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APOSTILA DE PROCESSO DE TORNEAMENTO

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Processo de Torneamento
0
 
 
Sumario 
 
1 - INTRODUÇÃO.......................................................................................3 
2 - TORNEAMENTO...................................................................................3 
3 - MAQUINA DE TORNEAR....................................................................5 
4 - TORNO MECÂNICO HORIZONTAL...................................................7 
4.1 – NOMENCLATURA..................................................................7 
4.2 - CARACTERISTICAS................................................................8 
4.3 - PARTES E ACESSÓRIOS DO TORNO...................................9 
5 - VELOCIDADE DE CORTE PARA TORNO .......................................................35 
6 - TORNO AUTOMÁTICO.............................................................................37 
7 – BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 
 
 
1 - TORNO 
 
1.1 - INTRODUÇÃO 
Ele se baseia em um princípio de fabricação dos mais antigos que existe, usado 
pelo homem desde a idade e da mais remota antiguidade, quando servia para a 
fabricação de vasilhas de cerâmicas. Esse princípio serve-se da rotação da peça sobre 
seu próprio eixo para a fabricação de superfície cilíndricas ou cônicas. 
Apesar de muito antigo, pode-se dizer que ele só foi efetivamente usado para o 
trabalho de metais no começo deste século. A partir de então, tornou-se um dos 
processos mais completos de fabricação mecânica uma vez que permiti conseguir a 
maioria dos perfis cilíndricos e cônicos necessária aos produtos da indústria mecânica. 
 
2 – TORNEAMENTO 
O processo que se baseia no movimento da peça em torno do seu próprio eixo 
chama-se torneamento. O torneamento é uma operação de usinagem que permite 
trabalhar peças cilíndricas movida por um movimento uniforme de rotação em torno de 
um eixo fixo. 
O torneamento, como todos os demais trabalhos executados com máquinas-
ferramenta, acontece mediante a retirada progressiva do cavaco da peça à ser trabalhada. 
O cavaco é cortado por uma ferramenta de um só gume cortante, que deve ter uma 
dureza superior à do material a ser cortado. 
No torneamento, a ferramenta penetra na peça, cujo movimento rotativo 
uniforme ao redor do eixo A permite o corte continuo e regular do material. A força 
necessária para retirar o cavaco é feita sobre a peça, enquanto a ferramenta, firmemente 
presa ao porta-ferramenta contrabalança a reação desta força. 
 
 
Para executar o torneamento, são necessários três movimentos relativos entre a 
peça e a ferramenta. Elas são: 
1º - Movimento de corte: é o movimento principal que permite cortar o 
material. O movimento é rotativo e realizado pela peça. 
2º - Movimento de avanço: é o movimento que desloca a ferramenta ao longo 
da superfície da peça. 
3º - Movimento de penetração: é o movimento que determina profundidade de 
corte ao empurrar a ferramenta em direção ao interior da peça e assim regular a 
profundidade e espessura do cavaco. 
 
Variando os movimentos, a posição e o formato da ferramenta, é possível 
realizar uma grande variedade de operações: 
2
 
 
 
A ) Tornear superfícies cilíndricas externas e internas. 
 
 
 
B ) Tornear superfícies cônicas externas e internas. 
 
 
 
C ) Roscar superfícies externas e internas. 
 
 
 
D ) Perfilar superfícies. 
 
 
 
Além dessas operações, também é possível furar, alargar, recartilhar, roscar com 
machos ou cossinetes, mediante o uso de acessórios para a máquina-ferramenta. 
 
 
 
3
 
 
A figura abaixo ilustra o perfil de algumas ferramentas usadas no torneamento e 
suas respectivas aplicações. 
 
 
 
3 - MÁQUINA DE TORNEAR 
A máquina que faz o torneamento é chamada de torno. É uma máquina-
ferramenta muito versátil porque, além das operações de torneamento, pode executar 
operações que normalmente são feitas por outras máquinas como a furadeira, a 
fresadora e a retificadora, com adaptações relativamente simples. 
 
 
 
O torno mais simples que existe é o torno universal. Estudando seu 
funcionamento é possível entender o funcionamento de todos os outros por mais 
sofisticados que sejam. Esse torno possui eixo e barramentos horizontais e tem a 
capacidade de realizar todas as operações que já citamos. 
Assim basicamente, todos os tornos respeitando-se suas variações de 
dispositivos ou dimensões exigidas em cada caso, são compostos das seguintes partes: 
1) Corpo da máquina: Barramento, cabeçote fixo e móvel, caixas de mudanças de 
velocidade; 
2) Sistema de transmissão de movimento do eixo: motor, polia, engrenagens, redutores; 
3) Sistema de deslocamento da ferramenta e de movimentação da peça em diferentes 
velocidades: engrenagens, caixa de câmbio, inversores de marcha, fusos, vara, etc; 
4) Sistema de fixação da ferramenta: torre, carro porta-ferramenta, carro transversal, 
carro principal ou longitudinal e da peça: placas, cabeçote móvel; 
5) Comandos dos movimentos e das velocidades: manivelas e alavancas. 
4
 
 
Essas partes componentes são comuns em todos os tornos o que diferencia um 
dos outros é a capacidade de produção, se é automático ou não, o tipo de comando: 
manual, hidráulico, eletrônico, por computador etc. 
Nesse grupo se enquadra os torno revólver, copiadores, automáticos, por 
comando numérico ou o comando numérico computadorizado. 
 
 
 
Antes de iniciar qualquer trabalho de torneamento, deve-se proceder a 
lubrificação das guias, barramentos e demais partes da máquina conforme as orientações 
do fabricante. Com isso, a vida útil da máquina é prolongada, pois necessitará apenas de 
manutenções preventivas e não corretivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
 
4 - TORNO MECÂNICO HORIZONTAL 
 
4.1 - NOMENCLATURA 
É a máquina-ferramenta usada para trabalhos de torneamento, principalmente de 
metais que, através da realização de operações, permite dar às peças as formas 
desejadas. 
As figuras a seguir apresentam um torno mecânico horizontal do tipo comum 
com motor elétrico e transmissor colocado externamente. 
 
 
Torno mecânico horizontal. Vista frontal 
 
A - Barramento 14 - Volante 
B - Cabeçote fixo 15 - Manivela de carro superior 
C - Carro 16 - Trava de carro principal 
D - Cabeçote móvel 17 - Contraponta 
1 - Pés 18 - Mangoti 
2 - Caixa de acessórios 19 - Manipulo de fixação 
3 - Caixa de câmbio ou Caixa Norton 20 - Volante do cabeçote móvel 
4 - Caixa engrenagens da grade 21 - Cremalheira 
5 - Alavanca de velocidade do fuso e da vara 22 - Fuso 
6 - Alavanca de inversão de macha 23 - Bandeja 
7 - Polia em degraus (em “V”) 24 - Alavanca de engate do fuso 
8 - Eixo principal 25 - Alavanca de engate da vara 
9 - Placa de castanha independentes 26 - Avental 
10 - Mesa do carro principal 27 - Volante do carro principal 
11 - Porta ferramenta 28 - Fundo da caixa 
12 - Carro superior 29 - Vara 
13 - Carro transversal 30 - Cava e calço da cava 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 
 
 
Torno mecânico horizontal com transmissão externa. Vista lateral 
 
 
4.2 - CARACTERÍSTICAS 
 
O torno moderno tende a construir-se cada vez mais blindado, com quase todos 
os mecanismos alojados no interior das estruturas do cabeçote fixo e do pé 
correspondente. 
 
 
1 - Torno mecânico horizontal. Vista frontal 
 
 
Características do torno horizontal 
 Distancia máxima entre pontas (D, na fig. 1); 
 Altura das pontas em relação ao barramento (A, na fig. 1); 
 Altura da ponta em relação ao fundo da cava; 
 Altura da ponta em relação à mesa do carro principal;Diâmetro do furo do eixo principal; 
 Passo do fuso; 
 Número de avanços automático do carro; 
 Número de roscas de passos em milímetros (caixa Norton); 
 Número de roscas de passos em polegadas (caixa Norton); 
 Número de roscas módulo e diametral pitch (caixa Norton); 
 Número de velocidades do eixo principal; 
Potência do motor.
7
 
 
4.3 – PARTES E ACESSÓRIOS DO TORNO 
 
 
Ponta e cone redutor 
 
Arrastadores 
 
Ponta giratória 
 
Placa arrastadora 
 
Placa lisa 
 
Placa de castanhas independentes 
 
Placa universal 
 
Luneta fixa e móvel 
 
Mandril 
 
Porta ferramentas 
 
Copiador para peças cônicas 
 
Indicador de entradas 
8
 
 
CABEÇOTE FIXO: É a parte do torno, cujo eixo principal recebe a rotação do motor 
elétrico, através de um jogo de polias ou engrenagens. No eixo principal esta adaptada 
um jogo de engrenagens ABCD (figura abaixo) a fim de obter as velocidades reduzidas 
para tornear o material. 
Na outra extremidade do eixo principal está disposto o mecanismo de inversão 
(F) (figura abaixo) do movimento de rotação ao jogo de engrenagem da grade, para 
realizar, simultaneamente com a rotação do eixo principal, os diversos avanços do carro 
para a ferramenta cortar o material. 
 
 
1 - Engrenagem da grade 9 - Anéis 
2 - Mecanismo de inversão da marcha 10 - Mancal 
3 - Porca 11 - Eixo principal 
4 - Bucha de bronze 12 - Rosca de fixação da placa 
5 - Bucha de bronze 13 - Encosto da placa 
6 - Rolamento de encosto 
7 - Polias em degraus 
14 - Mecanismo de redução de velocidade 
do eixo principal. 
8 - Luva de acoplamento 
 
Estrutura de ferro fundido, fixado firmemente na extremidade esquerda do 
barramento, com a linha de centro do eixo principal do torno rigorosamente paralela às 
guias do barramento e na mesma altura com o centro do cabeçote móvel. 
Nele estão alojados os mecanismos de rotação para tornear o material, o 
mecanismo de inversão dos avanços da grade para movimentar o carro e as tabelas das 
velocidades e avanços apropriados para tornear os materias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
 
EIXO PRINCIPAL DO TORNO: Além de movimentar o material na rotação adequada 
de encontro a ferramenta, recebe a rotação do motor elétrico pela polia ou engrenagem e 
transmite os movimentos a todos os demais mecanismos do torno. É constituído de aço 
liga, endurecido e retificado, com um furo que permite a passagem de material 
comprido a ser usinado. Na extremidade direita possui rosca com encosto para fixar as 
placas e, no furo, um encaixe cônico padronizado para fixar bucha de redução, pontas, 
mandris, brocas, alargadores e pinças. Na extremidade esquerda possui rosca para 
permitir a regulagem da folga longitudinal do eixo entre os mancais. 
 
 
O eixo principal do torno é apoiado em mancais de bronze fosforoso ou 
rolamentos com ajuste de rotação suave, o bastante para que não vibre ao tornear o 
material. 
PRECAUÇÕES: 
1. Manter todo mecanismo do cabeçote fixo constantemente lubrificado. 
2. Os mancais do eixo principal devem ser periodicamente ajustados, permitindo 
um movimento de rotação suave, devendo ser, também, permanentemente 
lubrificados. 
3. Quando o cabeçote fixo tiver caixa de cambio de engrenagem, as mudanças 
devem ser feitas com o torno desligado. 
 
MECANISMO DE REDUÇÃO DO EIXO PRINCIPAL: É um conjunto de engrenagens e 
polias que permite variar a rotação do eixo principal com objetivo de ajustar a velocidade 
de corte ao material a ser torneado quando esta é muito lenta. Existem vários sistemas de 
mecanismo de redução no cabeçote; o mais empregado é o redutor de velocidade por meio 
de luva de acoplamento. 
 
 
 
10
 
 
1) Caixa da grade 
2) Mecanismo de inversão de marcha 
3) Porca e contra porca 
4) Bucha de bronze fosforoso 
5) Anéis 
6) Rolamento de incosto 
7) Polia em degraus 
8) Luva de acoplamento 
9) Anéis 
10) Mancal 
11) Rosca para a fixação da placa 
12) Encostos da placa 
13) Mecanismo de redução de velocidade da árvore 
 
 
A polia P gira livremente no eixo principal do torno e está fixada na roda A e a 
parte esquerda da luva L de acoplamento. A parte direita desta luva se desloca 
longitudinalmente, no eixo principal, o suficiente para que, ao acionar-se uma alavanca 
exterior, ela se una à parte esquerda ou dela se afaste. 
As rodas B e C (ligada por uma bucha e deslizantes no seu eixo E) se 
desengrenam das rodas A e D (deslocamento para a esquerda) quando a luva de 
acoplamento se fecha. Neste caso, produz-se marcha direta. 
Na marcha reduzida, o acionamento da alavanca exterior engrena as rodas B e C 
com as rodas A e B. 
Observação: Quando a polia tem quatro degraus, com o mecanismo de redução obtemos 
quatro marchas diretas no eixo principal e quatro reduzidas (torno dobrado). 
 
CAIXA NORTON: É o mecanismo que permite fazer várias mudanças rápidas, entre a 
grade e o fuso ou vara, de avanços adequados do carro do torno. 
É constituída de uma caixa de ferro fundido cinzenta com um eixo no qual estão 
fixadas diversas rodas dentadas. Pelo manejo da alavanca exterior, estas rodas se 
combinam com uma roda de outro eixo, produzindo mudanças diferentes ao avanço do 
carro. 
A figura apresenta uma caixa norton que permite seis rotações diferentes 
transmitidas individualmente pela alavanca de mudanças ao fuso e à vara do carro. 
No eixo A de avanços estão montadas seis rodas dentadas diferentes. No eixo D, 
paralelo ao eixo A e com rasgo de chaveta, está a roda R1 que, devido a chaveta 
deslizante, desloca-se entre as posições de 1 a 6. A cada uma dessas posições 
corresponde um pequeno encaixe no rasgo externo da caixa, por onde passa o punho da 
alavanca de mudança. 
 
 
11
 
 
 
 
CUIDADOS 
 a) Ao desmontar ou montar as engrenagens da grade ou deslocar as alavancas da caixa 
“norton”, fazê-lo com o torno parado. 
 b) Manter limpas e lubrificadas as rodas dentadas da grade e o mecanismo da caixa 
“norton”. 
 
CARRO PRINCIPAL: É a parte do torno que desloca sobre o barramento, manual 
(através do volante) ou automaticamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12
 
 
SELA: Sua estrutura é de ferro fundido cinzento, ajustado nas guias prismáticas 
externas do barramento do torno; realiza o avanço longitudinal, aproximando ou 
afastando a ferramenta para tornear o material e suporta o avental, o carro transversal e 
o carro superior. 
AVENTAL: É uma caixa de ferro fundido cinzento, fixa na parte dianteira do carro 
principal. 
CARRO TRANSVERSAL: Na parte superior do carro principal, desliza, por guias 
transversais, o carro. Na parte inferior do carro transversal esta o parafuso de 
movimento que se conjuga a uma porca, determinando o deslocamento transversal do 
mesmo. Este deslocamento se faz manualmente, pelo volante, ou automaticamente, 
através do mecanismo do avental, conforme será explicado adiante. Um anel graduado 
no eixo do volante permite deslocamento micrométrico do carro transversal. 
CARRO SUPERIOR: O carro superior é a parte que serve de base à porta-ferramentas. 
O deslocamento se faz girando o volante, que move um parafuso conjugado a uma 
porca existente na mesma. Um anel graduado no eixo do volante facilita a execução 
manual de avanço micrométrico da ferramenta de corte. A base do carro superior é de 
forma cilíndrica, com uma graduação angular, para indicar qualquer inclinação da 
direção de avanço da ferramenta em relação ao eixo da peça que esta sendo torneada. 
 
 
PORTA-FERRAMENTA: O porta-ferramentas é o órgão superior que suporta e prende 
a ferramenta de corte, mediante parafusos de aperto. 
 
FUNCIONAMENTO GERAL 
O fuso e a vara recebem o movimento de rotação da caixaNorton ou grade do 
torno e transmite esse movimento ao mecanismo do avental para realizar: 
O avanço longitudinal para ambos os sentidos ao longo do barramento do carro 
principal; 
O avanço transversal automático para ambos os sentidos; 
O avanço manual radial (qualquer ângulo) do carro superior controlado pelo anel 
graduado para tornear cônico; na sua face superior está fixado o porta-ferramenta para 
fixar a ferramenta necessária, de acordo com trabalho a realizar-se. 
 
 
 
13
 
 
MECANISMO DO AVENTAL: 
As figuras ilustram bem os mecanismos de todo o avental do torno. 
 
 
 
 
 
 
1) Movimento manual do carro: Estando o pinhão P1 desligado (alavanca A2), gira-se 
o volante V. A rotação do pinhão P2 faz girar R1 e o pinhão P3, que, engrenado na 
cremalheira, produz o deslocamento longitudinal do carro. 
2) Avanço automático do carro através do fuso (para abertura de roscas): Move-se 
a alavanca A1. Os pinos das metades da porca aberta movem-se nos rasgos no disco D e 
fecham a porca, engrenando-a com o fuso. A rotação do fuso determina o avanço 
longitudinal do carro. 
3) Avanço automático do carro através da vara: Estando a porca aberta, move-se a 
alavanca A2, para a posição que produz o acoplamento das luvas L1. A rotação da vara 
determina as rotações de R2, R3, P (parafuso sem-fim), R4 (roda helicoidal), P1, R1 e 
P3. Estando P3 engrenado na cremalheira, o carro se move ao longo do barramento. 
4) Avanço automático do carro transversal: Estando a porca aberta, move-se a 
alavanca A2 para a posição que, desligando as luvas L1, acopla ao mesmo tempo as 
luvas L2. A rotação do fuso não se transmite ao pinhão P1, por estar desligado e, assim, 
o carro do torno não se move. Através, porem, de R2, R3, P e R4, a rotação se transmite 
a R5 que engrena com o pinhão P4, montado no topo do parafuso de deslocamento do 
carro transversal. 
 
14
 
 
CUIDADO: 
a) As guias dos avanços e seus parafusos de comando dos carros devem ser 
periodicamente limpos e constantemente lubrificados. 
b) Ao tornear ferro fundido cinzento, proteja adequadamente os mecanismos dos carros 
e do barramento do torno. 
Cabeçote móvel: É a parte do torno deslocável sobre o barramento e oposta ao cabeçote 
fixo. A contra-ponta esta situada na mesma altura da ponta do eixo principal e ambas 
determinam o eixo de rotação da superfície torneada. 
Cumprem as seguintes funções: 
 
 
 
- Servir de suporte à contraponta, destinada a apoiar um dos extremos da peça a ser 
torneada; 
- Servir para fixar o mandril de haste cônica, para furar com broca no torno; 
- Servir de suporte direto de ferramenta de corte, de haste cônica, como sejam brocas, 
alargadores e machos; 
- Deslocar lateralmente a contraponta para tornear peças de pequena conicidade. 
 
CONSTITUIÇÃO 
 
 
 
15
 
 
1 – Base; 
2 – Corpo; 
3 – Contraponta; 
4 - Trava do mangote; 
5 – Mangote; 
6 - Parafuso e deslocamento mangote; 
7 – Volante; 
8 – Manipulo; 
9 – Porca; 
10 - Parafuso de fixação; 
11 - Guia do barramento do torno; 
12 - Guia de deslocamento lateral do cabeçote; 
13 - Parafuso de deslocamento lateral do cabeçote; 
14 - Barramento do torno; 
15 - Buchas de aperto do mangote; 
16 - Placas de fixação. 
O cabeçote móvel pode ser fixado ao longo do barramento, seja por meio dos 
parafusos, porcas e placas ou por meio de uma alavanca com excêntrico. 
A base é feita de ferro fundido cinzento, apoia-se no barramento e serve de 
apoio ao corpo. 
O corpo também de ferro fundido cinzento, onde se encontra todo o mecanismo 
do cabeçote móvel, pode ser deslocado lateralmente a fim de permitir o alinhamento ou 
desalinhamemto da contra-ponta. 
O mangote constituído de aço, desloca – se longitudinalmente por meio do 
parafuso e do volante (figura 40), o elemento nele adaptado: ferramentas e pontas de 
centro. 
A trava do mangote serve para fixar o mangote, para que esta não se 
movimente durante o trabalho. 
 
 
 
 
 
16
 
 
CUIDADO: 
a) Conservar as guias da base e do mecanismo do cabeçote móvel limpos e lubrificados. 
b) Ao alojar o mangote aproximá-lo de modo que não se choque com o parafuso, 
evitando assim danificar as roscas. 
 
LUNETAS: As lunetas são acessórios que têm a finalidade de apoiar peças compridas a 
fim de evitar curvatura ou flexão, sob a ação do esforço da ferramenta de corte. 
 
Existem dois tipos de lunetas: Fixa e Móvel. 
A luneta fixa é montada no barramento do torno e na mesa da retificadora, de 
acordo com o comprimento da peça; a luneta móvel é usada somente no torno e fixada 
no carro e desloca-se ao longo da peça até à medida que a ferramenta avança. 
LUNETA FIXA 
 
 
Na usinagem de peças muito flexíveis, sobre tudo quando a flexão se da até pelo 
próprio peso da peça, é aconselhável o uso de luneta fixa. 
Por meio de um parafuso com porca de uma sapata, a luneta é fixada 
transversalmente na mesa ou barramento. Pelo exame da figura acima se compreende 
como a luneta serve de apoio e de guia à peça a usinar. Deve haver centragem rigorosa; 
os três contactos (ou castanhas), de bronze ou de ferro fundido, podem deslizar em 
ranhuras e ter suas posições regulares por meio de parafuso. 
Para centrar com correção as castanhas, é necessário tornear antes uma parte da 
peça, onde terão elas seus pontos de contato. As extremidades das castanhas devem 
tocar levemente a peça e não apertá-la, a peça tem que girar suavemente, mas sem folga, 
entre as castanhas. 
 
LUNETA MÓVEL 
Para possibilitar o movimento desta luneta ao longo da peça, sua fixação se da 
ao longo do torno, como mostra a figura. Em geral essa luneta possui apenas duas 
castanhas, a superior e a lateral, que fica sempre do lado oposto da ferramenta. O gume 
da ferramenta passa a constituir, por assim dizer, a terceira castanha de contato. 
A ponta da ferramenta ataca sempre a peça bem como da zona de contato das 
castanhas, estando adiante delas no máximo 5 mm. À medida que progride o corte ao 
longo da peça, as castanhas, em contato suave com a parte já cilindrada, vão oferecendo 
a resistência necessária à ferramenta, para que a peça não se flexione. 
 
17
 
 
 
 
Obs: Os contatos devem ser mantidos lubrificados com graxa constantemente. 
 
PLACA UNIVERSAL DE TRÊS CASTANHAS: É o acessório do torno, Fresadora e 
Retificadora, no qual se fixa o material, por aperto simultâneo das castanhas, que 
permite uma centragem imediata de materiais, cuja secção seja circular ou poligonal 
regular comum com número de lados múltiplos do número de castanhas. 
 
 
 
 
No interior da placa esta encaixada um disco, em cuja parte anterior existe uma 
ranhura de secção quadrada, formando uma rosca espiral. Nesta se adaptam os dentes 
das bases das castanhas. Na parte posterior do disco há uma coroa cônica, na qual se 
engrenam três pinhões, cujo giro é dado por uma chave. 
O giro da chave determina a rotação do pinhão que, engrenado na coroa, produz 
giro do prato. 
Como a ranhura da parte anterior do prato é em espiral e os dentes das castanhas 
estão encaixados nela, esta faz com que as castanhas sejam conduzidas para o centro da 
placa, simultânea e gradualmente quando se gira no sentido dos ponteiros do relógio. 
Para desapertar, gira-se em sentido contrario. As castanhas são numeradas 
segundo a ordem, 1, 2 e 3; cada castanha deve ser encaixada unicamente na sua ranhura 
respectiva. 
 
 
18
 
 
Para isso, é necessário girar o pinhão até aparecer o inicio da rosca espiral no 
alojamento 1. 
Introduza a castanha no alojamento nº 1, procede-se de igual modo para alojar as 
castanhas nº 2 e 3. 
 
CUIDADO: 
a) Ao montar a placa, limpar e lubrificaras roscas do eixo principal e do flange. 
b) Usar unicamente a chave para prender o material; os braços Ada chave já 
estão calculados para o aperto suficiente. 
c) Peças fundidas em bruto, barras irregulares ou cônicas não devem ser 
ajustadas na placa universal; nesta somente devem ser presas peças bem uniformes, a 
fim de que a placa não se danifique. 
d) As peças de grandes diâmetros devem ser presas com castanha invertidas, de 
modo que estas fiquem o mais dentro possível da placa, para permitir um maior contato 
dos dentes com a rosca espiral. 
 
 
 
e) A parte saliente da peça deverá ser igual ou menor o triplo do diâmetro (A ≤ 
3d). 
f) O barramento ou mesa deve ser protegido com calço de madeira, ao montar e 
desmontar a placa. 
g) Ao trocar as castanhas, deve-se limpar o alojamento, a rosca espiral da placa, 
as guias e os dentes de cada castanha. 
h) Quando houver alguma anormalidade no funcionamento da placa, deve-se 
desmontá-la e limpar as peças de seu mecanismo. 
i) Os pinhões e a coroa da placa devem ser lubrificados com graxa, após 
qualquer desmontagem. 
 
PLACA DE CASTANHAS INDEPENDENTES: Serve para possibilitar a fixação de 
peças com formato circular, prismático ou irregular, por meio de aperto individual de 
suas castanhas. 
 
Constituição e Funcionamento 
a) Corpo: de ferro fundido cinzento, em forma circular, com rosca para fixar na 
extremidade do eixo principal e na outra face tem canaletas que se cruzam a 90º para 
orientar o deslocamento das quatro castanhas. Possui, também, rasgos radiais para a 
fixação de peças com parafusos. Algumas placas possuem, na face, circunferências 
concêntricas para facilitar a centragem aproximada das peças cilíndricas. 
19
 
 
 
 
b) Castanhas: feitas de aço temperado ou cementado e sua base tem dentes com o perfil 
igual ao da rosca do parafuso, possibilitando assim o seu deslocamento. Na outra face, 
possui degraus para a fixação de peças. Pode-se inverter a posição das castanhas para 
possibilitar a fixação de peças de dimensões maiores; em ambos os casos a ação de fixar 
as castanhas pode ser em direção ao centro ou em direção à periferia da placa. 
 
 
 
c) Quatro parafusos: de aço cementado e com um orifício (ou haste) quadrado na sua 
extremidade, para embutir a chave de aperto. 
d) Chave de aperto – constituída de aço, com a ponta (ou encaixe) quadrada, 
endurecida, e que serve para movimentar individualmente os parafusos que movem as 
castanhas. 
 
CUIDADO: 
a) Ao montar a placa, limpe e lubrifique as roscas do eixo principal do torno e do corpo 
da placa. 
b) Proteja o barramento com calço de madeira, ao montar ou desmontar a placa no eixo 
principal do torno. 
 
PLACA ARRASTADORA E ARRASTADOR: São acessórios do torno que servem 
para transmitir o movimento de rotação do eixo principal em peças a serem usinadas 
entre pontas. 
 
 
 
20
 
 
Sua construção tem forma de disco, de ferro fundido cinzento, com uma rosca 
interior para sua fixação no eixo principal do torno. O arrastador é feito de aço é fixado 
na placa a ser usinada. 
 
Tipos: 
Placa com ranhuras, para ser usado arrastador com haste curva. 
 
 
Placa de pino, para ser usado arrastador de haste reta. 
 
 
Placa de segurança, que permite alojar o arrastador para proteger o operador. 
 
 
Arrastador de dois parafusos, indicados para realizar passes profundos. 
 
Arrastador conjugado, utilizado para fixação de peças de grandes diâmetros. 
 
21
 
 
CUIDADO: 
a) Proteger o barramento na montagem e desmontagem da placa arrastadora. 
b) Escolher um arrastador em cujo orifício da peça tenha pequena folga; evitar o 
emprego de um arrastador que tenha diâmetro interno muito maior que o da peça a 
tornear. 
c) Fixar firmemente o parafuso do arrastador na superfície da peça; o aperto deve ser tal 
que impeça o deslizamento do arrastador, quando se dá a pressão do corte da 
ferramenta. 
d) Ao colocar a peça entre pontas com o arrastador nela adaptado, deve-se por o pino da 
placa em contato com a haste do arrastador. 
e) Para colocar entre pontas uma peça que já tenha superfície usinada no local de 
adaptação do arrastador, deve-se proteger essa parte usinada, com uma chapa de cobre 
ou de outro material macio. 
 
PLACA LISA: Possibilita a fixação de peças de formatos especiais que não possam ser 
torneadas com o emprego das placas com castanhos, mas sim por meio de cantoneiras, 
chapas ranhuras, grampos, calços e parafuso. 
O corpo da placa lisa é feita de ferro fundido cinzento, com forma de disco, cujo 
o raio máximo é menor que a distância entre o eixo principal e o barramento. É fixada 
no eixo principal do trono que possui, na face oposta, uma superfície plana com 
diversas ranhuras radiais que permitem deslocar os parafusos de fixação. 
 
 
PONTA E CONTRAPONTA DO TORNO: A ponta e contraponta são utilizados para 
apoiar as extremidades do material a ser torneado externamente e manter a linha de 
referencia dos centros das peças a ser usinadas em cadeia com outra maquina. 
 
A ponta tem a forma de cones duplos de aço temperado e retificado, ajustado na 
bucha de redução e no cone do eixo principal. A contraponta mantém-se no mangote do 
cabeçote móvel, para o torneamento entre pontas ou entre placa e ponta. 
A haste tem cone “Morse” padronizado e, a ponta, um ângulo de 60º, que 
corresponde ao ângulo de escarear da broca de centrar. 
 
 
 
22
 
 
 
 
Tipos: 
Contraponta rebaixado 
 
 
Este tipo de contraponta serve para facilitar o completo faceamento do toco das 
peças montadas entre pontas. Somente nos casos de faceamento, aconselha-se o uso da 
contraponta rebaixada. 
É um acessório cuja a ponta, por suas medidas reduzidas quebra facilmente em 
trabalhos mais pesados. 
 
Ponta rotativa 
 
 
 
Neste tipo de ponta, é adaptado no mangote do cabeçote móvel, ele gira com a 
peça. 
É montada dentro de uma bainha, cuja a parte superior é um cone “Morse”, para 
se adaptar no furo do mangote. Entre a bainha e a haste da ponta rotativa se estala três 
rolamentos, um dos quais de imposto. Assim, a ponta gira suavemente suportando 
esforços radiais e axiais ou longitudinais é utilizada para desbastes profundos em peças 
seriadas. 
 
Influência do calor de atrito-dilatação da peça 
A peça bem montada entre a ponta e contraponta deve girar sem folga, mas 
também sem estar pressionada ao ser desbastada, porém, a peça se aquece, quer pelo 
atrito da ponta da ferramenta, quer, no centro, pelo atrito com a contraponta. O calor 
produz a dilatação da peça. 
Estando ela sem folga, resulta pressão sobre as pontas, capaz de provocar 
deformação da peça e danificar a contraponta do torno. 
23
 
FERRAMENTAS DE CORTE DO TORNO: São ferramentas de aço rápido ou de 
carboneto metálico empregados nas operações de torneamento, para cortar o 
desprendimento do cavaco. 
 
Estas ferramentas se constituem de um corpo de aço rápido com uma das 
extremidades afiadas convenientemente ou de um corpo de aço ao carbono preparado 
para receber o elemento a ser afiado. 
 
 
Perfis e aplicações: 
As ferramentas para o torno são preparadas de acordo com o tipo de material e a 
operação a realizar; as mais usadas são as seguintes: 
 Desbastar, 
 Facear, 
 Tornear interna, 
 Roscar, 
 de forma, 
 Sagrar e cortar. 
 
Ferramenta de desbastar: É utilizada para remover cavaco mais grosso possível (cavaco 
de maior secção), tendo–se em conta a resistência da ferramenta e a potencia da 
máquina. 
 
 
Ferramenta reta de desbastar à direita. 
24
 
 
 
Ferramenta reta de desbastar à esquerda. 
 
 
Ferramenta curva de desbastar à direita. 
 
 
Ferramenta curva de desbastar à esquerda. 
 
 
Ferramenta de carboneto metálicopara desbastar. 
 
 
 
25
 
 
Ferramentas de facear: Podem ser usadas tanto para desbaste como para acabamento. 
 
 
Ferramenta reta de facear à direita. 
 
 
Ferramenta reta de facear à esquerda. 
 
 
Ferramenta curva de facear à direita. 
 
 
Ferramenta curva de facear à esquerda. 
 
 
Ferramenta de carboneto para facear do centro para a periferia. 
 
26
 
 
Ferramentas para torneamento interno: Com essas ferramentas se torneiam, 
interiormente, tanto superfícies cilíndricas como cônicas, faceadas ou perfiladas. 
 
 
Ferramenta para cilindrar 
 
 
Ferramenta para facear 
 
 
Ferramenta para roscar. 
 
 
Ferramenta para perfilar. 
 
Ferramenta para broquear 
 
27
 
 
Ferramentas para sangrar e cortar: Com essas ferramentas se torneiam ranhuras, rasgos 
ou se cortam materiais. 
 
 
Ferramenta de sangrar (para canais) 
 
 
Ferramenta de cortar (sangrar) 
 
 
Ferramenta para sangrar. 
 
Ferramentas para roscar: As ferramentas para roscar são preparadas de acordo com o 
tipo de rosca que se deseja executar a peça. As figuras mostram algumas ferramentas 
mais usadas em roscas triangular, quadrada e trapezoidal. 
 
 
Ferramenta para roscar triangular externa. 
 
28
 
 
 
Ferramenta para roscar triangular interna. 
 
 
 
Ferramenta para rosca quadrada. 
 
 
 
Ferramenta para rosca trapezoidal. 
 
 
29
 
 
Ferramenta de forma: No torneamento de peças de perfil variado, é conveniente usar 
ferramentas cujas arestas de corte tenham a mesma forma do perfil que se deseja dar a 
peça, como se vê na figura. 
 
Ferramentas de formas. 
 
 
Noções Gerais de Fixação do Torno 
As ferramentas de corte podem ser presas diretamente no porta-ferramentas do 
carro superior ou através de porta-ferramentas diversos. 
 
As figuras apresentam os tipos mais comuns de porta-ferramentas de carro superior. 
 
 
Para se obter altura desejada da ferramenta é usual o emprego de um ou mais 
calços de aço, conforme indicado na figura. 
A ponta da ferramenta deve ficar à altura do centro da contraponta. Os ângulos a 
e c devem ser conservados quando se fixam as ferramentas nos diferentes tipos de porta-
ferramentas. 
 
 
 
30
 
O valor do ângulo formado pela aresta de corte da ferramenta com a superfície 
de corte da peça é variável, conforme a operação. Na operação de desbastar, por 
exemplo, este ângulo varia de 30º até 90º, conforme a rigidez do material; quanto mais 
rígido o material, menor será o ângulo. Para facear o ângulo varia de 0º a 5º. 
 
 
 
Para que uma ferramenta seja fixada rigidamente é necessário que sobressaia o 
menos possível do porta-ferramentas. 
 
 
É necessário ainda observar se a placa de aperto esta nivelada para que haja 
completo contato na sua base inferior e face superior da ferramenta. 
 
 
 
Tipos de Ferramentas de Corte para o Torno: 
 Ferramentas de aço carbono; 
 Ferramenta de aço rápido; 
 Ferramentas de aço especial (no Brasil “Bits Steltan”); 
 Ferramentas de ponta de metal duro; 
 Ferramentas de ponta de cerâmica; 
 Ferramenta de ponta de diamante. 
 
Importância: Um dos fatores capitais no rendimento e trabalho das maquinas operatrizes 
esta no formato da ponta da ferramenta que deve variar conforme a natureza do trabalho 
e do próprio material a ser usinado. 
Se a ponta da ferramenta não esta de acordo com a técnica, alem de por em risco 
a ferramenta, não se obtém o rendimento máximo. 
Observando o desenho abaixo, vemos que a parte cortante da ferramenta é a 
ponta A, a que vamos dar o nome de ângulo de cunha. 
31
 
 
Quando o material é macio, o ângulo de cunha pode ser menor. A ferramenta 
resiste porque o material é mole. O ângulo de saída deve ser grande para dar vazão à 
saída do cavaco. 
Quando se trabalha material duro, o ângulo de cunha deve ser grande para que a 
ferramenta possa resistir. Saindo o cavaco, também a necessidade de ângulo de saída 
grande. 
Mas o ângulo de cunha cortando o material precisa deixar espaço ou saída para o 
desprendimento do material cortado, isto é, do cavaco. 
Essa saída do cavaco se faz então pelo ângulo de saída que é o espaço deixado 
para esse fim. 
 
 
Já na parte inferior a peça e a ferramenta, vêem uma folga ou um espaço 
justamente para evitar que a ferramenta freie ou atrite com a peça em rotação. É o 
ângulo de folga. 
 
 
Os três ângulos acima: ângulo de saída, ângulo de cunha, ângulo de folga, juntos 
e somados formam o ângulo reto ou de 90º. Já a soma do ângulo de ataque e do ângulo 
de folga forma juntos o ângulo de corte. 
Nas figuras seguintes, podemos observar que conforme vamos trabalhando com 
material cada vez mais duro, o corpo da ferramenta, isto é, a ponta a que damos o nome 
de ângulo de cunha vai aumentando. 
Orientação para ângulos corretos da ferramenta: 
 Alumínio Cobre macio 
 Aço muito macio Bronze macio Ligas de Alumínio 
32
 
 
 Aço macio Bronze macio e tenaz 
 
Metais macios, ângulos de cunha menor. 
Metais duros, ângulo de cunha maior para resistir. 
Aumentando o angulo de cunha, é lógico que a ferramenta resiste melhor ao 
material duro, e por isso o mesmo desprende menos cavaco. Desprendendo menos 
cavaco, vemos que o ângulo de saída pode ser menor. Assim, o que o ângulo de cunha 
ganha em grandeza com o material duro, o ângulo de saída do cavaco perde em 
dimensão. 
 
 Aço médio - Latão macio 
 Aço fundido – Aço duro – Latão e Bronze médios 
 Ferro fundido extraduro – Aço-manganês, latão e bronze duro 
 
Material duro – ângulo de cunha grande – ângulo de saída pequeno 
Material macio – ângulo de cunha pequeno – ângulo de saída grande 
 
Em linguagem prática e popular: 
 
Material duro – ferramenta com ponta grossa 
Material macio – ferramenta com ponta fina 
Mas esta orientação geral não basta. Para cada material e cada tipo de trabalho, 
esses ângulos devem variar, para trabalhos dentro desta técnica precisamos saber 
consultar a tabela. 
Além dos ângulos mostrados e explicados acima, a ferramenta ainda tem os 
ângulos laterais, que dependem da função ou operação que se vai fazer. No caso de 
abertura de rosca, são os ângulos laterais que determinam o formato dos filetes das 
mesmas. 
 
 
33
 
 
 
pc = Profundidade de corte 
a = Avanço 
R = Ângulo de rendimento 
C = Parte cortante 
Diminuindo o ângulo de rendimento, aumenta a parte cortante da ferramenta 
sobre a peça. 
Aumentando a parte cortante, melhora o esforço de corte e a distribuição do 
calor, obtendo maior duração na ferramenta. 
No caso de peças finas e compridas aconselha-se limitar o ângulo de rendimento 
ao mínimo de 60º para não forçar a peça à flexão (arqueamento) 
 
5 - VELOCIDADE DE CORTE PARA TORNO 
 
Da velocidade adequada depende o rendimento, a produtividade e a duração da 
ferramenta. 
Observe as seguintes regras: 
1 - Material a ser torneado 
 Material duro – velocidade menor 
 Material macio – velocidade maior 
2 - Material de ferramenta 
 Ferramenta de pastilha de carboneto – velocidade maior 
 Ferramenta de aço rápido – velocidade menor 
3 - Tipo de operação 
 Desbastar – velocidade menor 
 Acabar – velocidade maior 
4 - Diâmetro da peça 
 Peça de diâmetro grande – menor rotação 
 Peça de diâmetro pequeno – maior rotação 
 
A informação acima serve como regra geral, mas para um trabalho de acordo com a 
técnica, é preciso consultar uma tabela que indique a velocidade adequada. 
 
ANÉIS GRADUADOS DAS MÁQUINAS-FERRAMENTAS: São elementos de forma 
circular, com divisões eqüidistantes, que as máquinas-ferramentas possuem. Estão 
alojados nos parafusos que comandam o movimento dos carros, ou das mesas dasmáquinas, e são construídos com graduações de acordo com os passos destes parafusos. 
Permitem relacionar um determinado número de divisões do anel, com a penetração 
(Pn), referida para efetuar o corte ou o deslocamneto (d) da peça em relação à 
ferramenta. 
34
 
 
 
 
 
 
Calculo do nº de divisões a avançar no anel graduado 
a) Determina-se, em primeiro lugar, a penetração (Pn) que a ferramenta deve fazer no 
material, como segue: 
Penetração radial da ferramenta 
Pn = D – d 
 2 
b) Determina-se, a seguir, o avanço por divisão do anel graduado, do seguinte modo: 
Avanço por divisão do anel (A) = passo do parafuso (P) 
 Nº de divisões do anel (N) 
c) Por último, determina-se o nº de divisões a avançar (X) no anel graduado, como 
segue: 
Nº de divisões a avançar (X) = Penetração (Pn) 
 Avanço por divisão (A) 
OBS: em todos os casos supõe-se que o parafuso de comando é o de uma só entrada. 
 
COLAR MICROMÉTRICO: Controla movimentos do suporte transversal e da esfera 
no torno. 
Para de achar a aproximação que o colar micrométrico da em cada divisão, 
dividimos o passo do fuso do torno pelo numero de divisões que o colar micrométrico 
tem. 
 
Assim: Aproximação do colar micrométrico = Passo do fuso do torno 
 N° de divisões do colar micrométrico 
 
 
 
 
 
35
 
6 - TORNO AUTOMÁTICO 
Torno automático é uma máquina-ferramenta que possibilita a fabricação de 
peças cilíndricas, automaticamente, de maneira seriada e contínua, ou seja, desde a 
entrada da matéria prima em bruto até a elaboração do produto final sem interferência 
humana no processo produtivo. 
Desde a construção dos primeiros tornos automáticos acionados através de cames no 
fim do século 19 até os modernos centros de torneamento a comando numérico, 
diversos conceitos e tamanhos deste tipo de máquina-ferramenta são utilizados pelas 
indústrias no mundo inteiro. Os tornos automáticos são desenvolvidos em função das 
características das peças a serem produzidas, como tamanho, geometria, tolerâncias, 
acabamento superficial, material, alem dos tamanhos dos lotes a serem fabricados. Os 
principais tipos de tornos automáticos se classificam de acordo com as seguintes 
características: 
 Número de fusos: monofuso, bifuso e multifuso (existem até 8 fusos) 
 Tipo de cabeçote do fuso: fixo e móvel 
 Posição do fuso principal: horizontal e vertical 
 Tipo de acionamento: cames, pneumático, hidráulico e comando numérico 
computadorizado (CNC) 
 Forma de alimentação do material em bruto: a partir de barras, arames e 
peças pré-formadas como forjadas, fundidas e outras 
 Tipo de fixação: pinça, placa, arrastador frontal e outros dispositivos especiais 
 
HISTÓRIA DOS TORNOS AUTOMÁTICOS 
1890 - Os primeiros tornos automáticos 
As primeiras peças produzidas de forma seriada eram feitas em tornos 
mecânicos paralelos, manuais com a necessidade de se realizar operações posteriores, 
como furações, rosqueamentos e outras em outras máquinas operatrizes. O primeiro 
torno automático foi inventado no final do século 19. Ele era horizontal e o acionamento 
das ferramentas de formar, furar e cortar feito através de cames fixados num eixo de 
comando. 
36
 
 
1920 - Carros múltiplos e torre revólver 
Os primeiros tornos automáticos dotados de dois até quatro carros transversais 
para as operações de formar e cortar e uma torre revólver porta-ferramentas para as 
operações de furar foram desenvolvidos por volta de 1920 nos Estados Unidos da 
América e, logo em seguida, na Alemanha dentro do mesmo conceito. Estas máquinas 
eram produzidas em série em configuração única, porém a preços extremamente 
elevados quando aplicados na produção seriada de peças simples. A construção da 
máquina era cara, onde a torre revólver porta-ferramentas de seis estações se 
movimentava sobre guias planas, como se vê na figura abaixo. O objetivo já era o de 
realizar operações simultâneas e de conseguir curtos ciclos de trabalho. 
 
 
1935 - O lendário torno automático A 25 
Inventado em 1935 pelo cidadão alemão Hermann Traub, hoje são mais de 
70.000 máquinas operando no mundo. É o modelo de torno automático mais fabricado 
no mundo. E continuam sendo produzidos pela firma Ergomat em São Paulo. Como os 
primeiros tornos automáticos de carros múltiplos eram muito caros para a usinagem de 
peças relativamente simples, o Sr. Traub desenvolveu dois novos conceitos: as guias 
cilindricas e o sistema modular, que a partir de então revolucionou a construção dos 
tornos automáticos. As guias cilíndricas servem para suportar o conjunto de carros 
transversais horizontais, alem de receber a contra-ponta de furar outros dispositivos 
adicionais para operações axiais com a torre revólver estrela. O sistema modular 
permite aplicar-se dispositivos adicionais, opcionalmente, dependendo da peça a ser 
produzida, partindo de uma configuração básica. As figuras abaixo mostram um dos 
primeiro tornos produzidos no início do século passado e a versão atual. 
 
37
 
 
1975 - Tornos universais CNC 
A partir de meados dos anos 70 do século passado, os tornos universais CNC 
começaram a ser aplicados como tornos automáticos. Inicialmente, como torno para 
usinagens de peças a partir de barras e anos mais tarde para produção de peças pré-
formadas pela utilização de manipuladores de pórtico e robôs articulados. O torno 
universal CNC clássico de dois eixos é composto por um fuso principal, uma torre 
porta-ferramentas com diversas estações e uma contra-ponta. Este tipo de torno 
automático tem a sua aplicação recomendada para a produção de pequenas e médias 
séries de peças em geral e não muito complexas. 
 
 
 
1985 - Tornos automáticos CNC de cabeçote móvel 
 
Os tornos CNC de cabeçote móvel começaram a ser desenvolvidos em meados 
da década de 80 do século passado. Estas máquinas são, hoje, verdadeiros centros de 
torneamento que possibilitam a usinagem de peças precisas de alta complexidade por 
completo. Diversos eixos lineares e circulares controlados pelo CNC, contra-fuso e 
ferramentas acionadas garantem elevada versatilidade da máquina. Elas são também 
conhecidas como tornos tipo suiço, podendo chegar até 11 eixos controlados pelo CNC. 
Os tornos CNC de cabeçote móvel estão desenvolvidos para usinar peças a partir 
de barras até 32 mm de diâmetro. Estas máquinas são aplicadas na produção de peças 
seriadas de precisão para as indústrias automotiva, aparelhos de medição de alta 
precisão, segmento médico como, componentes para equipamentos hospitalares, 
parafusos ortopédicos e implantes dentários, ou seja, a microusinagem em geral. A 
figura apresenta a área de trabalho e a máquina completa de um torno automático CNC 
de cabeçote móvel Star. 
 
 
 
38
 
 
1995 - Tornos automáticos CNC de carros múltiplos 
 
Os tornos automáticos CNC de carros múltiplos foram desenvolvidos a partir de 
meados da década de 90 do século passado com o objetivo de dar maior flexibilidade 
aos trabalhos das tornearias automáticas, além proporcionar todas as vantagens 
oferecidas pela tecnologia do comando numérico. O conceito de funcionamento deste 
tipo de máquina é o mesmo dos tornos automáticos acionados através de cames, porém 
o tempo de preparação é significativamente mais rápido. Em vez de cames, cada carro 
porta-ferramenta e a torre revólver-estrela são acionados através de um conjunto de 
servo-motores e eixos de esferas recirculantes controlados pelo comando numérico. 
Nestas condições, é possível programar cada eixo linear de forma independente, 
podendo trabalhar diversos deles de forma simultânea, objetivando rápidos ciclos detrabalho. Além da rápida preparação da máquina, outras vantagens como rápida 
alteração de programas para alterar dimensões e parâmetros de corte, correções de 
medidas por desgaste da ferramenta de corte, indicação de alarmes de falhas e outras 
mais são possíveis. Estas máquinas são indicadas para a produção seriada de peças 
típicas de tornearia automática, onde há possibilidade de simultaneidade de operações e 
necessidade de flexibilidade no trabalho, ou seja a fabricação de médias séries em geral. 
A figura apresenta a área de trabalho e a máquina completa de um torno 
automático CNC de carros múltiplos Ergomat. 
 
 
 
 
39
 
 
2000 - Centros de torneamento de carros múltiplos 
Estas máquinas foram desenvolvidas para a usinagem flexível na produção 
seriada de peças de grande complexidade e elevada precisão, Elas se caracterizam por 
contar com mais de uma torre porta-ferramentas, controle de posicionamento, 
velocidades de avanço e paradas do fuso principal, o chamado Eixo C, ferramentas 
acionadas e estação para usinagens posteriores. As peças são usinadas por completo, 
eliminando-se operações posteriores. A figura apresenta a área de trabalho e a máquina 
completa de um centro de torneamento de duas torres Ergomat. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40
 
Torno vertical CNC 
 
Os tornos automáticos verticais CNC estão sendo muito utilizados na fabricação 
de grandes séries de peças do tipo flange com carga e descarga automática das peças 
pré- formadas integrada na máquina, através de sistema tipo carrossel. Eles são muito 
aplicados hoje em dia pelas indústrias automotivas e de autopeças. Este conceito de 
máquina veio substituir de forma elegante e econômica o uso dos tornos horizontais 
CNC clássicos dotados de manipuladores de pórtico ou robôs articulados. 
Outra aplicação dos tornos verticais CNC é a da usinagem de peças de grande 
porte cujas dimensões e pesos ultrapassam a capacidade de fixação em um torno 
horizontal. Em geral, são peças tipo flange acima de 400 mm de diâmetro. Neste caso, o 
sistema ideal para carga e descarga das peças é o robô articulado. 
 
Vantagens da tecnologia CNC 
 
Apesar do investimento inicial de uma máquina-ferramenta CNC ser maior que 
o de uma máquina convencional mecânica, aquela tem uma série de vantagens que, 
dependendo das peças a serem usinadas, terá uma relação "custoxbenefício" melhor que 
a do equipamento mecânico. E isto acontece na aplicação dos tornos automáticos. 
As principais vantagens da tecnologia CNC são as seguintes: 
 Rápida preparação da máquina, principalmente quando o programa CNC já 
estiver otimizado e o ferramental de corte disponível e os meios de fixação 
disponíveis. 
 Alta flexibilidade no trabalho. Em função da rápida preparação da máquina, torna-
se econômica a produção, também, de pequenas e médias séries. Máquinas CNC são 
fundamentais quando se opera em trabalhos just in time. 
 Fácil e rápida alteração do programa CNC. Alterações de dimensões da peça de 
trabalho e parâmetros de corte, como avanços e velocidades de corte, são realizadas 
rapidamente mesmo durante a produção. 
 Correção de medidas durante o processo. As correções de medidas, devido ao 
desgaste das ferramentas de corte, são feitas rapidamente pela introdução dos 
incrementos, deixando as peças dentro das suas tolerâncias. 
 Trabalho com parâmetros de corte otimizados. Como os avanços dos carros 
porta-ferramentas e a rotações do fuso principal e das ferramentas acionadas são 
programáveis de forma contínua e sem escalonamentos, é possível de se trabalhar nas 
suas condições ideais em função do material que está sendo usinado, das tolerâncias 
e do grau de acabamento superficial. 
 Altas rotações do fuso principal. Esta condição faz com que se atinja tempos de 
ciclo mais rápidos e acabamentos superficiais ideais, alem de permitir a usinagem de 
aços endurecidos. 
 Altas velocidades de avanço rápido. Esta característica é fundamental para se 
diminuir os tempos mortos nas aproximações e retrocessos das ferramentas de corte. 
 Aplicação de ferramentas de corte de alto rendimento, como metal duro, 
cerâmica, CBN e outras de última geração. 
 Conforto operacional, tanto na preparação da máquina, como na sua manutenção. 
 Menor necessidade de manutenção mecânica. Como os acionamentos são feitos 
através de spindle-motors e servo-motores de alto rendimento, fica dispensado o uso 
de caixas de câmbio, trens de engrenagens, embreagens e outros elementos 
mecânicos de máquinas. 
41
 
Modernos tornos automáticos universais CNC 
A rápida evolução das máquinas-ferramenta CNC, que provocou uma relevante 
revolução na manufatura de peças em geral, se deveu em função do desenvolvimento de 
novos componentes mecânicos, da eletrônica e das ferramentas de corte de alto 
rendimento. Assim, hoje, os modernos tornos automáticos CNC clássicos de dois eixos 
são desenvolvidos, tendo-se em vista os seguintes objetivos: 
 Rigidez 
 Precisão 
 Altas velocidades de avanço e das rotações do fuso principal, visando 
diminuição dos tempos principais de usinagem 
 Altas velocidades de avanço rápido dos carros porta-ferramentas e rápidas trocas 
das estações de ferramentas com o objetivo de se reduzir, ao máximo, os tempos 
secundários, ou seja, aqueles onde não ocorre arranque de cavacos 
 Fácil programação, tanto diretamente na máquina, como assistida por 
computador 
 Rápidas alterações de programas 
 Projeto voltado para o conforto operacional e para facilitar os trabalhos de 
manutenção 
 Projeto voltado para atender às exigências de proteção do meio ambiente 
 Preço que proporcione uma relação "custo x benefício" ótima para a aplicação 
proposta. 
Na parte mecânica dos tornos universais CNC foram desenvolvidos novos 
conceitos construtivos em relação aos puramente mecânicos e criados novos 
componentes, tornando-os mais robustos, mais produtivos e mais precisos. As principais 
características construtivas dos modernos tornos universais CNC são as seguintes: 
 Barramento inclinado para uma melhor distribuição das forças de corte e uma 
ótima evacuação dos cavacos. 
 Carro cruzado que desliza sobre guias lineares de alta precisão, permitindo 
atingir elevadas velocidades de avanço rápido 
 árvore principal de trabalho que gira assentada sobre rolamentos de alta precisão 
com lubrificação permanente, possibilitando atingir altas rotações 
 Torre porta-ferramentas com lógica direcional e curtos tempos de indexação 
 Aplicação de ferramentas acionadas 
 Contra-ponta deslocavel, que permite usinagens externas guiadas e, 
posteriormente, as usinagens internas no mesmo ciclo 
 Uso de lunetas para a usinagem de eixos delgados 
 Interfaces para a aplicação de alimentadores e magazines automáticos de barras, 
manipuladores de pórtico e robôs articulados, tornando o torno universal CNC 
uma máquina automático. 
 Possibilidade de aplicação de alta pressão para o líquido refrigerante 
 Aplicação de transportador de cavacos para eliminar estes para fora da máquina 
 Carenagem que encapsula a máquina por completo, garantindo proteção de 
trabalho, uma vez que o torno opera com altas rotações da árvore principal e 
elevados esforços de corte 
 
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A figura apresenta o conjunto construtivo de um Torno Automático Universal CNC 
Ergomat TND 250 
 
As figuras abaixo mostram o Torno TND 250 completo com sua carenagem e detalhe 
do tambor porta-ferramentas fixas e acionadas 
 
 
Na parte eletroeletrônica, houve, da mesma forma que na mecânica, relevantes 
progressos, sendo citados alguns como segue: 
 Comandos numéricos de 32 bits com tecnologia digital. 
 Utilização de spindle motors para o acionamento do fuso principal, que 
possibilitam a livre programação das rotações com variação contínuaUso de servo-motores de corrente alternada para o acionamento dos eixos 
lineares e circulares 
 Sistemas de medição automática das coordenadas das ferramentas de corte, 
dispensando os métodos de medição destas fora da máquina 
 Sistemas de medição de peças em processo com correção automática de medidas 
 Sistemas de simulação gráfica da peça em processo 
 Interfaceamento para o uso de alimentadores hidráulicos de barras, magazines 
automáticos de barras, manipuladores automáticos de pórtico para peças pré-
formadas e robôs articulados 
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 Sistemas de programação desenvolvidos, tanto para a programação ao lado da 
máquina, como com o auxílio de computadores, sendo os dados enviados através 
de cabos (DNC). 
 Conexão do comando numérico em rede. 
As figuras abaixo apresentam diversos exemplos aplicativos de tornos 
automáticos universais CNC 
Furações axial e tranversal utilizando ferramentas acionadas e eixo C 
 
Usinagem de eixos com contra-ponta e luneta 
 
Usinagens de materiais endurecidos 
 
 
 
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7 – BIBLIOGRAFIA 
Apostila do Curso Técnico em Mecânica - CEDEC 
http://avferrari.blog.uol.com.br/ 
http://www.smwautoblok.com/ 
http://www.exportpages.pt/companyproducts/10153483192133710440/0.htm 
http://www.citrinus.com/produtos 
http://www.tornoautomatico.com.br 
 
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