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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA PROFESSOR KOGA ACADÊMICA SOLANGE FÁTIMA DE SOUZA DISCIPLINA PARASITOLOGIA RESENHA CRÍTICA DE ARTIGO Ações de enfermagem na prevenção de parasitoses intestinais em creches O artigo refere-se a prevalência de parasitoses intestinais em crianças usuárias de creche, bem como a importância da enfermagem na elaboração de manuais de procedimentos para o cuidado das crianças tanto em ambiente coletivo como no familiar. De acordo com o estudo, as parasitoses tem uma prevalência maior nos países em desenvolvimento como o Brasil e pouco se tem feito para seu controle, representando assim, um problema de saúde pública. Os fatores responsáveis por essa prevalência são o nível socioeconômico, condições precárias de saneamento básico e hábitos de higiene. As principais doenças na faixa etária de 1 a 4 anos são as infecciosas e parasitárias. De 0 a 5 anos as parasitoses se tornam mais frequentes devido aos hábitos imaturos de higiene tanto no ambiente escolar quanto no familiar. O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre parasitoses intestinais em crianças que frequentam creches e elaborar ações de enfermagem junto a instituição visando prevenção do problema. A revisão bibliográfica de periódicos abrangeu um período de 8 anos, entre 1995 e 2003 nas bases de dados MEDLINE, LILACS e BDENF. Foram consultados 60 (sessenta) trabalhos, 15 (quinze) foram selecionados e destes, apenas 3 (três) abordavam mecanismos de transmissão no ambiente de creches propondo ações de controle ambiental. O estudo mostra que as principais doenças causadas por protozoários e helmintos são a Giardíase, a Amebíase, Ascaridíase, conhecida como lombriga, Tricuríase; o nematelminto Enterobius vermiculares, que causa o prurido anal; a Ancilostomíase, comum na região norte e nordeste do Brasil. A forma de contágio, em sua maioria se dá por ingestão do parasita presente em alimentos e água, contato com mãos sujas, sendo mais frequente a Ascaridíase, onde as crianças levam a mão a boca após contato com o solo. Crianças cuidadas em creche têm maior risco em contrair essas parasitoses, pois dividem brinquedos comuns, brincam na areia e utilizam instalações sanitárias sem acompanhamento necessário para a higiene pessoal correta. Os sintomas são variados, desde uma desinteria, até anemia grave. Pesquisas ainda mostram que na América Latina, África e Ásia, os parasitas intestinais como giardíase, amebíase, ascaridíase e ancilostomíase estão entre as 20 infecções mais fatais e com alta taxa de mortalidade. Isso devido aos padrões alimentares precários, baixas condições socioeconômicas, saneamento básico, higiene e moradia precários. No Brasil, a prevalência se dá em crianças menores de 5 anos de idade, relacionado principalmente com situação socioeconômica mais baixa e condições precárias de saneamento básico. Os resultados comprovam a alta incidência de giardíase entre as crianças usuárias de creches. A prevalência maior é em crianças de 2 a 4 anos, conforme estudos em creches comunitárias no Rio de Janeiro e também em São Paulo, explicado pela autonomia que apresentam em brincar sozinha e se alimentar, por exemplo. Sendo que as creches públicas são mais acometidas, devido a superlotação e contato íntimo das crianças entre si. A diferença na prevalência de parasitoses entre creches públicas e privadas é explicada pelas condições de existência das famílias das creches públicas e a qualidade do serviço prestado. Incluindo nesse contexto nível de instrução das famílias e faixa salarial. A enfermagem atua no contexto coletivo colaborando nos cuidados das crianças, instruindo trabalhadores e professores, e também a família, quanto a higiene e melhores condições de limpeza e saneamento. Observa-se a importância de novos estudos, a partir de elaboração de métodos mais precisos e grupos controles mais específicos, para melhor análise dos dados. Não há como comprovar que as parasitoses foram adquiridas somente em ambiente da creche, e quais são as medidas de prevenção que as mesmas utilizam para diminuir a prevalência. Os pontos importantes analisados mostram que os fatores de riscos estão relacionados com hábitos de higiene inadequados, condições socioeconômicas e saneamento básico precários, em ambiente coletivo e familiar. E ainda, além da transmissão via solo, alimentos e água, o contato pessoa/pessoa é uma das vias de transmissão mais frequentes na creche. Nota- se também a importância de um profissional de enfermagem que promova a saúde dentro do ambiente escolar, instruindo trabalhadores e familiares quanto a manipulação de alimentos e hábitos de higiene adequados. E também atue na elaboração de rotinas para a prevenção e controle dessas parasitoses.
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