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AULA 1 E 2 CIVIL I (1)

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UCAM SANTA CRUZ
SEMESTRE: 2018.1
DIREITO CIVIL I
PROFª: MARISTELA GOMES
DO FATO JURÍDICO AO NEGÓCIO JURÍDICO
FATOS JURÍDICOS 
O conceito de “fato jurídico” tem por definição em seu stricto sensu, evento de caráter natural que incide ou repercute no âmbito jurídico. Ou seja, ocorre independentemente da vontade humana, possui uma motivação naturalística, mesmo que sendo decorrente de atos humanos. Dentre os exemplos mais conhecidos: um raio cai sobre uma casa ou o nascimento de uma criança.
O fato jurídico é todo aquele fato que possui ou engendra relevância jurídica, sendo então, nesse sentido, origem do Direito, ao mesmo tempo para o qual este se volta e torna-se o seu fim. O fato jurídico já está e só existe, na competência do Direito.
* Fatos Naturais (ordinários: comuns, esperados - Ex: nascimento, morte, completar 16, 18, 70 anos).
(extraordinários: ocorrem raramente, sendo impossível prevê-los, tampouco evitá-los. Casos fortuitos, força maior -> ex: terremoto). 
* Atos Jurídicos: Lícitos: ato jurídico propriamente dito - vontade simples; negócio jurídico: vontade qualificada; ato-fato jurídico: o ato humano visto pelo Direito como fato, ou seja, os efeitos jurídicos nascem de um comportamento humano, contudo, por não ser razoável invalidar o ato, considerar-se-á o ato como fato. 
Ex: Um menino de 8 anos de idade compra um sorvete, porém, aquele não possui capacidade jurídica para tal, mas não invalida-se o ato, por não ser razoável, e sim considera-se como fato. . Ilícitos: antijurídicos; contrários à lei.
OBS : qualquer ato jurídico é proveniente de pessoa. Para sua validade reclama o ato jurídico essencialmente de que seu agente seja capaz, seja licito o seu objeto e sua forma seja prescrita ou não vedada em lei.
NEGOCIO JURIDICO
Conceito: É o ato jurídico com finalidade negocial, ou seja, com o intuito de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos. Para diferenciar o Ato jurídico do Negócio jurídico, observa-se que no primeiro a vontade é simples (realizar ou não o ato) e no segundo, por sua vez, a vontade é qualificada (realizar ou não o ato e escolher o conteúdo/efeito do ato), ou seja, no Ato jurídico os efeitos são previstos em lei, ao passo que no Negócio jurídico alguns efeitos decorrem das leis, podendo outros efeitos ser acordados entre as partes.
* Interpretação dos negócios jurídicos: Arts.112,113,114 CC e Arts. 421,422,423 CC
* Existência: Fato de existir o negócio jurídico. Ex: Compra e venda de objeto.
* Validade: Aceitação legal do negócio jurídico.
* Eficácia: Exercício do direito. Gozo.
NEGÓCIO JURÍDICO – Existência e Validade = Elementos Essenciais
 Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
  I - agente capaz;
  II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
  III - forma prescrita ou não defesa em lei.
REQUISITOS DE EXISTÊNCIA
- Manifestação da vontade
“A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico e é imprescindível que se exteriorize”. 
Do ponto de vista do direito, somente vontade que se exterioriza é considerada suficiente para compor suporte fático de negócio jurídico. “A vontade que permanece interna, como acontece com a reserva mental, não serve a esse desiderato, pois que de difícil, senão impossível, apuração.” (GONÇÁLVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: volume I, Parte Geral. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007).
* Expressa: manifestação de vontade clara, por meio de sinais, gestos, não necessariamente escrita, não podendo deixar dúvidas.
* Tácita: nesse caso, da atitude da parte se deduz a vontade. Ex: um táxi estacionado em seu ponto ou próximo a eventos. De tal atitude, se deduz que ele esteja disponível.
* Presumida (ART. 539, ART. 1807 CC): aquela que decorre da lei. Ex: Financiamento. Quando o credor paga a última parcela, presume-se que houve a quitação da dívida, salvo se comprovado o contrário. 
O Silêncio como manifestação de Vontade -> Art 111 CC: O Silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
OBS: o silencio pode ser interpretado como manifestação tácita da vontade quando a lei der a ele tal efeito.
Ex: doação pura, art 539 CC, mandato art 659 do CC.
Ou quando tal efeito ficar convencionado em contrato, ou ainda resultar dos usos e costumes. Art 432 do CC.
Feitas essas observações, diversas teorias despontam atribuindo relevância ora a vontade, ora a declaração ou até mesmo a ambas na moldagem do negócio jurídico.
Para a teoria da vontade ou subjetiva cujo expoente foi Savigny, o elemento nuclear do instituto está na intenção ou vontade real do agente, sendo a declaração simples meio de exteriorização do propósito.
Por conseguinte, sobrevindo conflito entre a declaração e a vontade, esta deve prevalecer. E mais, havendo erro ou dolo na manifestação da vontade, o negócio jurídico será inexistente ante a ausência do seu elemento essencial.
Em contraposição à concepção subjetiva, a teoria objetiva ou da declaração defende que a base do negócio jurídico está na vontade declarada ou exteriorizada e não simplesmente na vontade interior. Para Brinz, a quem se atribui o pioneirismo nesse enfoque, não é a vontade interna, mas a vontade jurídica que impõe o caráter negocial à ação.
 Entre o confronto da vontade interna e a declarada, esta deve prevalecer pois para a realização do negócio jurídico, não haveria investigação da vontade interna, bastando o comportamento do agente em conformidade com a ordem jurídica. A partir dela, busca-se dar proteção ao destinatário da declaração e a terceiros, conferindo maior segurança e estabilidade nas relações jurídicas intersubjetivas.
As correntes objetiva e subjetiva, embora aparentemente antagônicas, em exame detido revelam referência a elementos diversos do negocio jurídico. A teoria da vontade se baseia na gênese, isto é, na formação do instituto enquanto a teoria da declaração tem por fundamento a função, assim compreendida a produção dos efeitos normativos.
Desse modo, inexistem razões para aplicação de uma teoria em detrimento da outra, visto que ambas são constituídas por particularidades de um mesmo fenômeno. Em outras palavras, ora constituem realidades distintas do negócio jurídico - vontade interna e declaração, ora compõem o mesmo e único fator conformador do instituto – vontade declarada, que em última análise reclamam aplicação harmônica à luz do princípio da segurança jurídica que rege as relações intersubjetivas.
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Os negócios jurídicos podem ser classificados em:
UNILATERAIS, 
BILATERAIS E 
PLURILATERIAS
NEGÓCIOS JURÍDICOS UNILATERAIS
        Negócios jurídicos unilaterais são os que se aperfeiçoam com uma única manifestação de vontade (ex.: testamento, aceitação e renúncia da herança, promessa de recompensa, etc.).
        São de duas espécies:
RECEPTÍCIOS – são aqueles em que a declaração de vontade tem de se tornar conhecida do destinatário para produzir efeitos (ex.: revogação de mandato.).
NÃO RECEPTÍCIOS – são aqueles em que o conhecimento por parte de outras pessoas é irrelevante (ex.: testamento).
NEGÓCIOS JURÍDICOS BILATERAIS
        Negócios jurídicos bilaterais são aqueles que se perfazem com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto. Essa coincidência chama-se consentimento mútuo ou acordo de vontades (contratos em geral).
Podem existir várias pessoas no polo ativo e também várias no polo passivo, sem que o contrato deixe de ser bilateral pela existência de duas partes.
Em outras palavras, o que torna o contrato bilateral é a existência de dois polos distintos, independentemente do número de pessoas que integre cada polo.
NEGÓCIOS JURÍDICOS PLURILATERAIS
        Negócios jurídicos plurilaterais são os contratos que envolvem mais de duas partes, ou seja, mais de dois polos distintos (ex.: contrato social com mais de dois sócios).
NEGOCIO JURIDICO GRATUITOS, ONEROSOS, E BIFRONTES
NEGÓCIOSJURÍDICOS GRATUITOS
        Negócios jurídicos gratuitos são aqueles em que só uma das partes aufere vantagens ou benefícios (ex.: doação pura).
NEGÓCIOS JURÍDICOS ONEROSOS
        Negócios jurídicos onerosos são aqueles em que ambos os contratantes auferem vantagens, às quais, porém, corresponde uma contraprestação (ex.: compra e venda, locação, etc.).
        Os negócios jurídicos onerosos podem ser:
COMUTATIVOS – quando a prestação de uma parte depende de uma contraprestação da outra, que é equivalente, certa e determinada.
ALEATÓRIOS – quando a prestação de uma das partes depende de acontecimentos incertos e inesperados. O risco ou, a sorte, é elemento do negócio (ex.: contrato de seguro).
NEGÓCIOS JURÍDICOS BIFRONTES
         Negócios jurídicos bifrontes são os contratos que podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das partes (ex: mandato).
        A conversão de negócio jurídico só se torna possível se o contrato é definido na lei como negócio gratuito, pois a vontade das partes não pode transformar um contrato oneroso em gratuito, uma vez que subverteria a sua causa.
        Nem todos os contratos gratuitos podem ser convertidos em onerosos por convenção das partes.
        A doação e o comodato, por exemplo, ficariam desfigurados, se tal acontecesse, pois se transformariam, respectivamente, em venda e locação.
NEGÓCIOS JURÍDICOS “INTER  VIVOS” e “MORTIS CAUSA”
“Inter vivos” – destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, estando as partes ainda vivas (ex.: promessa de venda e compra).
“Mortis causa” – são os negócios jurídicos destinados a produzir efeitos após a morte do agente (ex.: testamento).
 NEGÓCIOS JURÍDICOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
NEGÓCIOS JURÍDICOS PRINCIPAIS
        Negócios jurídicos principais são os negócios jurídicos que têm existência própria e não dependem da existência de qualquer outro para produzir efeitos (ex.: compra e venda, locação, etc.).
NEGÓCIOS JURÍDICOS ACESSÓRIOS
        Negócios jurídicos acessórios são os que têm sua existência subordinada a um negócio jurídico principal (ex.: fiança.), de forma que seguem o destino do principal (nulo este, nulo também será o negócio acessório).
SOLENES OU FORMAIS E NÃO SOLENES OU DE FORMA LIVRE
NEGÓCIOS JURÍDICOS SOLENES OU FORMAIS
        São os negócios jurídicos que devem obedecer à forma prescrita em lei para que se aperfeiçoem.
        Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a formalidade é “ad solemnitatem”, isto é, constitui a própria substância do ato (ex.: escritura pública na alienação de imóvel, no testamento público, etc.).
        Mas determinada forma pode ser exigida apenas como prova do ato. Nesse caso, se diz tratar-se de uma formalidade “ad probationem tantum” (ex.: assento do casamento no livro de registro – art. 1536).
NEGÓCIOS JURÍDICOS NÃO SOLENES OU DE FORMA LIVRE
        São os negócios jurídicos de forma livre. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, inclusive a verbal (art. 107 – CC).

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