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Estácio EAD_Língua Portuguesa_Resumo Aula 06

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Coerência e semântica do texto
A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido 
a uma sequência textual. Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto.
Analise os exemplos a seguir:
Casa comprei grande rua lado ao eu uma na.
Eu comprei uma casa grande na rua ao lado.
1º caso - A sequência é agramatical e , portanto, incoerente, porque não segue as regras da 
gramática da língua portuguesa.
2º caso - Possui coerência e é dotado de significado.
Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes –
sejam estes formais ou não.
Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem.
Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação.
Cabe a nós identificarmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. 
Afinal:
Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito.
Veja alguns casos de incoerência:
Comprei um carro jovem. → “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro”
Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. -> falta de conhecimento do significado da palavra 
“viúva”.
Coesão
Antes de começarmos nossa discussão sobre a noção de coesão (um fenômeno que acontece dentro 
do texto, pois envolve processos que relacionam seus elementos e organizam a sequência textual –
como vimos nessa notícia.), leia a reportagem:
Príncipe William, Kate e filhos deixam palácio e seguem para casa de campo. [Reportagem completa 
anexa no conteúdo online]
Você percebeu, através dos destaques em negrito no texto da reportagem, as estratégias usadas 
pelo redator para evitar repetições no texto?
Vejamos alguns termos que substituíram palavras e expressões:
“Príncipe William e sua mulher” → “seus”, “casal”;
“Princesa Charlotte” → “que”, “princesa”, “menina”, “sua”, “nova princesa”, “criança”;
Aula 06
segunda-feira, 23 de abril de 2018 12:40
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“Rainha Elizabeth II” → “que”.
Esses são os chamados mecanismos coesivos.
Há dois tipos de coesão: a referencial e a sequencial.
Coesão referencial
A coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de 
mecanismos gramaticais importantes.
Um deles é a omissão de palavras ou elipse. Veja o exemplo a seguir:
A menina saiu cedo de casa e (a menina) foi para o trabalho.
Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração.
Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do 
uso de:
Sinônimos1-
Os sinônimos são aquelas palavras que possuem significado semelhante ao de outros vocábulos e 
que podem substituí-los sem prejuízo de sentido.
Atenção:
O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não significa que possa substituí-la em qualquer 
contexto. Veja um exemplo:
O menino é alto. ≠ O menino é elevado.
Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo?
Expressões equivalentes2-
Como vimos no texto anterior sobre o príncipe William e sua família, para evitar a repetição de 
palavras, podemos substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir:
“O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show 
em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o 
estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”.
Hipônimos e Hiperônimos3-
Os hipônimos e hiperônimos estão relacionados aos significados das palavras. 
HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome.
HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome.
Exemplo:
Aquele Chevette está estacionado na rampa para deficientes.
O carro será rebocado.
Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo 
maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”.
Sendo assim, temos:
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Hiperônimos Hipônimos
Animal gato, cachorro, boi, urso
Fruta maçã, laranja, banana, uva
Doença gripe, pneumonia, dengue, sarampo
Pronomes4-
Também podemos substituir as palavras por pronomes, como no exemplo a seguir:
O aluno ficou com dúvidas sobre o conceito.
Ele pediu uma nova explicação ao professor.
Numerais5-
Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir:
O mural indica dois avisos:
O primeiro refere-se à matrícula
O segundo, (refere-se) à formatura
Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Você notou?
Coesão sequencial
Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na 
sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual.
Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais –
aquelas que permitem a progressão da informação.
Exemplos:
Antes, ele acreditava que não tinha jeito.
Agora, ele está mais esperançoso.
Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois.
O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova.
Nesta sequência, há uma ordem de ações.
Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas.
Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa 
estar no pretérito.
Operadores argumentativos e discursivos
Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores 
argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações. Vamos explicá-
los através dos exemplos abaixo. Analise as frases e observe o significado que veiculam.
Exemplo 1•
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A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa.
Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se beneficiou 
porque a prova foi fácil.
Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio?
O operador argumentativo “até”.
Exemplo 2•
Os pais dele investiram tanto na educação do filho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse 
uma universidade.
Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o filho estudaria em uma 
universidade.
No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo?
Exemplo 3•
Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos 
pacientes, é gentil e muito bem-humorado.
Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades 
do médico, certo?
Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma 
conclusão.
Exemplo 4•
Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na 
apresentação dela.
Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador 
argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o assunto.
Exemplo 5•
Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo.
Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justificativa ao que foi dito.
Exemplo 6•
O melhor plano de saúde é viver. Mas vai que dá errado. SINAF Seguros.
Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia 
que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma garantia de segurança de vida.
Exemplo 7•
...Você pode assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote e ainda ganhar milhares de 
mascotinhos.
Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a 
um jogo do Brasil no camarote do mascote”
e “ganhar milhares de mascotinhos”.
Exemplo 8•
O que acontece quando você se sente linda?
Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda.
 Página 4 de Língua Portuguesa 
Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda.
Coesão e coerência
Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, 
de modo que quem as leia entenda nossa escrita. Mas será que isso sempre acontece?
Para descobrir, analise a propaganda a seguir:
Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”.
Em sua opinião, essa escolha tornou o anúncio incoerente?
A resposta é: NÃO! Sabe por quê?
Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi 
veiculada na mídia através de um comercial.
Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que 
estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que ele seja introduzido por uma conjunção.
Como vimos, a coerência é responsável pela construção do significado do texto. Por isso, quando 
falta algo, não conseguimos perceber a sequência linguística como um texto, certo?
Vamos analisar um exemplo proposto por Koch e Travaglia (2001, p. 15):
“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são 
caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é 
curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno”.
Você sentiu alguma dificuldade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter 
recursos coesivos, esse fragmento é incoerente, pois não conseguimos estabelecer sentido para ele.
Isso significa que:
Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência.
Ainda assim, é possível que um texto sem mecanismos coesivos seja coerente.
COERÊNCIA = sentido do texto;
COESÃO = organização das ideias no texto através de mecanismos.
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Cuidados com o emprego da língua
Agora, conheça algumas estruturas que podem afetar a coesão e a coerência de seu texto:
"Ao invés de" x "em vez de"a-
“Ao invés de” = ao contrário
“Em vez de” = em lugar de
"Muitas vezes" x "muitas das vezes"b-
A expressão correta é “muitas vezes”.
"A princípio" x "Em princípio"c-
“A princípio” = inicialmente, em um primeiro momento
“Em princípio” = em tese, teoricamente”.
Mesmo x iguald-
“Mesmo” = um só
“Igual” = outro
Ter x havere-
“Ter” = indica posse
“Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre 
flexão de plural.
Exemplos:
Eu tenho dois cachorros.
(= os cachorros têm um dono)
Há dois cachorros na sala.
(= os cachorros estão em determinado ambiente)
Todo x "todo o"f-
“Todo” = qualquer
“Todo o” = inteiro
"Ao contrário de" x "diferentemente"g-
“Ao contrário” = ideias opostas
“Diferentemente” = ideias distintas
 Página 6 de Língua Portuguesa

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