Buscar

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ HORTAS URBANAS

Prévia do material em texto

RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIA DA PALESTRA SOBRE HORTAS URBANA
Matheus Henrique Maciel Peixoto¹
Vanessa Maria Eccher²
Universidade do Vale do Itajaí 
Itajaí - 30 de novembro de 2017 
Resumo:
A palestra sobre hortas urbanas tem como objetivo orientar na teoria e prática as técnicas ecológicas de manejo, o reaproveitamento de materiais. Estimula a percepção da importância do consumo de alimentos orgânicos e precavendo sobre os produtos contaminados com pesticidas, agrotóxicos, adubos químicos e entre outros utilizados na agricultura convencional.
Incentivando os participantes a iniciar suas hortas orgânicas em suas residências promovendo integração entre ensino e extensão.
O grupo estende a prática de seus encontros na horta orgânica experimental promovida e mantida diariamente pelos integrantes do projeto de extensão, onde os participantes do grupo podem cultivar, observar e ter uma melhor compreensão e vivência dos temas e técnicas abordadas. 
Palavras-chave: Sustentabilidade. Meio Ambiente. Educação Ambiental. 
Introdução
A palestrante Patricia Trentin Colzani formada em Arquitetura e Urbanismo, tem mestrado em Engenharia civil na área de gestão territorial e doutoranda em ciência e tecnologia ambiental na Universidade do Vale do Itajaí e o vereador de Florianópolis Marcos José Abreu trouxeram seu conhecimento sobre hortas urbanas em uma palestra com aula pratica no dia 11 de novembro de 2017.
Tendo como objetivo principal proporcionando aos participantes conhecimento teórico e prático sobre técnicas ecológicas para hortas urbanas na UNIVALI. Estimulando a compreensão dos participantes sobre a importância do consumo de alimentação orgânica.
A palestrante explica como foi o processo histórico de como gerou a necessidade das hortas urbanas e isso começa desde a revolução industrial onde começa a acarretar problemas urbanos por conta da acumulação da população e acaba que o êxodo começa a ir morar em periferias, onde não contem uma preparação da cidade necessária para uma vida de qualidade. Gerando assim problemas graves como: Epidemias¸ caos nas ruas e desordem.
Por conta desses problemas urbanos começam a aparecer sistemas e modelos para melhorar essa situação. E então ocorre ‘’ a carta de Atenas‘’ de 1993 pelo congresso internacional de Arquitetura moderna (CIAM) que propõe medidas para o desenvolvimento moderno, onde esse planejamento acaba como objetivo dividir cidade em 5 funções (circular, trabalhar, morar e divertir). 
Na primeira metade do século XX, se tem exemplos que fragilizaram a condição urbana e humana da comunidade onde ocorreram a primeira guerra mundial e a grande recessão da bolsa de valores de Nova York.
Por conta da segunda guerra mundial foi preciso a reconstrução das cidades. Onde o planejamento deixou de zonear e sim pensar na reconstrução, tendo como objetivo o bem-estar das pessoas, ocorrendo nas décadas de 60 e 70. 
Já no Brasil nesta época do século XX surge o planejamento urbano moderno, organizando adequadamente espaços da cidade. Um exemplo é a reforma de Pereira Passos no Rio de Janeiro.
Por conta de todas essas guerras surge o conceito de sustentabilidade pôr todas as deficiências deixadas nas cidades. 
Em 2003 é feita nova carta de Atenas, onde a cidade não deve ter apenas aquelas funções citadas pela palestrante acima. Criasse assim os conceitos:
Cidade de todos
 Participativa 
Cidade refugio 
Saudável
Produtividade 
Inovadora
Acessível
Ecologia
Cultural 
Histórica
As hortas urbanas entrando em alguns desses conceitos citados:
Cidade de todos: Parques, praças e praias.
Participativa: As hortas fazem com que aja a troca de ideias e serviços de cidadania.
Saudável: Alimentação saudável produzidos de forma orgânica e sem agrotóxicos 
Cultural: Resgatam as origens dos alimentos retomando o senso de comunidade e criando novas áreas de lazer nas cidades.
E a verdadeira realidade das cidades hoje em dia é crítico, exemplo disso são os espaços verdes que restam acabam sendo rapidamente absorvidos pelo mercado imobiliário se tornando mercadoria da comunidade onde poderiam ser completamente de graça. 
A poluição abrangente que vem tomando a cada dia mais as nossas cidades. 
A falta de tempo e a vida acelerada acabam que fazem a gente esquecer dos nossos espaços públicos e fazendo daquilo apenas um mero local. E entrando nessa questão de espaço públicos observa-se que a sociedade não se importa mais de um jeito que a faça se sentir proprietária também e sim que aqueles locais seriam de todos são considerados de ninguém.
Por essa questão a palestrante da alguma de suas dicas para melhorar e nos conscientizar sobre a sustentabilidade e ela aponta horta urbana. 
Como fazer uma horta urbana:
1). Precisasse de um intermediário que tenha a ideia e vontade 
2). Encontrar parceiros que queiram fazer acontecer.
3). Achar um terreno livre
4). Orçamentos de instalações para manutenção 
5) Distribuição de tarefas dentro da comunidade para que aja o consenso entre todos
6) Harmonia e fraternidade.
Um desses modelos de hortas urbanas é a da Public Farm em Nova York. Em 2008 o Governo de Arte Moderna fez um concurso para uma implantação temporária de hortas urbanas e o vencedor foi a Public Farm onde utiliza materiais recicláveis e biodegradáveis principalmente o papelão (figura1), eles estão expostos em tubo central formando desenho de margarida (figura 2), e o tubo central a pessoa consegue acessar a ele para conseguir trabalhar e colher as plantas da horta. 
Cada espaço separado é algo diferente, tem espaços para as flores, espaço para as frutas, espaço para as ervas e para os legumes.
‘’ O coletivismo responsabilidade social e ambiental, aproximação do homem com a terra e o seu processo de produção, essas são as preocupações atuais sobre as futuras gerações e a horta urbana é uma das soluções que está sendo aplicada no mundo todo como forma de se alcançar um futuro mais consciente, mais saudável, mais sustentável’’- Autores do projeto Public Farm.
A horta é um local aonde as escolas também levam as crianças para programas educacionais trazendo a construção sustentável junto com a agricultura sustentável, a Public Farm será construída inteiramente com materiais recicláveis e será 100% solar e utilizar coleta de chuva para irrigação.  
Figura 1: Estrutura do sistema de hortas
Figura 2: Formato de margarida 
Metodologia 
 A Experiência retratada neste relatório foi no dia 11 de novembro de 2017 na Universidade do Vale do Itajaí, sendo o tema sobre Hortas urbanas ideia do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Agroecologia – GEIA, que é vinculado ao projeto de extensão: Educação para transformação: meio ambiente, saúde e gênero, coordenado pela Professora Doutora Márcia Gilmara Marian Vieira.
Marcos comenta sobre o projeto de lei, agroecologia, sobre a tentativa de inserir isso dentro das ações legislativas e políticas públicas, hoje o essencial é que esteja presente no orçamento do município.
A agricultura urbana tem amplas áreas ela é uma junção de várias ideias, ações como as hortas domésticas, hortas em centro de saúde, arborização de frutíferas nas cidades, hortas em apartamentos, roças, agricultura tradicional, tudo isso é agricultura urbana, pois resistiu ao processo de urbanização, as dinâmicas de abastecimento de circuitos curtos.
Orientando na teoria e prática as técnicas ecológicas de manejo, e também indicando o reaproveitamento de materiais para fazer o Bokashi.
O palestrante explicou um pouco sobre como funciona as hortas quais são suas tipologias existindo:
Residenciais; áreas utilizadas como: varanda.
Institucionais: escolares, terapêuticas e/ou assistenciais.
Comunitárias: em áreas públicas ou privadas emprestadas ou cedidas para este fim Comerciais.
Existindo os tipos de gestão também 
Individuais: domésticas e comerciais. 
Coletivas: escolares, terapêuticas, comunitárias.
As hortas residenciais mesmo sendo em casas com pouco espaço ou apartamentos também podem ter a opção plantio de uma horta,apenas basta escolher um local que receba algumas horas de luz solar direta. Apartamento por exemplo pode-se utilizar a sacada como meio plantio de temperos pequenos e assim sucessivamente adequando o seu espaço com criatividade.
As hortas escolares são cultivadas pelos alunos, pais e professores. Podendo ser utilizada para a própria alimentação escolar e para auxilio nos fundamentos práticos de biologia, ecologia e educação alimentar. É imposta a relação da reciclagem de lixo - utilização de resíduos e rejeitos domésticos, diminuindo seu acúmulo, tanto na forma de composto orgânico para adubação, como na reutilização de embalagens para formação de mudas, ou de pneus, caixas, etc.
Hortas centro de saúde são hortas cultivada por idosos, doentes mentais, portadores de necessidades especiais, pacientes em tratamento químico e/ou psiquiátrico, e menores infratores. Podendo ser utilizada como terapia em tratamentos de reabilitação física, social e mental, prevenindo o desenvolvimento de estresse, contribuindo para a educação social, diminuindo a marginalização dessas pessoas na sociedade
Hortas comunitárias cultivada em conjunto por grupos de famílias ou pessoas de uma comunidade, incorporando a participação ativa da comunidade, responsável pela administração e manejo das mesmas, e, eventualmente, com o acompanhamento técnico e fiscalização do poder público.
 São instaladas em áreas urbanas ociosas usadas para o cultivo de hortaliças, plantas medicinais, produção de mudas, leguminosas, frutas e outros alimentos e sua produção abastece famílias que moram perto destes terrenos.
Foi comentado também sobre a revolução dos baldinhos onde começou por uma epidemia de ratos, em 2008, fez com que os moradores de Chico Mendes, comunidade de Florianópolis (SC). Os moradores entenderam que os restos de comida alimentavam e atraíam os ratos e que precisavam de um lixo mais limpo. 
Cada família participante passou a ter um baldinho, usado para recolher os resíduos orgânicos que passaram a ser encaminhados para compostagem. Já o composto preparado com o aproveitamento do lixo orgânico é excelente adubo, o que resolve a dificuldade da preparação da terra para cultivo de alimentos em áreas urbanas.
Levando todo esse conhecimento apontado, fez com que a prática mostrasse por si só.
A importância do preparo do terreno e sobre o incrível Bokashi e todos seus benefícios tendo a clareza de seus objetivos de mostrar que hortas urbanas são simples e eficazes para vida humana. 
Resultados e análises
Foi apresentado a palestra de hortas urbanas pelo vereador de Florianópolis-SC Marcos José de Abreu e uma introdução da palestrante Patricia Trentin Colzani contando um pouco da evolução necessária de hortas urbanas para as cidades.
O costume de consumir alimentos cultivados em pequenas hortas ajuda a proporcionar um bom desenvolvimento físico e mental, possuindo diversos nutrientes que auxiliam no bom funcionamento do nosso organismo.
 Os alimentos colhidos nas hortas caseiras, em geral, não são tratados com agrotóxicos e, portanto, são mais saudáveis.
Porém entrasse a questão de lugares adequados para ser feito o mesmo. Dependendo o planejamento de uma horta inicia-se uma pesquisa para definir a quantidade e o indicador de qualidade das verduras que irão atender as necessidades do indivíduo.
Entra também a questão de fatores climáticos e sanitários que propiciam as condições mínimas necessárias para o crescimento e desenvolvimento de hortaliças precisam ser considerados ao se escolher a região e a gleba de terra para o plantio.
No caso de hortas comunitárias, mesmo que o terreno destinado para a implantação da horta urbana seja grande tem um certo cuidado com a terra que será cultivada.
Foi o que foi demonstrado na pratica exercida pelo palestrante Marcos José de Abreu.
Deve-se preparar a terra antes de tudo, cavar de forma que a muda caiba perfeitamente e ainda fique folgas em algumas áreas. 
 Figura 3: foto da prática cavando as áreas onde irão ficar as mudas.
Figura 4: Colocando bokashi nas áreas cavadas e colocando as mudas.
Colocando assim Bokashi entre essa área cavada para que seja um tipo de cobertura, onde seus benefícios consistem em melhorar as condições biológicas do solo (como controle do pH e umidade) e dificultar a germinação de ervas daninhas e outras vegetações rasteiras, contribuindo para uma produção sadia.
A cobertura morta também serve de abrigo para insetos benéficos, que não se alimentam das plantas, mas de fungos e outros organismos nocivos a plantação.
O preparo do bokashi a partir de uma mistura de materiais como folhas decompostas, farelo de trigo ou arroz, melado, soro de queijo, pó de rocha, fosfato e farinha de osso ou de peixe. Essa mistura resulta em um composto orgânico que pode adubar hortas, lavouras, pomares e jardins. Ele pode substituir outros tipos de adubos orgânicos e também os adubos químicos solúveis, mas geralmente é usado como complemento na fertilização.
O palestrante aponta principalmente a economia gerada na cidade, por conta da coleta de lixo não reciclável, acabam contratando empresas terceirizadas para a transportação do mesmo para grandes lixões e sendo seu custo redobrado. E uma solução dada para este problema era usar esses resíduos em adubos caseiros e colocando esse investimento gastado em cima dessa nova ideia.
Gerando a sociedade um custo benefício maior, usando o dinheiro para a mão de obra e manutenção das hortas, proporcionando alimentação sustentável.
Considerações finais 
As palestras junto as aulas práticas, solucionaram problemas constantemente discutidos da vida urbana nos últimos anos, ampliando a compreensão e informação de alunos e demais pessoas presentes, deixando-nos ainda mais interessados pelo assunto e cientes de sua importância para a área da construção civil.
 Os objetivos da palestra foram alcançados, pois, nos apresentou projetos, que ajudam e beneficiam famílias, e a sociedade de um modo geral, além de evidenciar sua importância. 
Com base em tudo que apresentamos nesse relato, dizemos que esse tema abordado na palestra é de suma importância para nossos dias atuais, que mesmo com a urbanização, com as grandes construções ainda há espaço para hortas comunitárias e individuais, melhorando a qualidade na alimentação e até mesmo na convivência.
Referência 
GEIA, O Grupo de Estudos Interdisciplinares em Agroecologia –. Hortas Urbanas. In: EDUCAÇÃO PARA TRANSFORMAÇÃO: MEIO AMBIENTE, SAÚDE E GÊNERO - GRUPO DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES EM AGROECOLOGIA – GEIA, 4, 2017, Universidade do Vale do Itajaí. Hortas Urbanas. Itajaí.
ALEXA. Compostagem: ‘Revolução dos Baldinhos’ garante saúde e alimentos saudáveis. 2015. Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2015/03/10/ compostagem-revolucao-dos-baldinhos-garante-saude-e-alimentos-saudaveis/>. Acesso em: 22 nov. 2017.
ROLIM, Tatiana; RIOS, Márcio. Vivência urbana: implantação de hortas urbanas e melhoria da qualidade de vida nas cidades. 2016. Disponível em: <https://gbfor.com/vivencia-urbana-implantacao-de-hortas-urbanas-e-melhoria-da-qualidade-de-vida-nas-cidades>. Acesso em: 20 nov. 2017.
ARRUDA, Juliana. AGRICULTURA URBANA E PERI-URBANA EM CAMPINAS/ SP: análise do Programa de Hortas Comunitárias como subsídio para políticas públicas. 2006. 165 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Agrícola, Campinas, 2006. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/ea000499.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2017.
Matheus Henrique Maciel Peixoto¹ - matheusmaciel27@yahoo.com estudante de Engenharia Civil, Vanessa Maria Eccher² - vanessamaria.eccher@gmail.com estudante de Engenharia Civil.

Continue navegando

Outros materiais