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Regime Disciplinar e Processo Administrativo Disciplinar

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AULA 03 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO e REGIME JURÍDICO ÚNICO PARA INSS – 
Teoria e Exercícios 
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
 
Olá, Futuro Servidor Concursado do INSS! 
 
Animado para mais uma aula? 
 
Hoje vamos abordar os Títulos IV – Do Regime Disciplinar e V – Do Processo 
Administrativo Disciplinar da Lei 8.112/1990. 
 
Lembrem-se, visando auxiliar a memorização do texto legal1, que: 
Todos os artigos estarão negritados, neste tipo de formatação, visando 
facilitar suas localizações para leituras e consultas durante possíveis 
futuras revisões rápidas da matéria. Em virtude de tal formatação, 
eliminaremos, inclusive, as aspas que sinalizam a transcrição ipsis litteris2 
do texto. 
 
Não deixe de acessar o Fórum deste curso e inserir sua pergunta ou, quem 
sabe, analisar os questionamentos lá existentes que poderão ter alguma 
serventia a você. 
 
Boa aula para todos nós !!! 
 
Críticas e sugestões poderão ser enviadas para: 
henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br 
 
Prof. Henrique Campolina 
Março/2013 
 
 
1 “Texto legal”: é uma expressão usualmente utilizada para referir-se a um texto extraído de alguma 
legislação (leis, decretos, portarias, medidas provisórias, etc.) 
2 Ipsis litteris expressão latina que significa transcrição literal do texto, mesmas palavras e letras. 
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Teoria e Exercícios 
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2. A Estrutura da Lei Federal nº 8.112/1990 (continuação) 
 
2.5. Título IV – Do Regime Disciplinar 
 
Este título começa elencando os deveres (art. 116) e, em seguida, as 
proibições (art. 117). 
 
Precisamos entender que os deveres, em virtude do caráter positivo das 
regulações, trazem conceitos subjetivos, amplos e exemplificativos. Enquanto 
as proibições, por descreverem posturas e condutas vedadas em lei, são 
objetivas e taxativas. 
 
Isto é, um dever abrange uma série de condutas e situações. Já uma proibição 
define e tipifica a conduta reprovável. 
 
Dos Deveres 
 
Alguns autores, como o Juiz Federal Fábio Dutra Lucarelli3, gostam de dividir 
os deveres em relação aos comportamentos funcionais e profissionais dos 
servidores públicos. Sendo os funcionais decorrentes do cargo ocupado pelo 
servidor e os profissionais das atividades laborais que se esperam de quaisquer 
trabalhadores. Ficariam assim (entre parênteses: os incisos do art.116): 
 
DEVERES 
Comportamento funcional Comportamento profissional 
� Ser leal à instituição (II); 
� Observar as normas (III); 
� Cumprir ordens superiores (IV); 
� Atender com presteza ao público, à 
expedição de certidões e às requisições 
para a defesa da Fazenda Pública (V); 
� Levar as irregularidades de que tiver 
ciência ao conhecimento da autoridade 
superior competente para apuração (VI); 
� Guardar sigilo profissiona (VIII); 
� Manter conduta compatível com a 
moralidade administrativa (IX); 
� Representar contra ilegalidade, omissão 
ou abuso de poder (XII). 
� Exercer com zelo e dedicação as 
atribuições do cargo (I); 
 
� Zelar pela economia do material (VIII); 
 
� Zelar pela conservação do patrimônio 
público (VIII); 
 
� Ser assíduo ao serviço (X); 
 
� Ser pontual ao serviço (X); 
 
� Tratar com urbanidade as pessoas (IX). 
 
3 ROCHA, Daniel Machado da (Coordenador); LUCARELLI, Fábio Dutra e MACHADO, Guilherme Pinho. 
Comentários à Lei do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União. 2ª ed. Florianópolis: 
Conceito Editorial, 2012, pag. 187. 
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Antes de analisarmos cada dever presente no art. 116, como sempre 
recomendamos e recomendaremos, façam uma leitura do texto legal: 
 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas 
as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao 
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de 
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente 
para apuração; 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio 
público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será 
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior 
àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla 
defesa. 
 
Vamos, agora, analisar cada um destes deveres: 
 
Zelo e Dedicação 
 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
 
Costumo me perguntar se seria mesmo necessário que a lei formalizasse, 
expressamente, este e outros deveres que abordaremos aqui. 
 
Não nos parece lógico que o servidor, assim como todo empregado, deve 
exercer suas atividades com zelo e dedicação. 
 
Desta forma, o servidor deverá se esforçar para atingir os objetivos 
institucionais das tarefas que lhe são atribuídas. 
 
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Lealdade Institucional 
II - ser leal às instituições a que servir; 
 
Importante gravarmos que esta lealdade deverá ser direcionada à instituição 
da qual o servidor é funcionário público. 
 
É uma lealdade institucional e não pode ser confundida com lealdade às 
pessoas investidas em cargos e funções de chefia, gerenciamento e supervisão 
do referido órgão/entidade. 
 
A lealdade institucional é superior a tal pessoalidade. 
 
Observância às Normas 
 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
 
Este dever é um desdobramento direto e imediato do Princípio da Legalidade, 
que aparece no caput do art. 37 da CF/88 e compõe o famoso “LIMPE” 
(Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência): 
 
� Princípio da Legalidade: Princípio constitucional, condição fundamental 
à estrutura do Estado de Direito, que traz a obrigatoriedade que a 
Administração Pública deve obedecer à Lei: “ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”4; 
 
Assim, o servidor, além da constitucional observância às leis, também deverá 
obedecer às normas legais e regulamentares relacionadas ao seu cargo, 
emprego ou função pública. 
 
Obediência Hierárquica 
 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
 
Qualquer estrutura hierarquicamente organização, como possuem os órgãos e 
entidades da administração pública, necessita que seus integrantes obedeçamas ordens de seus superiores. 
 
4 Inciso II do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 
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A ressalva do inciso é muito válida e, podemos dizer, é um desdobramento da 
Lealdade Institucional. Afinal, os servidores só estarão vinculados ao 
cumprimento de ordens superiores, se estas forem legais, institucionais e 
relacionadas à sua atividade profissional. 
 
Presteza, Agilidade e Defesa da Fazenda Pública 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas 
as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
 
Por mais que possam parecer sinônimos, agilidade refere-se à ligeireza e 
desembaraço no atendimento ao público, enquanto a presteza reveste tal 
celeridade com prontidão e adequação às necessidades de cada situação 
descrita no inciso V deste art. 116. 
 
Fidelidade Institucional 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao 
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de 
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente 
para apuração; 
 
Outro dever que pode ser considerado um desdobramento da lealdade 
institucional. Afinal é obrigação do servidor, ao tomar ciência de alguma 
irregularidade, informar a autoridade superior competente que possa adotar as 
providências cabíveis e pertinentes ao caso concreto. 
 
É por isto que caso suspeitem que as autoridades superiores estejam 
envolvidas nas referidas irregularidades, o servidor tem o dever de “subir” com 
as informações até encontrar quem possa, hierarquicamente, apurar a 
situação. 
 
Zelo pelo Patrimônio Público e Combate ao Desperdício 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
 
Vejam novamente como é nítida e lógica a obrigação constante neste inciso. 
Devemos, sempre, em qualquer esfera de nossas vidas, evitar o desperdício e 
conservar nossos bens. 
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Sigilo Profissional 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
 
Este dever não é absoluto. Afinal, acabamos de analisar o dever de presteza 
no atendimento ao público para fornecer informações requeridas. O que é 
vedado ao servidor é divulgar é divulgar assunto protegido por sigilo, conforme 
aparece até na ressalva do inciso V a: ressalvadas as protegidas por sigilo. 
 
Para isto, o servidor tem que ter conhecimento técnico e discernimento para 
saber diferenciar ambas as situações. 
 
Moralidade Administrativa 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
 
Este dever é um desdobramento de outro princípio constitucional (art. 37 da 
CF/1988): 
� Princípio da Moralidade: também pertencente ao constitucional 
“LIMPE”, está relacionado a uma administração “honesta”, isto é, um 
gerenciamento do dinheiro e do patrimônio públicos embasado nos 
valores éticos e morais da sociedade, nos bons costumes, na equidade5 e 
na justiça. E nada mais óbvio que esteja intimamente ligado aos 
procedimentos de contratação da Administração Pública; 
 
Assiduidade e Pontualidade 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
 
Todo servidor deve ser assíduo (presença frequente, regular e periódica) e 
pontual (presente na hora marcada, exato no cumprimento das suas 
obrigações de horário). 
 
Urbanidade 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
 
Urbanidade: “Qualidade do que é urbano. Cortesia, civilidade, polidez.”6 
 
 
5 Equidade: Justiça natural. Disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada qual. Igualdade, 
justiça, retidão. (fonte: Dicionário Online Michaelis UOL) 
6 Dicionário Online Michaelis-UOL (www.michaelis.uol.com.br) 
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O legislador, propositalmente, definiu genericamente os destinatários deste 
tratamento cortês: as pessoas. 
 
Deste modo, o servidor deverá tratar com urbanidade o público, os colegas de 
trabalho, as autoridades, os subordinados e todas as pessoas com as quais ele 
se relacionará em decorrência do cargo ocupado. 
 
Representação contra Ilegalidade, Omissão e Abuso de Poder 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será 
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior 
àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla 
defesa. 
 
Podemos dizer que este dever é muito próximo daquele que analisamos sob o 
título “Fidelidade Institucional”. 
 
O parágrafo único reforça um direito constitucionalmente estabelecido ao 
representando, a ampla defesa: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
[...] 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; 
 
Das Proibições 
 
Novamente tenham um contato com todo o artigo 117, que depois 
analisaremos cada uma das 19 condutas proibições aqui delineadas: 
 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do 
chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo 
ou execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em 
lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de 
seu subordinado; 
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VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estadoestrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo 
não se aplica nos seguintes casos: 
 
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou 
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação 
no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar 
serviços a seus membros; e 
 
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do 
art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. 
 
Precisamos buscar uma das premissas que norteiam o Direito Penal, sendo um 
desdobramento do Princípio da Legalidade: “Não há crime sem lei anterior que 
o defina”. 
 
Desta forma, não cabe interpretação ampliativa na caracterização da conduta 
tipificada nas proibições. Por mais óbvio que possa parecer, precisamos 
identificar os elementos/requisitos de cada um dos incisos: 
 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
 
Em virtude do caput, podemos adiantar que o sujeito ativo destas proibições é 
o próprio servidor público. 
 
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Ausência não autorizada: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do 
chefe imediato; 
� Conduta proibida: 
� Ausentar-se do serviço; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Durante o expediente, 
� Sem prévia autorização do chefe imediato; 
 
Retirada não autorizada de documento ou objeto: 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
� Condutas proibidas: 
� Retirar qualquer documento da repartição ou 
� Retirar qualquer objeto da repartição; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Sem prévia anuência da autoridade competente; 
 
Recusa de fé a documento público: 
III - recusar fé a documentos públicos; (CONDUTA) 
 
Resistência ao andamento de processo, processo ou serviço: 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo 
ou execução de serviço; 
� Condutas proibidas: 
� Opor resistência ao andamento de documento, 
� Opor resistência ao andamento de processo, 
� Opor resistência à execução de serviço; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Resistência tem que ser injustificada; 
 
Manifestação de apreço/desapreço no recinto da repartição: 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
� Condutas proibidas: 
� Promover manifestação de apreço no recinto da repartição, 
� Promover manifestação de desapreço no recinto da repartição; 
 
 
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Delegação de atribuição a pessoa estranha à repartição: 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em 
lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de 
seu subordinado; 
� Conduta proibida: 
� Cometer a pessoa estranha à repartição o desempenho de 
atribuições da instituição; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Atribuição de responsabilidade do servidor ou de seu 
subordinado; 
� Situações que descaracterizam a proibição: 
� Casos com previsão legal; 
 
Coação ou aliciamento de subordinados para filiação a associação 
(profissional ou sindical) ou a partido político: 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
� Condutas proibidas: 
� Coagir subordinados para filiação, 
� Aliciar subordinados para filiação; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Filiação associações profissionais ou sindicais e/ou a partidos 
políticos; 
 
Nepotismo: 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
� Conduta proibida: 
� Manter sob sua chefia imediata cônjuge/companheiro ou 
parente; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Parentesco até o 2º grau civil7, 
� O parente deverá estar em cargo ou função de confiança; 
 
 
7 LEMBRETE: Para calcular o grau civil de parentesco, devemos “subir” até o parente comum e, depois, 
“descer” até o parente como o qual se quer calcular este grau. Exemplo: Qual o grau de parentesco entre 
2 irmãos? Saímos de um irmão e chegamos ao pai: 1 grau. Como já chegamos ao parente comum (pai) 
descemos até o outro irmão: mais 1 grau. Desta forma, uma pessoa é parente de 2º grau civil de seus 
irmãos. 
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Usar o cargo em proveito pessoal ou de outrem: 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
� Condutas proibidas: 
� Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal, 
� Valer-se do cargo para lograr proveito de outrem; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Em detrimento da dignidade da função pública; 
 
Participação em gerência ou administração de sociedade privada ou 
exercício de comércio: 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo 
não se aplica nos seguintes casos: 
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou 
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação 
no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar 
serviços a seus membros; e 
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do 
art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. 
� Condutas proibidas: 
� Participar de gerência de sociedade privada, personificada ou 
não personificada, 
� Participar da administração de sociedade privada, personificada 
ou não personificada, 
� Exercer o comércio; 
� Situações que descaracterizam a proibição: 
� Estiver na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, 
� Participação nos conselhos de administração e fiscal de 
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou 
indiretamente, participação no capital social ou em sociedade 
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros, 
� Estiver em gozo de licença para tratar de interesses particulares 
(art. 91), observada a legislação sobre conflito de interesses; 
 
Advocacia Administrativa: 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
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� Conduta proibida: 
� Atuar junto a repartições públicas, como procurador ou 
intermediário; 
� Situações que descaracterizam a proibição: 
� Quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais 
de parentes até o 2º grau, e de cônjuge ou companheiro; 
 
Recebimento de propina, comissão, presente ou vantagem: 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
� Condutas proibidas: 
� Receber propina, 
� Receber comissão, 
� Receber presente, 
� Receber vantagem de qualquer espécie; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Vantagens recebidas em razão das atribuições do servidor; 
 
Aceite de comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro: 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
� Condutas proibidas: 
� Aceitar comissão, 
� Aceitar emprego, 
� Aceitar pensão. 
� Demais elementos/requisitos: 
� Vantagens recebidas de Estado estrangeiro 
 
Prática de usura: 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; (CONDUTA) 
 
Procedimento desidioso: 
XV - proceder de forma desidiosa8; (CONDUTA) 
 
Uso de recursos em interesse particular: 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
� Condutas proibidas: 
 
� 
8
 Desídia: Dir Descaso pelos serviços funcionais; incúria, negligência. (Dicionário Online Michaelis) 
 
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� Utilizar pessoal da repartição, 
� Utilizar recursos materiais da repartição; 
� Demais elementos/requisitos: 
� Em serviços ou atividades particulares; 
 
Desvio de função: 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias; 
� Conduta proibida: 
� Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que 
ocupa; 
� Situações que descaracterizam a proibição: 
� Situações de emergência e transitórias; 
 
Exercício de atividade incompatíveis: 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; (CONDUTA) 
 
Recusa à atualização de dados 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
(CONDUTA) 
 
 
 
Da Acumulação 
 
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a 
acumulação remunerada de cargos públicos. 
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de 
economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios 
e dos Municípios. 
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários. 
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de 
cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo 
quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis 
na atividade. 
 
Antes de analisarmos o conteúdo do art. 118 da Lei 8.112/1990, precisamos 
relembrar o que disciplina, sobre esta matéria, a Constituição Federal, 
mencionada no respectivo caput: 
 
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Incisos XVI e XVII do art. 37: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: 
[...] 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando 
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no 
inciso XI.9 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas;10 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas 
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
 
Inciso I do parágrafo único do art. 95 
Art. 95. [...] 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de 
magistério; 
 
Temos, também, a aliena d do inciso II do §5º do art. 128 
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos 
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o 
estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: 
[...] 
II - as seguintes vedações: 
[...] 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma 
de magistério; 
 
E, ainda, temos os §§ 1º e 2º do art. 17 do ADCT: 
§ 1º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de 
médico que estejam sendo exercidos por médico militar na administração pública 
direta ou indireta. 
 
§ 2º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de 
profissionais de saúde que estejam sendo exercidos na administração pública direta 
ou indireta. 
 
Desta forma, compilando todas estas informações, encontramos as exceções 
constitucionais à acumulação remunerada de cargos, empregos e/ou funções 
públicos, respeitada ordem de aparecimento em nossa Lei Maior, referentes a: 
� Professor + Professor; 
 
9
 Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19/1998: Inciso XVI: caput e alíneas ‘a’ e ‘b’ e Inciso XVII 
10
 Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34/2001 
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� Professor + Técnico; 
� Professor + Científico; 
� Privativo de profissional de saúde + Privativo de profissional de saúde11; 
� Juiz + Professor; 
� Membro do Ministério Público + Professor; 
� Privativo de Médico + Privativo de Médico: exercidos por médico militar; 
� Privativo de profissional de saúde + Privativo de profissional de saúde, que 
estivessem sendo exercidos na data da promulgação da CF/1988. 
 
 
ACUMULAÇÃO x HORÁRIOS – I 
A acumulação de cargos sempre ficará condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários. 
 
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, 
exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado 
pela participação em órgão de deliberação coletiva. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração 
devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das 
empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e 
controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado 
o que, a respeito, dispuser legislação específica. 
 
Relembrem o que diz o parágrafo único do art. 9º, citado neste dispositivo: 
 
Art. 9º [...] 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza 
especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de 
confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que 
deveráoptar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. 
 
 
 
ACUMULAÇÃO x HORÁRIOS – II 
O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular 
licitamente dois cargos efetivos, quando investido em 
cargo de provimento em comissão, ficará afastado de 
ambos os cargos efetivos. 
Exceção:se houver compatibilidade de horário e local 
com o exercício de um deles, declarada pelas 
autoridades máximas dos órgãos envolvidos. 
 
 
11 As profissões de saúde devem ser regulamentadas 
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Das Responsabilidades 
 
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo 
exercício irregular de suas atribuições. 
 
A Lei 8.112/1990 está inserida no ordenamento jurídico brasileiro na parte 
voltada à Administração Pública, como estamos vendo desde sua ementa. 
 
Desta forma, devemos entender que este artigo objetiva reforçar às 
autoridades administrativas as naturezas das responsabilidades a que estão 
submetidos os servidores públicos. 
 
Afinal, as regulamentações que deverão ser observadas nos âmbitos penal e 
civil estão contidas nas suas respectivas legislações. 
 
Este dispositivo também tem a função de determinar aos administradores 
públicos que, ao tomarem ciência de “irregularidades cometidas por servidor 
público no exercício de suas atribuições”, providenciem os pertinentes 
procedimentos apuradores e/ou reparatórios dos danos causados, além de 
comunicar os fatos ao Ministério Público, quando o caso determinar (penal). 
 
Para o âmbito da responsabilidade administrativa, deverá o fato ser apurado 
internamente no órgão/entidade público, mediante instauração do devido 
processo administrativo (próximo Título desta lei trata exatamente do 
“Processo Administrativo Disciplinar”). 
 
Já as responsabilidades civil e penal serão tratadas nos próximos artigos desta 
Lei, relembrando a existência de legislação específica para tais situações. 
 
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, 
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente 
será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que 
assegurem a execução do débito pela via judicial. 
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor 
perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. 
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra 
eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. 
 
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É necessária a presença de 3 elementos para a caracterização da situação da 
responsabilização civil: 
 
1º) Elemento volitivo (vontade do servidor) - Dolo ou culpa: para 
caracterização do tipo disposto neste artigo é necessária a presença de 
um elemento decorrente da vontade do servidor em fazer ou deixar de 
fazer determinado ato inerente às atribuições de seu cargo. Vejam as 
definições12 que nos ajudam a distinguir estes dois tipos de elementos 
volitivos: 
 
Dolo: 
“Em direito civil, manobra ou artifício que se inspira em má-fé e leva 
alguém a induzir outrem à prática de um ato com prejuízo para este”. 
Desta forma, falamos que a conduta dolosa se caracteriza quando o 
servidor pratica ou omite propositadamente a conduta, por vontade 
própria, ou, ainda, quando pratica a conduta assumindo o risco do 
resultado danoso que poderá acontecer (esta segunda hipótese é o 
chamado dolo eventual); 
 
Culpa: 
“No direito civil, falta contra o dever jurídico, cometida por ação ou 
omissão e proveniente de inadvertência ou descaso”. 
“No direito penal, ato voluntário, proveniente de imperícia, imprudência 
ou negligência, de efeito lesivo ao direito de outrem”. 
Podemos, nestas definições, encontrar as três modalidades de culpa: 
� Negligência: “inobservância e descuido na execução de ato”; 
� Imperícia: “falta de habilidade ou experiência reputada necessária 
para a realização de certas atividades e cuja ausência, por parte do 
agente, o faz responsável pelos danos ou ilícitos penais 
advenientes”; 
� Imprudência: “inobservância das precauções necessárias”. 
 
2º) Dano: sem a presença de dano, não há responsabilização civil. 
Dano: 
 
12 Dicionário Houaiss – Conceitos de Dolo, Culpa, Negligência, Imperícia e Imprudência 
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“Toda diminuição nos bens jurídicos de uma pessoa; qualquer prejuízo, 
esp. financeiro e patrimonial, sofrido por alguém, em que houve ação, 
influência ou omissão de outrem”13. 
A jurisprudência já consagrou a obrigatoriedade da presença deste 
requisito na caracterização da responsabilização civil. 
Vejam alguns exemplos desta jurisprudência vinda do STJ. Nestes casos, 
o Tribunal Superior descaracterizou até crime tipificado na Lei de 
Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93), em decorrência da ausência de 
resultado danoso ao erário: 
 
“Conforme entendimento adotado por esta Corte, a 
dispensa de licitação fora dos casos previstos em lei só é 
punível quando a conduta acarretar prejuízo ao erário 
público. Precedentes do STJ.”14 
 
“O entendimento dominante do Superior Tribunal de Justiça 
é no sentido de que o crime do art. 89 da Lei 8.666, de 
1993, somente é punível quando produz resultado danoso 
ao erário.”15 
 
3º) Nexo Causal: deve também estar presente um elo de casualidade entre a 
conduta do agente público e o dano ocorrido. 
 
O art. 122 ainda traz disposições quanto à: 
§1º: Formas de ressarcimento ao erário público, incluindo a via judicial; 
§2º: Responsabilidade regressiva, nas hipóteses de danos causados a 
terceiros; 
§3º: Extensão aos herdeiros: até os limites das heranças recebidas. 
 
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções 
imputadas ao servidor, nessa qualidade. 
 
Dispositivo que serve, conforme já comentamos, apenas para reforçar a 
necessidade das autoridades administrativas comunicarem as condutas aqui 
analisadas ao Ministério Público. 
 
 
13 Dicionário Houaiss 
14 HC nº 95.103/SP, 5ªT., relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe de 09.06.2008 
15 APN nº 375, Corte Especial, relator Ministro Fernando Gonçalves, DJ de 24.04.2006 
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Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo 
ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. 
 
Já o art. 124 reforça o ambiente que deve ser observado na responsabilização 
civil-administrativa: ato praticado no desempenho do cargo ou função. 
 
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, 
sendo independentes entre si. 
 
Aqui temos a conhecida “Independência de Instâncias”. Principal 
desdobramento desta situação: servidor poderá se punido nas três esferas de 
responsabilidade. 
 
Art. 126. A responsabilidadeadministrativa do servidor será afastada no 
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 
 
Apesar da citada independência, este artigo dispõe que se o servidor for 
absolvido criminalmente (com trânsito em julgado), não mais poderá ser 
responsabilizado administrativamente. 
 
É um ponto bastante polêmico na Doutrina, existindo, inclusive, a Súmula nº 
18 do STF, que diz: 
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é 
admissível a punição administrativa do servidor público. 
 
Tal súmula decorre do fato que algumas condutas poderão não ser passíveis de 
condenação penal, mas caracterizarão infrações administrativas. 
 
Percebam a situação: a falta residual, tratada na transcrita súmula, não está 
compreendida na absolvição pelo juízo criminal, motivo que não poderá ser 
utilizada a disposição do art. 126 para afastar sua responsabilidade 
administrativa. 
 
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou 
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando 
houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente 
para apuração de informação concernente à prática de crimes ou 
improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do 
exercício de cargo, emprego ou função pública.16 
 
 
16 Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011 (entrou em vigor em maio/2012) 
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Dispositivo recém incluído na Lei, visando preservar o servidor que tomar a 
iniciativa de dar ciência aos superiores competentes em apurar os fatos 
irregulares que tenha tomado conhecimento (cuja conduta é um dos deveres 
dos servidores que estudamos no início desta aula). 
 
 
 
Das Penalidades 
Art. 127. São penalidades disciplinares: 
I - advertência; 
II - suspensão; 
III - demissão; 
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
V - destituição de cargo em comissão; 
VI - destituição de função comissionada. 
 
Não é permitido ao administrador público criar, inventar ou fundir penalidades, 
sendo taxativa a relação apresentada neste dispositivo. 
 
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a 
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o 
serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os 
antecedentes funcionais. 
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o 
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. 
 
Artigo ditado pelo Princípio da Proporcionalidade na Aplicação das Penalidades 
Administrativas, correlato ao princípio orientador da esfera penal. É a chamada 
“Dosimetria da Pena ou da Penalidade”. 
 
O parágrafo único do dispositivo traz um requisito formal para o “ato de 
imposição da penalidade”: a menção expressa do fundamento legal e a causa 
da sanção disciplinar. Tal formalidade visa, inclusive, propiciar ao servidor 
condições favoráveis para o exercício da ampla defesa e do contraditório. 
 
Passemos, agora, a analisar cada uma das penalidades disciplinares: 
 
Penalidade Disciplinar: ADVERTÊNCIA 
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de 
proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância 
de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que 
não justifique imposição de penalidade mais grave. 
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Para caracterizarmos os casos puníveis com advertência, por escrito, 
precisamos resgatar os citados incisos do art. 117, já aqui estudado por nós, 
que trata das proibições: 
 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe 
imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou 
objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o 
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, 
companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
Às inobservâncias dos deveres dos servidores (art. 116), quando não ensejam 
penalidades mais graves, serão passíveis de advertência. Se tais condutas se 
referirem a outras leis, regulamentos ou normas internas, também será 
possível a aplicação de advertência. 
 
Vamos já trazer o art. 131 que também trata esta penalidade: 
 
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus 
registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo 
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, 
praticado nova infração disciplinar. 
 
Advertência: Decurso de 3 anos de efetivo exercício = Registro cancelado. 
Condição: Ausência de nova infração disciplinar nesse período. 
 
Penalidade Disciplinar: SUSPENSÃO 
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas 
punidas com advertência e de violação das demais proibições que não 
tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder 
de 90 (noventa) dias. 
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, 
injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica 
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determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da 
penalidade uma vez cumprida a determinação. 
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de 
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% por dia de 
vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em 
serviço. 
 
Hipóteses de Suspensão (penalidade imediatamente superior à advertência): 
� Advertência + Advertência = Suspensão; 
� Violações das proibições que não sujeitam a demissão. Como as 
proibições que ensejam advertência só acarretarão suspensão se houver 
reincidência e eliminando as hipóteses do art. 132, encontramos apenas 
os incisos XVII e XVIII do art. 117: 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto 
em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do 
cargo ou função e com o horário de trabalho; 
 
 
SUSPENSÃO – Prazos 
Prazo mínimo: 1 dia; 
Prazo máximo: 90 dias (art. 130); 
Recusa a submeter a inspeção médica: até 15 dias; 
 
Novamente precisamos resgatar o art. 131: 
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus 
registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo 
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, 
praticado nova infração disciplinar. 
 
Suspensão: Decurso de 5 anos de efetivo exercício= Registro cancelado. 
Condição: Ausência de nova infração disciplinar nesse período. 
 
 
O cancelamento da penalidade (advertência e suspensão) 
não surtirá efeitos retroativos. 
 
 
CONVERSÃO DA SUSPENSÃO EM MULTA 
Havendo conveniência para o serviço, a penalidade de 
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 
50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o 
servidor obrigado a permanecer em serviço. 
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Desta forma, já buscando as disposições do art. 132, temos: 
VIOLAÇÃO DAS PROIBIÇÕES DO ARTIGO 117 DA LEI 8.112/1990 
Incisos do art. 117 Penalidades Aplicáveis 
I a VIII e XIX 
� Advertência 
� Suspensão (se reincidente) 
XVII e XVIII � Suspensão 
IX a XVI � Demissão 
 
Penalidade Disciplinar: DEMISSÃO (art. 132) 
Para esta penalidade, vamos enumerar cada hipótese de aplicação, 
substituindo remissões a outros dispositivos pelos respectivos conteúdos: 
DEMISSÃO – Hipóteses de aplicação 
� Crime contra a administração pública; 
� Abandono de cargo; 
� Inassiduidade habitual; 
� Improbidade administrativa; 
� Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
� Insubordinação grave em serviço; 
� Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa 
própria ou de outrem; 
� Aplicação irregular de dinheiros públicos; 
� Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
� Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
� Corrupção; 
� Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
� Transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117, a saber: 
� Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função pública; 
� Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou 
não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista 
ou comanditário; 
� Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até 
o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
� Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em 
razão de suas atribuições; 
� Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
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DEMISSÃO – Hipóteses de aplicação 
� Praticar usura sob qualquer de suas formas; 
� Proceder de forma desidiosa; 
� Utilizar pessoal/recursos materiais da repartição para proveito particular. 
 
Vamos falar um pouco de cada um dos casos passíveis de demissão contidos 
no art. 132. Afinal, trata-se da penalidade mais grave que pode ser aplicada ao 
servidor público: 
 
Crime contra a administração pública 
O Código Penal possui o Título XI, que trata “Dos Crimes Contra a 
Administração Pública”. 
Como já dissemos, qualquer rol de crimes e penalidades do ramo do Direito 
Penal é taxativo. 
Assim, para ser possível a demissão de servidor embasado nesta hipótese, 
sua conduta deverá estar enquadrada em algum dos crimes tipificados neste 
Título do CP, que inclui: 
� Peculatos doloso, culposo e mediante erro de outrem; 
� Emprego irregular de verbas ou rendas públicas; 
� Concussão; 
� Excesso de exação; 
� Corrupções passiva e ativa; 
� Facilitação e contrabando ou descaminho; 
� Prevaricação; 
� Advocacia administrativa; 
� Violação de sigilo funcional e de proposta de concorrência; 
� Usurpação de função pública; 
� Desacato; 
� Tráfico de Influência; 
� Auto-acusação falsa; 
� Coação no curso do processo; 
� Fraude processual; 
� Favorecimento pessoal e real; 
� Exercício arbitrário ou abuso de poder. 
 
Abandono de cargo 
Busquemos o art. 138 para nos auxiliar na caracterização desta hipótese: 
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor 
ao serviço por mais de trinta dias consecutivos. 
Importante atentarmos para o fato da ausência ser intencional (ou seja, 
voluntária), por mais de 30 dias consecutivos. 
Servidor em licença-médica que não se submeta à inspeção (art. 130 §1º) e 
não retorne ao serviço, estará sujeito à presente penalidade. 
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Abandono: Ausências > 30 dias consecutivos 
 
Inassiduidade habitual 
Agora é hora de anteciparmos o art. 139: 
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem 
causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período 
de doze meses. 
 
Inassiduidade Habitual: 60 dias em 12 meses 
 
Ausências injustificadas, novamente intencionais e voluntárias, durante 12 
meses consecutivos. 
 
 
INASSIDUIDADE HABITUAL 
A Lei não fala que as 60 faltas injustificadas num período 
de 12 meses, para caracterizar a inassiduidade habitual, 
ocorre entre 1º/Janeiro a 31/Dezembro. 
Ou seja, o período de 12 meses não precisa ser 
coincidente com o ano civil. 
- GUARDEM BEM ISTO! - 
 
Improbidade administrativa 
A Lei nº 8.429/1992, que “dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes 
públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional 
e dá outras providências”, é popularmente conhecida como Lei de 
Improbidade Administrativa e traz as regulamentações acerca da presente 
hipótese de demissão. 
 
Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição 
Importante a caracterização do ambiente onde deverá ser constatada a 
conduta desviada do servidor: na repartição. 
 
Insubordinação grave em serviço 
Particularmente, não gosto de conceitos genéricos em tipos legais, como o 
“grave” deste tipo. Afinal, como caracterizar o momento que uma 
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insubordinação é passível de advertência ou suspensão, por se enquadrar 
em alguma hipóteses dos artigos 116 (deveres) ou 117 (proibições), ou 
ultrapassou tal limite e caracteriza a presente hipótese de aplicação da 
penalidade de demissão? 
O que se vê na prática cotidiana das administrações públicas federais é a 
obrigação do superior hierárquico caracterizar detalhadamente a conduta 
desapropriada do subordinado, a fim de instruir corretamente o respectivo 
processo administrativo disciplinar. 
 
Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima 
defesa própria ou de outrem 
Aqui a lei não determina que a ofensa física seja cometida na repartição, isto 
é, não delimita espacialmente o local da prática do ato. 
Estando em serviço, realizada a ofensa física que não seja em legítima 
defesa própria ou de outrem, estará caracterizada esta hipótese. 
 
 
Aplicação irregular de dinheiros públicos 
É a aplicação de dinheiros públicos em desconformidade com a legislação 
orçamentária. Está prevista no art. 315 do Código Penal (retirei a pena): 
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas 
Art. 315 Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei. 
 
 
Revelação de segredo do qualse apropriou em razão do cargo 
É importante que o as informações reveladas (segredos) tenha sido obtidas 
pelo servidor em função do cargo que ocupa. 
No Código Penal temos 2 artigos com condutas correlatas (retirei as penas): 
Violação de sigilo funcional 
Art. 325 Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer 
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: 
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha 
ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de 
informações ou banco de dados da Administração Pública; 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem. 
 
Violação do sigilo de proposta de concorrência 
Art. 326 Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a 
terceiro o ensejo de devassá-lo. 
 
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Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional 
Aplicação irregular de dinheiro, dilapidação do patrimônio público e 
corrupção, são algumas condutas correlatas a este tipo. É o dano efetivo ao 
erário praticado pelo servidor com dolo. 
 
Corrupção 
Prevista e tipificada nos artigos 317 (passiva) e 333 (ativa) Código Penal: 
Corrupção passiva 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida, ou aceitar promessa de tal vantage. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o 
pratica infringindo dever funcional. 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com 
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outre. 
 
Corrupção ativa 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo 
dever funcional. 
 
Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas 
Já trouxemos nesta aula o tema “Acumulação”. Assim, caso o servidor 
pratique esta conduta, estará sujeito à demissão. 
O próximo artigo (133) aborda mais detalhadamente estas situações. 
 
Vamos transcrever esquematicamente o artigo 133, tentando “traduzir” seus 
diversos dispositivos: 
 
Detectada a acumulação ilegal de cargos públicos17, a autoridade competente 
(art. 143) notificará o servidor (via chefia imediata) para apresentar opção no 
prazo improrrogável de 10 dias, contados da data da ciência. 
 
Caso o servidor se omita, deverá ser adotado procedimento sumário (prazo 
para conclusão: não excederá 30 dias, admitida prorrogação por até 15 dias, 
quando circunstâncias exigirem) para a sua apuração e regularização imediata, 
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: 
 
17 Onde falamos Cargos, Leia-se: Cargos, empregos e funções públicas (já abordamos tal extensão) 
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� Instauração – publicação contendo: 
� Ato de constituição de comissão de 2 servidores estáveis, 
� Indicação da autoria (nome e matrícula do servidor) e 
� Materialidade da transgressão objeto da apuração (descrição dos cargos públicos em 
situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de 
ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico); 
� Instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; 
� Julgamento. 
 
A comissão: 
� Lavrará (até 3 dias após a publicação do ato que a constituiu) termo de 
indiciação (com indicação da autoria e materialidade da transgressão); 
� Promoverá a citação do indiciado (pessoal ou via chefia imediata) para 
em 5 dias apresentar defesa escrita; 
� Assegurará ao indiciado vista do processo na repartição; 
� Elaborará, após apresentada a defesa, relatório conclusivo que: 
� Versará sobre a inocência ou a responsabilidade do servidor, 
� Resumirá as peças principais dos autos, 
� Opinará sobre a licitude da acumulação em exame, 
� Indicará o respectivo dispositivo legal; 
� Remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. 
 
A autoridade julgadora: 
� Proferirá a sua decisão, até 5 dias do recebimento do processo, 
� Encaminhará o processo à autoridade competente (art. 141 I), caso a 
penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade. 
 
 
 
BOA-FÉ DO SERVIDOR C/ACUMULAÇÃO DE CARGOS 
 
A opção pelo servidor até o último dia de prazo para 
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se 
converterá automaticamente em pedido de exoneração 
do outro cargo. 
 
 
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Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á, 
comunicando aos órgãos de vinculação, pena em relação aos cargos públicos 
em regime de acumulação ilegal, de: 
� Demissão, 
� Destituição de aposentadoria, 
� Cassação de aposentadoria, 
� Disponibilidade ou 
� Rescisão do contrato de trabalho com justa causa (para empregados 
públicos com vínculo da CLT). 
 
No caso dos empregados públicos celetistas, a rescisão deverá ser efetuada 
pelo dirigente da entidade. 
 
Penalidade: CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA ou DISPONIBILIDADE 
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que 
houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. 
Este dispositivo legal visa permitir a revisão de atos já praticados em relação a 
condutas que deveriam ter sido punidas à época da atividade do servidor 
aposentado ou posto em disponibilidade. 
 
É uma forma de evitar que haja prescrição da aplicação da pertinente 
penalidade disciplinar. 
 
Penalidade Disciplinar: DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO 
 
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante 
de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades 
de suspensão e de demissão. 
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a 
exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição 
de cargo em comissão. 
 
Penalidade vinculada à constatação, apuração e verificação de condutas 
passíveis das penalidades de suspensão e de demissão. 
 
Isto ocorre porque não se fala em demissão de ocupante de cargo em 
comissão, por se tratar de um posto de livre nomeação e exoneração pelas 
autoridades competentes. 
 
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Um importante desdobramento da destituição (cuja previsão legal não foi 
estendida aos servidores exonerados) é o impedimento de nova investidura 
dos servidores demitidos e/ou destituídos em cargos públicos federais, 
temporariamente (por 5 anos subsequentesao respectivos ato) ou 
definitivamente e a indisponibilidade de seus bens e ressarcimento ao erário, 
conforme podemos constatar nos artigos 136 e 137: 
 
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos 
dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos 
bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
Vamos também relembrar estes incisos. É sempre importante substituirmos as 
remissões pelos seus reais conteúdos: 
 
Art. 132. Demissão será aplicada nos seguintes casos: 
I - crime contra a administração pública; 
... 
IV - improbidade administrativa; 
... 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
... 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
... 
XI - corrupção; 
 
A Doutrina costuma batizar estes impedimentos de penalidade acessória ou 
complementar. Afinal, para estar subordinado a este ressarcimento ao erário 
ou à indisponibilidade de seus bens, o servidor já deverá ter sido punido com a 
demissão ou com a destituição de cargo em comissão. 
 
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por 
infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para 
nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
 
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor 
que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do 
art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. 
 
Também o art. 137 refere-se a servidores punidos com a demissão ou a 
destituição de cargo em comissão, trazendo 2 tipos de impedimentos: 
 
� Impedimento temporário: Punições relativas ao art. 117 IX e XI: 
 
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Art. 117. Ao servidor é proibido: 
... 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função pública; 
... 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
 
� Impedimento definitivo: Punições relativas ao art. 132 I, IV, VIII, X e XI; 
São os mesmos incisos do art. 136 transcritos acima. 
 
Percebam que o artigo 137 traz outra forma de penalidade complementar ou 
acessória. 
 
Novamente a 1º punição deverá ter sido a demissão ou a destituição de cargo 
em comissão. 
 
RITO SUMÁRIO 
Deverá ser adotado na apuração das hipóteses de: 
� Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções 
públicas; 
� Abandono de cargo; 
� Inassiduidade habitual. 
Obs: A indicação da materialidade deverá indicar os fatos 
concretos e caracterizadores de cada situação. 
 
COMPETÊNCIAS PARA APLICAÇÃO DE PENALIDADES 
Item Autoridades Penalidades Disciplinares 
01 
Presidente da República 
� Demissão 
� Cassação de aposentadoria 
� Cassação de disponibilidade 
Presidente do Senado Federal 
Presidente da Câmara dos Deputados 
Presidentes dos Tribunais Federais 
Presidentes dos Tribunais Regionais 
Procurador-Geral da República 
02 
Autoridades Administrativas abaixo 
imediatamente das descritas no item 1 
� Suspensão superior a 30 dias 
03 
Chefe da repartição e outras autoridades 
(conforme regimentos ou regulamentos) 
� Advertência 
� Suspensão até 30 dias 
04 Autoridade que houver feito a nomeação � Destituição de cargo em comissão 
 
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PRESCRIÇÃO DAS PENALIDADES DISCIPLINARES 
Prazos Penalidades Disciplinares 
5 anos 
� Infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade e destituição de cargo em comissão 
2 anos � Suspensão 
180 dias � Advertência 
Obs: 
� Início do Prazo: da data em que o fato se tornou conhecido. 
� Prazos previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares 
capituladas também como crime. 
� Abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe 
a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. 
� Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do 
dia em que cessar a interrupção. 
 
HORA DE NOS EXERCITARMOS!
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QUESTÕES RESOLVIDAS 
 
Questão 1 
(FCC – TRE-SP – Técnico Judiciário – 2012) – Para responder esta questão, 
considere a Lei nº 8.112/1990. 
Em matéria de proibições aos servidores públicos federais, analise a situação 
de cada um deles: 
I. Marcílio distribuiu propaganda de uma associação profissional para 
servidores não subordinados. 
II. Miriam praticou usura destinada a uma entidade de assistência social. 
III. Marta, na qualidade de cotista, participa de uma sociedade não 
personificada. 
IV. Manoel promoveu, no horário de folga, manifestação de apreço no recinto 
da repartição. 
Nesses casos, NÃO constituem proibições às situações apresentadas em 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) I e IV. 
D) II e IV. 
E) III e IV. 
 
Resolução 
 
Para resolvermos esta questão precisamos resgatar o art. 117 e verificar se as 
condutas do enunciado estão tipificadas na Lei 8.112/1990. 
 
Lembrem que não há espaço para ampliação das hipóteses dispostas na 
legislação: não estando todos os requisitos presentes, a conduta não será 
passível de aplicável de penalidade. 
 
Ao transcrever o art. 117, já vamos identificar os casos trazidos nesta questão. 
 
Mas, como sempre recomendo, trarei todas as hipóteses deste dispositivo para 
lhes proporcionar mais um contato com o texto legal: 
 
 
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Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe 
imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou 
objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; (A conduta de Manoel se enquadra nesta hipótese, pois a 
prática da manifestação em dia de folga não a descaracteriza) 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o 
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; (A conduta de Marcílio não 
poderá ser enquadrada nesta hipótese, já que é necessário que os 
aliciados/coagidos sejam subordinados do servidor) 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, 
companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotistaou comanditário; (A conduta de Marta se 
enquadra nas exceções desta conduta, que não são passíveis de aplicação 
de punição) 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em 
razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; (A conduta praticada por 
Miriam se enquadra nesta hipótese) 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades 
particulares; 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto 
em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do 
cargo ou função e com o horário de trabalho; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
Assim, apenas Miriam (II) e Manoel (IV) poderão ser punidos. Lembrando que 
a questão nos pediu para identificar as situações que NÃO constituem 
proibições aos servidores públicos. Por exclusão: I e III. 
 
Gabarito: B 
 
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Questão 2 
(FCC – TRE-RN – Técnico Judiciário – 2011) – Nos termos da Lei nº 8.112/90, 
ao servidor é proibido 
A) opor resistência justificada ao andamento de processo. 
B) ausentar-se do serviço durante o expediente, mesmo que tenha 
autorização do chefe imediato. 
C) manter sob sua chefia imediata parente de quarto grau civil. 
D) retirar documento da repartição, ainda que tenha autorização de autoridade 
competente. 
E) promover manifestação de apreço no recinto da repartição. 
 
Resolução 
 
Alternativa A: Não é proibição ao servidor 
Explicação: O inciso IV do art. 117 proibe a resistência INJUSTIFICADA 
ao andamento do processo. Memorizem: 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
 
 
Alternativa B: Não é proibição ao servidor 
Explicação: A proibição (art. 117 I) exige que a ausência ocorra sem 
prévia autorização do chefe imediato: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe 
imediato; 
 
 
Alternativa C: Não é proibição ao servidor 
Explicação: Nepotismo, na Lei 8.112/1990, não atinge os parentes de 4º 
grau civil. É o que diz o art. 117 VIII: 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, 
companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
 
Alternativa D: Não é proibição ao servidor 
Explicação: Novamente, a autorização, neste caso da autoridade 
competente, descaracteriza proibição contida no art. 117 II: 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou 
objeto da repartição; 
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Alternativa E: É PROIBIÇÃO ao servidor 
Explicação: Quando não encontramos a resposta nas opções A, B, C e D, 
criamos uma expectativa que o gabarito está na letra E. Mas 
isto não é suficiente para marcarmos a última alternativa em 
nossa folha de respostas. 
É preciso confirmar esta expectativa. 
Aqui encontraremos no inciso V do art. 117 a conduta 
proibida que está descrita na letra E. Confiram e marquem: 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
 
Gabarito: E 
 
 
Questão 3 
(FCC – TRF-1ª Região – Analista Judiciário – 2011) – Sobre a acumulação de 
cargos públicos, prevista na Lei nº 8.112/90, é correto afirmar: 
A) considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo 
público efetivo com proventos da inatividade, ainda que os cargos de que 
decorram essas remunerações sejam acumuláveis na atividade. 
B) a proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de 
economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e 
dos Municípios. 
C) o servidor, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido 
em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos 
efetivos, mesmo que houver compatibilidade de horário e local com o 
exercício de um deles. 
D) o servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá 
ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de 
confiança, com prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, devendo 
optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. 
E) o servidor não poderá ser remunerado pela participação em conselhos de 
administração e fiscal de empresas públicas e sociedades de economia 
mista, suas subsidiárias e controladas, bem como de quaisquer empresas 
ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha 
participação no capital social. 
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Resolução 
 
“A) considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo 
público efetivo com proventos da inatividade, ainda que os cargos de que 
decorram essas remunerações sejam acumuláveis na atividade.” 
Assertiva errada: esta alternativa contraria o §3º do art. 118, que traz 
uma ressalva ao final do dispositivo, que não foi excetuada na assertiva 
acima. Relembrem: 
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de 
cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo 
quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis 
na atividade. 
 
“B) a proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de 
economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e 
dos Municípios.” 
Assertiva CORRETA: transcrição literal do art. 118 §1º. Podem marcar! 
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de 
economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios 
e dos Municípios. 
 
“C) o servidor, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido 
em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos 
efetivos, mesmo que houver compatibilidade de horário e local com o 
exercício de um deles.” 
Assertiva errada: Aqui, a assertiva não considerou a ressalva contida no 
art. 120, tornando-se incorreta. Confiram comigo: 
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular 
licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de 
provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, 
salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local 
com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos 
órgãos ou entidades envolvidos. 
 
“D) o servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá 
ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de 
confiança, com prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, devendo 
optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.”

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