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TRABALHO DE PSICOLOGIA - VARAS DE FAMÍLIA E TIPOS DE GUARDA

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4 
 
TRABALHO DE PSICOLOGIA 
TIPOS DE GUARDAS E VARAS DE FAMÍLIA 
 
1. Vara de família e suas atribuições 
 
Como falar em Vara de Família, sem explicar de imediato o mais importante, 
o que é Família? 
 Família é um sistema no qual cada componente tem um papel, uma função, 
não existe o individuo isolado, qualquer um de nós, sempre pertence a algum tipo de 
família algum tipo de organização familiar, até os meninos de rua ou órfão 
pertencem a algum tipo de instituição que funciona para eles como família, e hoje 
temos vários tipos de organização familiar, desde a família tradicional, família 
divorciada ou as chamadas famílias uni parentais onde cada núcleo tem um pai ou 
apenas a mãe, que lidera este núcleo familiar e que depois cada um deste núcleo 
poderá se recasar ou não, chamadas de famílias recasadas. E há também famílias 
homo parentais, que é a adoção realizada por dois iguais que se amam não 
acarretando prejuízos ao adotando, ao contrário, ressalva-se que o que realmente 
faz mal as crianças e adolescentes é a falta de amor e de afeto. Assim, em 
decorrência do número de pesquisas realizadas que versam sobre o tema e em 
virtude dos resultados desses estudos, pode-se afirmar, com absoluta propriedade, 
que a adoção homo parental não afeta o desenvolvimento do adotando. Hoje não se 
pode apenas falar apenas em família tradicional, pois temos diversos tipos de 
família. 
 Na Vara de Família tramitam processos decorrentes de situações ocorridas 
em razão de ter sido constituída uma família e a vara de família possui um foco 
diferenciado para tratar questões que não tem característica essencialmente 
econômica e envolve diversos sentimentos, as varas de família possuem atribuições 
para julgar casos referentes ao casamento e união estável, aos direitos relativos aos 
filhos, à obrigação alimentar dos pais para com os filhos e entre cônjuges ou 
companheiros, convívio dos pais com os filhos, divergências na educação dos filhos, 
logo, por analogia, também tratam de ações relativas a união homo afetivas, entre 
outros processos. 
 
5 
 
 Hoje é comum que essas varas possuam equipes Inter profissionais 
compostas por psicólogos e assistentes sociais, os quais subsidiam a decisão 
judicial através dos respectivos estudos e laudos. Compete aos Juizes 
especializados em Varas de Família, processar e julgar as causas relativas ao 
casamento, divórcio e estado civil, bem como regime de bens e patrimônio dos 
cônjuges e as causas que tenham relações aos direitos e deveres entre os cônjuges. 
E da mesma forma é tratada ações de união estável entre pessoas de sexos 
diferentes ou iguais. Isso porque o STF, na sua recente decisão, reconheceu a união 
estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, não cabendo fazer 
distinção e processar estes feitos em Vara Cível, o que seria totalmente 
discriminatório. 
 Todas as pessoas podem ingressar com uma ação judicial em Vara de 
Família desde que tenha alguma ameaça ou lesão ao seu direito. Para isso 
precisam conhecer seus direitos. A primeira regra que deve ser conhecida é de que 
tanto o homem quanto a mulher são iguais em direitos e deveres. Essa regra geral 
está na Constituição Federal e também é aplicada no direito de família. Por isso, 
deve-se ter a certeza de que nenhum dos gêneros tem menos direito do que o outro. 
Isso significa que o pai ou a mãe, podem ter a guarda do filho, podendo haver 
pedido de pensão tanto pelo homem como pela mulher, que a mãe pode ter que 
pagar a pensão do filho não só o pai. Na pratica o que se verifica é que dificilmente a 
mãe é acionada para pagar a pensão do filho, que a guarda dos filhos raramente é 
concedida ao pai e que pensão alimentícia para ex-cônjuge normalmente é pedida 
pela mulher para o homem. Entretanto se os requisitos legais estiverem presentes, 
não pode haver distinção de gênero para concessão de direitos. Um dos problemas 
mais comuns é com relação à guarda dos filhos que na sua maioria é concedida 
para a mãe. Muitas vezes o próprio pai desconhece que pode pedir a guarda. 
 Na vara de família não se resolvem problemas, resolvem-se pessoas. Por 
isso os conflitos de família surgem na vara de família. Quando se trata de separação 
há de se vivenciar algum tipo de conflito, e às vezes, não necessariamente a 
ausência de conflito significa que os pais se dão bem, isto às vezes vai aparecer nas 
disputas de guarda, nas disputas na hora da visitação, e neste momento o psicólogo 
vai ser acionado. 
6 
 
Pensando em conflito, que conflitos seriam estes, primeiro temos que pensar 
no processo de desrealização deste casamento, pois ninguém se casa para separar, 
as pessoas se casam por que têm um projeto juntas, porque querem ficar unidas, 
permanecer, montar uma família, e ao longo do processo muitas coisas vão 
acontecendo e evoluindo, onde as vezes não há outra possibilidade a não ser a 
separação. E no meio desta separação toda, sobram exatamente os filhos que são 
as partes mais afetadas na separação, porque uma criança não tem o aparelho 
psíquico adulto e amadurecido para poder dar conta de tanta pressão, de tantas 
brigas, muitas vezes, e os pais não se dão conta que existe uma criança naquele 
meio, por que muitas vezes os próprios pais ficam mexidos com toda esta historia. E 
por isto procuram o judiciário, certamente por que elas não tiveram outra 
possibilidade de lidar com estas situações fora do âmbito da justiça. Então se faz 
necessário a ajuda de terceiros para dar conta disto e ajudá-los a resolver estes 
conflitos. 
 Estes conflitos tem uma carga de afetividade enorme, são pessoas que 
construíram coisas, construíram a família, estes conflitos podem mobilizar ou 
imobilizar o processo. O psicólogo está no judiciário por que sua experiência clinica 
vai ajudar justamente a entender estes sujeitos que estão ali sofrendo, passando por 
momentos difíceis, a captar algo ali, além disto quando estas pessoas começam a 
falar sobre seus conflitos elas tem uma chance de se ouvirem falando, então isto 
pode dar outro destino, elas podem tomar mais consciência daquilo que esta 
acontecendo (as vezes sim, as vezes não). 
 Quando se esta em uma vara de família, e tem um analista ou um psicólogo 
ouvindo, isto é uma terapia? Não, isto não é, mas não se pode deixar de pensar que 
é alguma coisa do ponto de vista terapêutico, onde as pessoas encontram, de 
alguma forma, alguém que possa ouvir a sua dor, ouvir seu sofrimento, alguém que 
possa traduzir isto para o judiciário. 
 O psicólogo passa muito tempo estudando sobre o desenvolvimento 
emocional, sobre todos os conflitos que podem ser vivenciados, então o mesmo vai 
estar, justamente podendo ter uma escuta diferenciada de outros profissionais. O 
assistente social trabalha dentro de um ponto de vista centrado no âmbito social, 
7 
 
ligando o ambiente a esta questão, já o psicólogo vai estar com o foco no sujeito, no 
sofrimento, tentando entender o que possa estar acontecendo com aquele sujeito. 
 Dentro da vara de família, existe um grupo que faz um trabalho de 
reconciliação. Já não é o trabalho que um psicólogo faz na vara de família, seu 
objetivo não é buscar exatamente a conciliação, seu objetivo é apenas ouvir, 
entender e transformar aquela demanda em um laudo para que este possa orientar 
o juiz, espera-se que as pessoas possam justamente pensar sobre aquilo que elas 
estão falando e que possam dar um novo sentido a aquele sofrimento todo. 
 É importante pensar que as questões que surgem na vara de família, estão 
praticamente sempre vinculadas a uma criança, e uma criança é alguém que ainda 
não tem condição de lidar com a sua própria dor, entãoas crianças transbordam, 
demonstrando os seus sintomas (medo, vícios, apego, desapego, revolta e entre 
outros), as crianças precisam da família que as acolha, este momento de separação 
é um momento difícil onde necessariamente vão precisar de todo apoio e de toda 
atenção, e então, viram objeto de disputa. 
 Uma criança para viver bem e ter o seu desenvolvimento o melhor possível 
vai precisar sempre do pai e da mãe, e não existe nada que comprove que às vezes 
o pai é melhor, ou a mãe é melhor que o pai, cada um tem a sua função, cada um 
tem o seu trabalho com a criança, a criança vai precisar sempre dos dois, então é 
sempre muito melhor que a criança possa conviver neste processo de separação 
com a mãe e o pai servindo de alicerce, por isto tem toda uma questão de visitação, 
porém, diante de um processo de separação toda criança vai sofrer, então se deve 
pensar que todos que estão envolvidos estão sofrendo no mesmo nível, no entanto 
não há muito o que fazer neste sentido. O psicólogo tem que tentar entender o que 
esta acontecendo com este sentimento e tentar dar o melhor encaminhamento 
possível. 
 
2. A atuação do psicólogo na vara de família 
 
A equipe de profissionais que atua na vara de família conta com a 
participação de um psicólogo, este atua na vara da família por determinação judicial. 
Essa atuação é uma interdisciplinaridade muito importante, pois visa o bem estar da 
8 
 
criança ou adolescente em meio ao fato. Sem a participação deste profissional, a 
ação do Juiz torna-se insuficiente para regular as relações existentes na família, 
visto a insuficiência do conhecimento que determinados casos exigem, nesses 
casos, o psicólogo atua como um norteador ético, para uma melhor tomada de 
decisão. 
O profissional da psicologia utiliza toda a sua técnica e seu conhecimento 
para subsidiar uma melhor fundamentação da decisão do magistrado, como por 
exemplo, em uma decisão de guarda, é feito uma entrevista individual, onde o 
psicólogo e a criança ficam a sós em uma sala e a criança expressa através do 
desenho, da dramatização, e da observação todo o sentimento dela, para o 
psicólogo concluir seu posicionamento e indicá-lo ao juiz, assim uma melhor decisão 
poderá ser tomada. Outro exemplo de atuação do psicólogo é o depoimento sem 
dano, onde o psicólogo com um ponto eletrônico fica junto à criança depoente em 
uma sala especial conectada por equipamento de vídeo e áudio à sala de audiência, 
em tempo real, onde o juiz definirá as perguntas a serem feitas à criança. 
 
O trabalho do psicólogo é fundamental também na realização de uma 
mediação familiar, de modo a solucionar de forma pacifica e consensual o conflito, 
fazendo os mediados refletirem sobre o papel de pai e mãe ou de casal, nas 
relações homo afetivas, de modo a não prejudicarem a criança em nenhum aspecto. 
 
3. Atividades práticas do psicólogo na vara de família 
 
Se tratando das práticas que o psicólogo realiza cotidianamente em sua 
maioria são voltadas para o atendimento à família, que se dão na forma de: casais, 
pais, famílias, adolescentes e crianças. O trabalho é complexo e muito variável, mas 
a problemática é sempre voltada para os assuntos de família. No dia-a-dia muitas 
das ações são realizadas em parceria com outro profissional da equipe, sendo a 
assistente social mais frequentemente citada. É importante observar que os casos 
são encaminhados pelo poder judiciário, porém o trabalho dos psicólogos é 
organizado dentro de cada unidade de vara de família de acordo com as 
necessidades locais. 
 
9 
 
Quando um processo é iniciado, a primeira fase visa realizar uma 
investigação social nas residências das partes envolvidas no processo. A partir 
disso são agendadas as perícias, sendo que cada pessoa comparece em um 
período com o perito designado. No dia da perícia dos menores, os pais são 
chamados para que seja realizada uma observação conjunta de cada pai com as 
crianças. Após a perícia, que envolve testes psicológicos e a realização de 
entrevistas, os peritos têm um período de uma semana para finalizar o laudo que 
será encaminhado ao juiz responsável pelo processo. 
 
Dentre as principais atividades e atendimentos os psicólogos citam: 
1. Trabalho com famílias; 
2. Trabalho com casais; 
3. Atendimento psicológico; 
4. Perícia psicológica; 
5. Visitas domiciliares; 
6. Atuação específica com crianças e adolescentes em processos judiciais de 
guarda, 
tutela e adoção; 
7. Estudo de casos e elaboração de laudos e pareceres psicológicos. 
 
4. A guarda e suas definições 
 
O conceito de guarda tem sua origem etimológica no germânico wardem e no 
latim guardare, cujos significados estão voltados para proteger, conservar, vigiar e 
observar. Portanto, a guarda de filhos é um direito, e ao mesmo tempo um dever, de 
prestar assistência psicológica e material ao menor que se encontra sob poder 
familiar. O legislador buscou assegurar não apenas interesses materiais, mas 
também morais, emocionais, mentais e espirituais do menor, em que, na dissolução 
do matrimonio, o mesmo seria afetado de forma direta. Por este princípio, leva-se 
em consideração o interesse da criança mesmo que em detrimento do direito dos 
pais. Este princípio está embasado na Lei 8.069/90 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
 
5. Tipos de guarda 
10 
 
 
Guarda comum 
 
É aquela em que os pais exercem em conjunto, na estrutura familiar, ou seja, 
a guarda é dividida de forma igualitária entre os pais na constância do casamento ou 
da união estável, com o intuito de atender ao interesse do menor. Sua origem não é 
judicial nem legal, mas natural, decorrente da paternidade e da maternidade, é a 
forma mais simples de guarda, pois está inserido no conjunto de hábitos sociais. 
 
Guarda Derivada 
 
Surge da lei e corresponde a quem exerça a tutela do menor (arts. 1729 a 
1734), seja um particular, de forma dativa, legítima ou testamentária, seja por 
organismo oficial, cumprindo, assim, o Estado, a função social, conforme o art.30 do 
ECA. 
 
Guarda de Fato 
 
É chamado de guarda de fato o tipo de guarda em que uma pessoa traz para 
si a responsabilidade da educação e assistência de um menor, sem uma decisão 
judicial ou uma atribuição legal. não é necessário ser o pai ou a mãe do menor, mas 
de ter consigo o exercício do poder de educação e de assistência do mesmo. Esse 
tipo de guarda ocorre de modo informal, naturalmente, quando os avós, parentes e 
até terceiros, acabam por assumir a criação de um menor, sem se importar com a 
legabilidade da situação. 
 
Guarda Provisória 
 
É também chamada de temporária, surge da necessidade de atribuir a guarda 
a um dos genitores na pendência dos processos de separação ou do divórcio, modo 
primeiro de organizar a vida familiar. Trata-se de uma medida provisória, tornando-
se definitiva, após serem examinados todos os critérios para atribuição da guarda a 
um dos genitores, ao que for considerado mais apto. 
 
11 
 
Guarda Definitiva 
 
Surge a partir da sentença, que homologa ou decreta a dissolução do vínculo 
conjugal, fornecendo assim a guarda certa estabilidade. A guarda definitiva possui 
seu grau de definição relativo, pois havendo a necessidade poderá ser modificada a 
qualquer tempo, desde que possua expressa fundamentação do magistrado, pois 
sua concessão não faz coisa julgada. 
 
Guarda por Terceiros 
 
Esse tipo de guarda apresenta características próprias, sendo que cada caso 
é uma situação diferente. Não se trata de eleger o genitor ideal, mas o magistrado 
somente deverá tomar a decisão de separar os filhos de seus paisem casos 
extremos, recorrendo à entrega da guarda e um estranho, parente ou não. O terceiro 
que deter a guarda é obrigado a prestar ao menor assistência moral, material e 
educacional. É conferido também ao guardião o direito de opor-se a terceiros, 
inclusive aos pais, que, segundo o art. 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
não ficam dispensados de seus deveres de assistência. 
 
Guarda Jurídica e Guarda Material 
 
O processo da formação dos filhos exige, em regras, a presença de ambos os 
genitores. Durante o casamento e até mesmo na união estável, o pátrio poder, atual, 
se concentra nas pessoas dos pais. Com a separação, nenhum dos dois perde o 
poder relativo aos filhos menores, o que ocorre é que a guarda dissocia-se. Como 
regra, a guarda tem sido atribuída a um dos genitores, restando ao outro o direito de 
visita. Assim, o pai que fica com a guarda do filho menor, não apenas a guarda 
material, mas também a guarda jurídica, tendo o direito de reger a pessoa dos filhos, 
decidindo todas as questões de interesse do menor, cabendo ao outro pai o direito 
de fiscalizar essas decisões tomadas pelo genitor que detém a guarda. 
 
Guarda Alternada 
 
12 
 
Entende-se por guarda alternada aquela em que a criança mora um período 
de tempo com o pai e outro período com a mãe alternadamente. Este período 
poderá ser anual, mensal, semestral ou até diário, ou seja, aquele que as partes 
acordarem. Nesta modalidade, o genitor que estiver com a posse do menor, no 
tempo preestabelecido, irá exercer, de forma exclusiva, os direito e deveres 
referentes ao menor. A vantagem encontrada nesta modalidade de guarda é a 
possibilidade dos genitores passarem o maior tempo possível com seus filhos, e 
estes de manterem uma maior convivência com ambos os pais, mesmo que por 
períodos alternados. 
 
Aninhamento ou Nidação 
 
Nesta modalidade os pais se revezam, mudando-se para a casa onde moram 
os menores, alternando os períodos de tempo. Este acordo não costuma perdurar, 
em razão do alto custo para a manutenção, pois exige três residências, uma para a 
mãe, uma para o pai e uma para o filho, onde este acolhe os pais de tempos em 
tempos, alternadamente. É uma situação muito pouco aplicada na prática, em 
virtude da falta de praticidade, como também pode provocar instabilidade no 
desenvolvimento do menor. 
 
Guarda Compartilhada 
 
Significa que ambos os pais possuem os mesmos direitos e as mesmas 
obrigações em relação aos filhos menores. Por outro lado, é um tipo de guarda no 
qual os filhos recebem dos tribunais o direito de terem ambos os pais, dividindo de 
forma mais equitativa possível, as responsabilidades de criarem e cuidarem dos 
filhos. 
A guarda compartilhada baseia-se no modelo em que o menor possui uma 
residência fixa, devendo ser compartilhados somente os direitos e deveres entre os 
pais. É o meio onde ambos os pais que assim desejam, possam continuar 
exercendo seus papeis em relação aos seus filhos, em que pese à ruptura da 
separação do casal. 
 
13 
 
Um dos conceitos que precisa ser rapidamente ser entendido é o de que 
ambos os pais devem continuar centralmente e igualmente envolvidos e 
responsáveis pelo cuidado com o interesse e bem estar de seus filhos mesmo e 
talvez especialmente, após a separação do casal.” 
 
A Guarda Compartilhada surgiu como solução à lacuna existente em relação 
ao interesse do menor, que ao ser guardado por somente um dos cônjuges, 
consequentemente, afastava-se do outro, pois este não conseguia exercer 
participação significativa em sua vida, devido ao pouco tempo de convívio. Viu-se 
necessário, então, o equilíbrio entre as relações familiares, para que a figura do pai 
e da mãe continuem presentes, apesar da ruptura do casal. 
 
6. Alienação parental 
 
A partir do momento em que ocorre o divórcio ou separação de um casal todo 
um ambiente conturbado se impõe perante a vida de todos os envolvidos nessa 
situação e em geral quem mais sofre são as crianças, pois é nesse período de 
crescimento que as crianças fundamentam seus pensamentos, personalidade, moral 
e cultural baseados em seus pais. Mas em algumas situações a separação é o 
menor dos problemas, pois junto de toda essa nova situação apresenta-se a 
alienação parental que em suma baseia-se na utilização da criança como 
“ferramenta” para prejudicar um dos pais. 
 
Em 1985 o pesquisador e professor Richard Gardner descreveu uma 
síndrome, a qual chamou de Alienação Parental, em que o menor era manejado por 
um adulto para deixar de ter afeição por outro, ou seja, o genitor, em razão do fim do 
relacionamento, manipulava a criança para que ela deixasse de gostar do outro 
genitor. E, consequentemente, devido a sua frequência e seu grau de influência, a 
questão da alienação parental tornou-se assunto destacado, vindo a estacionar na 
questão do direito fundamental da criança, ou do adolescente, em ter uma 
convivência familiar saudável, razão da Lei nº 12.318. 
 
14 
 
As situações mais frequentes de alienação parental estão ligadas ao 
momento em que há uma ruptura da vida conjugal e que gera em um dos pais um 
sentimento de vingança. Quando este não consegue assimilar a separação, começa 
um processo de vingança, desmoralização, descrédito do ex-companheiro. Nesse 
processo, a criança é utilizada como instrumento da raiva direcionada ao ex-
cônjuge. 
Somente no ano de 2010 a alienação parental foi introduzida no direito 
brasileiro, e chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) como tema de processos. 
A alienação parental é conceituada na Lei 12.318/10 como “a interferência na 
formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um 
dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua 
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao 
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”. O dispositivo prevê 
punições aos praticantes da alienação parental e entre outras exemplificações o 
dispositivo também caracteriza o que é a alienação parental. 
Nas situações identificadas como alienação parental, um dos pais busca a 
exclusão do outro da vida dos filhos, deixando de incluí-lo nas decisões mais 
significativas sobre a vida da criança. O alienante também interfere nas visitas que o 
alienado tem com as crianças, controlando os horários e o impedindo de exceder 
seu tempo com os filhos. Além disso, a criança é envolvida no conflito que ocorre 
entre os pais, denegrindo a imagem do outro genitor e, às vezes, até fazendo falsas 
acusações. Com mais frequência do que se supõe, diversas barreiras são impostas 
pelo genitor portador da guarda com relação às visitas. No centro desse conflito, o 
filho passa a ter sentimentos negativos em relação ao pai ou mãe, além de guardar 
experiências e memórias exageradas ou irreais. 
 As crianças ficam sujeitas a sofrer de ansiedade, depressão, baixa autoestima 
e problemas de relacionamento no futuro. É de suma importância notar que a 
educação de uma criança através da alienação parental é uma forma de abuso 
emocional, porque pode consideravelmente conduzir ao enfraquecimento contínuo 
da ligação psicológica entre o filho e o pai ou mãe alienado. Em muitas situações 
pode inclusive conduzir à destruição total dessa ligação, com alienação por toda a 
vida. 
15 
 
Então se tem que os principais prejudicados não são o genitor alienado, e sim 
da criança. Os sintomas mais comuns em crianças alienadas são: medo, falta de 
organização, ansiedade, insegurança, isolamento, depressão, comportamento 
agressivo, dificuldade na escola, dupla personalidade. E como reflexodo tratamento 
alienante que a criança sofre todas as outras pessoas que estão inseridas em seu 
convívio também sofrem como: professores, amigos e familiares. 
 
 
7. Danos causados à criança vítima de alienação parental 
 
De acordo com Pinho em seu trabalho sobre alienação parental há uma série 
de danos que a criança sofre em decorrência desse abuso psicológico e emocional, 
esses danos foram catalogados pela IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de 
Família. 
 
1) Isolamento-retirada: A criança se isola do que a rodeia, e centra-se nela 
mesma, não fala com quase ninguém e se o faz, é de forma muito concisa, 
preferindo estar sozinha no seu quarto, em vez de brincar com outras 
crianças, mormente se filho único, perdendo o único outro referencial e 
passando a viver somente com o pai ou com a mãe, sentindo-se 
literalmente sozinha e abandonada, abandono e vazio a que nos referimos 
que não pode ser suprido por qualquer figura senão a do próprio pai. 
2) Baixo rendimento escolar: Por vezes associado a uma fobia à escola e à 
ansiedade da separação - a criança não quer ir à escola, não presta 
atenção nas aulas, mas também não incomoda os seus companheiros, não 
faz os deveres com atenção, apenas quer sair de casa, a apatia que mostra 
relativamente às tarefas que não são do seu agrado alarga-se a outras 
áreas.... e isto é detectado a posteriori, não de imediato, mormente quando 
na fase das visitações. 
3)Depressão, melancolia e angústia: Em diferentes graus, mas em 100% 
dos casos ocorre e infelizmente é recorrente. 
4)Fugas e rebeldia: Produzem-se para ir procurar o membro do casal não 
presente, por vezes para que se compadeça do seu estado de desamparo e 
regresse ao lar ou pensando que será mais feliz ao lado do outro progenitor. 
5)Regressões: Comporta-se com uma idade mental inferior à sua, chama a 
atenção, perde limites geralmente impostos pela figura paterna, perde o 
‘referencial’, e mesmo pode regredir como ‘defesa psicológica’ em que a 
criança trata de ‘retornar’ a uma época em que não existia o conflito atual, e 
que recorda como feliz. 
6)Negação e conduta anti-social: ocorrem em simultâneo - por um lado a 
criança, (e mesmo as mães quando em processo de separação ou recém 
separadas, o que pode levar até mais de 5 anos para ‘superar em parte’) 
nega o que está a ocorrer (nega que os seus pais se tenham separado 
apesar da situação lhe ter sido explicada em diversas ocasiões e finge 
compreender e assimilar e mesmo negar e ignorar mas internaliza), e, por 
outro lado sente consciente ou inconscientemente que os seus pais lhe 
causaram dano, o que lhe dá o direito de o fazer também, provocando uma 
conduta anti-social. 
7)Culpa: Por mais de 75% das vezes, a criança se sente culpada, hoje ou 
amanhã, em regra mais tarde, pela situação, e pensa que esta ocorre por 
sua causa, pelo seu mau comportamento, pelo seu baixo rendimento 
16 
 
escolar, algo cometido, e pode chegar mesmo a auto castigar-se como 
forma de autodirigir a hostilidade que sente contra os seus pais, 
inconscientemente. 
8)Aproveitamento da situação-enfrentamento com os pais: Por vezes, a 
criança trata de se beneficiar da situação, apresentando-a como desculpa 
para conseguir os seus objetivos ou para fugir às suas responsabilidades ou 
fracassos. Por vezes, chega mesmo a inventar falsas acusações para que 
os pais falem entre si, apesar de saber que o único resultado destas falsas 
acusações será piorar o enfrentamento entre os seus genitores. E se o 
‘exemplo’ vem de casa, o que dizer de uma mãe que nem sequer tenta 
dialogar e tentar conciliar em prol do filho... 
09)Indiferença: A criança não protesta, não se queixa da situação, age 
como se não fosse nada com ela, sendo esta outra forma de negação da 
situação.(PINHO, 2009) 
8. Conclusão 
 
 A alienação parental se mostra pouco difundida teoricamente em meio a 
população, mas sua utilização, e, consequentemente sua devastação, já sobrevoa 
as relações familiares há muito tempo. A partir do momento que temos 
conhecimento das características e também da amplitude dos casos podemos 
identificar que a pessoa que mora na casa ao lado da minha é um alienador. E ainda 
na esteira dos reflexos causados pela alienação começamos a entender o 
comportamento de crianças que estão em nosso convívio, ou seja, nós podemos 
estar em contato com algum caso de alienação parental e não tínhamos ciência 
disto. Sabe-se que esse abuso psicológico e emocional sobre a criança será o 
motivo e a base para diversos problemas, tanto no primeiro momento enquanto a 
criança ainda é vitima da alienação, como também no futuro em várias situações da 
sua vida adulta. 
 
 Um grande passo para a redução dos casos de alienação parental está na 
criação da lei que regulamenta, reconhece e pune os casos de alienação. Mas 
acima de tudo o passo mais importante esta na conscientização dos genitores em 
relação ao que acontece na vida familiar, os pais que encontram problemas 
pessoais de relacionamento devem resolvê-los de forma unitária e responsável, não 
se deve envolver uma criança em conflitos adultos e que ainda por cima não tenham 
fundamento lógico e racional. O filho deve ser um elo de ligação que representa a 
fraternidade e amor que duas pessoas tiveram em algum momento da vida, o filho é 
a perpetuação de duas vidas que estiveram juntas e nunca deve ser usado como 
ferramenta de destruição, e essa destruição começa primeiro com a criança e se 
espalha para todos em sua volta. 
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