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Capítulo 1 1.0 – Tudo tem como objetivo um bem qualquer, e o bem é aquilo que todas as coisas tendem; 1.1 – Os fins e ações são muitos, e quando são colocados todos juntos em uma faculdade, não faz diferença se os fins da ação sejam a atividade, pois muitas vezes incluem uma terceira pessoa para que essa atividade seja concluída. 2.0 – Se para tudo o que fazemos existe um fim e todos desejamos alcançar ele, e não o desejarmos com vista em outra coisa, esse será o bem sumo. 2.1 – O estudo é a arte mestra, afinal é com ele que fazemos o uso das ciências e faculdade, além da política ter a mesma natureza, pois o Estado define o que cada cidadão deve aprender e até quando. 2.2 – A política envolve todas as ciências e sua finalidade é o bem humano. O fim é o mesmo tanto para o indivíduo quanto para o Estado, porém, para o Estado é algo maior e complexo por englobar várias pessoas, nações. 3.0 – A grande variedade de opiniões que a ciência política abriga são consideradas existentes por convenção, e não por natureza. 3.1 – Sempre devemos procurar indicar a verdade, assim sempre iremos tirar conclusões da mesma natureza. 3.2 – Sempre que conhecemos algo novo, já nos consideramos capazes de julgar tal coisa e com base nisso, um jovem não é um bom ouvinte político, pois não tem experiências nem vivencias na área e está sujeito a seguir suas paixões, o que estragaria o estudo da política; 4.0 – Todo conhecimento e trabalho tem como resultado um bem, que é o objetivo da ciência política (a maior ciência e o mais alto dos bens que se possa alcançar) 4.1 – Identificam como felicidade o bem viver e o bem agir, mas isso depende da situação, por exemplo: para um doente, felicidade é ter saúde. 4.2 – Platão perguntava: “Nosso caminho parte dos primeiros princípios ou se dirige para eles?" e Aristóteles responde que devemos começar pelo o que é conhecido: nós mesmos, o fato é o ponto de partida. 5.0 – A maioria dos homens indicam o bem e a felicidade como prazer e como efeito disso existem três tipos de vida: a política, a do prazer e a contemplativa. 5.1 – A maioria dos homens se mostra igual, preferem uma vida acomodada e são escravas disso. 5.2 – A honra é a finalidade da vida política, que é vista como felicidade para quem vivencia a política. Os homens buscam a honra para se convencer de que são bons. 5.3 – Poderíamos dizer que a virtude é a finalidade da política, mas virtudes são incompletas, pois qualquer um pode ser virtuoso. 5.4 – A vida do ganho é a mais forçada. A riqueza é apenas algo útil e ambicioso. 6.0 – Na discussão sobre o bem universal é necessário se afastar de tudo o que dificulta a investigação e a amizade interfere neste processo. Os filósofos dizem: “A piedade exige que honremos a verdade acima de nossos amigos.” 6.1 – A palavra bem se encaixa na categoria substância, qualidade e relação. Substância é aquilo que vem antes da natureza, é o que existe por si mesmo de modo que não tenha uma ideia por cima do bem. 6.2 – O bem não é algo único e presente em todos os lugares, pois se fosse dessa maneira não se encaixaria em tantas categorias. 6.3 – A ciência é uma só, que inclui várias divisões e categorias. 6.4 – Para os platônicos existem os bons, que são os bens amados por si mesmos. 6.5 – O conceito do bem é idêntico em todas as formas. 6.6 – Conhecendo os bens somos capazes de alcança-los, mas às vezes ao estudarmos as ciências esquecemos o conhecimento do bem. 7.0 – O bem que procuramos tem o mesmo conceito, mas atua de maneira diferente nas ações. Tendo o bem em vista os homens realizam o que querem. 7.1 – Nem todos os fins são absolutos, somente o bem sumo. 7.2 – Os fins são vários, mas escolhemos apenas alguns e os que escolhemos será o fim absoluto; 7.3 – Absoluto e incondicional é o que desejamos em nós mesmos e nunca com interesse em outra coisa 7.4 – A felicidade é sempre procurada e nunca vista em outras coisas. Acreditamos que a posse da felicidade nos tornará mais felizes. 7.5 – O bem absoluto é considerado autossuficiente, torna a vida desejável. A felicidade também é autossuficiente e absoluto, é uma finalidade de ação. 7.6 – A razão é os olhos da alma e a atividade do homem é o raciocínio, o intelecto, que o difere dos outros animais. 8.0 – Os bens são divididos em três áreas: exterior, corpo e alma. Os mais verdadeiros são aquele próximos à alma, as atividades psíquicas. Também podemos dizer que o fim é certas ações e atividades, incluindo os bens de alma. 8.1 – O homem feliz vive bem e age bem. 8.2 – Alguns identificam a felicidade como virtude, sabedoria prática ou filosófica. 8.3 – O prazer é um estado da alma e é diferente para cada homem, pois é aquilo que ele ama. 8.4 – A felicidade é algo nobre e que necessita de fatores externos, pois é quase impossível realizar atos nobres sem os meios. Está entre as coisas mais divinas. 9.0 – A felicidade não é um estado natural, é a prática de vida pública, orientando e capacitando as pessoas a terem ações nobres. Crianças são felizes pela esperança nelas depositada. 10.0 – Não devemos esperar nossas vidas acabarem para concluirmos se fomos felizes ou não. 10.1 – As atividades virtuosas são mais valiosas e duráveis do que o próprio conhecimento das ciências. 12.0 – A felicidade pertence ao número de coisas que são louvadas. O louvor faz parte da virtude, pois graças ao louvor as pessoas tendem a praticar ações nobres. 12.1 – A felicidade é nosso primeiro principio, pois tendo ela em vista, fazemos tudo o que fazemos. 13.0 – O homem verdadeiramente político se vangloria de ter estudado as virtudes, e vemos isso nos legisladores, que querem que os cidadãos sigam as leis; 13.1 – Por virtude humana entendemos as virtudes da alma. O político deve estudar a alma. 13.2 – A virtude se divide em espécies: intelectuais (filosófica, compreensão e sabedoria prática) e morais (liberdade e temperança). 13.3 – Louvamos o sábio, ao hábito; e aos hábitos dignos de louvor chamamos virtudes. Capítulo 3 1.0 – Virtude se relaciona com paixões e ações. 1.1 – São consideradas involuntárias as coisas que acontecem por compulsão ou ignorância. 1.2 – Quando praticamos algo para evitarmos coisas ruins ou com um propósito nobre, essas ações são discutidas entre voluntárias e involuntárias, porém estão mais próximas das voluntárias, por fazer uso da razão no momento da ação. 1.3 – Os dois termos (voluntário e involuntário) são usados em referencia ao momento da ação. Voluntário é aquilo que movimenta o corpo em tais ações e nós somos responsáveis por realiza-lo ou não. 1.4 – Os homens são louvados quando suportam dores por fins nobres. Se enfrentarem isso sem grandes razões são considerados inferiores, essas ações não serão louvadas, mas sim perdoadas. 1.5 – Agir por compulsão é como se seu princípio motor estivesse do lado de fora, não é controlado pelo homem. 1.6 – Pessoas que agem por ignorância, as que se arrependem são consideradas agentes involuntários e as que não se arrependem são não-voluntárias. 1.7 – Todo homem perverso ignora o que se deve ou não fazer, isso os torna injustos e maus. 2.0 – A escolha não é voluntária, pois envolve o uso do pensamento e raciocínio, enquanto o voluntário age no momento da ação. Desejo é próximo da escolha, porém o que difere é que podemos desejar coisas impossíveis, que não somos capazes de realizar. 2.1 – Nem tudo o que é voluntário é objeto de escolha. 3.0 – Temos que estabelecer uma finalidade para encontrar e deliberar meios de chegar até ela. 3.1 – Toda deliberação é uma investigação, pois precisamos concluir a decisão de maneira racional e prática. 3.2 – A escolha é um desejo deliberado do que está no nosso alcance. 4.0 – O engano tem a ver com o prazer, pois parece ser bom sem realmente ser. 5.0 – Tudo depende de nós: praticar ações nobres, boas e virtuosas ou viciosas, más e vis. 5.1 – A maldade é voluntária. Ninguém é estimulado a fazer coisas que não esteja o seu alcance. 5.2 – Os vícios da alma e do corpo são voluntários 5.3 – Além de serem meios, as virtudes são disposições de caráter. Tendem ter sua própria natureza e são voluntárias. 6.0 – A coragem é o meio termo entre a confiança e o medo. Medo pode ser definido como aspecto do mal. 7.0 – Coisas terríveis são relativas para os homens, sentimos medo e bravura por coisas diferentes. 7.1 – O homem bravo é aquele que enfrenta o que teme, sente e age de acordo com o mérito. O corajoso escolhe e suporta as coisas porque é nobre. 8.0 – Existem cinco espécies de coragem: Cidadão Soldado: os soldados convocados para guerras são os que mais chegam perto da verdadeira coragem, fica expostos a desonras e as glórias causadas pelas guerras. Experiência em relação a fatos particulares: coragem é identificada como conhecimento, quando desafiada por perigos. Paixão: é confundida com coragem. Os apaixonados são considerados bravos, pois se arriscam por motivos nobres, que valham a pena. Otimismo: os otimistas se demonstram corajosos e bravos diante de situações perigosas e são muito confiantes. Ignoram o perigo: são bravas e otimistas. 9.0 – A coragem tem mais relação com o medo, pois é muito mais difícil enfrentarmos aquilo que nos causa dor. 10.0 – A temperança faz parte das virtudes irracionais, é um meio termo entre os prazeres do corpo e do espírito. 10.1 – O amor à honra e o amor ao estudo são prazeres da mente. 10.2 – Temperança não cabe à alma. 10.3 – Deixar se levar pela temperança é uma atitude dos brutos. 11.0 – O intemperante quer passar os limites naturais e do prazer. 11.1 – A intemperança faz com que as pessoas desejem todas as coisas agradáveis a qualquer custo e sofrem por causa do prazer. 12.0 – A intemperança é mais voluntária que a covardia, pois o intemperante não foge de um sentimento, só o procura mais e mais 12.1 – Crianças também estão a margem da intemperança, pois precisam ser ensinadas a terem seus apetites controlados 12.2 – O homem intmperante tem que se harmonizar com a razão para guiar suas tendências.
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