a certas drogas ou produtos químicos, pode suprimir a atividade da medula óssea, e diminuir a produção de leucócitos Os macrófagos participam da inflamação e da regulação da resposta imune, funcionando como células de alarme, sinalizando a presença de enzimas, IL-1, IL-6, IL-8, TNF, fatores de estimulação de colônias para granulócitos e macrófagos (CSF-G/M), hormônio adrenocorticotrófico e derivados do ácido araquidônico. Não interferem na citoproteção gástrica, não altera cicatrização, agregação plaquetária, hemostasia renal, etc. Importantes antitérmico: inibe a produção de prostaglandinas no setpoint da temperatura. Pode causar hipotermia, sensação de moleza, frio, mal estar... Princípios gerais de prescrição Nunca ultrapassar a dose terapêutica Acima disso, só se ganha em toxicidade Pelo menor tempo possível (melhorou, PÁRA) Em caso de dor/Até a melhora da dor Toxicidade global Avaliar risco individual Avaliação de custo-benefício Não associar AINHs Pode associar com dipirona/paracetamol, mas associar com outro AINHs só aumenta a toxicidade Associação Ibuprofeno + AAS diminui o efeito enti-inflamatório Associar com medicamento de outra classe (ex.: Opióides) Observar interações medicamentosas Ex.: c/ Corticóide (aumenta risco de lesão gástrica); c/ outros medicamentos ligados à ptns (aumenta os efeitos esperados e adversos)
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