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Curso de 
Alimentação e Nutrição de 
Cães e Gatos 
MÓDULO II 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
Energia e nutrientes 
 
Antes de iniciarmos o estudo das necessidades nutricionais e das 
características dos alimentos utilizados na nutrição e alimentação dos animais de 
companhia, é necessário que se faça uma breve revisão dos princípios básicos da 
nutrição, ressaltando as características particulares de cães e gatos. 
De forma geral podemos dizer que o termo nutrição se refere ao estudo dos 
alimentos, assim como dos nutrientes e outros componentes que estes contenham. 
Isto inclui o estudo da ação dos nutrientes específicos, suas interações e seu 
equilíbrio na dieta. Além disso, a ciência da nutrição inclui o exame do modo como o 
animal ingere, digere, absorve e utiliza os nutrientes. Nutriente seria qualquer 
substância que, administrada ao organismo, participe dos processos metabólicos 
normais e contribua para a manutenção da vida. Nenhum nutriente, isoladamente, 
consegue promover a manutenção dos processos metabólicos normais de um 
animal, assim como existem nutrientes que, tomados de forma isolada, não podem 
ser conceituados como alimento. 
Por sua vez, a definição conceitual de alimentação seria a ação fisiológica 
de ingerir, por vontade própria, substâncias que assegurem, pelo menos, a 
manutenção da vida. Por conseqüência, alimento pode ser definido como toda a 
substância que, ingerida por vontade própria, elimine a fome, contribuindo com pelo 
menos um nutriente básico. Assim, alimentos contêm nutrientes (em maior ou 
menor quantidade) que, quando combinados em proporções adequadas para cada 
espécie, constituem a dieta. 
A seguir, apresentaremos as principais informações a respeito da energia e 
dos princípios nutritivos (água, proteína, lipídeos, carboidratos, vitaminas e 
minerais). 
 
 
 
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Energia 
À exceção da água, a energia é o componente mais importante a se 
considerar em uma dieta. As plantas obtêm a sua energia da radiação solar, 
transformando-as em nutrientes que contêm energia. Alguns animais consomem 
plantas e delas utilizam diretamente a energia ou então os seus nutrientes em outras 
moléculas energéticas. A energia não é por si só um nutriente, mas uma propriedade 
obtida a partir da oxidação de três nutrientes: gorduras (lipídeos), carboidratos e 
proteínas. Nas plantas, os carboidratos constituem a principal forma de energia 
armazenada ao passo que nos animais a principal forma de armazenamento são os 
lipídeos. A energia é necessária para que o trabalho metabólico do organismo 
ocorra, incluindo a manutenção e a síntese de tecidos orgânicos, a atividade física e 
a regulação da temperatura corporal. 
Dessa forma, a principal demanda a ser satisfeita pelo animal é a calórica e 
somente após o atendimento dessas exigências é que os nutrientes são 
direcionados a outras funções. A energia é assim uma propriedade de alguns 
nutrientes e pode ser mensurada a partir da produção de calor, sendo expressa em 
duas unidades: quilocalorias (Kcal) ou quilojoules (KJ), onde uma caloria equivale a 
4,184 KJ. No Brasil, a unidade de medida mais comumente utilizada é a de Kcal. 
Os cães e gatos precisam de energia para suportar o metabolismo durante a 
manutenção, o crescimento, a reprodução, a lactação e a atividade física. Na 
ausência de energia adequada, o desempenho animal será regular, e haverá uma 
depleção de energia e dos estoques de nutrientes. 
No entanto, o aproveitamento de energia por qualquer espécie animal nunca 
é de 100%. Durante a oxidação dos nutrientes, ocorrem perdas nas fezes, na urina, 
nos gases provenientes de fermentação e no próprio metabolismo (incremento 
calórico) o que faz com que a eficiência de utilização seja diferente, dependendo do 
alimento e da capacidade que o sistema digestivo daquela espécie tem em utilizá-lo. 
Dessa forma, a partição energética leva à classificação da energia em energia bruta, 
digestível, metabolizável e líquida. 
A energia bruta (EB) é definida como a energia química total proveniente da 
combustão completa do alimento em bomba calorimétrica. Por sua vez, a energia 
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digestível (ED) é aquela disponível para ser absorvida pela mucosa intestinal, e é 
obtida descontando as perdas de energia através das fezes (ED= EB- energia das 
fezes). Já a energia metabolizável (EM), é aquela disponível para ser utilizada pelos 
tecidos do organismo e considera as perdas adicionais de energia na urina. As 
perdas pela produção de gases no trato digestivo também deveria ser considerada 
nesta fase. 
 No entanto, em cães e gatos, esta perda é mínima e geralmente não é 
registrada; assim, EM= ED- energia da urina. A EM pode ser dividida naquela pura 
que realmente poderá ser utilizada pelo organismo e a energia perdida durante a 
termogênese dietética (energia que o animal utiliza para metabolizar os nutrientes). 
A energia líquida (EL) considera as perdas oriundas da termogênese dietética e 
constitui a energia necessária para a manutenção de tecidos (metabolismo basal) e 
para a produção (crescimento, gestação, lactação e atividade física). Em cães e 
gatos, utilizam-se os sistemas que consideram a energia digestível e metabolizável, 
já que aqueles que consideram a determinação de energia líquida são 
procedimentos complexos e o número de dados desta, em animais de companhia, é 
bastante limitado. O esquema de partição energética está demonstrado na figura 9: 
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Figura 9- Partição da energia 
 
Por algum tempo considerou-se que o conteúdo de energia de um alimento 
era o principal fator que regulava o seu consumo. No entanto, devido aos diversos 
fatores internos e externos que exercem influência sobre a ingestão voluntária de 
cães e gatos, dentre os quais merece especial destaque a palatabilidade, este fator 
passou a exercer menor importância na quantidade de alimentos ingerida por cães e 
gatos. Por esse motivo, é fundamental que a alimentação de animais de companhia 
seja controlada, especialmente daqueles alimentos que possuem uma concentração 
energética muito alta, já que o consumo de quantidades de energia maior que as 
necessidades, pode levar a sobrepeso e à obesidade. 
Ressaltamos no início do curso que a nutrição pode ser dividida 
basicamente em dois grandes blocos: o da avaliação dos alimentos e o das 
exigências nutricionais das espécies, jáque a partir dessas duas informações 
conseguimos determinar o quanto de um determinado alimento um animal deve 
consumir. A exigência energética de cães e gatos em cada uma das fases 
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fisiológicas será tema do próximo módulo. Focaremos agora nosso estudo na 
avaliação do conteúdo de energia de alimentos para animais de companhia. 
Duas maneiras são possíveis para a determinação da concentração 
energética de uma dieta: a realização de ensaios com animais ou equações de 
predição. 
 
Protocolo mínimo para a determinação da energia metabolizável a 
partir de ensaios com animais 
 
Há duas metodologias para determinar a concentração energética de 
alimentos para cães e gatos quando se realiza ensaios com animais: a coleta total e 
o uso de indicadores. 
No entanto, antes de saber como se determina a energia metabolizável de 
um alimento, é preciso que se entenda o que é e como calcular a digestibilidade dos 
nutrientes, já que a digestibilidade da proteína é utilizada para determinação da 
energia metabolizável quando não se coleta a urina, conforme veremos adiante. 
Entende-se por digestibilidade uma medida de qualidade da dieta que 
determina de forma direta qual a proporção de nutrientes disponíveis para a 
absorção pelo organismo. Da mesma forma que ocorre com a energia, são 
consideradas as perdas de nutrientes nas fezes e por diferença calcula-se a 
quantidade assimilada. Quando esses resultados são expressos em porcentagem, 
obtemos o chamado “coeficiente de digestibilidade”. Este valor é denominado de 
aparente já que as fezes contêm alguns resíduos metabólicos que são provenientes 
do animal e não da dieta. A digestibilidade verdadeira pode ser determinada 
descontando-se a perda metabólica de nutrientes observada nas fezes. Para tanto, 
normalmente, faz-se isso submetendo os animais ao jejum ou fornecendo a eles 
uma dieta livre de proteína. A digestibilidade verdadeira é uma medida mais precisa, 
mas normalmente a maioria das pesquisas utiliza os valores de digestibilidade real, 
por serem mais facilmente obtidos e não exigirem métodos que causem desconforto 
aos animais experimentais. 
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A seguir, no quadro 1, há um exemplo de como determinar a digestibilidade 
aparente da matéria seca e da proteína bruta, extraído de Carciofi et al. (2006). 
 
Quadro 1- Cálculo da digestibilidade aparente de nutrientes (coleta total) 
Um cão foi submetido a um ensaio tendo sido obtido os seguintes resultados: 
 
 Consumo total de ração (a)= 1200 g 
 Excreção fecal (b) = 240 g 
 Proteína bruta da ração (c) = 24% 
 Proteína bruta das fezes (d) = 20% 
 
Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDAMS) 
CDAMS= [a-b] x 100 
 a 
CDAMS = [1200-240] x 100 = 80% 
 1200 
 
Coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta (CDAPB) 
CDAPB = [(c x a) – (d x b)] x 100 
 (c x a) 
CDAPB = [(24 x 1200) – (20 x 240)] x 100 = 83,3% 
 (24 x 1200) 
 
Para os demais nutrientes, o cálculo é o mesmo, devendo-se apenas 
substituir a concentração de PB pela concentração do nutriente de interesse. 
Fonte: Carciofi et al. (2006). 
 
 
Todos os valores realizados devem ser colocados na matéria seca, porção 
de alimento e fezes que contém os nutrientes e a energia. O restante corresponde à 
água. Assim, se um animal comeu 1320 g de um alimento que contém 90 % de 
matéria seca, ou seja, 10% de umidade, isto significa que ele ingeriu, na realidade, 
cerca de 1200 g de matéria seca. 
Por sua vez, a expressão do conteúdo dos nutrientes na matéria seca do 
alimento permite que nós façamos comparações entre alimentos que contenham 
teores de umidade distintos. Por exemplo, se digo que uma ração úmida (com cerca 
de 80% de água) tem 6% de proteína e, uma seca (cerca de 10% de água) tem 
26%, pareceria à primeira vista que elas teriam concentrações muito distintas deste 
nutriente. Devemos considerar, no entanto, que a água age como um diluente e se 
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convertermos a proteína para a matéria seca encontraremos teores de 29% para a 
ração seca e 30% para a ração úmida (quadro 2). 
 
Quadro 2- Correção dos teores de proteína para a matéria seca 
Ração seca 
 
10% umidade (90 % matéria seca) 
26% proteína na matéria natural 
 
26 ------- 90 
x ------- 100 = x= 26 x100/90 = 28,89% de proteína na matéria seca 
 
Ração úmida 
 
80% umidade (20 % matéria seca) 
6% proteína na matéria natural 
 
6 ------- 20 
x ------- 100 = x= 6x100/20 = 30% de proteína na matéria seca 
 
 
 É claro que o consumo dessas rações será bem distinto, já que a 
concentração energética, assim como a dos nutrientes, é menor no alimento úmido 
(como será visto adiante e no próximo módulo). Mas, não há como comparar 
alimentos com teores distintos de umidade sem realizar a conversão para a matéria 
seca. 
Feitas essas considerações, a seguir estarão descritos os protocolos para 
determinação da energia metabolizável a partir de ensaio com animais, segundo 
descrito por Carciofi et al. (2006). As indústrias de alimentos comerciais para cães e 
gatos normalmente realizam esses testes para verificar a digestibilidade de suas 
dietas e determinar o conteúdo de energia metabolizável. 
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No método de coleta total, a primeira etapa neste processo é o recebimento 
e a identificação da amostra. Os dados referentes ao alimento, tais como tipo, 
espécie e fase da vida para o qual é destinado, devem ser anotados, juntamente 
com a marca, fabricante, lote e data de fabricação da ração. Devem-se anotar os 
níveis de garantia de nutrientes e a lista de ingredientes presente no rótulo da ração, 
além de verificar e anotar as condições do produto, tais como odor, cor, aspecto, 
uniformidade, presença de contaminantes e presença de finos no saco. 
Posteriormente, amostra-se cerca de 500 g do alimento, devidamente identificado e 
vedado que será utilizado para a realização das análises laboratoriais. 
Os animais utilizados no teste (seis no mínimo) devem estar clinicamente 
sadios, sendo desverminados e vacinados. Para a determinação da energia 
metabolizável mediante a coleta de urina, os animais deverão ser mantidos em 
gaiolas metabólicas individuais, de inox, durante todo o período experimental. Caso 
a urina não seja coletada e a energia metabolizável seja estimada com base nos 
fatores de correção para a perda urinária (conforme será visto a seguir). Os animais 
poderão ser mantidos em gaiolas individuais equipadas com grade no fundo que 
permita a separação de fezes e urina, além de permitir a coleta quantitativa segura 
de fezes, admitindo-se também o uso de baias que permitam a coleta das fezes não 
contaminadas. 
O protocolo é dividido em duas fases, sendochamadas de adaptação e 
coleta. O período de adaptação é composto por um tempo mínimo de cinco dias, 
tendo por objetivo adaptar o animal à dieta, à gaiola, ajustar a ingestão de alimento 
e, quando necessário, verificar a manutenção do peso corporal. A fase de coleta 
deve constar de no mínimo 120 horas para cães e de sete dias para gatos. Durante 
este dia, toda a produção de fezes e/ou urina devem ser quantificadas e recolhidas. 
Na fase de coleta o consumo alimentar deve ser rigorosamente mensurado e 
registrado. O consumo alimentar deverá permanecer constante durante essa última 
fase, de forma a evitar variações de excreção. 
Para a fase de adaptação devem-se pesar os animais que participarão do 
ensaio e anotar o peso em local apropriado, junto com os dados e nome do mesmo. 
A quantidade de alimento fornecida a cada animal pode ser baseada na quantidade 
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necessária para manter o peso corporal ou estimada segundo as necessidades 
energéticas de manutenção, utilizando-se os procedimentos recomendados pelo 
NRC (2006) uma associação norte-americana de pesquisadores que determina as 
exigências nutricionais de diversas espécies, incluindo cães e gatos e que serão 
detalhadas no módulo 3. e que serão detalhadas no módulo 3. A quantidade diária 
de alimento pode ser fornecida uma vez ao dia ou dividida em duas porções. Deve-
se alimentar os animais sempre no mesmo horário ao longo do ensaio e a água deve 
estar disponível durante todo o período. Se, na adaptação, o alimento for rejeitado 
pelos animais ou a maior parte não consumir 75% da quantidade recomendada, o 
teste deverá ser interrompido. Para ensaios com ração semi-úmida e úmida, deve 
ser recolhida quantitativamente e armazenada em freezer (-15°C). Ao final do 
procedimento estas deverão ser homogeneizadas e sua matéria seca determinada. 
Esta sobra da matéria seca deverá ser empregada no cálculo da ingestão de ração. 
Por sua vez, na fase de coleta, a quantidade fornecida e as sobras devem 
ser pesadas em balança de precisão de no mínimo 0,01 g. As fezes devem ser 
coletadas no mínimo duas vezes ao dia, mas preferencialmente à medida que os 
animais defecarem, pesadas, armazenadas em saco plástico e congeladas para 
posterior análise de matéria seca e composição. Os frascos coletores de urina 
devem conter 1 ml de ácido sulfúrico 1Eq/L, com a finalidade de evitar a deterioração 
da amostra, ter o volume medido e congelado para posterior análise. Se não houver 
possibilidade de coleta da urina, podem ser utilizados fatores de correção para 
estimar as perdas, sendo estes de 1,25 ou 0,86 Kcal/g de proteína digestível 
ingerida (PDing), para cães e gatos, respectivamente. 
Seguindo o exemplo proposto anteriormente para avaliar a digestibilidade de 
nutrientes, nos quadros 3 e 4, estão demonstrados os cálculos da energia 
metabolizável aparente, com e sem colheita de urina, respectivamente. 
 
 
 
 
 
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Quadro 3- Cálculo de Energia Metabolizável Aparente (EMA) com colheita de urina 
Um cão foi submetido a um ensaio tendo sido obtido os seguintes resultados: 
Consumo total de ração (a)= 1200 g 
Excreção fecal (b) = 240 g 
Energia bruta da ração (c) = 4,2 kcal/g 
Energia bruta da urina (d) = 0,5 kcal/mL 
Volume de urina (e) = 400 mL 
Energia bruta das fezes (f) = 3,2 kcal/g 
EMA (kcal/g) = (ax c) – [(bx f) + (d x g)] 
 a 
EMA (kcal/g) = (1200 x 4,2) – [(240 x 3,2)]+ (0,5 x 400)] = 3,39 kcal/g ou 3390 
kcal/kg 
 1200 
Fonte: Carciofi et al. (2006). 
 
 
Quadro 4- Cálculo de Energia Metabolizável Aparente (EMA) sem colheita de urina 
Um cão foi submetido a um ensaio tendo sido obtido os seguintes resultados: 
Consumo total de ração (a)= 1200 g 
Excreção fecal (b) = 240 g 
Energia bruta da ração (c) = 4,2 kcal/g 
Energia bruta das fezes ( d ) = 3,2 kcal/g 
Fator de correção (e), segundo a AAFCO (2004) = cães: 1,25 kcal/g de 
proteína digestível ingerida (PDing) e gatos: 0,86 1,25 kcal/g de PDing 
EMA (kcal/g) = (ax c) – [(bx d) + ( e x proteína digestível ingerida)] 
 a 
PDing = [a x (c/100)] x (CDAPB/100) 
PDing = [1200 x (24/100)] x (83,33/100) = 239,9 g 
EMA (kcal/g) = (1200x 4,2) – [(240x 3,2) + ( 1,25 x 239,9)] = 3,31 kcal/g ou 3310 
kcal/kg 
 1200 
Fonte: Carciofi et al. (2006). 
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Diferente da coleta total, o método com uso de indicadores exige o preparo 
do alimento para o teste. Quando a ração a ser empregada, já se encontrar 
extrusada, deve-se calcular a quantidade de alimento necessário para realização do 
ensaio, moendo com peneira de 2,5 mm ou maior. Peneiras menores não devem ser 
utilizadas quando os produtos comerciais forem empregados no teste, pois uma 
moagem mais fina do produto em teste pode involuntariamente elevar a sua 
digestibilidade, levando a um resultado incorreto. Deve-se pesar exatamente a 
quantidade de ração obtida após a moagem e calcular a quantidade de óxido 
crômico a ser adicionada. Sugere-se adição de 0,25% a 0,35% de óxido crômico. 
Deve-se pesar a quantidade de indicador necessária para a adição na ração e 
guardar uma amostra de 2 g para uso nas análises laboratoriais, separando parte da 
ração moída em um recipiente (cerca de 5 Kg) e peneirando sobre ela o óxido 
crômico, em peneira fina, de forma a desfazer todos os grumos. À medida que o 
cromo é peneirado sobre a ração, deve ser misturado, para evitar a formação de 
novos grumos. 
Deve-se colocar a ração farelada e o conteúdo do recipiente (ração pré- 
misturada ao óxido crômico) no misturador e efetuar a mistura final do óxido crômico 
à ração. Depois, retirar 500 g de ração e armazenar em saco plástico apropriado 
devidamente identificado. Esta amostra será empregada para as determinações 
laboratoriais para o cálculo de digestibilidade e energia metabolizável. Quando o 
indicador for adicionado ao produto antes da extrusão, este deverá ser 
homogeneizado à pré-mistura dos ingredientes da ração e posteriormente extrusado, 
juntamente com o produto. 
O procedimento experimental incluindo o número mínimo de animais, fase 
de adaptação e de coleta, é semelhante ao do método de coleta total, com as 
seguintes particularidades: não é necessário colher todo o material fecal e nem 
quantificar o conteúdo alimentar, a ração farelada e misturada ao cromo deve ser 
fornecida aos animais, umedecida em água na forma pastosa. Gatos se recusam a 
ingerir o alimento dessa forma, sendo preferível para estes animais a utilização da 
coleta total ou a mistura do óxido crômico à ração antes da extrusão, e o óxido 
crômico contido nas fezes e no alimento deve ser quantificado por colorimetria ou 
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espectrofotometria de absorção atômica. No quadro 5 e 6 está demonstrada a 
determinaçãoda digestibilidade dos nutrientes e da energia metabolizável, 
respectivamente, com o uso de indicador. 
 
Quadro 5- Cálculo da digestibilidade aparente de nutrientes (método do indicador) 
Um cão foi submetido a um ensaio tendo sido obtido os seguintes resultados: 
 
Óxido crômico na ração (a)= 0,35% 
Óxido crômico nas fezes (b) = 2,1% 
Proteína Bruta da ração (c)= 24% 
Proteína Bruta das fezes (d)= 20% 
 
Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDAMS) 
 
CDAMS (%) = (1-a) x 100 
 b 
CDAMS (%) = (1-0,35) x 100 = 83,34% 
 2,1 
 
 
Coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta (CDAPB) 
 
CDAPB (%) = 100 – [100x (a) x (d)] 
 b c 
CDAPB (%) = 100 – [100x (0,35) x (20)] = 86,11% 
 2,1 24 
 
Para os demais nutrientes, o cálculo é o mesmo, devendo-se apenas 
substituir a concentração de PB pela concentração do nutriente de interesse. 
Fonte: Carciofi et al. (2006). 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 6- Cálculo de Energia Metabolizável Aparente (EMA) sem colheita de urina 
Um cão foi submetido a um ensaio tendo sido obtido os seguintes resultados: 
Óxido crômico na ração (a)= 0,35% 
Óxido crômico nas fezes (b) = 2,1% 
Proteína Bruta da ração (c)= 24% 
Proteína Bruta das fezes (d)= 20% 
Energia bruta da ração (e) = 4,2 kcal/g 
Energia bruta das fezes (f) = 3,2 kcal/g 
Fator de correção (g), segundo a AAFCO (2004) = cães: 1,25 kcal/g de 
proteína digestível ingerida (PDing) e gatos: 0,86 1,25 kcal/g de PDing 
 
 
EMA (kcal/g) = ED – [(PD/100) x g] 
Onde; ED- Energia digestível; PD- proteína digestível 
 
ED = [1- (a) x (f)] x e 
 b e 
 
ED = [1- (0,35) x (3,2)] x 4,2 = 3,6 
 2,1 4,2 
 
PD = [1- (a) x (d)] x c 
 b c 
 
PD = [1- (0,35) x (20)] x 24 = 20,68 
 2,1 24 
 
Então: 
 
EMA (kcal/g) = ED – [(PD/100) x g] 
EMA (kcal/g) = 3,6 – [(20,68/100) x 1,25] = 3,34 kcal/g ou 3340 kcal/kg de 
alimento. 
Fonte: Carciofi et al. (2006). 
 
 
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Através destes protocolos é que se determina a concentração energética de 
um alimento utilizando-se ensaios com animais. 
 
Determinação de energia metabolizável de um alimento a partir do uso 
de equações de predição: 
Em alguns casos, o valor de energia metabolizável não está presente nos 
rótulos das dietas destinadas aos animais de companhia. E, como a necessidade de 
energia determina qual é o consumo do animal, é primordial saber quanto de energia 
metabolizável um alimento possui. Por esse motivo, algumas equações foram 
desenvolvidas para esse fim. No entanto, é primordial que se saiba que uma 
equação só se ajusta adequadamente ao alimento se ele apresentar digestibilidade 
semelhante àquela com os quais a equação foi obtida. 
Os valores de energia metabolizável podem ser determinados a partir do 
conteúdo de carboidratos, lipídeos e proteína bruta de um determinado alimento. A 
primeira equação de predição foi obtida por Robner em 1901 para cães alimentados 
com carne e vísceras; seus fatores foram mais tarde modificados por Atwater (1902). 
Os fatores de 4 para proteína, 9 para gordura e 4 kcal/g para carboidratos (ENN) 
ainda funcionam relativamente bem para cães, quando ingredientes caseiros são 
utilizados: carne, vísceras (exceto ossos e farinha de ossos), frango, peixe, produtos 
de amido altamente purificados, produtos lácteos. Nesses alimentos, os ENN são 
basicamente açúcares ou amido. Os fatores de Atwater devem ser utilizados com 
alimentos altamente digestíveis, como os substitutivos do leite e alimentos líquidos 
para a nutrição enteral. Considerando-se os valores de energia bruta de 4,1 kcal/g 
para carboidratos, 9,4 kcal/g para gordura e 5,7 kcal/g para proteína e mais uma 
perda urinária de 1,25 de PD, os fatores de Atwater consideram uma digestibilidade 
de 98% para carboidratos, 96% para gordura e 90% para proteína e são 4, 9 e 4, 
respectivamente. 
No entanto, quando os fatores de Atwater são aplicados em dietas padrões 
para cães, eles superestimam os fatores de energia metabolizável da dieta. Dessa 
forma, esses fatores foram modificados de acordo com a digestibilidade das dietas 
aos quais foram aplicados. 
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Por esse motivo, foram criados os fatores modificados de Atwater (3,5 para 
proteína e carboidratos e 8,5 kcal/g para gordura) que são na maior parte derivados 
de alimentos comerciais padrões típicos disponíveis no mercado na década de 1970 
e início da década de 1980, mas que também podem super ou subestimar o 
conteúdo energético de muitos alimentos atuais. Esses fatores podem ser aplicados 
para dietas que contenham digestibilidade, como a de alimentos padrão, já que 
consideram coeficientes de digestibilidade de 80, 90 e 85% para proteína, lipídeos e 
carboidratos, respectivamente. 
Os fatores e os coeficientes de digestibilidade das fórmulas de Atwater e de 
Atwater modificado estão demonstrados no quadro 7. 
 
Quadro 7- Fatores de Atwater e Atwater modificado e seus coeficientes de 
digestibilidade 
Nutriente 
Coeficiente de 
digestibilidade 
dos alimentos 
para humanos
Fator de Atwater
Coeficiente de 
digestibilidade 
dos alimentos 
para animais 
Fator de 
Atwater 
modificado 
Proteínas 
Lipídeos 
Carboidratos 
91% 
96% 
96% 
4 kcal/g 
9 kcal/g 
4 kcal/g 
80% 
90% 
85% 
3,5 kcal/g 
8,5 kcal/g 
3,5 kcal/g 
Fonte: Case et al. (1998) 
 
Para calcular a fração carboidrato (ENN) a ser utilizada nessas fórmulas, é 
necessário que se conheça os níveis de umidade, proteína bruta, extrato etéreo, 
fibra bruta e matéria mineral do alimento. Ele é o resultado da seguinte subtração: 
100 – (umidade+ proteína bruta + extrato etéreo + fibra bruta + matéria mineral). 
Assim, se um rótulo diz que uma ração para gatos contém 12 % de umidade, 10% 
de extrato etéreo, 30% de proteína bruta, 4% de fibra bruta e 10% de matéria 
mineral, ele terá 34% de ENN (extrativos não nitrogenados, ou seja, carboidratos), já 
que o ENN = 100- (12+10+30+ 4+10). 
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No entanto, atualmente, existe no mercado um grande número de alimentos 
com digestibilidades variando de menos de 70 a mais de 90%, o que não permite o 
uso de uma única equação com fatores para macronutrientes. A variação na 
digestibilidade não é menor dentro de uma mesma categoria de alimentos (seco, 
úmido ou semi-úmido), dessa forma o uso de equações diferenciadas para cada 
categoria não resolve o problema. Algumas equações têm utilizado a concentração 
de energia bruta ou fibra (fibra bruta, fibra dietética total ou fibra total) para predizer a 
digestibilidade da energia. O uso do conteúdo de fibra bruta em equações para a 
predição da digestibilidade da energia abrange uma grande variedade de alimentospreparados para cães e gatos (quadros 8 e 9). No entanto, em alimentos com um 
conteúdo de fibra acima de 8% na matéria seca e com uma alta porcentagem de 
polissacarídeos não amiláceos na fração de fibra bruta, os valores são 
sistematicamente subestimados. 
 
Quadro 8- Equações de predição da energia metabolizável (EM) em alimentos para 
cães 
Para alimentos não processados ou comida caseira, tais como carnes, 
vísceras, produtos lácteos, fontes de amido cozidos, produtos altamente digestíveis 
(>90%), tais como substitutivos do leite ou dietas enterais: 
EM (kcal/g) = (4 x g de proteína) + (9 x g de gordura) + (4 x g de ENN) 
Alimentos comerciais: 
Passo 1- Determinar a energia bruta por bomba calorimétrica ou através da 
seguinte equação: 
EB (kcal/g) = (5,7 x g de proteína) + (9,4 x g de gordura) + [4,1 x (fibra bruta + ENN)] 
Passo 2- Determinar a porcentagem de digestibilidade da energia (DE) a 
DE (%) = 91,2 – (1,43 x % FB na matéria seca) 
 Passo 3 - Determinar a energia digestível (ED) 
ED (kcal/g) = (EB x % DE/100) 
 Passo 4 - Determinar a energia metabolizável (EM) 
EM (kcal/g) = ED- (1,04 x g proteína) 
a Equação alternativa usando fibra dietética total: DE (%) = 96,6 – (0,95 x % FB na matéria seca) 
Fonte: National Research Council (2006). 
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Quadro 9- Equações de predição da energia metabolizável (EM) em alimentos para 
gatos 
Para alimentos não processados ou comida caseira, tais como carnes, 
vísceras, produtos lácteos, fontes de amido cozidos, produtos altamente digestíveis 
(>90%), tais como substitutivos do leite ou dietas enterais: 
EM (kcal/g) = (4x g de proteína) + (9 x g de gordura) + (4 x g de ENN) 
Alimentos comerciais: 
Passo 1- Determinar a energia bruta por bomba calorimétrica ou através da 
seguinte equação: 
EB (kcal/g) = (5,7 x g de proteína) + (9,4 x g de gordura) + [4,1 x (fibra bruta + ENN)] 
Passo 2- Determinar a porcentagem de digestibilidade da energia (DE)a 
DE (%) = 87,9 – (0,88 x % FB na matéria seca) 
 Passo 3 - Determinar a energia digestível (ED) 
ED (kcal/g) = (EB x % DE/100) 
 Passo 4 - Determinar a energia metabolizável (EM) 
EM (kcal/g) = ED- (0,77 x g proteína) 
a Equação alternativa usando fibra dietética total: DE (%) = 95,6 – (0,89 x % FB na matéria seca) 
Fonte: National Research Council (2006). 
 
 
Atualmente, tem-se recomendado a utilização das fórmulas propostas pelo 
NRC (2006) para a determinação da energia metabolizável: a de Atwater modificado 
para alimentos caseiros e não processados e aquela a partir da energia bruta para 
os comerciais. O guia nutricional da Associação Nacional dos Fabricantes de 
Alimento pet propõe isso. No entanto, por questões práticas, pode ser utilizada a de 
Atwater modificado, dependendo da digestibilidade estimada da ração, ou seja, se 
ela é compatível com os coeficientes adotados por essa equação (de 80-90%, o que 
podemos supor a partir da composição básica do produto). 
Tomando como exemplo os níveis de garantia da ração para gatos citada 
anteriormente e de outra mais úmida para a mesma espécie, vamos determinar o 
conteúdo de energia metabolizável utilizando as três fórmulas apresentadas: 
 
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Nível de garantia do produto: 
Seco 
12% de umidade (máx.), 10% de extrato etéreo (mín.), 30% de proteína 
bruta (mín.), 4% de fibra bruta (máx.) e 10% de matéria mineral (máx.) e 34% de 
ENN (calculado). 
Úmido 
80% de umidade (máx.), 3% de extrato etéreo (mín.), 8% de proteína bruta 
(mín.), 1,5% de fibra bruta (máx.) e 2,5% de matéria mineral (máx.) e 5% de ENN 
(calculado). 
 
1ª equação: Atwater 
EM (kcal/100 g) = (PB x 4) + (EEx 9) + (ENN x 4), 
onde PB=proteína bruta, EE= extrato etéreo e ENN = extrativo não nitrogenado 
 
Seco 
EM (kcal/100 g) = (30 x 4) + (10 x 9) + (34 x 4) = 120 + 90 + 136 = 346 
kcal/100g ou 3460 kcal/kg. 
Note que por utilizarmos os valores de 30, 10 e 34, que estão expressos em 
porcentagem, obtivemos o valor em kcal/100g. Se tivéssemos utilizado gramas de 
nutriente por grama de alimento (0,3, 0,1 e 0,34) obteríamos o valor de 3,46 kcal/g. 
Normalmente, os valores são expressos em kcal/kg; nesse caso basta multiplicar o 
valor obtido por 10 (se utilizarmos valores expressos em %) ou por 1000 (se 
usarmos o valor de g do nutriente). 
 
Úmido 
EM (kcal/100 g) = (PB x 4) + (EEx 9) + (ENN x 4), 
onde PB=proteína bruta, EE= extrato etéreo e ENN = extrativo não nitrogenado 
EM (kcal/100 g) = (8 x 4) + (3 x 9) + (5 x 4) = 32 + 27 + 20 = 79 kcal/100g ou 
790 kcal/kg. 
 
 
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2ª equação: Atwater modificado 
Seco 
EM (kcal/100 g) = (PB x 3,5) + (EEx 8,5) + (ENN x 3,5), 
onde PB=proteína bruta, EE= extrato etéreo e ENN = extrativo não nitrogenado 
 
EM (kcal/100 g) = (30 x 3,5) + (10 x 8,5) + (34 x 3,5) = 105+ 85+ 119 = 309 
kcal/100g ou 3090 kcal/kg. 
Note que por utilizarmos os valores de 30, 10 e 34, que estão expressos em 
porcentagem, obtivemos o valor em kcal/100g. Se tivéssemos utilizado gramas de 
nutriente por grama de alimento (0,3, 0,1 e 0,34) obteríamos o valor de 3,09 kcal/g. 
Normalmente, os valores são expressos em kcal/kg; nesse caso basta multiplicar o 
valor obtido por 10 (se utilizarmos valores expressos em %) ou por 1000 (se 
usarmos o valor de g do nutriente). 
 
Úmido 
EM (kcal/100 g) = (PB x 3,5) + (EEx 8,5) + (ENN x 3,5), 
onde PB=proteína bruta, EE= extrato etéreo e ENN = extrativo não nitrogenado 
 
EM (kcal/100 g) = (8 x 3,5) + (3 x 8,5) + (5 x 3,5) = 28 + 25,5 + 17,5 = 71 
kcal/100g ou 710 kcal/kg. 
 
3ª equação: NRC 2006 
Seco 
EB (kcal/g) = (5,7 x 0,3) + (9,4 x 0,1) + [4,1 x (0,04 + 0,37)] = 1,71+ 0,94 + 
1,681 = 4,331 kcal/g ou 4331 kcal/kg 
 
DE (%) = 87,9 – (0,88 x % FB na matéria seca) 
DE (%) = 87,9 – (0,88 x 4,55*) = 87,9-4,004 = 83,9% 
 
* Fibra bruta na matéria natural = 4% 88 % de matéria seca (100-12% umidade) 
 
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Fibra bruta na matéria seca = x 100% de matéria seca 
X= 4,55% de FB na matéria seca 
 
ED (kcal/g) = (EB x % DE/100) 
ED (kcal/g) = (4,331 x 83,9/100) = 3,634 kcal/g ou 3634 kcal/kg 
 
EM (kcal/g) = ED- (0,77 x g proteína) 
EM (kcal/g) = 3,634- (0,77 x 0,3)= 3,634- 0,231 = 3,403 kcal/g ou 3,403 kcal/kg 
 
Úmido 
EB (kcal/g) = (5,7 x g de proteína) + (9,4 x g de gordura) + [4,1 x (fibra bruta + 
ENN)] 
EB (kcal/g) = (5,7 x 0,08) + (9,4 x 0,03) + [4,1 x (0,015 + 0,05)] = 0,456+ 0,282 + 
0,2665= 1,005 kcal/g ou 1005 kcal/kg 
 
DE (%) = 87,9 – (0,88 x % FB na matéria seca) 
DE (%) = 87,9 – (0,88 x 7,5*) = 87,9-6,6 = 81,3% 
* Fibra bruta na matéria natural = 1,5% 20 % de matéria seca (100-
80% umidade) 
 Fibra bruta na matéria seca = x 100% de matéria seca 
 
X= 7,5% de FB na matéria secaED (kcal/g) = (EB x % DE/100) 
ED (kcal/g) = (1,005 x 81,3/100) = 0,817 kcal/g ou 817 kcal/kg 
EM (kcal/g) = ED- (0,77 x g proteína) 
EM (kcal/g) = 0,817- (0,77 x 0,08)= 0,817- 0,0616 = 0,755 kcal/g ou 755 kcal/kg 
 
Conforme pôde ser observado, tanto para a ração úmida quanto para a 
seca, a equação de Atwater modificado subestimou a energia metabolizável e a de 
Atwater levemente superestimou em relação à nova adotada pelo NRC 2006. 
 
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Densidade energética 
 
Como o consumo do animal é baseado nas suas necessidades de energia é 
preciso que todos os outros nutrientes estejam contidos naquela porção de alimento 
que o cão ou o gato irá ingerir. Define-se como densidade energética a quantidade 
de calorias que um determinado alimento possui por unidade de peso, normalmente 
por quilo. Se a densidade energética é demasiadamente baixa, a ingestão pode ser 
limitada pelo trato gastrointestinal, causando uma deficiência energética. Além disso, 
se os nutrientes não estão balanceados com a energia, um consumo insuficiente de 
proteína, lipídeos, vitaminas, minerais e demais nutrientes vai acontecer. 
Os teores de nutrientes descritos no guia da Association of American Feed 
Countrol Officials de 2007 (uma organização composta por membros especialistas 
de toda América do Norte que tem como objetivo esclarecer e uniformizar as regras 
federais e estaduais. As quais regem a indústria de alimentos para animais naquela 
região) prevêem uma densidade energética de 3500 e 4000 kcal EM/kg na matéria 
seca de dieta para cães e gatos, respectivamente. Muitos alimentos terão estas 
concentrações energéticas e nesse caso não é necessário fazer a correção para a 
energia. No entanto, algumas rações possuem os valores consideravelmente 
maiores de calorias. Nestes casos, os animais precisarão consumir menos para 
atender as suas necessidades e os outros nutrientes devem então ser ajustados, 
aumentando proporcionalmente, para que os animais recebam toda a quantidade 
diária dos demais nutrientes em concentrações menores de alimento. Inversamente, 
assume-se que alimentos que contenham concentrações menores do que as 
definidas neste padrão não precisam de correção, pois o animal poderá consumir 
uma maior quantidade de alimento e dessa forma suprir as suas necessidades de 
nutrientes (quadro 10). Mas, é importante ressaltar que alimentos com baixa 
densidade energética não devem ser recomendados para fases de crescimento e 
reprodução em que as necessidades de energia e nutrientes são maiores. 
 
 
 
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Quadro 10- Correção do teor de proteína da dieta para o conteúdo energético do 
alimento 
Exemplos: Para todos os casos, consideramos um cão com necessidade energética 
diária de 1000 kcal/dia (aprenderemos como calcular a necessidade energética no 
módulo 3). Para determinar quanto um animal deve consumir de ração por dia, 
devemos dividir a sua necessidade energética diária pela quantidade de energia 
presente no alimento. Abaixo, colocaremos exemplos de dietas contendo 
concentrações maiores e menores do que os 3500 sob os quais as exigências de 
demais nutrientes são fornecidas para os cães. A AAFCO (2007) determina que a 
exigência mínima de proteína é de 22% na matéria seca de dieta contendo 3500 
kcal para animais em crescimento. Os exemplos abaixo consideram rações 
contendo essa densidade energética, além de densidades maiores e menores: 
1º exemplo: 1000/3500 = 286 g do alimento x 22% = 62,9 proteína 
2º exemplo: 1000/4200= 238 g do alimento x 22% = 52,46 g proteína 
3º exemplo: 1000/3000= 333 g do alimento x 22% =73,3 g de proteína 
 Pelo observado, vemos que quando a concentração energética é maior, a 
quantidade de alimento que o animal comerá é menor. Se a dieta contiver os 
mesmos 22% de proteína na matéria seca, o cão não irá ingerir o mínimo de 
proteína recomendado pela associação. Neste caso, é necessário corrigi-la: 
 22----- 3500 
 x ----- 4200 x = 26,5% . Neste caso a ração deve conter no mínimo 
26,5% de proteína, para que o animal consuma os 62,9 g (consumirá 63,07%). 
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Excesso e deficiência energética 
 
O excesso de energia pode levar ao acúmulo de gordura que em grandes 
concentrações culmina com a obesidade. Quando este acúmulo ocorre 
precocemente pode levar à hiperplasia de células adipócitas, ou seja, o seu aumento 
em número, o que predispõe a ocorrência de sobrepeso e obesidade em fases 
posteriores. Além disso, em cães de raças grandes e gigantes pode levar à 
aceleração da taxa de crescimento o que induz ao aparecimento de doenças do 
esqueleto como osteocondroses, osteocondrites e displasias. Essa situação tem 
sido bastante freqüente nos últimos anos, já que proprietários preocupados em nutrir 
os seus animais adequadamente acabam fornecendo dietas à vontade, sem 
limitação de quantidade, o que predispõe a um excesso no aporte energético. 
Em relação à deficiência, os sinais são freqüentemente não específicos, e o 
diagnóstico pode ser complicado pela deficiência simultânea de vários nutrientes. O 
sinal mais fidedigno e visível de uma deficiência de energia é a perda generalizada 
de peso. Sob condições de parcial ou completa privação alimentar, a maioria dos 
órgãos internos sofre alguma atrofia. A perda de gordura subcutânea, mesentérica, 
perirenal, uterina, testicular e retroperitonial são os primeiros sinais. O baixo 
conteúdo de gordura na medula dos ossos longos é um bom indicador de inanição 
prolongada. O tamanho do cérebro é menos afetado, mas o tamanho das gônadas 
pode ser grandemente diminuído. Hipoplasia dos linfonodos, baço e timo levam a 
uma redução considerável no seu tamanho. As glândulas adrenais normalmente 
estão aumentadas. O esqueleto dos animais jovens é extremamente sensível à 
deficiência de energia, e o crescimento pode ser diminuído ou completamente 
parado. No animal adulto, pode haver osteoporose. A lactação e a habilidade para o 
trabalho são prejudicadas. Como as proteínas musculares são catabolizadas para 
energia, a perda de nitrogênio endógeno aumenta. O parasitismo e infecções 
bacterianas ocorrem freqüentemente sob essas condições e podem se sobrepor aos 
outros sinais clínicos. 
 
 
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