Unidade III Do Litisconsorcio

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Roteiro Estudos - DPC I – Prof. MsC. Chrystyan Costa – Estacio Fap 
Fonte: Alexandre Câmara e outros. 
 
 
DO LITISCONSÓRCIO 
I – Conceito: é a pluralidade de demandantes ou de demandados em um mesmo processo. 
Quando houver esta configuração podemos dizer que temos um PROCESSO 
LITISCONSORCIAL. 
II - PREVISÃO/HIPÓTESES 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, 
em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de 
pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de 
direito. 
 I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
Aqui ou os demandantes ou os demandados são titulares do mesmo DIREITO ou da mesma 
OBRIGAÇÃO. 
Ex: cônjuges, casados no regime de comunhão de bens, reivindicam em juízo o direito sobre 
um bem imóvel que esta com outrem (titulares do mesmo direito) 
 II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
Aqui ocorre quando os litisconsortes cumularem (ou quando em face deles forem 
cumuladas) demandas conexas pelo objeto ou pela causa de pedir. 
Ex: dois acionistas de uma companhia por motivos diferentes pretendem a anulação de uma 
assembleia geral de acionistas, formulam suas demandas em um só processo (conexão pelo 
pedido) 
 III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
Aqui ocorre quando duas ou mais pessoas se juntarem para ajuizar demandas cumuladas (ou 
quando em face delas forem ajuizadas tais demandas cumuladas) com base em um só 
elemento de FATO ou de DIREITO que lhes sejam a fim. 
Ex: servidores públicos que em litisconsórcio pedem a inclusão em suas remunerações de 
certa gratificação devida em função de alguma atividade que exercem, tendo por fundamento o 
MESMO DISPOSITIVO LEGAL. 
 
 
 
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III – CLASSIFICAÇÃO 
a. Quanto à posição em que o mesmo se forma: 
 
1. Ativo: quando a pluralidade de sujeitos concentra-se no polo ativo; 
2. Passivo: quando a pluralidade de sujeitos concentra-se no polo passivo; 
3. Misto: quando a pluralidade de sujeitos concentra-se nos dois polos da relação 
processual. 
 
b. Quanto à obrigatoriedade ou quanto ao poder de aglutinação: 
 
1. Facultativo ou não obrigatório, quando a presença de todos os litisconsortes não é 
necessária para o exame do mérito da causa; 
 
2. Necessários ou obrigatório, no qual todos os litisconsortes devem estar presentes, sob 
pena de inexistência jurídica, ineficácia ou nulidade absoluta do processo, segundo a 
doutrina. 
 
O LITISCONSORCIO NECESSÁRIO É SEMPRE PASSIVO, em respeito a liberdade de 
demanda (vontade) e ao direito de acesso a justiça (daquele que deseja demandar). 
 
O LITISCONSÓRCIO ATIVO é sempre FACULTATIVO, posto que não se pode obrigar 
ninguém a estar com outrem em juízo, e, a negativa de estar em juízo de alguém não 
pode impedir o direito de demandar de outrem. 
 
Aqui só teremos o conceito de PARTE LEGÍTIMA se todos os membros ou integrantes 
estiverem reunidos em um só processo. 
Ex: AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO PROPOSTO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO (artigo 
1549 do CC). O polo passivo será sempre o CASAL, portanto, exigindo a presença dos cônjuges, 
sob pena de faltar uma das CONDIÇÕES DA AÇÃO. 
IV – ESPÉCIES 
A. LITISCONSORCIO NECESSÁRIO. Ocorre por determinação legal ou em razão da 
natureza da relação jurídica deduzida no processo, havendo certa margem de 
discricionariedade para a decisão do juiz. 
Previsão 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou 
quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da 
sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
 
 
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 Por determinação legal. Sem não formar o litisconsórcio o processo é nulo. 
 
Ex: ação de usucapião – artigo 246, parágrafo 3º do CPC;; Mandado de segurança – 
autoridade coatora e o beneficiado pelo ato ilegal. 
 
 Por natureza da relação jurídica, ou seja, são processos em que se controverte sobre 
uma relação jurídica que conduz a decisões judiciais que atingirão inevitavelmente 
todos os sujeitos, NÃO SE PODENDO SEPARÁ-LA PARA ATINGIR UM E NÃO AFETAR O 
OUTRO. 
Ex: Ação de inventário e partilha; Ação de nulidade de casamento movida pelo MP - art. 1.549 
do CC; AÇÃO PAULIANA; Ação anulatória de negócio jurídico. 
PRAZO PARA CITAÇÃO/EXTINÇÃO DO PROCESSO 
Art. 115. Parágrafo único. Nos casos de LITISCONSÓRCIO PASSIVO 
NECESSÁRIO, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de 
todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob 
PENA DE EXTINÇÃO DO PROCESSO. 
B. O LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO: ocorre nas hipóteses do artigo 113 do CPC, em que 
a formação do mesmo depende exclusivamente da vontade das partes, não havendo 
imposição legal e nem tão pouco a natureza da relação jurídica que não seja cindível. 
B.1. Litisconsórcio Multitudinário (Artigo 113, PARÁGRAFO 1º e 2º do CPC). Ocorre nas 
hipóteses de litisconsórcio facultativo, em que haja excessivo número de litisconsortes, 
suficiente para comprometer a celeridade processual, para dificultar o exercício do direito 
de defesa ou, até mesmo, inviabilizar a demanda. 
 O demandado agora pode requerer ao juiz a limitação do numero de litisconsortes, NO 
PRAZO DO OFERECIMENTO DA DEFESA, levando a interrupção do prazo, que será 
restituído por inteiro, a contar da data de intimação da decisão do juiz que DEFERE ou 
INDEFERE ESTE PEDIDO. 
 
C. Quanto ao regime de tratamento dos litisconsortes. 
 
1. Especial ou unitário, no qual a decisão do juiz necessariamente será igual para todos 
os litisconsortes em função da natureza da relação jurídica que não pode ser separada, 
tal como ocorre na ação de anulação de casamento, inventário e partilha, onde 
qualquer decisão dirá sempre respeito a ambos os interessados. 
 
 No litisconsórcio unitário as partes mesmo diferentes, são tratadas como se fosse 
uma só, logo, a decisão é uma para todos eles, conforme preceitua o artigo 117 do 
CPC: 
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Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas 
relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto 
no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de 
um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. 
 No litisconsórcio unitário, se um contesta aproveita os demais; se um recorre 
aproveita os demais, pois estão ligados pelo MESMO FATO. Agora se uma deles omite 
um ato, o prejuízo não afeta os demais. 
 
 O litisconsórcio unitário pode ser FACULTATIVO ou NECESSÁRIO: 
 
 Todo litisconsórcio necessário por disposição legal, não impõe que seja unitário; 
 Todo litisconsórcio necessário em face da relação jurídica, impõe ser unitário. Ex: ação 
de anulação de casamento; 
 Nem todo o litisconsórcio unitário será necessário. 
 
Ex: do litisconsórcio ativo, no caso de condôminos que ajuízam ação para anular a 
assembleia de condôminos, o resultado será único para os autores, mas eles não são 
obrigados a estarem juntos, até porque no ordenamento jurídico brasileiro não se tem 
a figura do litisconsórcio ativo necessário. 
 Litisconsórcio necessário pode ser simples. AÇÃO DE USUCAPIÃO. Onde se tem o 
litisconsórcio ativo e passivo, contudo, ao analisar a questão fática específica, ojuiz 
poderá decidir de forma diferente, para cada uma dos litisconsortes passivos 
(proprietários e confinantes). 
 
2. Comum ou simples, quando a decisão proferida pelo juiz pode ser diferente para cada 
um dos litisconsortes (art.116 do CPC); 
Ex: acidente de ônibus, onde todos podem demandar juntos, mas a decisão será de acordo 
com a extensão do prejuízo, do dano de cada um dos litisconsortes. 
INDEPENDÊNCIA DE ATOS PROCESSUAIS ENTRE OS LITISCONSORTES 
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o 
andamento do processo, e todos devem ser intimados dos 
respectivos atos. 
D. Quanto ao momento de sua formação. 
 
1. Originário ou inicial, formado desde o inicio da ação, sendo essa a regra geral; 
2. Superveniente ou ulterior, formado em momento posterior ao inicio da ação. 
 
 Aqui nesta modalidade podemos ter 04 hipóteses: 
a. Nos casos de litisconsórcio necessário não apontado pelo autor na inicial; 
b. Quando houver sucessão processual em razão da morte de uma das partes 
(herdeiros e sucessores);