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Martin Heidegger FICHAMENTO FILOSOFIA

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Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia
Filosofia da Educação - Professor: Paulo da Rosa Gomes
Nome: Silvia Carvalho da Silva - Turma: 1PGIN - Sala: 03/Bloco II 
Data: 12/042018 
FICHAMENTO
HEIDEGGER, Martin. O Fim da Filosofia e a Tarefa do Pensamento. São Paulo: Nova Cultural Ltda. 2005.
Martin Heidegger, filósofo alemão, estudou na Universidade de Frei-burg-im-Breisgau com Edmund Hussel, criador do método fenomenológico e com Heinrich Ricker, culturalista neokantiano. Nos seus trabalhos, transparece a influência do método fenomenológico de Edmund Husserl. Sua obra Ser e Tempo, projetou-se como o mais famoso representante da filosofia existencialista. Em 1933, ano da ascensão de Adolf Hitler ao Cargo de Chanceler da Alemanha, ele foi elevado ao cargo de reitor da Universidade de Freiburg.
O Título do Texto “O Fim da Filosofia e a Tarefa do Pensamento” nomeia uma tentativa de mediação do questionamento. As questões são caminho para sua resposta. As questões deveriam consistir numa transformação do pensamento e não reduzir á simples enunciação de um estado de coisas. Este texto é a tentativa de submeter o ponto de partida da questão articulada em Ser e Tempo a uma crítica imanente. Em consequência disto se modificará o título da tarefa Ser e Tempo. Levantam-se duas questões:
Em que medida entrou na Filosofia, na época atual, em seu estágio final?
Que tarefa ainda permanece reservada para o pensamento no fim da filosofia?
Em resposta a primeira afirma se que a Filosofia é Metafísica. A metafísica pensa o ente em sua totalidade, sob o ponto de vista do ser enquanto ente ao modo da representação fundadora, pois o ser do ente mostrou-se, desde o começo da Filosofia. O fundamento manifesta se como sendo presença. Seu presente consiste em produzir para a presença cada ente que se presenta a seu modo particular. 
Quando falamos no fim da filosofia queremos significar o acabamento da Metafísica. Acabamento não quer dizer que a filosofia deveria ter atingido com seu fim, a suprema perfeição. Que uma Filosofia seja como é deve ser simplesmente reconhecido, não nos compete preferir uma a outra, pois trata das diversas visões de mundo. O fim da filosofia é o lugar é aquilo em que se reúne o todo de sua história, em sua extrema, possibilidade. Fim como acabamento quer dizer esta reunião, a concentração nas possibilidades supremas. 
O desenvolvimento das ciências em meio ao horizonte aberto pela filosofia é, ao mesmo tempo, sua independência e a inauguração de sua autonomia. Este fenômeno faz parte do acabamento da Filosofia. Seu desdobramento esta em plena marcha, em todas as esferas do ente. Parece a dissolução da Filosofia; é, no entanto precisamente seu acabamento. Basta apontar para autonomia da Psicologia, da Sociologia da Antropologia Cultural, para o papel da lógica. O desdobramento da filosofia nas ciências autônomas e, no entanto interligadas, é o acabamento legítimo da Filosofia. As modernas ciências que estão se instalando serão determinadas e dirigidas pela nova ciência básica a cibernética. 
Neste momento a filosofia chega ao seu estado terminal, encontrou seu lugar no caráter cientifico com que a humanidade se realiza na práxis social. O caráter específico desta cientificidade e de natureza cibernética, quer dizer técnica. Pois ela é a teoria que permite o controle de todo planejamento possível e de toda organização do trabalho humano, Teoria significa agora: suposição de categorias a que se reconhece apenas uma função cibernética, sendo-lhe negado todo sentido ontológico. Passa a imperar o elemento racional e os modelos próprios do pensamento que apenas representa e calcula.
O fim da filosofia revela-se como o trunfo do equipamento controlável de um mundo técnico-científico e da ordem social que lhe corresponde. Quer dizer começo da civilização mundial fundada no pensamento ocidental europeu. Deverá então estar reservada, para o pensamento, na história da filosofia, de seu começo até seu fim, ainda uma tarefa não acessível nem á Filosofia como metafísica nem ás ciências dela oriundas. Por este motivo coloca-se a segunda questão: Que tarefa ainda permanece reservada para o pensamento no fim da filosofia?
Uma tarefa que, ao que parece, implicaria a afirmação de que a Filosofia não está à altura da questão do pensamento pode ser facilmente eliminada. Pois qualquer tentativa de preparar um acesso á presumível tarefa do pensamento depende de um retorno sobre o todo da História da Filosofia e na contingência de primeiro pensar sobre a historicidade daquilo que garante à Filosofia uma possível história. Ora, a Filosofia, nos tempos modernos, convocou por própria iniciativa, o pensamento para “a questão mesma”. Lembre-mos apenas dois casos a que hoje se dirige uma especial atenção no Prefácio que Hegel antepôs a sua Obra publicada em 1807, Sistema da Ciência, Primeira Parte: A Fenologia do Espírito. Este prefácio não é o prólogo à fenomenologia mas ao Sistema da Ciência, ao todo da Filosofia. Em seu sentido superficial este chamado possui sentido defensivo. Rejeitam se relações inadequadas à questão da filosofia. Cem anos depois, ouve-se novamente o chamado “a questão mesma”, no tratado de Husserl, A Filosofia como ciência Rigorosa, novamente tem sentido defensivo, mas aqui tem-se em mira outra direção, procura precaver contra a psicologia naturalística que pretendia ser o autêntico método para a exploração da consciência.
Escolhemos como indicador de caminho a elucidação do chamado “a questão mesma”. Visto a partir de Hegel e Husserl, a questão de Filosofia é a subjetividade . Para o apelo, o controvertido não é a questão mesma, mas sua exposição através da qual ela mesma se torna presente. A dialética especulativa de Hegel é o movimento pelo qual a questão como tal chega a si mesma, atinge a presença que é devida. O método de Husserl tem como finalidade levar a questão da filosofia a seu dar-se originário e definitivo, isto é, a presença que lhe é própria. Ambos os métodos são radicalmente diferentes. Porém, a questão como tal, que devem representar é a mesma.
Mas que nos ajudam estas constatações para o projeto de penetrar na tarefa do pensamento? Trata-se de perguntar pelo que permanece pelo que permanece impensado no apelo, oculta- se justamente algo que não pode ser pensado pela filosofia como questão que lhe compete. A dialética especulativa é um modo como a questão da filosofia chega a aparecer a partir de si mesma para si mesma, tornando-se assim presença. Impõe-se ao pensamento a tarefa de atentar para a questão que aqui é designada como clareira. Da clareira, todavia, a Filosofia nada sabe. Não há dúvida que a Filosofia fala da luz da razão, mas não atenta para a clareira do ser. Toda a Metafísica, inclusive sua contrapartida, o positivismo, fala a linguagem de Platão. Segundo ele não há Luz alguma, nem claridade sem a clareira. Na Filosofia, contudo, permanece impensada a clareira como tal que impera no ser, na presença ainda que em seu começo se fale da clareira. Onde acontece isto?
No Poema filosófico de Parmênides, o qual, foi o primeiro a meditar sobre o ser do ente, fala nas ciências, nas quais a filosofia se dissolveu. Aqui é nomeada a Alétheia, o desvelamento. Ela é chamada de perfeitamente esférica porque girando na pura circularidade do círculo, na qual, em cada ponto, começo e fim coincidem. A Alétheia, o desvelamento, devem ser pensados como a clareira que assegura ser e pensar e seu presentar-se recíproco. O desvelamento é como o elemento único no qual tanto ser como pensar e seu comum pertencer podem dar-se. A Alétheia é certamente nomeada no começo da Filosofia, mas não propriamente pensada como tal pela Filosofia nas eras posteriores. Seja como for uma coisa se torna clara: A questão da Alétheia, a questão do desvelamento como tal, não é a questão da verdade. Foi por isso inadequado denominar a Alétheia, no sentido da clareira, de verdade. 
No horizonte desta questão deve ser reconhecido que a Alétheia, foi apenas experimentada como a retitude darepresentação e da enunciação. Então também não é sustentável a afirmativa de uma transformação essencial da verdade, isto é, a passagem do desvelamento para a retitude. Em vez disso desemboca na perspectiva da adequação, no sentido da concordância entre o representar e o que se presenta. Mas se for assim, então apenas com tal questionamento podemos atingir o caminho que se dirige para a tarefa do pensamento no fim da Filosofia.
Enquanto a Ratio e o racional permanecem duvidosos, fica também sem fundamento falar irracionalismo. A racionalização técnico-científica que domina a era atual justifica-se sem dúvida, de maneira cada vez mais surpreendente através de sua inegável eficácia. Mas tal eficácia nada diz ainda daquilo que primeiro garante a possibilidade do racional e irracional. Talvez exista um pensamento mais sóbrio do que a corrida desenfreada da racionalização e o prestígio da cibernética que tudo arrasta consigo, justamente esta doida disparada é extremamente irracional. Se perguntarmos pela tarefa deste pensamento. Então será questionado primeiro, não apenas este pensamento, mas também o próprio perguntar por ele. Perante toda a tradição da filosofia isto significa: 
Nós todos precisamos de uma disciplina para o pensamento e antes disso de saber o que significa uma disciplina ou falta de disciplina no pensamento. Para isto Aristóteles nos dá um sinal no Livro IV de sua Metafísica (1006ss). “É falta de disciplina não ter olhos para aquilo com relação a que é necessário procurar uma prova e com relação a que isto não é necessário.” Esta palavra exige uma cuidadosa meditação. Pois ainda não se decidiu qual a maneira porque deve ser experimentado aquilo que não necessita de prova para se tornar acessível ao pensamento. Mas então o título da tarefa do pensamento deve ser em vez de Ser e Tempo. Clareira e Presença?! A tarefa do pensamento seria então a entrega do pensamento como foi até agora, à determinação da questão do pensamento.

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