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Motivação e Comportamento Prof. MSc.Cleiber Marcio Flores Motivação “Movimentos voluntários são compelidos a acontecer – ou seja, motivados – buscando satisfazer alguma necessidade” (BEAR) Impulso interno que leva á ação; mesmo abstrata (como o desejo de passar a tarde, na praia, com a pessoa amada) ou concreta (como a vontade de urinar), a motivação apresenta características básicas: - ATIVAÇAO: início ou produção de um comportamento. - PERSISTENCIA: esforços contínuos ou determinação para atingir um objetivo. - INTENSIDADE: maior ou menor rigor em responder aos esforços necessários para se atingir um objetivo. Seguindo o mesmo raciocínio, a emoção apresenta alguns componentes básicos como: EXPERIENCIA SUBJETIVA, EXCITAÇAO FÍSICA, RESPOSTA COMPORTAMENTAL OU EXPRESSIVA. Porém, estão intimamente ligadas à motivação. Um aspecto da intensidade da motivação está relacionado ao prazer emocional que o indivíduo experimenta. Hedonismo • A maior parte das teorias parte do princípio de que a ação humana é sobretudo motivada pela busca ativa de situações positivas (prazer) e pela evitação de situações negativas (dor). • As teorias que afirmam que o ser humano busca a homeostase, ou seja, o equilíbrio provocado pela resolução de tensões internas. Teorias da Motivação: - TEORIA DO INSTINTO: criada no século XIX e baseada na Teoria da Evolução, de Darwin, listava instintos a partir da observação de comportamentos que, segundo tal teoria, derivavam da influencia genética. - Perdeu força, pois apenas rotulava, sem explicar origens nem consequências. - Instinto animal - primitivo TEORIA DO IMPULSO: Surgida entre 1940 e 1950, afirmava que a motivação se dava pelo desejo de reduzir a tensão interna causada por necessidades biológicas não preenchidas (como fome ou sede). Os "teóricos do impulso" basearam-se no Princípio da Homeostase (manter-se constante), segundo o qual o corpo monitora e mantém relativamente estáveis estados internos como temperatura e suprimento de energia. Quando desequilíbrios internos são detectados, o corpo gera impulsos capazes de restabelecer tal situação. Essa teoria deixa de responder comportamentos competitivos como, por exemplo, a disputa em uma partida de futebol. TEORIA DO INCENTIVO: - Criada por volta de 1950; - Propõe que o comportamento motivacional ocorre pela atração de objetivos externos como recompensa. - Baseia-se nos conceitos de aprendizagem: "a expectativa de um comportamento em particular levará a um objetivo em particular". Sua lacuna está em não explicar comportamentos como, por exemplo, ajudar uma pessoa, sem uma recompensa aparente. TEORIAS HUMANISTAS: Ao final da década de 1950, teorias enfatizavam a importância de fatores cognitivos e psicológicos na motivação. Uma das mais aceitas é a Hierarquia das necessidades, de Abraham Maslow, segundo a qual: • satisfeitas as necessidades básicas, o indivíduo busca as subseqüentes, até atingir a auto- realização (uso e exploração total de talentos, capacidades, potenciais do indivíduo) • As teorias humanistas reconhecem a importância do meio (pessoal, social e cultural) para a obtenção da auto-realização, bem como o fato da maioria das pessoas não experimentar a auto-realização. - Atualmente, pesquisadores assumem que a motivação é determinada por fatores múltiplos: comportamentais, sociais, cognitivos e biológicos. Hipotálamo, Homeostase e Comportamento Motivado A fim de manter a homeostase, o hipotálamo articula uma resposta integrada que envolve, geralmente, três segmentos: 1- Resposta Humoral: liberando ou inibindo a liberação de hormônios hipofisários na corrente sanguínea; 2- Resposta Víscero-Motora: ajustando o tônus simpático-parassimpático (neurovegetativo); 3- Resposta Somático-Motora: compelindo uma resposta motora apropriada. Como exemplo de resposta Somático-Motora apropriada temos a procura de alimento quando da sensação de fome. COMPORTAMENTO ALIMENTAR • A razão primária do comportamento alimentar é a manutenção das reservas corporais de glicose, para sua utilização nas mais diversas ações. • A regulação dessas reservas pode é feita de duas formas: a longo e a curto prazo. REGULAÇÃO DE LONGO PRAZO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR • A leptina é uma proteína liberada no sangue pelos adipócitos e tem a finalidade de informar ao cérebro como se encontram as reservas de gordura. • O hipotálamo de animais que não possuem o gene para produção dessa substância parece não entender que as reservas energéticas estão adequadas, levando à obesidade. • A administração exógena de leptina consegue reverter tal quadro. Elevadas concentrações séricas de leptina são detectadas pelo hipotálamo ventromediano (HVM) e aumentam a produção de TSH e ACTH (resposta humoral), estimula a divisão simpática do SNV (resposta víscero-motora) e diminui o comportamento alimentar (resposta somático- motora), a partir da liberação dos peptídeos α- MSH e CART - denominados peptídeos anorexígenos (inibem o comportamento alimentar e estimularem o metabolismo). Baixos níveis de leptina desativam os neurônios α-MSH e CART, bem como estimula outros neurônios à produção do peptídeo NPY e AgRP, que são denominados orexígenos, por estimularem o comportamento alimentar e reduzirem o metabolismo. No hipotálamo lateral (HL), quando ocorre redução das taxas de leptina, há a liberação de outros peptídeos: MCH e orexina, cujos efeitos são orexígenos. REGULAÇÃO DE CURTO PRAZO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR Envolve estímulos que se iniciam na fase prandial (alimentação, propriamente dita) e enviam sinais de saciedade ao encéfalo, provocando o final da refeição. Entre os principais sinais de saciedade estão: - Distensão Gástrica: o estiramento das paredes do estômago é captado por mecanorreceptores que enviam sinais ao encéfalo através do nervo vago. - Colecistocinina (CCK): liberada em resposta à estimulação entérica por substâncias como lipídeos, é auxiliar à distensão gástrica nos estímulos vagais de saciedade. - Insulina: promove o ajuste fino da quantidade de glicose circulante. Elevadas taxas de glicose sanguínea (como na fase de substrato da digestão) aumentam a liberação de insulina, que facilita a utilização dessa glicose pelas células corporais e inibe o comportamento alimentar. O contrário também é verdadeiro. Dopamina e motivação A Dopamina está relacionada à recompensa hedônica (prazer). Porém, no comportamento alimentar a estimulação de neurônios dopaminérgicos do hipotálamo lateral parece proporcionar uma compulsão por alimento (motivação), sem induzir o efeito hedônico do sabor. Já a destruição de neurônios dopaminérgicos do hipotálamo lateral evoca sensações prazerosas, porém o animal para de comer (não há motivação). Dessa forma, a Dopamina parece estar mais relacionada ao comportamento alimentar que à recompensa hedônica. Serotonina e Humor Determinações das taxas encefálicas de serotonina revelam que essa substância encontra-se em baixas doses no período pós-prandial, bem como se elevam na fase cefálica da digestão e atingem seu ápice durante uma refeição, especialmente em resposta a carboidratos. Anormalidades na regulação das taxas de serotonina encefálica explicam o comportamento alimentar (procura abusiva por doces) em situações de estresse (como período pré-menstrual, por exemplo), bem como transtornos alimentares como bulimia e anorexia nervosa. QUESTÕES NORTEADORAS 1) O que é a Motivação e quais as definiçõesdas características básicas da motivação? 2) Quais os componentes básicos da emoção? 3) O que é hedonismo? 4) Descreva a teoria do INSTINTO MOTIVACIONAL e o motivo que ela perdeu sua força nas últimas décadas? 5) Diferencie a teoria do IMPULSO e do INCENTIVO. 6) Descreva a teoria humanista e o que é a escala de Maslow? 7) Qual o papel da Leptina e o mecanismo da regulação de longo prazo no comportamento alimentar? 8) Descreva o mecanismo da regulação de curto prazo no comportamento alimentar? 9) Qual a relação entre a dopamina e motivação e serotonina e humor?
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