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PERÍCIA CONTÁBIL E ARBITRAGEM Curso de Ciências Contábeis 7º semestre Prof. Ms Nathanael Costa de Sá FRAUDES EM CONTABILIDADE Imobilizações técnicas e fraude A imobilizações técnicas e aquelas de rendimento também são fontes de fraudes. Podem surgir interesses em “reduzir” ou em “aumentar” os valores do ativo permanente. Exemplos de fraude na área das imobilizações técnicas ou de produção: Aquisição fictícia de bens; Depreciações exageradas; 3 Imobilizações técnicas e fraude Venda ruinosa de imóveis a pessoas ligadas; Reparações não realizadas; Reformas registradas como “despesas”; Destruição de bens em acidente e sem a respectiva baixa; Ativo Permanente e Fraude Geralmente são menos frequente. Tratando-se de perícia em casos de concordata e falência, o perito deve preocupar-se seriamente com o ativo permanente; As fraudes não são aquelas feitas apenas pelos empregados, mas também pelos empresários. Ativo Permanente e Fraude Entre empresas do mesmo grupo é comum ocorrer: subavaliações, superavaliações, movimentos falsos de créditos, vendas, débitos, compras, etc. Ativo Permanente e Fraude Geralmente, tratando de fraude praticada por funcionários, estes preferem o ativo circulante; As fraudes de empresários, contra terceiros, podem, conforme o caso, ter preferência pelo Ativo Permanente. Ao perito, conforme o caso, interessa investigar tanto uma como a outra. Ativo Permanente e Fraude AS FRAUDES NO ATIVO PERMANENTE PODEM SER PREFERIDAS PELOS EMPRESÁRIOS NOS CASOS DE LESÃO A TERCEIROS, NOTADAMENTE EM FALÊNCIA. Passivo de dívidas e fraudes Pode haver interesse em “aumentar” ou “diminuir” as dívidas expressas em balanço. Um empresário pode preparar e encaminhar uma empresa para a situação de falência, criando dívidas fictícias. Geralmente, as dívidas de curto prazo são lançadas e substituídas por “longo prazo”, ou não são registradas. Passivo de dívidas e fraudes O passivo das obrigações é fraudado em casos: de falências e recuperação judicial, com a finalidade de prejudicar credores (fornecedores, bancos e financiadores, sócios e associados; também para prejudicar partilha de herdeiros. Passivo de dívidas e fraudes O perito pode identificar esses tipos de fraude: pesquisando a “origem” das dívidas e qual a “aplicação” que se deu a tais recursos. promover o exame das formalidades e da materialidade do título que representa a dívida. A investigação deve aprofundar-se até que o perito forme sua convicção sobre a dívida. Patrimônio líquido e fraudes Embora não frequente, a fraude no patrimônio líquido pode decorrer de falsas constituições de capital, ou seja, de suas integralizações. Alguns capitais se formam apenas “nominalmente”, sem que haja a real integralização em dinheiro. (o que é legal) Patrimônio líquido e fraudes Pode ocorrer a integralização de um capital, mas sem corresponder à entrada efetiva de bens no patrimônio da empresa, representando uma falsa forma de constituição de capital. Exemplo: integralização de capital através de notas promissórias “a receber” de pessoas inexistentes ou de “empresas associadas” (que nunca liquidam o título). Fraudes nos custos Os custos são fontes de fraudes: para alterar os lucros; para evitar cargas tributárias (alterando lucro); para mascarar “preços”. Fraudes nos custos As fraudes cometidas pelos empresários, quase sempre, visam a interesses: Em pagar menos imposto de renda; Em iludir credores (por redução de custos); Em iludir controles de preços governamentais (por majoração de valores dos custos), etc. Fraudes nos custos Para fraudar o valor do custo, frauda-se o valor dos seus componentes, ou seja, materiais, mão de obra, gastos indiretos (energia, transportes, conservação, manutenção, etc.) As fraudes em matérias processam-se através de várias maneiras: Fraudes nos custos aquisição mediante notas frias; aquisição mediante “nota calçada”; baixa de matérias sem que sejam empregadas produção; consideração de matérias como deterioradas ou não eficazes para a produção; (sem que isso tenha ocorrido) Fraudes nos custos incidência de altos fretes no transporte; consideração de beneficiamentos sobre matérias sem que tais não tenham ocorrido e que nem sejam necessários; Considerações de comissões sobre compras que não foram pagas e sequer são devidas; Inclusão de armazenagens ou ensilamentos que não foram feitos, etc Fraudes nos custos A constatação e a investigação da fraude nos custos demandam não só a análise documental, mas também, a observação do “processo de produção”. Fraudes nas despesas As despesas possuem um campo vasto para a prática da fraude, pois abrangem as administrativas, comerciais, financeiras, tributárias e as extraordinária. Geralmente resultam de “pagamentos”, mas também podem resultar de ajustes. Em casos empresariais podem estar documentadas e, por isso, importante a análise de suas justificativas. Fraudes nas despesas AS FRAUDES NAS DESPESAS, EM SUA QUASE TOTALIDADE, SÃO AS MESMAS QUE SE PROCESSSAM NO CAIXA, PORQUE SE BASEIAM EM INTERESSE DE EXTRAVIO DE DINHEIRO. Vícios documentais As fraudes podem ser feitas com o vício nos documentos. Esses vícios se praticam: por Falsidade, ou por Adulteração. Vícios documentais A falsidade é a existência simbólica, ou seja, há documento, mas não há transação. Exemplo: A nota fria; existe a nota, mas não existe a compra. A adulteração consiste em “alterar-se” um documento verdadeiro, de transação verdadeira. Exemplo: acrescentar um número no valor da Nota Fiscal para torná-lo superior. Vícios documentais FALSIDADE DE DOCUMENTO É A EXISTÊNCIA DELE SEM A OCORRÊNCIA DO FATO. ADULTERAÇÃO DE DOCUMENTO É ALTERAÇÃO DESSE, EM FATO EXISTENTE. Vícios documentais NÃO BASTA QUE O DOCUMENTO EXISTA, É NECESSÁRIO QUE SEJA COMPETENTE. A competência de um documento está em sua autenticidade, quer como documento em si, quer perante a realidade dos fatos. Vícios documentais Vícios de registro: o documento pode ser autêntico, mas o registro pode ser viciado. Exemplo: registro duplo: consiste em lançar-se duas vezes o mesmo documento em datas diferentes. Vícios documentais Vícios de demonstrações contábeis: podem surgir vícios de “classificações de grupos” no Balanço e Apuração de Resultados. Exemplo: colocar no “Ativo Circulante Duplicatas a Receber” que já se acham vencidas há muito tempo e que deveriam estar no “Realizável a Longo Prazo”. Esse fato enseja índices falsos de liquidez. Vícios documentais Erros de individuação decorrem da não intencional troca de dados, mas as fraudes, não há dúvidas, criam as falsas situações. Individuação é particularização, ou seja, descrever algo em todas as suas particularidades de modo que seu todo seja inconfundível. Vícios documentais Exemplo: Uma compra, para ser individuada, precisa referir-se: à época, ao fornecedor, à nota fiscal por seu número e série, à qualidade da mercadoria recebida, ao valor e à justificativa ou finalidade da aquisição (quando esta não for inequívoca) Vícios documentais UM FATO CONTÁBIL SE INDIVIDUA ATRIBUINDO-SE A ELE TODAS AS PARTICULARIDADES QUE O CARACTERIZAM DE MODO A TORNÁ-LO INCONFUNDÍVEL COM QUALQUER OUTRO. Vícios documentais Defeito de clareza: A clareza difere da individuação. Clareza é “evidência”, aquilo que é “inteligível”. Um dos recursos da fraude é fazer o oposto, ou seja, “confundir”, tornar “obscuro”. Exemplo: esconder manobras de registros, através de títulos de contas que produzem duplo sentido ou que não conseguem ser entendidos. Vícios documentais Defeito de codificação: A troca de códigos é usual, como fraude. O perito deve estar atento, na identificação correta do Código que representa, ao fato que é objeto de seu exame e para o qual foi requerida sua opinião. Vícios documentais Códigos “semelhantes” devem ser preocupações, como, por exemplo, os que possuem os mesmos números, como 345, 543,435. Uma simples mudança de ordem dos números implica fatos graves.
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