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CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS: A primeira idéia é de que os estados membros são autônomos, a constituição dispõe acerca deles no capítulo terceiro do título terceiro, não está dito explicitamente, como no caso dos municípios, mas a idéia implícita é de que os estados membros são autônomos. É importante, refletir acerca do que é autonomia, em que ela consiste. Dois elementos podem identificar a autonomia: 1o- sujeito da autonomia, ou simplesmente: quem é autônomo? (não é tão relevante a pergunta quando se trata de pessoas físicas, sendo relevante no caso das pessoas jurídicas), 2o- objeto da autonomia (depois de identificar quem é autônomo, é preciso saber a resposta da seguinte pergunta: ele é autônomo para fazer o quê?). Esse segundo elemento (objeto da autonomia) se subdivide em outros dois elementos: 1o- conjunto de tarefas (conjunto de realidades para as quais esse ser autônomo dedicará sua autonomia, ou seja, ele é autônomo para certos fins), 2o-meios necessários para realizar seu fins (sem eles o ser não pode ser autônomo). Por sua vez, o elemento da autonomia que diz respeito aos meios necessários pode subdividir-se em dois: 1o-meios humanos (gente) e 2o-meios financeiros (dinheiro). Essa idéia de autonomia estava muito boa na definição de município (a definição que as constituições brasileiras vinham definindo autonomia dessa forma: “a autonomia dos municípios será assegurada pela eleição do prefeito e do vice prefeito em data tal e pela administração própria no que respeite ao peculiar interesse local e especialmente quanto a decretação e arrecadação dos tributos de sua competência e organização dos serviços públicos do município”, lembrando que tal definição valia para os estados membros), a constituição de 1988 abandona, lamentavelmente, essa definição, que continha a essência da autônomia. A primeira análise da autonomia é acerca do sujeito, pessoa física é fácil, mas como a pessoa jurídica é autônoma? Isso significa em primeiro lugar que entidade toda resolve suas “coisas” e, considerando a quantidade de pessoas no mundo moderno, isso é feito de forma representativa, então, por conseguinte, eleição dos dirigentes de tal entidade, ou seja, a entidade se governa a si mesma, e, consequentemente, ela elege as pessoas que vão administrar a entidade em nome do conjunto, e a entidade deve prever as ocasiões em que é necessário ouvir o conjunto todo. Portanto, essencialmente, isso significa eleição direta e autonomia política: auto governo, esse é o primeiro elemento de autonomia (principalmente no caso das pessoas jurídicas: capacidade da entidade de governar a si mesma, através de um processo direto ou através de representação. Do lado do objeto temos o segundo elemento da autonomia, os fins, o que é um conjunto de fins? Um conjunto de assuntos que são reservados a atuação dessa entidade, na verdade isso é um conjunto de competências, a questão das competências aparece aqui, se você tem uma entidade autônoma, que defina seu governo, mas não possui um conjunto de atividades reservadas a ela, estando suas atividades a mercê da interferência de qualquer um, não haverá autonomia, porque as coisas que ela deve resolver também podem ser resolvidas por todo o mundo (ou seja, em outros níveis de administração, em outros níveis de governo) e a entidade em questão não terá nada para resolver por conta própria, sendo assim, uma entidade precisa ter um conjunto de obrigações que são dela e não dos outros, mas não basta isso, ter capacidade de auto governo e ter capacidade ter um conjunto de tarefas, fins ou competências reservadas a ela, sendo imprescindíveis os meios necessários para enfrentar essas competências, realizar essas competências, os meios humanos significam um conjunto de pessoas, funcionários, que irão realizar as tarefas que estão a cargo dessa entidade, não sendo, claro, um conjunto qualquer de pessoas, um conjunto disperso, ou seja, esse conjunto de funcionários deve ser organizado, obedecendo a uma determinada estrutura, que tenha um organograma, para que tais funcionários não precisem procurar o prefeito por exemplo, para saber seus afazeres, é uma organização dos serviços públicos, e isso se chama autonomia administrativa. Por outro lado deve-se contar com os meios financeiros, pois é impossível gerir algo sem a parte financeira , essa entidade precisa de uma receita, por isso na definição de autonomia presente nas constituições anteriores se falava em “decretação, arrecadação e utilização dos tributos de sua competência”, portanto, há tributos de sua competência, cabendo a entidade decretar, arrecadar e aplicar tais tributos, essa é a autonomia financeira do município ou do estado. É por isso que se falava de uma tríplice autonomia municipal: autonomia política, autonomia administrativa e autonomia financeira, na autonomia administrativa podia-se englobar a questão das competências, pois a organização dos serviços públicos locais é realizada para atingir os ditos fins municipais ou estaduais, por isso, há uma relação muito próxima entre a a questão da distribuição das competências e a questão do organograma, da organização dos serviços públicos locais), a tríplice autonomia do município, ou, considerando-se esse lado do esquema, duas autonomias: uma autonomia chamada auto governo e outra que podemos chamar de auto administração, estou usando de propósito essas palavras diferentes, “autonomia” de uma lado e “auto” de outro, para podermos considerar os dois lados da chave: autonomias política, financeira e administrativa considerando esse lado que é mais “desdobrado”, enquanto que “auto governo” e “auto administração” estariam mais próximos de um ponto de partida do esquema. Portanto, a autonomia implica, e isso vale para qualquer autonomia (não somente no município e estado, mas também na União) vai implicar nessas três coisas, ou nesse conjunto complexo de coisas: vai implicar um “quem” é autônomo (relevante para pessoas jurídicas), a definição de um objeto da autonomia, que por sua vez, implica um conjunto de fins ou um conjunto de competências, e, por fim, implica esse duplo aspecto de meios, meios humanos e meios financeiros (autonomia administrativa e autonomia financeira propriamente dita), portanto autonomia é isso. Isso é uma idéia básica para podermos acompanhar o nosso assunto do estado membro na constituição, essa é uma idéia geral, ou seja, saber o que é autonomia em qualquer situação, vamos aplicar agora isso no estado membro e no município. Primeiro, essa autonomia da auto organização, diz a constituição no art. 25, os estados organizam-se e regem-se pelas constituições que adotarem, os estados tem constituições, conforme nós já salientamos, por que é que os estados tem constituição? Nós vimos que uma das diferenças naquela escadinha entre a União, estado e município, a União é soberana, a união tem constituição, o estado membro não é soberano, é o erro daquele decreto inicial de 1989 dizer que os estados eram soberanos, os estados não são soberanos, os estados são autônomos, mas participam da soberania nacional, e é nesse sentido que justifica-se o fato deles possuirem constituição, na verdade eles tem constituição a dois títulos, uma porque essa união, o Estado brasileiro, que é soberano, é um Estado de tipo federativo, portanto, é um Estado no qual estados membros, partes integrantes dele (Estado), são indispensáveis, não pode haver o Estado brasileiro, não existindo como tal, sem ser um Estado de tipo federativo, ou seja, sem ser um Estado federal, a federação inclusive é uma cláusula pétrea, não pode ser destruída a federação, não pode haver emenda para acabar com ela e é um dos motivos pelos quais tais estados membros temconstituição, a outra é a fixação de que os estados teriam pré existido, ou seja, eles é que teriam sido independentes originariamente, eles é que teriam vindo à luz, à existência, por conta própria e, num segundo momento é que eles se associam, portanto, num primeiro momento eles é que tinham soberania, eles é que tinham constituição e só depois transferem algumas das faculdades que eles tinham, para esse ente maior que eles organizam, os estados têm poderes, os três poderes, essas idéias chamam umas as outras, soberania, constituição e poder (três poderes). O município, por sua vez, é apenas autônomo, não se diz que ele participa da soberania nacional, portanto ele não tem constituição e não tem poder, isso tudo é uma terminologia constitucional equivocada. Portanto, os estados membros tem constituição, por essa dupla razão: uma porque o Brasil e um Estado federal, do qual os estados membros participam necessariamente, integram necessariamente, e outra por conta daquela fixação de que os estados membros teriam pré existido, eles é que teriam tido constituição no início, eles é que teriam sido soberanos. Bem... “os estados organizam-se e regem-se pelas leis que adotarem, observados os princípios estabelecidos nessa constituição”, quais são os princípios constitucionais a que o estado membro a se conformar de acordo? Nós podemos identificar três tipos de princípios, tradicionalmente, a constituição atual só admite, atualmente, dois tipos de princípios, haviam os princípios constitucionais estabelecidos, haviam os princípios constitucionais sensíveis e haviam os princípios contitucionais extensíveis. A constituição atual desconsidera este terceiro tipo (extensíveis) e cria certas complicações. O que são princípios constitucionais estabelecidos? A rigor, todas essas três categorias são princípios constitucionais estabelecidos, mas há uma diferença entre elas, uma peculiaridade que a segunda e terceira categorias acrescentam (sensíveis e extensíveis), de modo que podemos falar de três categorias, princípios contitucionais estabelecidos é tudo aquilo que a constituição dispõe acerca dos estados; em primeiro lugar ela dispõe algumas coisas de forma expressa e essas coisas dipostas de forma expressa, elas tem dois tipos: ou são 1o- mandatórias ou são 2o-vedatórias, há um conjunto de regras que a constituição impõe: “os estados membros farão isso ou aquilo...”, “os estados membros tem tal organização...” e etc, são, portanto, mandatos, ordens, determinações que a constituição está fazendo para os estados membros, por outro lado ela tem disposições vedatórias, aquelas que vedam aos estados fazer determinada coisa, proibem os estados de fazer determinada coisa, vimos algumas no art.19: “é vedado a união, aos estados, ao distrito federal e aos municípios estabelecer cultos religiosos, recusar fé aos documentos públicos...”, portanto, há determinações de caráter positivo, essa que mandam fazer determinada coisa, estruturam o estado de determinada forma, e há outras de caráter vedatória, aquelas que impedem os estados de fazer alguma coisa, esse foi o princípio constitucional estabelecido. Os princípios constitucionais sensíveis são princípios constitucionais estabelecidos, mas eles acrescentam uma nota especial, e por isso são dito sensíveis, são princípios que tem uma sensibilidade particular, qual é essa sensibilidade? Consiste no fato de que, sendo eles afetados, sendo eles violados, sendo eles infringidos de algum modo, acarretam uma solução radical, que é a solução da intervenção federal dos estados membros, uma vez atingidos esses princípios, que a constituição relaciona claramente, acho que é matéria do art.34, aparece aí uma relação de princípios constitucionais de obediência necessária pelos estados membros, faltando essa obediência, havendo uma infração a esses princípios que constituição explicitou e arrolou, segue-se a solução da intervenção federal, são princípios constitucionais estabelecidos, mas eles se destacam dos outros, porque eles permitem, eles possibilitam a intervenção, eles são tão sensíveis, tão graves e tão importantes que, em sendo violados de algum modo, em sendo afetados de algum modo, segue-se o remédio extremo da intervenção, hoje a constituição trata destes dois tipos de princípios, os princípios constitucionais estabelecidos e os princípios constitucionais sensíveis, as constituições anteriores faziam referência ainda a uma terceira categoria, que eram os extensíveis “eles também eram extensíveis, pois é a própria constituição que está dizendo isso) são regras da constituição federal aplicadas a união, mas que a constituição mandava extender aos estados, por isso que eram extensíveis, hoje a constituição não diz mais isso, mas aí cria-se uma outro problema que a doutrina suscita, e aí nos voltamos aos princípios estabelecidos, se nós só temos hoje os princípios estabelecidos e os princípios sensíveis, que são estabelecidos, mas que tem sobre eles a característica de possibilitar a intervenção, a doutrina começa a discutir a existência de princípios constitucionais estabelecidos implícitos, que é um pouco o caso, em última análise, dos extensíveis, nos extensíveis havia uma determinação constitucional de que uns tantos princípios, umas tantas regras da união deviam ser aplicados aos estados, mas não há mais essa redação, aí se cria o problema dos princípios constitucionais implicítos, haveriam princípios constitucionais implícitos? Esse é um problema interessante, o supremo tribunal federal, com base em princípios constitucionais implícitos, tem considerado algumas disposições constitucionais estaduais, a doutrina e a jurisprudência que vão tentando entender, descobrir, dentro da constituição, regras que seriam de aplicação forçosa, num nível de estado membro, mesmo que não tenha determinação explícita. Bom, nós temos em relação a auto organização , esse primeiro elemento da autonomia, que na verdade é mais do que autonomia, sendo relativo a soberania, dos estados temos esse problema grave que é problema da constituição estadual, quais são os limites do poder constituite estadual? Num certo sentido, fazer a consituição federal é muito fácil, você ser constituinte federal é muito fácil, porque você vai ter uma liberdade de criação normativa muito grande, não há limitação do conteúdo que você vai dispor, em relação, pelo menos, a constituição anterior, não há regra de direito positivo que esteja limitando sua atuação como representante do poder constituinte originário, mas em relação ao constituinte estadual? Você tem os limites da constituição federal, você tem os princípios estabelecidos e os princípios sensíveis, muito bem... mas for a esses princípios estabelecidos e os princípios sensíveis o que é que você pode dispor sobre a estrutura do estado membro? É claro que nós temos dois limites, dois extremos radicais que devem ser afastados, de uma lado não se pode admitir a tese de que os estados membros não possam dispor nada de novo, nada de diferente, se o estado membro não puder estabelecer nada de novo, ou nada de diferente da constituição federal, estou falando das regras que a constituição federal estabeleceu para a união (não as regras que a constituição federal elaborou para os estados, pois essas os estados tem que obedecer), se elas tem que ser repetidas, reproduzidas tais quais, num nível de estado membro, se o estado não tem nenhuma liberdade de dispor sobre isso, que autonomia do estado seria essa? Quer dizer, se o estado membro tem que reproduzir tal qual o modelo federal (as disposições constitucionais federais relativas a união) se elas tiverem que ser reproduzidas tais quais no nível do estado membro,evidentemente não necessidade nenhuma e nem sentido em se fazer uma constituição estadual, esse é um extremo a ser afastado, tem que se reconhecer uma certa liberdade ao constituinte estadual, por outro lado, não se pode pretender também que essa liberdade é absoluta, isto é, que aqueles assuntos que não constam de regras constitucionais estabelecidas ou das regras constitucionais sensíveis, o que não constar disso, ou seja, no resto, o estado membro terá liberdade absoluta de dispor, se você imaginar que o estado membro tem liberdade absoluta de dispor as coisas, você poderia terminar imaginando que o estado vai criar uma instituição totalmente anômala, diferente do modelo federal, estranha, contraditória, etc, eu acho que são dois extremos, nem a tese de se pretender que os estados membros não tem liberdade nenhuma, nem a tese de prentender que eles tem liberdade total, liberdade absoluta, ele terá alguma liberdade de dispor, mas então é preciso distinguir os assuntos sobre os quais ele pode criar, pode inovar, pode ter alguma liberdade de definição, e os assuntos sobre os quais ele não pode ter essa liberdade de definição, tirados, é claro, os princípios estabelecidos e os princípios sensíveis, sobre os quais ele não tem liberdade nenhuma; é a questão dos princípios constitucionais implícitos: os limites do poder constituinte estadual, é uma questão que ordinariamente não se põe, mas que se põe no momento de fazer a constituição estadual esse problema é um problema magno, até onde vai esse poder constituinte do estado membro? Bom... essa é a primeira parte, da autonomia dos princípios constitucionais que são esses, os princípios constitucionais estabelecidos, os mandatórios e os vedatórios, que são muitos, e os princípios constitucionais sensíveis que aparecem sobretudo no art.34 inciso 7o, e sobretudo a questão dos princípios constitucionais impĺícitos, saber se existem, até onde vai, em que consiste etc e tal; passando ao segundo ponto, vou falar agora dos fins, das competências, as competências dos estados membros, que é um prolongamento daquele assunto que nós viemos estudando da competências de teor geral e depois as competências da união, quais são as competências dos estados membros, a competência material e a competência legislativa, a gente viu que a regra fundamental é a regra da competência remanescente, em matéria de assunto de competência material e assunto de competência legislativa a regra essencial é a competência remanescente do estado membro, quer dizer, a idéia de que o estado tem todos os poderes menos aqueles que eles transferiram para a união, a união tem competências específicas e os estados, remanescentes, parece que essa competência remanescente do estado é muito grande, vamos ver em que consiste, em matéria de competência material, o estado tem também a competência material comum, e em matéria de competência legislativa os estados tem a competência concorrente, o que é que o estado tem que fazer também? São aqueles assuntos de competência material comum do art. 23, nós vimos já, aqueles assuntos que a união deve fazer, os estados devem fazer e os municípios devem fazer, quanto a competência legislativa concorrente, a gente tem uma série de assuntos que são da união e do estado, a idéia é que a união tem aqueles princípios gerais e os estados tem as regras específicas, e também tem ainda a possibilidade de dar mais regras gerais se a união não o fizer; bom.... portanto, basicamente na competência a gente tem isso, mas a gente tem que ressaltar também que em competência material você tem alguma competência específica, que a própria constituição estabelece claramente, a competência remanescente, a regra geral da competência remanescente está no par. 1o do art. 25: “são reservadas aos estados as competências que não lhe sejam vedadas por esta constituição”, aí é que tá a regra geral da competência remanescente, todas as competências que não são da união são do estado, também não peculiar interesse local, que é a regra do município, aí a constituição estabelece no par. 2o uma competência específica, que é uma competência que estaria na competência remanescente mas que ela resolve explicitar. Serviços locais de gás canalizado, podia-se que isso seria competência do município, mas a constituição aí, explicitamente, diz que é competência do estado, portanto, a gente tem uma competência específica, essa do art. 25, par. 2o, que estaria dentro das competências remanescentes, mas que está explicitada aí; competência material comum.... tirando aquilo que é competência da união, o que é que resta? Aqui pra nós, eu não sei muito o que é que resta não... os estados membros tem é competência material comum, mas tirando a competência material comum, ou seja, a competência remanescente propriamente dita, eu não sei se resta alguma coisa não, o que é competência material remanescente do estado? (que não seja competência material comum, pois sobre essa não há dúvida, e sendo remanescente, que não seja da união), eu acho que esse sistema de Rui Barbosa terminou foi enfraquecendo os estados, esvaziando os estados de funções, em matéria de competência legislativa a gente dirá do mesmo modo, a gente tem uma competência remanescente, e vamos voltar a ela, e temos a competência concorrente, que é essa competência que é aquela competência legislativa suplementar, os estados tem a competência específica, em matéria concorrente, e ainda suplementa a legislação da união quando não houver, além disso, há algumas coisas de competência específica, algumas coisas de competência remanescente é especificada na constituição, a gente tem, por exemplo, o art. 25, par. 3o, portanto, essa é uma competência legislativa, que estaria na competência remanescente e que a constituição explicitou, como também o art. 18 par. 4o, quando se prevê a hipótese de incorporação, fusão e desmembramento de municípios, isso far-se-á por lei estadual, portanto é matéria de lei estadual a criação de municípios, fusão de municípios, etc e tal, eis duas competências legislativas que a constituição explicitou, então o art.25 par. 3o e o art. 18 par. 4o, e a competência remanescente mesmo? Qual é a competência legislativa do estado que remanesce no estado e portanto, não competência legislativa da união? Eu não sei, todo direito, conforme nós vimos é federal, todo direito material da união, direito civil, direito do trabalho, direito penal, comercial e etc e tal, é tudo da união, outros ramos do direito aparecem como legislação concorrente, o estado tem um papel concorrente naquelas outras matérias do art.24, que é que resta? Eu penso que o que resta são algumas coisas, algumas regras na faixa do direito administrativo e de direito tributário e de direito financeiro, quer dizer, meios, regulamentação sobre meios, sobre a existência e funcionamento dos estados, não vai muito além desse terreno administrativo, financeiro e tributário a competência remanescente legislativa do estado, ou seja, é uma falsa competência remanescente, não existe competência remanescente nenhuma, ele vai tratar simplesmente de seus meios, a organização de seus serviços, dispor sobre seus orçamentos, sobre seus tributos, plano anual, seus cargos públicos e etc, quer dizer, a organização das suas tarefas, de seu organograma, da organização de seus serviços, e dos tributos que constituição reserva para o estado, parece que é isso em que consiste, simplesmente, competência legislativa remanescente do estado, ou seja, muito pouco, é uma ilusão manter essa idéia de competência remanescente, de que os estados teriam todos os poderes menos os que eles transferiram, transfiraram foi tudo, sei que é transferiram, porquenão existiram antes, porque eles não tem é nada, praticamente nada, qual é a tarefa legislativa do estado? É, basicamente, a legislação concorrente, que tá lá explicitada no art. 24, e é essa matéria remanescente, que é matéria de meios, meios administrativos, meios financeiros e meios tributários, simplesmente isso. Agora a parte do governo, a parte da estrutura do poder do estado, vamos ver primeiro o poder executivo, o que é que a constituição dispõe sobre o poder executivo? Isso aparece no art. 28: a eleição possui as mesmas datas do sistema federal, 1o domingo de outubro e o último domingo de outubro, se houver 2o turno, observado quanto ao mais, o disposto no art.77, aqui você tem uma espécie de princípio constitucional extensível, tá mandando observar , quanto ao mais, o disposto no art.77, quer dizer, as regras relativas ao presidente e vice presidente da república se aplicam aí também, eleição do presidente da república importará do vice presidente com ele registrado, a do governador vai ser do mesmo modo, eleito o candidato que obtiver maioria absoluta de votos, se nenhum candidato obtiver, regra do 2o turno, esse conjunto de regrinhas que tão lá no art. 77 e são hipóteses de cassação de mandatos ou de extinção de mandatos, perda de mandatos “perderá o mandato o governador que assumir outro cargo ou função na administração pública, direta ou indireta, ressalvada a posse por concurso público”, portanto é uma hipótese de extinção que a constituição federal já antecipa, claro que aí, exemplo de princípio constitucional estabelecido, portanto, a constituição estadual não pode deixar de reproduzir, de copiar, e o par. 2o prevê uma regra de remuneração do governador: “subsídios do governador, vice governador e secretário de estado, serão fixados por lei, de iniciativa da assembléia legislativa, observado o que dispõe o art. 37 inciso 11, art. 39 par. 4o, arts 150, 153” esses últimos artigos (150 e 153) são referentes a existência de tributos acerca disso e o art 37 inciso 11 e o art 39 par 4o veremos já, o fato de os subsídios serem fixados por lei de iniciativa da assembléia é uma novidade da constituição de 88. A constituição de 88 inova nesse assunto, estabelece que é lei, e não estabelece essa regra do prazo, será fixadas por lei da assembléia legislativa observado o que se dispõe aí, portanto lei, ou seja, lei é aquilo que é aprovado pelo legislativo e também é aprovado pelo executivo, precisa da aprovação dos 2, os chamados 2 poderes políticos, e não prevê o prazo para isso, é lei, portanto, o executivo vai sancionar, podendo também vetar, ele vai participar desse processo de fixação que beneficiará ele mesmo, observadas as regras do art 37, inciso 11, e art 39, par 4o, o art 39, par 4º. acerca do legislativo, o que a constituição diz? pode-se dizer que o número de deputados na assembléia legislativa terá o triplo da representação do estado na câmara dos deputados, portanto, o básico é você saber quantos deputados o estado tem na câmara dos deputados, o número de deputados , na assembléia legislativa, , atingido o número de 36, ou seja, se o estado tiver 12 deputados na câmara, mas só poderá ter no máximo 39, mesmo q tenham mais de 12, portanto há uma contenção aí, desse jeito; “será de 4 anos o mandato de deputado estaduais, aplicando-se as regras desta constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidade, remuneração, perda de mandato, pedido de licença, impedimentos e incorporação às forças armadas”, outro princípio extensível, manda extender aos deputados estaduais essas regras relativas aos deputados federais, veremos melhor isso no próximo semestre, “os subsídios dos deputados estaduais serão fixados por iniciativa de lei de iniciativa da assembléia, em razão de, no máximo, 75% daquilo que é estabelecido para os deputados federais, observados aqueles mesmos artigos (39, par 4o e 37, incisos 10 e 11)”, fica aí estabelecido um limite, 75% do que o deputados federais recebem, isso é um teto, um valor máximo admitido, isso não é a remuneração dos deputados estaduais, não é obrigatório, por exemplo, que um deputado estadual ganhe 750 quando se o federal receba 1000; “compete às assembleias legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua sercretaria, prover os respectivos cargos, e a lei disporá sobre iniciativa popular no processo legislativo. O judiciário estadual vai ser tratado em outro lugar da constituição, vai ser tratado no capítulo relativo ao poder judiciário federal, há uma diferença fundamental entre o poder judiciário e outros 2 poderes, o executivo e o legislativo, o executivo e o legislativo são poderes políticos, o executivo e o legislativo são poderes que realmente pertencem a um nível de governo, esse judiciário estadual integra ao judiciário todo como um poder, e sobre poder judiciário não se pode dizer propriamente que é um poder federal, mas que é um poder nacional, é um poder nacional, essa é a razão pela qual as regras sobre o judiciário estadual não estão no capítulo sobre os estados, mas estão no capítulo sobre o poder judiciário, poder judiciário federal, por que? Porque ele aplicam o mesmo direito, que é o direito federal ou o direito nacional. O judiciário nacional, não somente do judiciário estadual, ou predominantemente estadual, aí vocês vão ter no capítulo sobre judiciário uma série de regras sobre isso, regras que tratam do tribunal de justiça do estado, definem alguma coisa da competência do tribunal de justiça do estado, a competência deve ser dada na constituição estadual, mas alguma coisa já aparece na constituição federal, a composição do TJ, também regras básicas aparecem aí, aparece a previsão de criação de juizados especiais, justiça de paz e etc, uma entrância especial para litígios agrários, uma regra sobre o tribunal do júri, uma representação acerca da inconstitucionalidade de lei perante a constituição estadual, há um conjunto de regras que tratam da estrutura, do funcionamento e atribuições do judiciário federal, mas lá adiante, nos arts. 93, 96, 98, 126, por aí, 125 e etc.
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