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Atividade Estruturada Morfologia portuguesa

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1. (Unicamp 2012 - adaptado)  Há notícias que são de interesse público e há notícias que são de interesse do público. Se a celebridade "x" está saindo com o ator "y", isso não tem nenhum interesse público. Mas, dependendo de quem sejam "x" e "y", é de enorme interesse do público, ou de um certo público (numeroso), pelo menos.
As decisões do Banco Central para conter a inflação têm óbvio interesse público. Mas quase não despertam interesse, a não ser dos entendidos.
O jornalismo transita entre essas duas exigências, desafiado a atender às demandas de uma sociedade ao mesmo tempo massificada e segmentada, de um leitor que gravita cada vez mais apenas em torno de seus interesses particulares.
(Fernando Barros e Silva, O jornalista e o assassino. Folha de São Paulo (versão on line), 18/04/2011. Acessado em 20/12/2011.)
A palavra público é empregada no texto ora como substantivo, ora como adjetivo. Exemplifique cada um desses empregos com passagens do próprio texto e apresente o critério que você utilizou para fazer a distinção.
Qual é, no texto, a diferença entre o que é chamado de interesse público e o que é chamado deinteresse do público?
A seguir, considere a produtividade do uso de morfemas gramaticais e lexicais no que diz respeito à criatividade linguística. Utilize fontes de consulta, citando-as. 
  
2. (Unicamp 2012 - adaptado)  Os verbetes apresentados em (II) a seguir trazem significados possíveis para algumas palavras que ocorrem no texto intitulado Bicho Gramático, apresentado em (I).
I
Bicho gramático
Vicente Matheus (1908-1997) foi um dos personagens mais controversos do futebol brasileiro. Esteve à frente do paulista Corinthians em várias ocasiões entre 1959 e 1990. Voluntarioso e falastrão, o uso que fazia da língua portuguesa nem sempre era aquele reconhecido pelos livros. Uma vez, querendo deixar bem claro que o craque do Timão não seria vendido ou emprestado para outro clube, afirmou que “o Sócrates é invendável e imprestável”. Em outro momento, exaltando a versatilidade dos atletas, criou uma pérola da linguística e da zoologia: “Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático”.
(Adaptado de Revista de História da Biblioteca Nacional, jul. 2011, p. 85.)
II
Invendável: que não se pode vender ou que não se vende com facilidade.
Imprestável: que não tem serventia; inútil.
Aquático: que vive na água ou à sua superfície.
Gramático: que ou o que apresenta melhor rendimento nas corridas em pista de grama (diz-se de cavalo).
(Dicionário HOUAISS (versão digital on line), houaiss.uol.com.br)
a) Descreva o processo de formação das palavras invendável e imprestável e justifique a afirmação segundo a qual o uso que Vicente Matheus fazia da língua portuguesa “nem sempre era aquele reconhecido pelos livros”.
b) Explique por que o texto destaca que Vicente Matheus “criou uma pérola da linguística e da zoologia”.
c) Comente o fato de esses afixos poderem criar palavras a partir do léxico da língua.
3. (Fgv 2012)  Os mecanismos constitucionais que caracterizam o Estado de direito têm o objetivo de defender o indivíduo dos abusos do poder. Em outras palavras, são garantias de liberdade, da assim chamada 1liberdade negativa, entendida como esfera de ação em que o indivíduo não está obrigado por quem detém o poder coativo a fazer aquilo que não deseja ou não está impedido de fazer aquilo que deseja. Há uma acepção de liberdade – que é a acepção prevalecente na tradição liberal – segundo a qual “liberdade” e “poder” são dois termos 3antitéticos, que denotam duas realidades em contraste entre si e são, portanto, incompatíveis: nas relações entre duas pessoas, à medida que se estende o poder (poder de comandar ou de impedir) de uma diminui a liberdade em sentido negativo da outra e, vice-versa, à medida que a segunda amplia a sua esfera de liberdade diminui o poder da primeira. Deve-se agora acrescentar que para o pensamento liberal a liberdade individual está garantida, mais que pelos mecanismos constitucionais do Estado de direito, também pelo fato de que ao Estado são reconhecidas tarefas limitadas à manutenção da ordem pública interna e internacional. No pensamento liberal, teoria do controle do poder e teoria da limitação das tarefas do Estado procedem no mesmo passo: pode-se até mesmo dizer que a segunda é a 2conditio sine qua non da primeira, no sentido de que o controle dos abusos do poder é tanto mais fácil quanto mais restrito é o âmbito em que o Estado pode estender a própria intervenção, ou mais breve e simplesmente no sentido de que o Estado mínimo é mais controlável do que o Estado máximo. Do ponto de vista do indivíduo, do qual se põe o liberalismo, o Estado é concebido como um mal necessário; e enquanto mal, embora necessário (e nisso o liberalismo se distingue do 4anarquismo), o Estado deve se intrometer o menos possível na esfera de ação dos indivíduos.
Noberto Bobbio, Liberalismo e democracia. São Paulo: Brasiliense, 2006.
a) Considerada no contexto, a expressão “liberdade negativa” (ref. 1) deve ser entendida como algo positivo para o indivíduo. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
b) Considerando o gênero a que pertence o texto, é adequado, do ponto de vista lógico, o emprego da expressão latina “conditio sine qua non” (ref. 2)? Justifique sua resposta.
c) É correto afirmar que os prefixos que ocorrem nas palavras “antitéticos” (ref. 3) e “anarquismo” (ref. 4) têm o mesmo sentido que os prefixos formadores, respectivamente, das palavras “antediluviano” e “amoral”? Justifique sua resposta.
4. Leia o texto “O conceito de Vocábulo na obra de Matoso Câmara”, de Margarida Basílio, e teça comentários a respeito das diversas acepções para PALAVRA. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-44502004000300007&script=sci_arttext

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