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PRATICA SIMULADA I AULA 7

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KAREN HELLEN NOGUEIRA DA SILVA , MATRICULA 201502617234
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA/SP
MARIA ..., nacionalidade ..., viúva, profissão ..., portadora do RG ..., expedido pelo ..., CPF ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliada na Rua Bérgamo, nº 123, apt. 205, cidade de Araçatuba/SP, como representante legal de seu falecido marido por seu advogado ..., email ..., endereço profissional ..., para fins do Artigo 77, V, CPC, vem a este jeízo propor a presente demanda.
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS CUMULADO COM PENSÃO POR MORTE
Pelo Rito Comum, em face de ROBERTO ..., nacionalidade ..., estado civil ..., comerciante, portador da identidade ..., expedida pelo ..., CPF ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na Rua dos Diamantes, nº 123, Recife/PE, pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos que se passa a expor.
I - DA GRATUIDADE JUDICIRÁRIA
Requer a autora que lhe seja deferido os benefícios da justiça gratuita, tendo em vista de que a mesma não pode arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem prejuízo do sustento própio, conforme diz expressamente no Artigo 98 e seguintes do CPC c/c Artigo 5º, LXXIV, CF c/c Lei 1.060/1950.
II - PROCEDIMENTOS PELA NÃO REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
III - DOS FATOS
O falecido marido da autora, enquanto caminhava por uma rua na cidade de Recife/PE, fora atingido por um aparelho de ar-condicionado que era manejado imprudentemente pelo réu.
A vítima ainda viva, mas gravemente ferida, fora encaminhado a um hospital particular. Contudo, em virtude da gravidade dos ferimentos, o mesmo veio a falecer após passar um dia internado.
A autora, profundamente abalada pela perda repentina e trágica do seu esposo, tivera que se deslocar até a cidade de Recife/PE para poder efetivar o translado do corpo de volta para casa, na cidade de Araçatuba/SP, onde ocorrera o sepultamento. 
O falecido não deixou filhos e era o único responsável pelo seu sustento e de sua esposa, com uma renda nunca superior a um salário mínimo, obtida através de muita valentia com serviços de pedreiro.
Todo o desenrolar do caso resultou em gastos hospitalares que somaram o total de R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS) junto com os gastos com transporte do corpo e funeral cujo valor consolidou-se em mais R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS).
Cumpre relatar que no desfecho do inquérito policial que fora instaurado por ocasião do fato, o laudo da perícia técnica apontou como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado. 
O réu fora indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. 
II - DOS FUNDAMENTOS
A - DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR
Excelência, no caso exposto, há uma inegável responsabilidade do réu quando deixou de manejar com prudência o ar - condicionado, sabendo ser um objeto pesado. Se encaixando assim nos Artigos 927 e 938,CC.
Neste momento fatídico a autora se encontrou com uma dívida de R$6.000,00 (SEIS MIL REAIS), sendo que o sustendo da casa se dava ao trabalho árduo de seu marido que ganhava pouco. 
A vista dos fatos, o Código Civil traz os reflexos que a condenação penal tem em uma eventual indenização civil reparatória expressa no Artigo 948 do mesmo.
Deste modo, nota - se que o caso é passível de indenização afim de que mitique as despesas que a autora sofrera e que a mesma não é capaz de saldar.
 Tribunal Regional Federal da 3ª Região TRF-3 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO : APELREE 7684 SP 1999.61.02.007684-5
Processo : APELREE 7684 SP 1999.61.02.007684-5
Orgão Julgador : QUARTA TURMA
Julgamento : 7 de Outubro de 2010
Relator : DESEMBARGADOR FEDERAL FABIO PRIETO
 
 Ementa
DIREITO CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL E ADMINISTRATIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - ACIDENTE DE TRÂNSITO, COM VÍTIMA FATAL, EM RODOVIA FEDERAL - PRETENSÃO DA VÍUVA E DOS FILHOS MAIORES, NA DATA DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO, ÀS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, EM FACE DA UNIÃO E DO DNER - A LEGITIMIDADE PASSIVA É EXCLUSIVA DA UNIÃO, NÃO COMO PARTE ORIGINÁRIA, MAS COMO SUCESSORA DO EXTINTO DNER - CONDENAÇÃO, NA SENTENÇA, DE PAGAMENTO, À VIÚVA, PELO DANO MATERIAL: REFORMA, PORQUE A OBRIGAÇÃO TEM CARÁTER ALIMENTAR E NÃO HÁ PROVA DA NECESSIDADE ECONÔMICA - PAGAMENTO EM PRESTAÇÃO ÚNICA: IMPOSSIBILIDADE - CÁLCULO DA PRESTAÇÃO ÚNICA: ERRO NA CONSIDERAÇÃO DE SUPOSTOS 180 MESES - QUANDO SERIAM 122 -, PONDERADAS AS DATAS DO EVENTO, COM A MORTE, E DO PROJETADO 65º DIA DE NASCIMENTO DA VÍTIMA FATAL - RESSARCIMENTO POR DESPESAS DE FUNERAL: ILEGALIDADE, PORQUE PAGAS POR TERCEIRO, NÃO PELOS AUTORES DA AÇÃO - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA, PARA OS FILHOS MAIORES, QUANTO À INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL: ILEGALIDADE: O RESSARCIMENTO, NESTE CASO, TEM MATRIZ SENSORIAL E INDEPENDE DA REALIDADE ECONÔMICA DA VÍTIMA E DE QUEM A ELA ESTAVA EMOCIONALMENTE VINCULADO.
1. No curso da ação, o DNER foi extinto, nos termos do artigo. 102-A, da Lei Federal nº 10.233/01. A União, por designação legal (artigo. 102-A, da Lei Federal nº 10.233/01), foi designada sucessora do extinto DNER. Reforma da sentença, para o reconhecimento da legitimidade passiva exclusiva da União.
2. Nexo causal da responsabilidade civil da União: na rodovia federal, o veículo da vítima trafegava em velocidade compatível com o local, quando, ao ser danificado em um buraco, desgovernou-se, atravessou para a pista de mão inversa e veio a colidir com um caminhão.
3. Prova a respeito do nexo causal: depoimentos testemunhais compatíveis com as fotografias relativas ao acidente.
4. Cabimento do dano moral, inclusive aos filhos maiores da vítima fatal. A premissa, para o ressarcimento, está na matriz sensorial, na dependência afetiva, não econômica.
5. Não cabe o ressarcimento pelo funeral, se a prova documental demonstra que as despesas foram pagas por terceiro.
6. Não cabe a indenização, por dano material, à viúva, se não houve alteração da situação alimentar dela. O falecido era sócio de empresa comercial e a viúva o sucedeu na posição e na retirada do "pro labore", como demonstram as declarações de rendimentos entregues à Receita Federal.
7. Provimento à apelação dos filhos maiores, para a fixação do ressarcimento, pelo dano moral. Provimento à apelação da União e à remessa oficial, para: 
a) a redução da indenização relativa ao dano moral, para a viúva; 
b) a declaração de inexistência do dever de indenização, por dano material, à viúva; 
c) a declaração de inexistência do dever de indenização, pelas despesas de funeral.
 Acordão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, dar provimento à apelação dos autores, da União e à remessa oficial, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
V - DOS PEDIDOS
A - O ressarcimento das despesas sofridas nos termos do Artigo 948, CC, devidamente corrigido e acrescido com o estabelecimento da obrigação de indeniza-la pelas perdas e danos materiais.
B - A concessão de pensão alimentícia em valor equivalente ao salário mínimo ou conforme o Magistrado julgar necessário, desde que este não seja menor que o mínimo pedido.
C - Que a pesão se extenda até quando o falecido completaria 74 anos de idade.
D - Deixar expresso a não possibilidade para audiência de mediação e conciliação.
E - Pagamento dos honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa.
F - Pagamento das custas processuais a serem fixadas.
G - O deferimento do pedido de gratuidade de justiça.
VI - DAS PROVAS
Protesta ainda a produção de todas as provas em direito admitido na amplitudedos Artigos 369 e seguintes, CPC.
VII - DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-à o valor da causa de R$6.000,00 (SEIS MIL REAIS), somado aos danos morais o valor será de fixado em R$... (...) .
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Estado ..., dia ..., mês ..., ano ... .
Advogado ..., OAB/Estado ... .

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