Prévia do material em texto
Para reflexão do por que estudar Políticas Públicas... “A conscientização se dá na prática política, social, existencial com leitura e releitura crítica da realidade”. Paulo Freire 1. ESTADO A origem da palavra: A palavra "Estado" se impôs por meio da difusão e pelo prestígio da obra “O Príncipe” de Maquiavel, que inicia com a seguinte frase: "Todos os estados, todos os domínios que imperaram e imperam sobre os homens, foram e são ou repúblicas ou principados". Passagem do significado corrente do termo status de "situação" para "Estado": A palavra “Estado” passou de um significado genérico de situação para um significado específico de condição de posse permanente e exclusiva de um território e de comando sobre os seus respectivos habitantes. Substitui os termos tradicionais com que fora designada até então a máxima organização de um grupo de indivíduos sobre um território em virtude de um poder de comando. (BOBBIO, 2001) Definições: “Uma instituição organizada política, social e juridicamente, ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição. É dirigido por um governo soberano, reconhecido interna e externamente, sendo responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e da coerção”. (CICCO & GONZAGA, 2011) A compreensão do Estado moderno passa pela definição dos elementos que o diferenciam das formas anteriormente existentes de poder político. O Estado moderno pode ser caracterizado como o poder político que se exerce sobre um território e um conjunto demográfico, supondo um governo unitário e cujo poder se exerce em nome de uma nação (um povo e um território).(FLEURY) Estudiosos dos fenômenos políticos têm substituído o termo “Estado” pela expressão mais compreensiva "sistema político". A expressão “sistema político” é menos carregada de conceitos de valores do que o temo “Estado”, o qual se ressente da deificação, por conservadores, e da demonização, por revolucionários, dos ordenamentos com grande concentração de poder que a partir de Maquiavel foram sempre mais frequentemente chamados de “Estado”.( BOBBIO, 2001) POLÍTICA E PODER Origem da palavra: Deriva de politikós, do grego, e diz respeito àquilo que é da cidade, da pólis (na Grécia Antiga), da sociedade, ou seja, que é de interesse do homem enquanto cidadão. Um dos primeiros a tratar da política como uma prática intrínseca aos homens foi Aristóteles (Grécia antiga), na obra A Política. Ao longo do tempo, o termo política deixou de ter o sentido de adjetivo (aquilo que é da cidade, sociedade) e passou a ser um modo de “saber lidar” com as coisas da cidade, da sociedade. O conceito de Política: Atividade relativa à formação das decisões coletivas e a organização do poder coativo. Esfera das ações que têm alguma referência à conquista e ao exercício do poder soberano em uma comunidade de indivíduos sobre um território. Fazer política pode estar associado às ações de governo e de administração do Estado; e à forma como a sociedade civil se relaciona com o próprio Estado. “atividade ou conjunto de atividades que têm de algum modo, como termo de referência, a pólis, isto é, o Estado” (BOBBIO, 2000) Política enquanto prática humana conduz, consequentemente, a se pensar no conceito de poder. O fenômeno “poder” é o que promove o intercâmbio e a relação entre “Estado” e “Política”. Toda teoria política parte de uma definição ou de uma análise do fenômeno “poder”. A teoria do Estado apóia-se sobre a teoria dos três poderes (o executivo1, o legislativo2, o judiciário3) e das relações entre eles. O processo político é classicamente definido como "a formação, a distribuição e o exercício do poder". Se a teoria do Estado pode ser considerada como uma parte da teoria política, a teoria política pode ser por sua vez considerada como uma parte da teoria do poder. (BOBBIO, 2001; 2000) 1 O poder executivo é aquele formado pelo presidente, seu gabinete de ministros e seus secretários, os quais governam o povo e administram os interesses públicos levando em consideração o que é estabelecido pela Constituição. O presidente é eleito de maneira direta pelos cidadãos e tem um mandato de quatro anos, enquanto que os ministros e secretários são eleitos pessoalmente pelo presidente em questão. 2 O poder legislativo é aquele que tem como função elaborar normas de Direito e legislar as mais variadas esferas políticas e constitucionais do país, aprovando, rejeitando e fiscalizando as propostas feitas pelo poder executivo. Geralmente é constituído por parlamentos, congressos, câmaras e assembléias. No Brasil o poder legislativo é representado pelas Câmaras de Deputados (representam a população) e pelo Senado Federal (representantes dos estados). Nos níveis municipais e estaduais o poder legislativo é encaminhado através da Câmara de Vereadores e da Câmara de Deputados Estaduais. 3 O poder judiciário é aquele que tem a capacidade de exercer julgamentos. Esses julgamentos se dão através das regras constitucionais e leis que advém do poder legislativo. É obrigação do poder judiciário julgar de maneira imparcial qualquer conflito que surja no país. No Brasil seus órgãos de funcionamento são o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais do Trabalho, os Tribunais Eleitorais, os Tribunais Militares e os Tribunais dos Estados. Poder estaria ligado à ideia de posse dos meios para se obter vantagem (ou para fazer valer a vontade) de um homem sobre outros. O poder político é o poder que um homem pode exercer sobre outros, a exemplo da relação entre governante e governados (povo, sociedade). Poder Político requer legitimação, que ocorre por vários motivos, como pela tradição (poder de pai, paternalista), despótico (autoritário, exercido por um rei, uma ditadura) ou aquele que é dado pelo consenso, sendo este último um modelo de governo esperado. O poder exercido pelo governante em uma democracia, por exemplo, dá-se pelo consenso do povo, da sociedade. No caso brasileiro, o poder do presidente é garantido por que existe um consenso da sociedade que o autoriza e, além disso, há uma Constituição Federal que formaliza e dá garantias a esse consenso. Poder político: . Funda-se sobre a posse dos instrumentos através dos quais se exerce a força física (armas de todo tipo e grau): é o poder coativo no sentido mais estrito da palavra. . Não é apenas o uso da força, mas sim seu monopólio, sua exclusividade, que tem o consentimento da sociedade organizada. . Uma exclusividade de poder que pode ser exercida sobre um determinado grupo social, em determinado território. “A finalidade ou fim da política não pode se resumir apenas em um aspecto, pois [...] os fins da política são tantos quantas forem as metas a que um grupo organizado se propõe, segundo os tempos e as circunstâncias” Um fim mínimo à política (enquanto poder de força) é a manutenção da ordem pública e a defesa da integridade nacional. Essa finalidade é mínima para a realização de todos os outros fins do poder político. Porém, é importante se atentar para o fato de que o poder político não pode ter como finalidade o poder pelo poder, pois se assim fosse perderia o sentido. (BOBBIO, 2001) GOVERNO O governo é uma estrutura para manter o Estado, sua existência depende do Estado e vice-versa. É a organização necessária para o exercício do poder político do Estado. (FILOMENO, 1997) É definido enquanto sua Forma, Sistema e Regime Político. Forma de governo: política base que define como o Estado exerce o poder sobre a sociedade. - Monarquia (absolutista ou não) - República SISTEMA DE GOVERNO: DIVISÃO DO PODER NO ESTADO. - Parlamentarismo - Presidencialismo - Semipresidencialismo - Constitucionalismo REGIME POLÍTICO: RELAÇÃO ENTRE O GOVERNANTE E A FORÇA EXERCIDA ENTRE ELE. - Autoritarismo - Democracia - Despotismo - Ditadura - Oligarquia -Plutocracia - Teocracia - Tirania - Totalitarismo Exercício 1: Sobre a origem da palavra “Política” é incorreto afirmar: D - Teve origem na forma de organização social partidária. Exercício 2: Sobre a origem do termo “Estado” é correto afirmar: C- Se impôs por meio da difusão e pelo prestígio da obra “O Príncipe” de Maquiavel. Exercício 3: Sobre a definição de “Estado” em seu sentido político, assinale a alternativa correta. B - É uma instituição organizada política, social e juridicamente, ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição. Exercício 4:Sobre o conceito de “Política” é incorreto afirmar: D - Refere-se exclusivamente às relações partidárias no exercício e na disputa pelo poder na gestão pública. Exercício 5: Para BOBBIO (2001; 2000) “se a teoria do Estado pode ser considerada como uma parte da teoria política, a teoria política pode ser por sua vez considerada como uma parte da teoria do poder”. Sobre relação entre “política” e “poder” está incorreto afirmar: C - O processo político na gestão pública não implica em relações de “poder”. Exercício 6: “A teoria do Estado apóia-se sobre a teoria dos três poderes e das relações entre eles”. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si”: B - o executivo, o legislativo, o judiciário. Exercício 7: Para BOBBIO (2001) “a finalidade ou fim da política não pode se resumir apenas em um aspecto, pois [...] os fins da política são tantos quantas forem as metas a que um grupo organizado se propõe, segundo os tempos e as circunstâncias”. Selecione a opção que corresponde à definição correta de “Poder Político” na perspectiva da gestão pública. A - Uma exclusividade de poder que pode ser exercida sobre um determinado grupo social, em determinado território. Exercício 8: Para FILOMENO (1997) “o Governo é a organização necessária para o exercício do poder político do Estado”. Um Governo é definido enquanto sua “forma”, “sistema” e “regime político”. Assinale a alternativa que corresponde corretamente à organização do Governo no Estado brasileiro. E - Forma de Governo: República; Sistema de Governo: Presidencialismo; Regime Político: Democracia. SOCIEDADE CIVIL Sociedade civil é o lugar onde surgem e se desenvolvem os conflitos econômicos, sociais, ideológicos, religiosos, que as instituições estatais têm o dever de resolver através da mediação ou através da repressão. Sujeitos desses conflitos e portanto da sociedade civil exatamente enquanto contraposta ao Estado são as classes sociais, ou mais amplamente os grupos, os movimentos, as associações, as organizações que as representam ou se declaram seus representantes; ao lado das organizações de classe, os grupos de interesse, as associações de vários gêneros com fins sociais, e indiretamente políticos, os movimentos de emancipação de grupos étnicos, de defesa dos direitos civis, de libertação da mulher, os movimentos de jovens etc. Os partidos têm um pé na sociedade civil e um pé nas instituições, tanto que chegou a ser proposto um enriquecimento do esquema conceituai dicotômico através da interposição, entre os conceitos de sociedade civil e de Estado, do conceito de sociedade política, destinado a compreender exatamente o fenômeno dos partidos, que de fato não pertencem por inteiro nem à sociedade civil nem ao Estado. Na verdade, um dos modos mais freqüentes de definir os partidos políticos é o de mostrar que eles cumprem a função de selecionar, portanto de agregar e de transmitir, as demandas provenientes da sociedade civil e destinadas a se tornar objeto de decisão política. Nas mais recentes teorias sistêmicas da sociedade global, a sociedade civil ocupa o espaço reservado à formação das demandas (input) que se dirigem ao sistema político e às quais o sistema político tem o dever de responder (output): o contraste entre sociedade civil e Estado põe-se então como contraste entre quantidade e qualidade das demandas e capacidade das instituições de dar respostas adequadas e tempestivas. O tema hoje tão debatido da governabilidade das sociedades complexas pode ser interpretado também nos termos da clássica dicotomia sociedade civil/Estado: uma sociedade torna-se tanto mais ingovernável quanto mais aumentam as demandas da sociedade civil e não aumenta correspondentemente a capacidade das instituições de a elas responder. A sociedade civil representa o lugar onde se formam, especialmente nos períodos de crise institucional, os poderes de fato que tendem a obter uma legitimação própria inclusive em detrimento dos poderes legítimos — o lugar onde, em outras palavras, desenvolvem-se os processos de deslegitimação e de relegitimação. Daí a freqüente afirmação de que a solução de uma grave crise que ameaça a sobrevivência de um sistema político deve ser procurada, antes de tudo, na sociedade civil, na qual podem ser encontradas novas fontes de legitimação e portanto novas áreas de consenso. Enfim, na esfera da sociedade civil inclui-se habitualmente também o fenômeno da opinião pública, entendida como a pública expressão de consenso e de dissenso com respeito às instituições, transmitida através da imprensa, do rádio, da televisão etc. De resto, opinião pública e movimentos sociais procedem lado a lado e se condicionam reciprocamente. Sem opinião pública — o que significa mais concretamente sem canais de transmissão da opinião pública, que se torna "pública" exatamente enquanto transmitida ao público —, a esfera da sociedade civil está destinada a perder a própria função e, finalmente, a desaparecer. No limite, o Estado totalitário, que é o Estado no qual a sociedade civil é inteiramente absorvida pelo Estado, é um Estado sem opinião pública (isto é. com uma opinião apenas oficial).(BOBBIO, 2001) Entende-se por Sociedade Civil Organizada a Sociedade Civil quando se expressa politicamente. Para MARX (2006) Sociedade Civil Organizada é a parcela da Sociedade Civil que se constitui e se organiza atuando como força política na procura de soluções para os conflitos sociais. É a estrutura moldando-se em superestrutura para defender interesses da maioria, ou mesmo parciais, atuando em conjunto com o Estado e as forças de mercado, na ‘busca maior’, qual seja, a de uma melhor simbiose com a Sociedade civil". POLÍTICAS DE ESTADO X POLÍTICAS DE GOVERNO Políticas de governo são aquelas que o Executivo decide num processo bem mais elementar de formulação e implementação de determinadas medidas para responder às demandas colocadas na própria agenda política interna. Políticas de Estado passam pelo Parlamento ou por instâncias diversas de discussão, depois que sua tramitação dentro de uma esfera (ou mais de uma) da máquina do Estado envolveu estudos técnicos, simulações, análises de impacto horizontal e vertical, efeitos econômicos ou orçamentários, quando não um cálculo de custo-benefício levando em conta a trajetória completa da política que se pretende implementar. O trabalho da burocracia pode levar meses, bem como o eventual exame e discussão no Parlamento (Senadores e Deputados), pois políticas de Estado, que respondem efetivamente a essa designação, geralmente envolvem mudanças de outras normas ou disposições pré-existentes, com incidência em setores mais amplos da sociedade. POLÍTICAS PÚBLICAS As políticas públicas são mediadoras da relação entre o estado e a Sociedade. (FLEURY, 1994) Políticas públicas são ações governamentais que interferem na vida dos cidadãos visando à melhoria de vida de toda a coletividade e a garantia do interesse público. É necessário manter a diferenciação entre Política Pública e política partidária. A Política Pública constitui um termo de significado mais amplo, compreendida a ideia de política como atividade de conhecimento, organização do poder e de instrumento de ação de governos. Podemos dizer que as políticas públicas servem de orientação para a ação dos indivíduos, de organizações e do próprioEstado, implicando em fixação de metas, de diretrizes ou de planos governamentais. Normalmente fixam metas de melhorias no âmbito econômico, político ou social. Uma política pública é eficiente quando há grande possibilidade de efetividade e quando há articulação entre os poderes e agentes públicos envolvidos, bem como quando o seu objeto for bastante conhecido pelo Poder Público. Tais necessidades são percebidas facilmente quando nos deparamos com os direitos sociais, os quais exigem grande esforço do Estado para efetivá-los. As políticas devem ser reconhecidas pelo direito para terem efeito jurídico. Uma política pública pode ser instituída por lei, decreto, emenda constitucional, por ato administrativo, planos ou por programas, não havendo um padrão jurídico para a sua exteriorização. Essa falta de padrão causa anseio na sociedade visto que se torna mais complexo perceber a vinculatividade de tais políticas. A forma de exteriorização mais comum de uma política é através de planos que são materializados através de lei, estabelecendo esta os objetivos da política, os instrumentos de sua realização e condições de implementação. Importante consequência da implementação de uma política pública é que tal fato faz surgir aos interessados a titularidade de direitos previstos no programa governamental, os quais, antes, eram apenas direitos abstratos.(DALLARI BUCCI, 2002) “Políticas públicas” são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis,programas, linhas de financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos. As políticas públicas traduzem, no seu processo de elaboração e implantação e, sobretudo, em seus resultados, formas de exercício do poder político, envolvendo a distribuição e redistribuição de poder, o papel do conflito social nos processos de decisão, a repartição de custos e benefícios sociais. Como o poder é uma relação social que envolve vários atores com projetos e interesses diferenciados e até contraditórios, há necessidade de mediações sociais e institucionais, para que se possa obter um mínimo de consenso e, assim, as políticas públicas possam ser legitimadas e obter eficácia. Elaborar uma política pública significa definir quem decide o quê, quando, com que conseqüências e para quem. São definições relacionadas com a natureza do regime político em que se vive, com o grau de organização da sociedade civil e com a cultura política vigente. Nesse sentido, cabe distinguir “Políticas Públicas” de “Políticas Governamentais”. Nem sempre “políticas governamentais” são públicas, embora sejam estatais. Para serem “públicas”, é preciso considerar a quem se destinam os resultados ou benefícios, e se o seu processo de elaboração é submetido ao debate público. A presença cada vez mais ativa da sociedade civil nas questões de interesse geral, torna a publicização fundamental. As políticas públicas tratam de recursos públicos diretamente ou através de renúncia fiscal (isenções), ou de regular relações que envolvem interesses públicos. Elas se realizam num campo extremamente contraditório onde se entrecruzam interesses e visões de mundo conflitantes e onde os limites entre público e privado são de difícil demarcação. Daí a necessidade do debate público, da transparência, da sua elaboração em espaços públicos e não nos gabinetes governamentais.(TEIXEIRA, 2002) Nesse contexto, as políticas públicas – desde que elaboradas em um processo participativo e de diálogo com a comunidade – têm um papel fundamental, na medida em que podem funcionar como instrumentos de redistribuição de riquezas, de implementação de direitos e, por conseguinte, de garantia de condições dignas de sobrevivência à parcela mais excluída da população. Para que uma política seja “pública” é necessário não apenas que ela tenha por objetivo o bem comum de todos, da população, mas, também, que o seu processo de elaboração seja submetido a debate e considerações daqueles que serão beneficiados. Assim, podemos distinguir políticas governamentais (aquelas feitas unicamente pelos técnicos e burocratas do Estado) de políticas públicas (aquelas elaboradas a partir de um amplo processo de discussão e diálogo com a população). Tal processo de diálogo, quer dizer, de participação popular, é fundamental, já que as políticas públicas se realizam num campo extremamente contraditório, onde se entrecruzam interesses e visões de mundo conflitantes e onde os limites entre público e privado são de difícil demarcação. As políticas públicas são compreendidas por HÖFLING (2001) como as de responsabilidade do Estado – quanto à implementação e manutenção a partir de um processo de tomada de decisões que envolve órgãos públicos e diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política implementada. POLÍTICAS SOCIAIS Políticas sociais se referem a ações que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas para a redistribuição dos benefícios sociais visando à diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. As políticas sociais têm suas raízes nos movimentos populares do século XIX, voltadas aos conflitos surgidos entre capital e trabalho, no desenvolvimento das primeiras revoluções industriais. HÖFLING (2001) Principais áreas de intervenção das políticas sociais: Alimentação, saúde, educação, trabalho e emprego, saneamento e habitação, previdência, transporte de massa, assistência social, organização agrária, cultura e desporto, direitos e cidadania. DIREITOS DO CIDADÃO A Constituição de 1988 surgiu a partir de intenso processo de mobilização e participação da sociedade civil e representa uma verdadeira conquista para os cidadãos brasileiros. Entretanto, sabe-se que a maioria dos direitos por ela garantidos ainda não foram realizados na prática. Isso se deve, em parte, à falta de conhecimento da população acerca de seus direitos. É buscando retomar essas lutas do passado e socializar o conhecimento acerca dos direitos estabelecidos na Constituição que precisamos (re) discutir Políticas Públicas. E assim é, pois numa sociedade plural e democrática todos os cidadãos estão habilitados a atuar e a entender de direitos. Quer dizer, o saber sobre os direitos não pode ficar restrito aos advogados, mas, ao contrário, deve ser difundido por toda a sociedade, em especial, pelo movimento popular. Afinal, como ser cidadão e, portanto, participar da democracia, se não se tem conhecimento sobre os mais simples direitos? Nesse contexto, as políticas públicas – desde que elaboradas em um processo participativo e de diálogo com a comunidade – têm um papel fundamental, na medida em que podem funcionar como instrumentos de redistribuição de riquezas, de implementação de direitos e, por conseguinte, de garantia de condições dignas de sobrevivência à parcela mais excluída da população. CIDADANIA Um conjunto de direitos atribuídos ao indivíduo frente ao Estado nacional. Forma de mediação entre Estado e sociedade.(FLEURY, 1994) A distinção entre Estado e sociedade civil diz respeito à separação que se processa entre a esfera do poder político e a esfera produtiva onde vigoram os interesses econômicos particulares, encontrando-se na polarização público/privado a expressão deste fenômeno. Ação burguesa: cuida exclusivamente dos seus interesses privados. Ação cidadã: quando as pessoas privadas se reúnem em um público para atender ao interesse da sociedade. PARTICIPAÇÃO POPULAR Participação popular é um processo político concreto que se reproduz na dinâmica da sociedade, mediante a intervenção quotidiana e consciente de cidadãos individualmente considerados ou organizados em grupos ou em associações, com vistas à elaboração, à implementação ou à fiscalização das atividades do poder público.Na Constituição Federal brasileira de 1988 foram introduzidos vários instrumentos de participação popular, dentre os quais: o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular de leis, a cooperação das associações representativas no planejamento municipal, a exibição anual das contas municipais, a reclamação relativa à prestação de serviços públicos, a denúncia aos tribunais de Contas, a provocação do inquérito civil e os conselhos gestores de políticas sociais, no entanto, tal formalidade constitucional não se converteram em instrumentos de efetiva participação popular, é necessário, ainda, regulamentar e institucionalizar tais mecanismos de participação popular. (DIAS, 2007) Dentro do tema Cidadania e Saúde, a questão da participação popular não pode ser negligenciada, pois se constitui em direito garantido no texto constitucional, compondo uma das principais diretrizes do atual sistema de saúde (BOSSI, 1994). Diante do exposto, podemos entender que não basta somente mudar o poder institucional se não tivermos uma sociedade civil preparada para tal mudança. Não serão a forma de Estado e o sistema de governo que permitirão a mudança, mas sim a criação de condições sociais e econômicas e o estabelecimento de canais de comunicação e participação, de uma população informada, que permitirão a mudança constante e a evolução permanente do processo democrático juntamente com as transformações do ser humano.(MAGALHÃES, 1999) Exercício 1:Sobre o conceito de Sociedade Civil, assinale a única opção incorreta. C - São sujeitos da sociedade civil as classes sociais, ou mais amplamente os grupos, os movimentos, as associações, as organizações que as representam ou se declaram seus representantes, com exceção às organizações de classe, os grupos de interesse, as associações de vários gêneros com fins sociais, e indiretamente políticos, os movimentos de emancipação de grupos étnicos, de defesa dos direitos civis, de libertação da mulher, os movimentos de jovens etc. Exercício 2:Entende-se por Sociedade Civil Organizada: B - A Sociedade Civil que se constitui e se organiza atuando como força política na procura de soluções para os conflitos sociais. Exercício 3:Assinale a alternativa que corresponde corretamente ao conceito de Políticas de Governo. A - Políticas de governo são aquelas que o Executivo decide num processo bem mais elementar de formulação e implementação de determinadas medidas para responder às demandas colocadas na própria agenda política interna. Exercício 4:Em relação às Políticas Públicas é incorreto afirmar: D - Para uma Política ser considerada “pública”, é preciso considerar a quem se destinam os resultados ou benefícios, e se o seu processo de elaboração é submetido ao debate no poder legislativo. Exercício 5:Para uma Política ser considerada Pública é fundamental: D - A participação da população. Exercício 6:Sobre os conceitos de Políticas Públicas, Políticas Governamentais e Políticas de Estado está correto afirmar: A - Políticas Governamentais são aquelas feitas unicamente pelos técnicos e burocratas do Estado e Políticas Públicas são aquelas elaboradas a partir de um amplo processo de discussão e diálogo com a população. Exercício 7:Políticas Sociais são voltadas para: D - A redistribuição dos benefícios sociais visando à diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. Exercício 8:São instrumentos de participação popular garantidos pela Constituição Federal de 1988: plebiscito, referendo, iniciativa popular de leis, cooperação das associações representativas no planejamento municipal, exibição anual das contas municipais, reclamação relativa à prestação de serviços públicos, denúncia aos tribunais de Contas, provocação do inquérito civil e os conselhos gestores de políticas sociais. Sobre o tema da “Participação Popular”, considere as seguintes afirmativas: I – A existência de mecanismos eficientes de participação popular para construção e implementação de Políticas Públicas em todas as áreas do desenvolvimento social favoreceria a promoção do alcance dos direitos sociais por todos os cidadãos brasileiros. II - Trata-se de um direito garantido pela Constituição Federal e muito exercido pela população que é sempre informada pela mídia de como ter acesso aos mecanismos políticos para o seu exercício. III – Para exercer legalmente o direito de participação popular é necessário procurar por um partido político e afiliar-se. IV – Participação Popular trata-se de uma intervenção quotidiana e consciente de cidadãos (individualmente ou organizados em grupos ou associações) com vistas à elaboração, à implementação ou à fiscalização das atividades do poder público. V - A solução de uma grave crise que ameaça a sobrevivência de um sistema político deve ser procurada, antes de tudo, na iniciativa privada, na qual podem ser encontradas novas fontes investimentos. Estão corretas apenas as alternativas: C - I , IV MOVIMENTO PELA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA • Organizado solidamente desde meados dos anos 70 • Inspirado na Reforma Sanitária Italiana • Participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde, parcela da burocracia e organizações populares e sindicais • Objetivo: construção de política de saúde efetivamente democrática = reformar o setor "Uma luta pela garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços " A expressão "Reforma Sanitária" ficou esquecida por um tempo até ser recuperada nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional de Saúde, quando foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Declaração do Prof. Sérgio Arouca para expressar a importância do Movimento da Reforma Sanitária na luta brasileira pela verdadeira democracia. “Está em curso uma reforma democrática não anunciada ou alardeada na área da saúde. A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e estruturou-se nasuniversidades, no movimento sindical, em experiências regionais deorganização de serviços. Esse movimento social consolidou-se na 8ªConferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez,mais de cinco mil representantes de todos os seguimentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado.” Para auxiliar os estudos sobre a História das políticas de saúde no Brasil e a Trajetória histórica de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) sob a perspectiva política social, assista o Documentário: "Políticas Públicas de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde" Título Conteúdo POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde Banner do Filme O documentário "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde" conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS. Sua narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, um dever da população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um dever do Estado. Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores, com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo. Para tornar a narrativa mais leve e atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, porfim, a internet. O filme foi realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal Fluminense/UFF. A obra, de caráter formativo, dirigida especialmente aos Conselhos de Saúde, instituições de ensino e movimentos sociais ligados à saúde. O documentário é composto por 5 capítulos, que podem ser assistidos em seqüência, com 60 minutos de duração, ou separadamente; cobrindo os seguintes períodos: 1900 a 1930; 1930 a 1945; 1945 a 1964; 1964 a 1988; e 1988 a 2006. Conferências Nacionais de Saúde Ano e Temas/principais assuntos abordados: 1ª CNS 1941 Situação sanitária e assistencial dos estados 2ª CNS 1950 Legislação referente à higiene e segurança do trabalho 3ª CNS 1963 Descentralização na área de saúde 4ª CNS 1967 Recursos humanos para as atividades em saúde 5ª CNS 1975 I. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; II. Programa de saúde materno-infantil; III. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; IV. Programa de controle das grandes endemias e V. Programa de extensão das ações de saúde às populações rurais 6ª CNS 1977 I. Situação atual do controle das grandes endemias; II. Operacionalização dos novos diplomas legais básicos, aprovados pelo governo federal em matéria de saúde; III. Interiorização dos serviços de saúde e IV. Política Nacional de Saúde 7ª CNS 1980 Extensão das ações de saúde através dos serviços básicos 8ª CNS 1986 I. Saúde como Direito; II. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde e III. Financiamento Setorial 9ª CNS 1992 Municipalização é o caminho 10ª CNS 1996 I. Saúde, cidadania e políticas públicas; II. Gestão e organização dos serviços de saúde; III. Controle social na saúde; IV. Financiamento da saúde; V. Recursos humanos para a saúde e VI. Atenção integral à saúde 11ª CNS 2000 Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social 12ª CNS 2003 Saúde um direito de todo e um dever do Estado. A saúde que temos, o SUS que queremos 13ª CNS 2007 Saúde e qualidade de vida: Política de estado e desenvolvimento 14ª CNS 2011 Todos usam o SUS. SUS na Seguridade Social Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro “8a Conferência Nacional de Saúde” A mais importante em termos de contribuição para a defesa da saúde como um direito social e dever do Estado. Destaca-se a sua importância, ainda, na elaboração e divulgação de um ampliado conceito de saúde. A 8a Conferência Nacional de Saúde – ocorrida em 1986” • Foi um marco do Movimento Sanitário Brasileiro • Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história dos movimentos sociais • Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 Os seus princípios foram: • Conceito ampliado da saúde • Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado • Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde O conceito de saúde elaborado durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde foi: “Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida” A Saúde na Constituição Federal de 1988 Dois anos após a 8ª Conferência Nacional, a Saúde foi incluída no texto constitucional conforme segue: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Os Conselhos de Saúde: objetivo de controlar as iniciativas do governo, assegurando a implementação de políticas de saúde que cumprissem os princípios do SUS. As Conferências de Saúde: Nacionais, Estaduais e Municipais, espaços institucionais importantes para o exercício do controle social. Nesse sentido, a comunidade, não apenas o governo, deve participar das decisões, propor ações e programas para resolução de seus problemas de saúde e, principalmente, controlar a qualidade e o modo como está sendo desenvolvida a oferta de atenção. Deve ainda fiscalizar a aplicação dos recursos públicos destinados à saúde. PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Princípios DOUTRINÁRIOS: Baseado nos preceitos constitucionais, a construção do SUS norteia-se pelos seguintes princípios doutrinários: UNIVERSALIDADE • Todos as pessoas tem direito ao atendimento independentemente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego, renda, etc • A saúde é direito de cidadania e dever dos governos municipal, estadual e federal EQUIDADE • Todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme suas necessidades • Deve-se considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, os serviços de saúde devem trabalhar de acordo com cada necessidade. • O SUS deve tratar desigualmente os desiguais INTEGRALIDADE • As ações devem ser combinadas e voltadas, ao mesmo tempo, para a prevenção e a cura • O atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença • É preciso garantir acesso as ações de: - Promoção - Proteção - Recuperação Princípios ORGANIZACIONAIS: Os princípios organizacionais do SUS são: REGIONALIZAÇÃO ou HIERARQUIZAÇÃO • Território como unidade de trabalho • O acesso deve dar-se por intermédio dos serviços do nível primário de atenção, este deve resolver os principais problemas de demanda • Os problemas mais complexos devem ser referenciados DESCENTRALIZAÇÃO ou MUNICIPALIZAÇÃO • Redistribuição de responsabilidades pelas ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo • Municipalização • Ao município cabe a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde, diretamente voltadas para os seus cidadãos PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS • Garantia constitucional de que a população poderá participar do processo de formulação das políticas de saúde e de controle de sua execução em todos os níveis, desde o federal até o local • Essa participação deve dar-se nos conselhos de saúde Exercício 1:Sobre o Movimento da Reforma Sanitária, assinale a alternativa correta: D - O movimento estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços e consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez todos os segmentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. Exercício 2:É considerada a mais importante Conferência Nacional de Saúde ocorrida até hoje em termos de contribuição para a defesa da saúde como um direito social e dever do Estado. Destaca-se a sua importância, ainda, na elaboração e divulgação de um ampliado conceito de saúde: C - A 8ª Conferência Nacional de Saúde ocorrida no ano de 1986 . Exercício 3:Assinale a alternativa incorreta segundo a Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde - SUS (Lei 8080/90): E - a iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS) em caráter prioritário. Exercício 4:Conforme a Lei Complementar 8.142/1990, a comunidade, não apenas o governo, deve participardas decisões, propor ações e programas para resolução de seus problemas de saúde e, principalmente, controlar a qualidade e o modo como está sendo desenvolvida a oferta de atenção. Deve ainda fiscalizar a aplicação dos recursos públicos destinados à saúde. Em relação à Participação Popular no campo da Saúde, considere as seguintes afirmativas: I - Ocorreu apenas durante o Movimento da Reforma Sanitária e assim como ocorre nos demais campos do desenvolvimento social, hoje não dispõe de efetivos instrumentos de participação regulamentados e institucionalizados. II - Ocorre de forma regulamentada e institucionalizada por meio dos Conselhos de Saúde. III - Ocorre de forma regulamentada e institucionalizada apenas na esfera de gestão federal no Ministério da Saúde. IV - Garantiu e continua garantido a legitimação da Política Nacional de Saúde como uma Política Pública. V - Ocorre por meio dos Conselhos de Saúde com formação bipartite, sendo que a maioria absoluta dos participantes é composta por representantes da população. Estão corretas apenas as afirmativas: E - e) II e IV Exercício 5: As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos obedecendo aos princípios conhecidos como “doutrinários” e “organizacionais”. São princípios organizacionais que norteiam as ações de implementação do SUS: B - Descentralização ou Municipalização, Regionalização ou Hierarquização e Participação Popular. Exercício 6: Baseado nos preceitos constitucionais, a construção do SUS norteia-se pelos seguintes princípios doutrinários: E - Integralidade, Universalidade e Equidade. Exercício 7: Segundo a definição de Saúde adotada no Brasil a partir dos resultados da 8ª Conferência Nacional de Saúde ocorrida no ano de 1986 em Brasília – DF, “a saúde está: C -) diretamente relacionada às condições de alimentação, moradia, trabalho, renda, meio-ambiente e acesso aos serviços de saúde” Exercício 8: A Constituição da República Federativa do Brasil (1988) estabelece que: B - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, com participação da comunidade.