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aula filosofia

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Ética e moral no pensamento filosófico
O bem e o mal, o certo e o errado
Ética e  moral são dois conceitos que atravessaram o tempo e desafiam até hoje o pensamento filosófico. Como podemos avaliar o que é permitido e o que é proibido? Nossos valores e costumes são universais? É possível julgar o certo e o errado?
Somos responsáveis por nossas decisões?
A fim de buscar respostas para algumas dessas perguntas, retornaremos ao pensamento socrático. Como se inicia a filosofia moral? Como podemos entender a decisão de um sujeito? 
CONCEITO: 
O que é Ética e Moral: No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.
A ética aristotélica e os princípios da vida moral
A vida ética – busca racional da felicidade
A filosofia de Aristóteles apresenta a ética como principal ferramenta humana para a busca da felicidade. Para ele, a ética implica uma vida equilibrada, em que se busca o bem como caminho para a plenitude da vida humana.
Há felicidade sem ética?
Qual é a importância de combinar a virtude com o saber prático? Existe relação entre ética, felicidade e política? Somos realmente capazes de controlar nossos impulsos visando ao bem comum?
Iremos abordar os fundamentos da ética aristotélica e como o filósofo entende a relação entre ética e felicidade. Vamos comentar ainda a importância de se estabelecerem princípios que guiam o ser humano a partir de seus desejos, impulsos visando ao estabelecimento de uma conduta moral. 
QUESTÃO 1
O cauim é uma bebida produzida a partir da mastigação da mandioca ou do milho por mulheres cuja saliva contribui para o seu fabrico. A preparação dessa bebida consiste em três estágios básicos: fermentação, amadurecimento e azedamento. Assim, em todos os rituais de passagem, em determinadas tribos indígenas, a presença do cauim é imprescindível.
SZTUTMAN, R. Cauinagem, uma comunicação embriagada – apontamentos sobre uma festa tipicamente ameríndia. Disponível em: www.antropologia.com.br/tribo. Acesso em: 17 jul. 2008. Adaptado.
Nos rituais indígenas, a ingestão do cauim evoca a busca de um estado de prazer e de felicidade. Na tradição filosófica, a ideia de felicidade foi abordada por Aristóteles, na obra Ética a Nicômaco.
Considerando o pensamento ético de Aristóteles, assinale a alternativa correta. 
 O interesse pessoal constituiu o bem supremo a visam todas as ações humanas, acima das escolhas nacionais. 
A felicidade é o bem supremo a que aspira todo individuo pela experiência sensível do prazer que se busca por ele mesmo.
 Todos os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa, aliada à vontade e à escolha racional.
Fim último da existência humana, a felicidade refere-se à vida solitária do indivíduo, desvinculada social na pólis.
A felicidade do indivíduo não pode ser alcançada pelo discernimento racional, mas tão somente pelo exercício da sensibilidade.
A ética cristã e a razão kantiana.
Obedecer implica ser livre?
 O cristianismo vai conceber a ética e a moral por meio da relação do homem com Deus, introduzindo o conceito de “dever”. Desse modo, organiza, por meio da fé e das noções de livre arbítrio e bem e mal, a vida ética.
Cena de filme em que Moisés segura as pedras com os dez mandamentos.
Veremos a dimensão da lei divina diante das decisões e escolhas do homem. Quais as consequências de usufruir do livre arbítrio? Os homens são capazes de discernir entre bem e mal, certo e errado?
Vamos também discutir como o pensamento kantiano se aproxima e se afasta do pensamento cristão e encontra no dever um fio condutor para a construção da ética. 
QUESTÃO 2
O cristianismo introduz algo novo na ética dos antigos gregos, que podemos identificar na seguinte afirmação:
A nossa virtude se define por nossa relação com Deus, e nossas escolhas livres (livre-arbítrio), nossos impulsos iniciais sempre se dirigem para o mal, por conta de nossas fraquezas.
A nossa virtude se define por nossa relação com a pólis, e somos seres racionais e livres (livre-arbítrio) e, portanto, capazes de discernimento em relação ao bem e ao mal.
A nossa virtude é combater o mal interior, o pecado original, e nossa ligação com Deus se dá por meio dos rituais públicos conduzidos pelo Estado.
A virtude de um homem se constrói na medida em que ele constrói sua relação com Deus por meio dos ensinamentos filosóficos.
A nossa virtude não se define por nossa relação com Deus, e nossas escolhas livres são sempre em direção ao pecado original, sendo trabalho da filosofia cristã orientar o homem no mundo.
QUESTÃO 3
Para a moral cristã:
o ser humano é incapaz de conduzir-se pelos caminhos do bem e do mal e, portanto, deve seguir os mandamentos da lei divina revelada.
o ser humano é uma criatura de pecado e jamais se salvará a não ser por intermédio do estudo da filosofia.
ao homem cabe reconhecer que, sem o esforço de sua vontade, jamais entenderá os mandamentos da lei divina revelada.
o ser humano é incapaz de conduzir-se pelos caminhos do bem e do mal e, portanto, deve seguir os mandamentos das leis do Estado.
a moral divina revelada está acima das leis do Estado, e somente por orientação de um sacerdote o homem salvará sua alma.
QUESTÃO 4
Leia o fragmento:
Tudo na natureza age segundo leis. Só um ser racional tem a capacidade de agir segundo a representação das leis, isto é, segundo princípios, ou: só ele tem uma vontade. Como para derivar as ações das leis é necessária a razão, a vontade não é outra coisa senão razão prática. Se a razão determina infalivelmente a vontade, as ações de um tal ser, que são conhecidas como objetivamente necessárias, são também subjetivamente necessárias, isto é, a vontade é a faculdade de escolher só aquilo que a razão, independentemente da inclinação, reconhece como praticamente necessário, quer dizer bom. 
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1995.
Assinale a alternativa correta.
A ética kantiana tem os mesmos princípios da ética aristotélica e, por isso, pode ser considerada eudemonista e utilitarista.
Kant afirmava que o princípio da ação moral era o imperativo categórico, que poderia ser reduzido à seguinte assertiva: “[...] age de tal forma que a máxima de sua ação possa ser universal”.
Kant desenvolve uma ética do dever, baseada na impulsividade das ações humanas, sobretudo em situações de conflito. 
No pensamento kantiano, não existe qualquer distinção entre a lei ética, a lei física, a lei moral e a lei jurídica, porque todas possuem o mesmo princípio elementar de fundamento. 
O sistema proposto por Kant servirá de crítica para os teóricos posteriores que procuram defender a ideia de “ética mínima”.
Ética, moral e vontade no pensamento hegeliano
A ética está nas coisas?
Nesta aula vamos acompanhar o pensamento do filósofo Hegel acerca da ética, a crítica elaborada ao pensamento kantiano e as formulações a respeito das noções de vontade objetiva e vontade subjetiva. Para esse filósofo, não bastava apenas considerar a intenção do indivíduo para se realizar um julgamento ético; também era necessário avaliar todos os elementos que estão relacionados à situação: a relação com o Estado, as regras morais estabelecidas e toda a história que cerca determinada ação.
A seguir abordaremos as formulações de Hegel sobre ética, além das críticas ao pensamento cristão e às concepções kantianas. Também veremos a construção cultural da moral e as dimensões objetivas e subjetivas da vontade, assim como a avaliação do filósofo sobre o papel das instituições na cultura, bem como a transmissão de valores e regras, imprescindíveis à construção da ética, segundo o filósofo. 
QUESTÃO 5
Uma instituição social ou política, uma obra de arte, uma religião e um sistema filosóficoexistem e operam como partes integrantes do próprio ser humano, como produtos de um sujeito racional que neles prolonga sua vida. Como produtos, que são, constituem um domínio objetivo; mas são, ao mesmo tempo, subjetivos, criados pelos seres humanos.
MARCUSE, 1978.
O trecho acima fala da formação das instituições culturais sob a ótica do pensamento hegeliano, que identifica a vontade objetiva como:
uma vontade muito mais poderosa, que determina nossa própria vontade e está inscrita na cultura.
uma vontade vinculada ao desejo que determina nossa própria vontade e que está inscrita na cultura das escrituras sagradas.
uma vontade muito mais poderosa, que determina nossa própria vontade e nasce dos nossos desejos irracionais.
uma vontade que se dá em meio às experiências, determina nossa própria vontade e está inscrita na ciência.
uma vontade muito mais poderosa que nós, que determina nossa própria vontade e está inscrita no nosso subconsciente.
A moral nietzschiana: a crítica ao Ocidente
Deus morreu?
O filósofo alemão Nietzsche, que se dedica a criticar profundamente o pensamento filosófico ocidental (a começar por Sócrates), considera que a verdade não é produto da curiosidade humana, mas sim fruto do medo da morte e do desconhecido. E é dessa forma que o filósofo identifica uma moral ressentida, que surge através da incapacidade do homem fraco de viver impulsionado pelos sentidos.
Nietzsche propõe a mudança da moral do escravo à moral aristocrática, como uma saída para o homem tornar-se um “super-homem”.
Veremos como Nietzsche faz uso do irracionalismo para contrabalancear o dionisíaco e o apolíneo, além de repensar o entendimento de bem e mal, uma vez que, para o filósofo, não há valores absolutos, tampouco verdades sobrenaturais. Fica então a pergunta: Deus realmente está morto?
QUESTÃO 6
A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como: (Origem: UFSJ-MG)
um argumento construído com a clara intenção de fomentar o debate e a defesa privilegiada dos valores e da moral cristã.
um instrumento metafórico de destruição de todos os ídolos, de todas as crenças estabelecidas, de todas as convenções e valores transcendentais fundamentados na moral e na religião cristã, bem como na filosofia metafísica socrático-platônica.
uma normalização para todo e qualquer embate moral e sistemático no âmbito das relações do homem com o mundo no qual está inserido.
uma afirmação da derrogação do universo racional e religioso no qual estava mergulhada a natureza humana do século XVIII. 
um argumento para apontar as deformidades da moral cristã em relação ao bem como fruto da razão sistemática e o apelo dos cristãos à única vida que existe: a terrena.
QUESTÃO 7
Assinale a alternativa que expressa o pensamento de Nietzsche sobre a origem do bem: Origem: UFSJ-MG
“Faça isto e mais isto, não faça aquilo e mais aquilo – e então serás feliz, contrário...” Dessas ações procedem o bem em si. 
“Todo o bem procede do instinto e é, por conseguinte, leve, necessário, espontâneo.” 
“O vício e o luxo são a causa do perecimento de povos e raças”. Libertar-se de tais desequilíbrios, eis aí a fórmula do bem original. 
“O cornarismo resume toda a origem do bem e é prerrogativa cultural da raça humana.”
“É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação.”

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