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HELDER SARAIVA GUSTAVO VARGAS CURSO DE DIREITO ADMINSTRATIVO 1 HELDER SARAIVA GUSTAVO VARGAS CURSO DE DIREITO ADMINSTRATIVO CURSO DE DIREITO ADMINSTRATIVO 2 SUMÁRIO Estado, Governo e Administração --------------------------------------------------------------------- 3 Conceito de Direito Administrativo ------------------------------------------------------------------- 3 Sistema Administrativo ---------------------------------------------------------------------------------- 3 Fontes do Direito Administrativo ---------------------------------------------------------------------- 4 Regime Jurídico – Administrativo ---------------------------------------------------------------------- 4 Princípios Constitucionais ------------------------------------------------------------------------------- 5 Administração Pública ------------------------------------------------------------------------------------ 8 Organização Administrativa Brasileira ---------------------------------------------------------------- 8 Órgãos Públicos -------------------------------------------------------------------------------------------- 10 Entidades Paraestatais ----------------------------------------------------------------------------------- 12 Entidades Administrativas ------------------------------------------------------------------------------- 12 Poderes da Administração ------------------------------------------------------------------------------ 15 Abuso de Poder -------------------------------------------------------------------------------------------- 18 Atos Administrativos -------------------------------------------------------------------------------------- 19 Agentes Públicos ------------------------------------------------------------------------------------------- 24 Aspectos Constitucionais -------------------------------------------------------------------------------- 25 Responsabilidade Civil do Estado ---------------------------------------------------------------------- 27 Controle da Administração ------------------------------------------------------------------------------ 29 Medidas Judiciais ------------------------------------------------------------------------------------------ 30 Serviços Públicos ------------------------------------------------------------------------------------------- 30 3 ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO 1) Estado é a pessoa jurídica territorial soberana formada pelos seguintes elementos: a) Povo b) Território c) Governo soberano OBS.: A União, estados e municípios não têm soberania, e sim autonomia. 2) Governo é a atividade política e discricionária em que são estabelecidas as diretrizes, as políticas públicas. 3) Administração é o trabalho eminentemente técnico em que são implementadas as políticas públicas. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO Ramo do direito público formado por um conjunto de normas e princípios que disciplinam a atividade administrativa do Estado. Funções do Estado PODERES FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA Executivo Administrar Legislar/Julgar Legislativo Legislar/Fiscalizar Administrar Juduciário Julgar Administrar OBS.: o direito administrativo aplica-se a todos os Poderes, desde que eles estejam administrando. SISTEMA ADMINISTRATIVO É um meio que o Estado controla os atos da Administração. No mundo existem dois sistemas: 1) Sistema Francês (Dualidade de Jurisdição ou Contencioso Administrativo): o Poder Judiciário não analisa os atos da Administração, são julgados por um tribunal administrativo. 2) Sistema Inglês (Unicidade de Jurisdição): todas as causas podem ser levadas ao conhecimento do Poder Judiciário, inclusive os atos da Administração. O Brasil adota esse sistema. OBS.: O Brasil possui tribunais administrativos (TCU, Cade, STJD). Ocorre que a decisão desses tribunais pode ser questionada no Poder Judiciário. 4 FONTES DE DIREITO ADMINISTRATIVO São as origens do Direito Administrativo. As principais fontes são: a) Lei: trata-se de lei em sentido amplo que engloba a Constituição Federal, Constituição Estadual, lei complementar, lei ordinária, medida provisória, atos normativos. b) Jurisprudência: é o conjunto de decisões reiteradas do mesmo sentido. Exemplo: candidato aprovado dentro do número de vagas tem direito à nomeação. OBS.: em regra a jurisprudência não é vinculante. Entretanto, a partir de 2004, a Constituição permite ao STF a edição de súmulas vinculantes. c) Doutrina: conjunto de teses e pensamentos dos estudiosos do Direito Administrativo. d) Costumes: são praticas reiteradas. Esta fonte está em desuso devido ao princípio da legalidade. REGIME JURÍDICO – ADMINISTRATIVO São os poderes e as limitações que o Estado possui. É formado por dois supra-princípios que estão implícitos na Constituição Federal: a) Supremacia do interesse público: representa os poderes, prerrogativas que a Administração possui. O Estado atua em superioridade, pois havendo conflito dobre o interesse público e o privado, aquele deverá prevalecer. Exemplo: desapropriação, convocação de mesários, poder de polícia. É sempre externa/extroversa: Estado Sociedade � Sociedade OBS.: em certos casos o Estado agirá em posição de igualdade, tais como: atuação no mercado financeiro (Banco Central vendendo e comprando dólar, por exemplo), emissão de cheques, contratos de locação, seguro e financiamento. b) Indisponibilidade do interesse público: apresenta as restrições, limitações da Administração. Está presente em todos os atos da Administração. Exemplo: concursos públicos, licitações. 5 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Proposição abstrata que possui a finalidade de inspirar, interpretar e integrar a lei em determinado ordenamento jurídico. Princípios Constitucionais Expressos Entre eles não existe hierarquia, mas preferência de aplicação ao caso concreto Em qualquer caso o princípio da legalidade será violado, logo precede (acompanha) outros princípios. São eles: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência 1) Legalidade: a Administração só pode atuar se houver previsão legal. Por outro lado, o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Restrições à legalidade: a) Medida Provisória b) Estado de Defesa c) Estado de Sítio 2) Impessoalidade: esse princípio possui duas vertentes: a) Impede favorecimentos ou perseguições, salvo se previsto em lei. Exemplo: licitação e concurso público. b) Impede que o agente público se promova através da publicidade oficial. 6 3) Moralidade: a atuação do agente deve se basear na ética, boa fé, honestidade, lealdade, probidade. O agente que praticar ato de improbidade estará sujeito às seguintes sanções: Ressarcimento ao erário Indisponibilidade de bens Perda da função pública Suspensão dos direitos políticos OBS.: A legalidade, a moralidade e a finalidade são princípios umbicados, ou seja, a lesividade de um fere todos os outros. OBS. 2: Vedação ao nepotismo (Súmula Vinculante nº 13): essa súmula veda a contratação de parentes até 3º grau para cargos em comissão ou função de confiança. Veda ainda o nepotismo cruzado, aquele realizado mediante designações recíprocas. Não impede a participação de parentes em concurso público. ATENÇÃO: cargos políticos do executivo (ministros e secretários) não estão abrangidos nessaSúmula. Assim, o orefeito pode nomear seu irmão como secretário de saúde 4) Publicidade: promover a transparência dos atos da Administração. O meio oficial é o diário. A publicação é condição de eficácia, e não de validade. Exceções à publicidade: a) Para preservar a imagem honra e intimidade da pessoa (física ou jurídica) b) Para preservar a segurança do Estado ou da Sociedade. c) Atos sigilosos na forma da lei. OBS.: Segundo o STF, a publicação nominal da remuneração tem amparo no princípio da publicidade. 5) Eficiência: o agente deve atuar com produtividade, rapidez e economicidade. Mecanismos: a) Estágio probatório b) O servidor estável pode perder o seu cargo se for reprovado em avaliação periódica de desempenho (necessita de lei complementar). c) A União, Estados e DF deverão manter escolas de governo para formação e aperfeiçoamento de seus servidores. OBS.: a economia de recursos públicos é considerada uma aplicação ao princípio da eficiência (teoria da economicidade). OBS. 2: o exercícios do direito de greve limita a aplicabilidade do princípio da eficiência OBS. 3: A fiscalização dos serviços pode ser interna (mesmo Poder), externa (outro Poder) ou popular. 7 Princípios Constitucionais Implícitos 1) Razoabilidade e Proporcionalidade: • Impõem ao agente público o dever de agir com coerência, equilíbrio e bom senso. • É fundamental para o controle dos atos discricionários. • “Correlação entre meios e fins”. 2) Contraditório e ampla defesa: • A defesa é previa. • O interessado tem direito a obtenção de cópias. • Pode fazer alegações que serão levadas em consideração pela Administração. • Pode utilizar advogado de forma facultativa, salvo se a lei exigir. OBS.: a Súmula Vinculante nº 5 estabelece que a falta de defesa técnica por advogado em processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. • O interessado tem direito de recorrer. OBS.: a Súmula Vinculante nº 21 impede a exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade de recurso. 3) Continuidade: • As atividades administrativas não podem ser interrompidas. • Não é considerado interrupção dos serviços quando ocorrer um dos seguintes casos: a) Emergência b) Manutenção da rede (necessita de aviso prévio) c) Falta de pagamento (necessita de aviso prévio) 4) Autotutela: • Permite a Administração rever seus próprios atos sem a necessidade do Poder Judiciário. • A Administração deve anular os atos ilegais e pode revogar os atos inconvenientes e inoportunos. 5) Segurança jurídica: Visa preservar a estabilidade social, impede aplicação retroativa de nova interpretação. Exemplo: prescrição e decadência. 6) Sindicabilidade: Toda lesão ou ameaça de direitos sofre algum tipo de controle. 7) Resposividade: A Administração deve atender adequadamente as demandas da sociedade. 8 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Pode ser conceituada sobre os dois aspectos: a) Subjetivo, Formal ou Orgânica • Conjuntos de órgãos, entidades e agentes. • Quem faz. • Administração Direta e Indireta. b) Objetivo, Material ou Funcional • Conjunto de atividades próprias da função administrativa. • O que é feito. • Fomento, serviço público, polícia administrativa (poder de polícia), intervenção (indireta e direta) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA Entidades Políticas • Criadas pela Constituição Federal. • São elas: União, estados, DF e municípios. • Possuem personalidade jurídica. • Podem legislar. • Podem administrar por meio de seus órgãos (centro de competência sem personalidade jurídica) Entidades Administrativas (Administração Indireta) • Criadas pelos entes políticos. • São elas: � Autarquias (INSS, DETRAN) � Fundações Públicas (Hemocentro, IBGE) 9 � Empresas Públicas (Correios, CEF) � Sociedade de Economia Mista (BB, PR) � Associações Públicas (Consórcio Intermunicipal do ABC Paulista) • Possuem personalidade jurídica. • Não podem legislar pois não possuem autonomia política. • Podem administrar. Resumo 1 ENTIDADES X ÓRGÃOS Possuem personalidade jurídica NÃO possuem personalidade jurídica Resumo 2 ENTIDADE POLÍTICA X ENTIDADES Criadas pela CF Criadas pelos entes políticos Possuem personalidade jurídica Possuem personalidade jurídica Podem legislar NÃO podem legislar Podem administrar Podem administrar União, estados, DF e municípios Autarquias, Fundações Públicas, Empresas públicas, Sociedades de Economia Mista e Associações Públicas ADMINISTRAÇÃO DIRETA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Resumo 3 Administração Direta U, E, DF e M � Direito Público Autarquias � Direito Público Fundações Públicas � Direito Público e Privado Administração Indireta Empresas Públicas � Direito Privado Sociedades de Economia Mista � Direito Privado Associações Públicas � Direito Público 10 Centralização, Descentralização e Desconcentração 1) Centralização: quando a Entidade Política (E, E, DF e M) administra por meio de seus órgãos Entidade Política � Administra � Por meio de seus órgãos União � Segurança nas rodovias � PRF 2) Descentralização: é a transferência de parte das atribuições para outra pessoa. Pressupõe duas pessoas envolvidas. A descentralização pode ocorrer de três formas: a) Por Outorga (por Serviços) b) Por Delegação (por Colaboração) Por lei específica Ato (autorização e permissão bens) ou Contrato (concessão, permissão de serviços) Recebe titularidade Apenas a execução de serviços Prazo indeterminado Prazo determinado Criação da Administração Indireta Concessão, permissão e autorização Exemplo: IBAMA, DETRAN Exemplo: Piracicabana c) Descentralização territorial: se o Estado criar um território, este será uma espécie de autarquia. 3) Desconcentração: mera técnica administrativa de distribuição interna de competências. • Ocorre a criação de órgão públicos. • Existem órgãos públicos na administração direta e na indireta. • O maior exemplo de desconcentração é a criação de ministérios. ÓRGÃOS PÚBLICOS • Criação e extinção por meio de lei ordinária. • São centros de competência sem personalidade jurídica cuja atuação de seus agentes é imputada à pessoa jurídica a que pertence (teoria da imputação volitiva/teoria do órgão). 11 • Não possuem patrimônio próprio em virtude da ausência de pessoa jurídica. • Surgem da desconcentração visando à celeridade e especialização da função pública. • ATENÇÃO: em regra os órgãos não possuem capacidade processual. Entretanto, o Ministério Público e a Defensoria Pública podem ingressar com ação na justiça. Em alguns casos os órgãos poderão fazer uso de personalidade judiciária/capacidade processual/capacidade postulatória para que possam figurar como pessoa perante o Poder Judiciário em defesa de direitos ou cumprimento de deveres desde que ocorra expressa autorização legal. Exemplo: AGU, MPU, PGDF, Mesa Diretora do Senado, Autoridade coatora em mandado de segurança. • Um órgão poderá ser dividido internamente em outros órgãos menores de natureza interna por meio da teoria da departamentalização, o fundamento é a teoria da desconcentração concentrada. • Regime de pessoal: os agentes públicos serão servidores regidos obrigatoriamente por um Regime Jurídico Único(estatuto). • Modelo Fazendário: � Regime jurídico: somente regras públicas (atos administrativos). � Imunidade tributária: não paga impostos (bens, rendas e serviços). � Setor de atuação: pública, típica, 1º Setor. � Benefícios em processos judiciais: prazos maiores – 4x mais para defesa e 2x mais para recurso. � Sofrem controle interno, externo e popular. Classificação de Órgãos Públicos 1) Quanto à estrutura a) Órgão Simples: não possui outro órgão na sua estrutura. Exemplo: gabinete. b) Órgão Composto: Possui outros órgão na sua estrutura. Exemplo: ministérios e PF. 2) Quanto ao poder de decisão a) Órgão singular: a tomada de decisão é realizada por um único agente. Exemplo: presidência da república. b) Órgão Colegiado: a decisão é tomada por dois ou mais agentes. Exemplo: tribunais, Câmara e Senado. 3) Quanto à posição na hierarquia a) Órgão Independente: previsto diretamente na Constituição e não está subordinado a nenhum outro órgão. Exemplo: Presidência da República, Câmara, Senado e STF. b) Órgão Autônomo: está subordinado ao independente, mas exerce as suas funções com autonomia. Exemplo: ministérios e secretarias. c) Órgão Superior: realiza atividades de direção, controle e decisão. Exemplo: PF e Receita Federal. 12 d) Órgão Subalterno: sujeito a vários níveis hierárquicos, possuem pequeno poder de decisão. Exemplo: seção de patrimônio. ENTIDADES PARAESTATAIS • São entidades privadas que não que não integram a administração direta nem a indireta, mas exercem atividades de interesse público sem fins lucrativos. • São elas: � Serviço Social Autônomo (Sistema S) � Organizações Sociais (OS) � Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ENTIDADES ADMINISTRATIVAS 1) Início da existência OBS. 1: A iniciativa de lei é do chefe do executivo. OBS. 2: As entidades administrativas podem ser criadas pela União, E, DF e M. 2) Características comuns a todas as Entidades Administrativas a) Possuem personalidade jurídica. b) Possuem patrimônio próprio. c) Surgem da descentralização. d) Não podem legislar, mas podem normatizar. e) Devem fazer concurso, licitação e prestar contas ao Tribunal de Contas. f) Não há subordinação entre a administração direta e indireta, o que existe é uma vinculação. g) A administração direta exerce um controle finalístico sobre a administração indireta. Esse controle também é denominado supervisão ministerial ou tutela ou controle interno de efeito externo. 13 3) Autarquias • Entidade administrativa com personalidade de direito público, criada por lei específica para o desempenho de atividades típicas de Estado. • Regime de pessoal: estatutário (RJU) • Imunidade de impostos: não pagam impostos sobre seus bens, receitas e serviços. • Seus bens são públicos, logo possuem as seguintes características: � Inalienabilidade: não podem ser alienados se estiverem afetados (quando possuem destinação pública). � Imprescritibilidade: não podem ser adquiridos por usucapião. � Impenhorabilidade: não podem ser objeto de penhora. � Não-orenabilidade: não podem ser dados como garantia. “Com o bem público não tem PAPO” � • Não podem ter lucro (atividade comercial): podem ter renda na forma da lei. • Pagam suas dívidas por meio de precatórias. • Questões processuais � Prazos maiores – 4x mais para defesa e 2x mais para recurso. � 2 julgamentos sem recurso (remessa de ofício). � Processo sem pagamentos de custas. � Advogados não precisam de procuração • Prazo quinquenal: as dividas passivas das autarquias podem ser cobradas no prazo de 5 anos. • Espécies de autarquias: a) Autarquia Comum: não possui particularidades. Exemplo: INSS, INCRA, IBAMA, DETRAN, DNIT, IBRAM. b) Autarquia Territoral: se o estado criar um território, este será uma espécie de autarquia. c) Autarquia Corporativa: são os conselhos profissionais. Exemplos: CRA, CRF, CRO, CREF. OBS.: Segundo o STF, a OAB não tem classificação, sendo uma instituição “Suigeneris”. Desta forma, ela não precisa realizar concurso público, licitação e não precisa prestar contas ao Tribunal de Contas. d) Autarquia em Regime Especial: a lei instituidora confere maior autonomia a essas entidades. A principal característica é o mandato fixo de seus dirigentes que só poderá sair do cargo em uma das seguintes hipóteses: � Após o término do mandato. � PAD. � Sentença judicial transitada em julgado. � Renúncia. Exemplo: Banco Central (possui status de ministério), agências reguladoras (ANTAC, ANATEL, ANTT, ANS). 14 e) Autarquia Fundacional: é uma Fundação Pública de Direito Público. 4) Fundação Pública • Entidade administrativa criada ou autorizada por lei específica para o desempenho de atividades de cunho social sem fins lucrativos. • Lei complementar definirá as possíveis áreas de atuação das fundações públicas a) Fundação Pública de Direito Público: criada por lei específica. Exemplo: IBGE, FUNAI, FUNASA. b) Fundação Pública de Direito Privado: autorizada por lei específica. Realiza atividadeatípica e usa de regras públicas e privadas. Atua no 3º Setor. Possui imunidade tributária. Os bens são privados, porém possuem proteção de bens públicos. Os agente públicos são concursados, celetistas e podem atingir a estabilidade, pois não exerce atividade lucrativa. Exemplo: FUNPRESP 5) Agência Executiva: • É uma qualificação dada às autarquias e fundações públicas que assinem um contrato de gestão e que tenham um plano de reestruturação. • Essa qualificação amplia a amplia a autonomia atendendo ao princípio da eficiência. • É ato discricionário do presidente da república realizado por meio de decreto. Exemplo: INMETRO. 6) Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista • Personalidade jurídica de direito privado. • Regime de pessoal: CLT. • Havendo conflito trabalhista, a Justiça do Trabalho irá julgar. • Seus empregados não estão sujeitos ao teto constitucional, salvo se o Estado contribuir com o pagamento de salários ou custeio (água, luz,telefone, limpeza...). • Precisam de registro em cartório • Para as atividades de direção a ocupação será de cargo em comissão. • Elas podem: � Prestar serviços públicos: nesse caso não possuem concorrência e recebe proteção do Estado. Exemplo: Correios. � Explorar atividade econômica: exercem concorrência com a iniciativa privada e não possuem proteção do Estado. Exemplos: BB e PR. OBS.: o Estado pode criar empresas estatais para explorar atividade econômica nos seguintes casos: segurança nacional, interesse público e monopólio constitucional (petróleo, gás natural e minério nuclear). • Bens privados 15 � Exploradoras: podem ser penhorados � Prestadoras: não podem ser penhorados • Imunidade tributária • Exploradoras: • Benefícios fiscais: só poderão ser recebidos se forem extensivos a todo setor. • Não possuem regalias nas questões processuais. Diferenças entre Fundações Públicas e Sociedade de Economia Mista EP SEM Capital 100% público Maioria do capital público Forma de constituição Qualquer forma, inclusive Sociedade Anônima Somente Sociedade Anônima (S/A) Foro processual (se federais) Justiça Federal Justiça Estadual Exemplos Correios, CEF, EMBRAPA BB, PR, BRB, Eletrobrás OBS. 1: A Empresa Pública pode ter sócio, desde que ele seja público. OBS. 2: Toda SEM é uma S/A, mas nem toda S/A é uma SEM. OBS. 3: Havendo conflito trabalhista,a Justiça do Trabalho irá julgar. 7) Associação Pública Consórcio público é um acordo de mútua cooperação entre os entes federativos em que é criada uma pessoa jurídica autônoma que poderá ser de direito público ou privado. a) Consórcio público de direito privado: não integra a administração indireta, mas deve fazer concurso, licitação e prestar contas ao Tribunal de Contas. b) Consórcio público de direito público: recebe a denominação de Associação Pública e integra a administração indireta de todos os entes federativos. Exemplo: Consórcio intermunicipal do ABC Paulista. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO • Conceito: é a capacidade de o Estado manifestar o seu poder no exercício da função administrativa para que possa controlar a sociedade e a própria Administração em nome da segurança jurídica e do princípio da proteção à confiança das atividades públicas. • Decorre do princípio da supremacia do interesse público. • Os poderes são instrumentais. 16 1) Poder Vinculado (Poder regrado): a administração não possui liberdade de atuação, pois preenchidos os requisitos legais, ela é obrigada a editar o ato. Efeito “juris et de jure”. Exemplo: concessão da CNH e aposentadoria. 2) Poder Discricionário: a Administração possui certa liberdade de atuação. A liberdade não é absoluta porque tem limitadores: � Lei � Princípios da razoabilidade e proporcionalidade A Administração atua de acordo com a conveniência e oportunidade (mérito administrativo). 3) Poder Hierárquico: permite à Administração distribuir e escalonar as funções dentro do órgão, estabelecendo a relação superior-subordinado. Decorrência desse poder: a) Dar ordens b) Fiscalizar e revisar os atos dos subordinados c) Delegação e avocação Delegação - É a transferência de parte da competência para outra pessoa ou órgão. - A delegação pode ser revogada a qualquer momento. - Os atos de delegação e sua revogação devem ser publicados no Diário Oficial. - Quando ocorre prejuízo a responsabilidade é do agente delegado/delegatário. - A delegação se dá por ato ou contrato. - Possui natureza temporária. - Não transfere a titularidade, somente a execução dos serviços (funciona como um empréstimo) - Os seguintes atos não podem ser delegados: � Atos de caráter normativo � Decisão de recurso � Matéria de competência exclusiva Avocação - Ocorre quando a autoridade toma para si parte da competência do subordinado. - Não pode ocorrer no mesmo nível hierárquico. - Não poderá ser exercido em competências privativas. - Possui natureza temporária e emergencial (por isso não precisa ser publicado). 17 DICA: toda vez que houver mais de uma pessoa jurídica na relação, não será possível a aplicação do Poder Hierárquico. 4) Poder Disciplinar: prerrogativa de punir aqueles ligados à Administração: � Servidores � Empresas Contratadas - O Poder Disciplina possui natureza interna/introversa: Estados � Seus agentes - Deve-se respeitar o contraditórios e ampla defesa. - É proibida condenação por “verdade sabida”. OBS. 1: o Poder Disciplinar é discricionário, haja vista que a Administração possui alternativas quanto a graduação das sanções. OBS. 2: A professora Di Pietro entende que o Poder Disciplinar também pode ser chamado de “Supremacia Especial”. 5) Poder Regulamentar: é a prerrogativa do chefe do executivo (presidente, governados e prefeito) para a edição de atos normativos. a) Decreto Regulamentar (ou Regulamento Executivo): editado para possibilitar a fiel execução das leis. É um ato secundário que não pode ser delegado (é exclusivo). b) Decreto Autônomo (ou Regulamento Autônomo): pode ser editado em duas hipótese: � Organização e funcionamento da administração desde que não implique aumento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos. � Extinção de funções e cargos públicos, quando vagos. 6) Poder de Polícia: esse poder é amplo e não se limita à segurança pública pois engloba qualquer atividade de fiscalização. - A Administração restringe os direitos sociais em favor da sociedade. - Pode ser preventivo ou repressivo. - Esse poder não pode ser delegado à entidade privada. - Diferença entre polícia administrativa e polícia judiciária: POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA 18 Ação Prioritária Preventiva Repressiva Tipo de Infração Todos, menos penal Apenas penal Incide sobre Atividades/Bens/Direitos Pessoas (fisicas ou jurídicas) Quem exerce Corporações diversas: ANVISA, AGEFIS, PROCON, DETRAN, Bombeiro Corporações especializadas: Polícia Federal, Polícia Civil PODER DE POLÍCIA PODER DA POLÍCIA OBS.: Polícia Federal também pode ser considerada Polícia Administrativa. Atributos do Poder de Polícia (características): � Discricionariedade (diferente de poder discricionário) � Autoexecutoriedade: ação imediata � Coercibilidade: poder de ameaça Ciclo do poder de polícia: O Poder de Polícia se divide em quatro fases: OBS.: O consentimento e a fiscalização podem ser delegados. ABUSO DE PODER Possui duas espécies: 1) Excesso de poder: vício no elemento competência. Ocorre quando o agente extrapola suas competências. Vício no elemento competência pode ser convalidado (corrigido), desde que a competência seja exclusiva. 19 2) Desvio de poder: desvio no elemento finalidade. Ocorre quando o agente busca interesse diverso do que a lei prevê. Exemplo: quando o servidor é removido como forma de punição. Vício nesse elemento não pode ser convalidado. Deve-se anular. ATOS ADMINISTRATIVOS Conceito: manifestação unilateral do Estado ou de quem o represente que, agindo sob regime de direito público, tenha por finalidade constituir, modificar, extinguir ou declarar direitos bem como impor obrigações. Fato Administrativo: é a implementação, materialização do ato administrativo. Exemplo: o ato é a ordem de demolição, o fato é a execução da demolição; construção de ponte; pavimentação de rua; apreensão de mercadorias. Elementos/Requisitos do Ato Administrativo: COmpetência FInalidade Sempre vinculado (* há divergência na doutrina) FOrma* (causa) Motivo (conteúdo) Objeto Podem ser discricionário 1) Competência: é o poder legal conferido ao agente público para o exercício de suas funções. A competência é irrenunciável, mas pode ser delegada ou avocada. Vício no elemento competência é abuso de poder na espécie excesso de poder. Vício nesse elemento pode ser convalidado (corrigido) desde que a competência não seja exclusiva. Diferença entre funcionário de fato e usurpador de função: FUNCIONÁRIO DE FATO X USURPADOR DE FUNÇÃO - Foi investido no cargo, mas há irregularidades. - Não foi investido no cargo, apenas se passa por servidor. - Os atos praticados são considerados válidos (princípio da Segurança Jurídica, aparência) - Os atos são inexistentes. - É crime. 2) Finalidade: é sempre o interesse público, o interesse que a lei prevê. 20 Vício no elemento finalidade caracteriza abuso de poder na espécie desvio de poder. Vício nesse poder não pode ser convalidado. 3) Forma: é a exteriorização do ato administrativo. Em regra é escrito, toda via os gestos e apito do guarda de trânsito também são atos administrativos. Vício no elemento forma pode ser convalidado, desde que a forma não seja essencial à validade do ato. A motivação, declaraçãoexpressa dos motivos, integra o elemento forma. Nem todos os atos precisam ser motivados. Exemplo: exoneração de cargo em comissão. Motivação Aliunde ou (motivação por referências): é a motivação com base em pareceres anteriores. 4) Motivo: é o pressuposto de fato e de direito que justifica a prática do ato. É a causa do ato administrativo. Vício nesse elemento não pode ser convalidado. Para o ato ser válido, os motivos apresentados têm que ser verdadeiros, mesmo o ato não precisando de motivação (teoria dos motivos determinantes). 5) Objeto: é o efeito jurídico imediato que o ato produz. É o conteúdo do ato. Atributos do Ato Administrativo Atributos = características. P � Presunção de legitimidade A � Autoexecutoriedade T � Tipicidade I � Imperatividade 1) Presunção de legitimidade: é uma presunção relativa de validade dos atos, ou seja, presume-se que o ato está de acordo com a lei (presunção de legalidade) e que os motivos apresentados são verdadeiros (presunção de veracidade). Está presente em todos os atos da administração. Devido a esse atributo, um ato ilegal deve ser obedecido por todos até que seja anulado. 2) Autoexecutoriedade: permite ao Estado implementar, executar, diretamente os seus atos sem a necessidade do Poder Judiciário. Exemplo: interdição de estabelecimento e apreensão de mercadoria. Esse atributo não está presente em todos os atos. Exemplo: cobrança de multa. 21 Esse atributo pode ser dividido em dois: a) Exigibilidade: meio de coerção indireta, pois não desconstitui a irregularidade. Exemplo: multa. b) Executoriedade: meio de coerção direta, pois desconstitui a irregularidade. Exemplo: guinchamento de veículo. 3) Imperatividade: permite ao Estado impor obrigações ou criar restrições mesmo sem a anuência do particular. Exemplo: ordem para desocupar imóvel em área de risco. Não está presente em todos os atos. Exemplo: certidões ATENÇÃO: Executar AUTOEXECUTORIEDADE Implementar Criar IMPERATIVIDADE Impor 4) Tipicidade: a lei deve prever os tipos de atos e as suas consequências, reduzindo a discricionariedade. Espécies de Atos Administrativos N � NORMATIVO O � ORDINÁRIO P � PUNITIVO E � ENUNCIATIVO N � NEGOCIAL 1) Ato Normativo: é aquele que regulamenta, complementa a lei. Em regra, não inova o ordenamento jurídico. Exemplo: instrução normativa, decreto, regulamentos. 2) Ato Ordinário: emite ordens aos servidores e às empresas contratadas. Exemplo: ordem de serviço, portarias, circulares. 3) Ato Punitivo: emite sanções. Exemplo: demissões, multas, interdições. 4) Ato Enunciativo: é aquele que a Administração declara, atesta algo a pedido do interessado ou quando ela emite opinião. Esses atos não possuem o atributo da imperatividade. Exemplo: certidões, atestados, pareceres. 22 5) Ato Negocial: a Administração edita o ato que vai de encontro ao desejo do particular. Licença � Vinculada � Exemplo: CNH e alvará Ato Negocial Permissão � Discricionária � Exemplo: transporte escolar Autorização � Discricionária � Exemplo: porte de arma Classificação dos Atos Administrativos 1) Ato Interno ou Externo a) Ato Interno: gera efeitos dentro da Administração. Exemplo: portaria que cria grupo de trabalho. b) Ato Externo: gera efeitos fora da Administração. Exemplo: edital de concurso público. 2) Ato Geral ou Individual a) Ato Geral: não possuem destinatários determinados. Exemplo: edital de licitação e concurso público b) Ato Individual: possui destinatários determinados. Exemplo: nomeação de 100 candidatos. 3) Ato Vinculado ou Discricionário a) Ato Vinculado: a Administração não possui liberdade de atuação, pois, preenchidos os requisitos legais, ela é obrigada a editar o ato. Exemplo: licença e aposentadoria. b) Ato Discricionário: a Administração possui certa liberdade de atuação. Essa liberdade não é absoluta, haja vista que existem dois limitadores: a lei e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Agirá de acordo com a conveniência e oportunidade (mérito administrativo). Exemplo: exoneração de cargo em comissão e prorrogação de concurso público. 4) Ato de Império, de Gestão ou de Expediente a) Ato de Império: a Administração age em supremacia. Exemplo: interdição de estabelecimento. b) Ato de Gestão: o Estado atua em posição de igualdade. Exemplo: locação de imóveis. c) Ato de Expediente: é aquele da rotina do órgão público. Exemplos: memorando, ofício, despachos. 23 5) Ato Perfeito, Válido, Eficaz e Consumado a) Ato Perfeito: é aquele que completou o seu ciclo de formação. b) Ato Válido: é aquele que está de acordo com a legislação. c) Ato Eficaz: está apto a produzir efeitos. d) Ato Consumado: é o ato que exauriu os seus efeitos. Exemplo: autorização para a realização de um show é um ato exaurido após a sua realização. 6) Ato Nulo e Anulável a) Ato Nulo: possui vício insanável, ou seja, não pode ser convalidado. São vícios isanáveis: finalidade, motivo e objeto. b) Ato Anulável: possui vício sanável, isto é, pode ser convalidado. São vícios sanáveis: competência (desde que não seja exclusiva) e forma (desde que não seja essencial para a validade do ato). 7) Ato Simples, Composto e Complexo a) Ato Simples: única manifestação de vontade para a edição de um único ato. Exemplo: multa do DETRAN. b) Ato Composto: são duas manifestações de vontade para a edição de dois atos dentro do mesmo órgão, sendo que um ato é o principal e o outro é assessório. Exemplo: autorização que necessita de ratificação do chefe. c) Ato Complexo: são duas manifestações de vontade em órgão diferentes para a edição de um único ato. Exemplo: portaria interministerial, investidura de ministro do STF, aposentadoria de servidor. Extinção do Ato Administrativo 1) Cassação: ocorre quando o beneficiário descumpriu os requisitos. Exemplo: cassação da CNH de motorista que ficou cedo. 2) Caducidade: ocorre quando lei posterior retira o fundamento do ato administrativo. Exemplo: alvará será extinto quando lei posterior determinar aquela área como exclusivamente residencial. 3) Contraposição: é a extinção do ato devido à edição de um novo ato com efeitos opostos. Exemplo: exoneração extingue o ato de nomeação. 4) E 5) Anulação e Revogação: ANULAÇÃO REVOGAÇÃO Motivo Ilegalidade Conveniência e oportunidade Quem pode declarar Administração e Poder Judiciário Somente a Administração Efeitos Ex tunc (retroage) Ex nunc (não retroage) 24 OBS. 1: a anulação terá efeito “Ex nunc” perante terceiros de boa-fé. OBS. 2: a Administração tem direito de anular o ato em até 5 anos, salvo má-fé. OBS. 3: os seguintes atos não poderão ser revogados: • Vinculados • Consumados • Atos que integram um procedimento administrativo • Meramente declaratórios • Atos que geraram direito adquirido Resumo - Elementos/Requisitos (CoFiFoMOb) - Atributos (PATI) Atos Administrativos - Espécies (NOPEN) - Classificação - Extinção AGENTES PÚBLICOS Conceito: Toda e qualquer pessoa com ou sem vínculo, com ou sem remuneração, que exerça uma atividade estatal, transitoriamente ou não. Espécies de agentes públicos: 1) Agente Político: está previsto na Constituição e exerce suas funções com autonomia. São eles: a) Presidente/viceb) Governador/vice c) Prefeito/vice d) Ministros/secretários e) Senador/deputados f) Magistrados g) Membros do MP 2) Agente Honorífico: é o particular convocado pelo Estado para exercer uma atividade transitória e sem remuneração. Exemplo: mesário da justiça eleitoral e jurado do tribunal do júri. 3) Agente Delegado: é aquele que exerce uma delegação do Estado para exercer determinada atividade por sua conta e risco. Exemplo: concessionárias, permissionárias (Piracicabana), oficial de cartório. 25 4) Agente Credenciado: é o particular escolhido pelo Estado para representá-lo em determinado evento. Exemplo: cientista que representa o Brasil num evento sobre energia nuclear. 5) Agente Administrativo: é aquele que possui vínculo funcional com a Administração. Divide-se em: a) Servidor Público: é aquele que ocupa cargo público. Regime de pessoal: estatutário. - Cargo efetivo � Concurso � Estabilidade Cargo Público - Cargo em comissão � livre nomeação e livre exoneração b) Empregado público: é aquele que ocupa emprego público. Regime de pessoal: CLT. Não possuem estabilidade. c) Temporários: são contratados devido a uma necessidade temporária de excepcional interesse público. Não ocupam cargo nem emprego público, apenas exercem uma função pública. Não é obrigatório concurso público, basta processo seletivo simplificado. ASPECTOS CONSTITUCIONAIS 1) Acessibilidade: os cargos e empregos e funções públicas podem ser preenchidos por brasileiros e estrangeiros na forma da lei. Em regra é por concurso público. Exceções: • Cargo em comissão • Mandato eletivo • Temporários 2) Concurso Público: a validade é de até 2 anos podendo ser prorrogado 1 vez por igual período (ato discricionário). O concurso será de provas ou provas e títulos. 3) Diferença entre cargo em comissão e função de confiança CARGO EM COMISSÃO X FUNÇÃO DE CONFIANÇA - Servidor ocupante de cargo efetivo - Somente ocupante de cargo efetivo - Particulares Direção, chefia e assessoramento 26 4) Diferença entre estágio probatório e estabilidade: o estágio probatório é no cargo e a estabilidade é no serviço público. Hipóteses de perda da estabilidade: a) Processo Administrativo Disciplinar b) Sentença judicial transitada em julgado c) Insuficiência de desempenho demonstrada em avaliação periódica (necessita de lei complementar) d) Excesso de despeza com o pessoal: 1º) Extinção de, no mínimo 20% dos cargos em comissão 2º) Exoneração dos servidores não estáveis 3º Exoneração dos servidores estáveis. 5) Sistema Remuneratório a) Vencimentos: vencimento básico + vantagens de caráter permanente. b) Subsídio: parcela única. Obrigados a receber por subsídio: • Agentes políticos • Advogado público e defensor público • Polícias e Bombeiros c) Salário: remuneração paga aos empregados públicos OBS. 1: os vencimentos pagos pelo Poder Legislativo e Judiciários não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. OBS. 2: os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário deverão publicar anualmente a remuneração paga aos seus cargos e empregados. 6) Teto Constitucional • Teto Geral: ministro do STF • Subtetos: o Estadual - Executivo: governador - Legislativo: deputado - Judiciário: desembargador o Municipal: Prefeito 7) Acumulação de cargo e emprego público: em regra não é possível a acumulação de cargos e empregos públicos. Todavia, a CF apresenta quatro exceções desde que haja compatibilidade de horário: a) 2 na área da saúde (STJ: não pode ultrapassar 60h semanais) b) 2 de professor c) Professor + técnico ou científico d) Cargo + vereador 8) Eleição: se for eleito para mandato: a) Federal ou estadual: fica afastado do cargo e recebe, obrigatoriamente, a remuneração do mandato. b) Prefeito: fica afastado do cargo mas opta pela remuneração. 27 c) Vereador: se houver compatibilidade de horário, pode acumular, senão ocorre o mesmo que o caso acima. 9) Observações Finais a) É livre a associação sindical aos servidores públicos civis. b) A administração fazendária e os seus servidores fiscais terão precedência em relação aos demais órgãos. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Conceito: é a obrigação que o Estado tem de indenizar ao danos patrimoniais ou morais causados por seus agentes. OBS. 1: os atos lícitos e ilícitos geram o dever de indenizar. OBS. 2: a indenização pode ser obtida administrativamente ou judicialmente. Essa disciplina possui quatro teorias: a) Teoria da Irresponsabilidade: o Estado não responderá pelos prejuízos causados por seus agentes. Os atos judiciais e legislativos, quando provocam prejuízos, não são passíveis de indenização. Exceções: • Leis declaradas inconstitucionais. • Leis de efeito concreto. • Prisão além do tempo determinado pela sentença. • Erro judiciário (condenar criminalmente inocentes). b) Responsabilidade Subjetiva: o Estado responderá pelos prejuízos causados por seus agentes se ficar demonstrado dolo ou culpa. c) Responsabilidade Objetiva (Risco Administrativo): o Estado responderá pelos prejuízos causados pelos seus agentes, independentemente de dolo ou culpa. Entretanto, essa responsabilidade poderá ser excluída ou reduzida. d) Teoria do Risco Integral: o Estado responderá pelos prejuízos causados pelos seus agentes, independente de dolo ou culpa. Contudo, não há hipóteses de exclusão nem redução dessa responsabilidade. Exemplo: dano nuclear, seguro DPVAT, atentado terrorista em aeronaves, danos ambientais, acidentes com energia elétrica de alta voltagem, acidentes de trabalho em Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Por ação � Objetiva RESPONSABILIDADE DO ESTADO Por omissão � Subjetiva RESPONSABILIDADE Subjetiva DO AG. PÚBLICO 28 1) Responsabilidade por Ação: quando o Estado estiver atuando (conduta comissiva), a teoria a ser utilizada é a da responsabilidade objetiva, isto é, o Estado indenizará independentemente de dolo ou culpa. A responsabilidade do Estado poderá ser: a) Excluída: culpa exclusiva da vítima ou força maior. b) Reduzida (Mitigada): culpa concorrente da vítima. OBS.: Cabe ao Estado demonstrar a culpa da vítima (perícia). - Requisitos para a indenização: CONDUTA ESTATAL (a ambulância estava indo socorrer uma vítima) NEXO DE CAUSALIDADE (porque a ambulância bateu) DANO (o carro foi batido) Respondem de forma objetiva: a) Pessoas jurídicas de direito público • U, E, DF e M • Autarquias e Fundações Públicas b) Pessoas jurídicas de direito privado • Prestadoras de serviços públicos: Correios, Piracicabana (concessionárias e permissionárias). OBS.: as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem de forma objetiva em relação aos seus usuários e não usuários do serviço. O Estado só responderá pelos prejuízos se o agente estiver no exercício de suas funções. 2) Responsabilidade por Omissão: quando o prejuízo causado for decorrente de omissão estatal, a responsabilidade será subjetiva, ou seja, dependerá de dolo ou culpa. FALTA de serviço: inexistÊncia ou mau funcionamento. ATENÇÂO: quando o Estado estiver com a guarda de bens ou pessoas, a sua responsabilidade será objetiva mesmo se decorrente de omissão. Exemplo: suicídio de detento.3) Responsabilidade do Agente: o Estado deve ingressar com ação regressiva contra o agente causador do dano se ficar demonstrado dolo ou culpa. Dessa forma, a responsabilidade do agente é subjetiva. *Culpa concorrente: exclui a culpa ou, no mínimo, atenua a responsabilidade. 29 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO Conceito: é um mecanismo de fiscalização, de revisão dos atos praticados pela Administração. Classificação 1) Conforme a origem: a) Controle Interno: é o realizado dentro do mesmo Poder. Abrange o controle da Administração sobre a Indireta. b) Controle Externo: é aquele realizado de um Poder sobre o outro. Exemplo: Poder Judiciário quando anula um edital de licitação. c) Controle Popular: é o realizado pela sociedade. Exemplo: direito de petição, denúncia ao TCU. OBS.: o controle pode ser realizado antes, durante ou depois do ato. 2) Conforme o Aspecto Controlado: a) Controle de Legalidade: verifica se o ato está de acordo com a legislação, caso contrário: - Anulação pela Administração ou Poder Judiciário. - Efeito Ex Tunc (retroage). b) Controle de Mérito: verifica se o ato permace conveniente e oportuno, caso contrário: - Revogação feita pela Administração. - Efeito Ex Nunc (não retroage). 3) Conforme a Amplitude: a) Contgrole Hierárquico: resulta da relação superior-subordinado. b) Controle Finalístico (ou Supervisão Ministerial ou Tutela): é aquele realizado pela Administração Direta sobre a Indireta. 4) Conforme o Órgão Controlador: a) Controle Administrativo: é sempre um controle interno, resultando do princípio da autotutela (Súmula 473 do STF). Trata-se de controle de legalidade e mérito. b) Controle Legislativo: ocorre quando o Poder Legislativo controla outros Poderes. Exemplo: convocação de ministros; julgamento das contas do Presidente da República; compete ao Congresso Nacional, auxiliado pelo Tribunal de Contas, a fiscalização oeçamentária e financeira. c) Controle Judicial (ou Controle Jurisdicional): ocorre quando o Poder Judiciário controla outros Poderes. O Poder Judiciário só age quando é provocado, não pode agir de ofício, ou seja, não pode agir por conta própria. Trata-se apenas de um controle de legalidade. 30 OBS.: o Poder Judiciário pode analisar os atos discricionários quanto a sua legalidade. Assim, ele poderá anular um ato, mas nunca revogá-lo. MEDIDAS JUDICIAIS I) Mandado de Segurança: utilizado para proteger direito líquido e certo não amparado pelo “Habeas Data” contra ilegalidade ou abuso de poder praticado por autoridade pública. Pode ser preventivo ou repressivo. II) Ação Popular: qualquer cidadão pode ingressar com ação popular com o intuito de anular ato lesivo a: - Patrimônio público - Meio ambiente - Moralidade - Patrimônio histórico e cultural III) Ação Civil Pública: é utilizada para proteger: - Patrimônio público - Meio ambiente - Direitos coletivos e difusos Podem ingressar com ação civil pública: - Entidades políticas - Entidades administrativas - Ministério Público - Defensoria Pública - Associações SERVIÇOS PÚBLICOS 1) Conceito: é a atividade administrativa traduzida em utilidades e comodidades para a sociedade. 2) Atividades Consideradas Serviço Público: existem duas teorias para definir as atividades consideradas serviços públicos: a) Teoria Essencialista: será serviço público aquelas atividades que sejam essenciais. b) Teoria Formalista: será serviço público aquela atividade indicada pela lei. O Brasil adota a Teoria Formalista. Assim, algumas atividades, mesmo não sendo essenciais, são consideradas serviços públicos. Exemplo: lotéricas. 3) Não são Serviços Públicos: 31 a) Poder de polícia (pois restringe, e não amplia direitos) b) Atividade meio (limpeza, vigilância...) c) Obra pública 4) Classificação a) Serviços Gerais (“uti universi”): não possui destinatários determinados, pois não é possível mensuração por indivíduo. (é cobrado mediante impostos) Exemplo: iluminação pública. b) Serviços Individuais (“uti singuli”): prestados a destinatários determinados, tendo em vista que é possível mensurar individualmente a utilização. Exemplo: água, luz, telefone... (cobrados por taxas e 5) Competência para a Prestação a) União: suas competências estão previstas no artigo 21 da CF. b) Municípios: suas competências são aquelas de interesse local. Exemplo: cemitério. c) Estados: sua competência é residual. OBS. 1: a prestação de serviço local de gás canalizado é de competência dos estados. OBS. 2: o artigo 23 da CF enumera os casos de competência comum da União, estados e municípios. OBS. 3: O DF possui as competências dos estados e municípios. 6) Base Constitucional: o artigo 175 da CF estabelece que “incumbe ao poder público diretamente ou sob regime de “concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. A autorização também tem base constitucional, estando prevista no artigo 21, §11 e §12. A lei 8987/95 regulamentou a prestação de serviços públicos. 7) Concessão, Permissão e Autorização a) Concessão: é a delegação de um serviço público a uma pessoa jurídica ou consórcio de empresas mediante a assinatura de um contrato ou concessão. Características: - Pessoa jurídica ou consórcio de empresas - Modalidade concorrência - Prazo determinado b) Permissão: é a delegação de um serviço público a uma pessoa jurídica ou pessoa física mediante assinatura de um contrato de adesão. Características: - Pessoa jurídica ou pessoa física - Qualquer modalidade de licitação - Prazo determinado - O contrato é precário e pode ser revogado a qualquer momento 32 c) Autorização: é a delegação do serviço público mais simples e de baixa complexidade a uma pessoa jurídica ou física. É realizada por ato administrativo, logo, não precisa de licitação. Características: - Pessoa física ou pessoa jurídica - Não precisa de licitação - Prazo determinado - Precário e pode ser revogado a qualquer momento 8) Serviço Adequado: todo serviço público deve ser prestado de forma adequada. Considera-se serviço adequado aquele que atender os seguintes requisitos/princípios: a) Regularidade: serviço prestado da mesma forma independente do local. b) Generalidade: todos devem ter direito ao serviço prestado. c) Continuidade: serviço prestado continuamente, salvo três exceções. d) Eficiência e) Segurança: o serviço não pode oferecer riscos. f) Atualidade: compreende à modernidade das instalações e dos equipamentos, bem como a conservação e expansão do serviço. g) Cortesia h) Modicidade das tarifas: as tarifas têm que ser as mais baixas possíveis. O edital pode prever outras fontes de receita. O valor pode ser diferenciado em razão do uso (moto e caminhão pagam valores diferentes no pedágio). 9) Extinção da Concessão: a concessão pode ser extinta das seguintes formas: a) Advento Contratual: ocorre com o término do prazo. b) Encampação: é a extinção da concessão devido a interesse público. É necessário lei e prévia indenização. c) Caducidade: ocorre quando a empresa descumpre o contrato. d) Rescisão: ocorre quando a Administração descumpre o contrato. Necessita de ordem judicial. e) Anulação f) Falência ou extinção da empresa
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