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A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias - Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial A IMPORTÂNCIA DA LUBRIFICAÇÃO NA VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS Jorge dos Santos (1) (jorginho.dsantos@oi.com.br), Lucas Costa Brito (1) (brito.lcb@gmail.com), Jorge Nei Brito (1) (brito@ufsj.edu.br) (1) Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) - Departamento de Engenharia Mecânica (DEMEC) - Brasil RESUMO: Atualmente estamos presenciando um processo dinâmico e acelerado de grandes mudanças tecnológicas. A indústria moderna apresenta certas características nos equipamentos, tais como: Grande Capacidade de Produção, Grande Porte, Altas Velocidades e Alta Precisão nos seus Movimentos e Controles. Devido à posição que o Brasil ocupa na economia mundial e pela atual complexidade, acrescentando-se o fato da restrição de capital para novos investimentos, associado à redução de custos, impõe-se um novo direcionamento pautado principalmente para o aumento da vida útil dos equipamentos de produção, com o objetivo de garantir maior confiabilidade, proporcionando aumento de produtividade e redução dos custos de manutenção. A Lubrificação como uma atividade de manutenção para aumento da vida útil dos equipamentos de produção, data de muitos anos A.C.. Entretanto no Brasil, mesmo acompanhando toda evolução tecnológica no campo da Lubrificação, três grandes problemas ainda ocorrem com muita frequência: Falta de Conhecimento do Homem quanto ao Momento Exato de Lubrificar, Falta de Conhecimento do Homem quanto ao Método Correto de Lubrificar e Ação Implacável do Atrito devido a Deficiência e/ou não Lubrificação. PALAVRAS-CHAVE: Lubrificação, Vida útil, Manutenção. THE IMPORTANCE OF GREASE ON LIFE OF EQUIPMENT ABSTRACT: Currently we are witnessing a dynamic and large accelerated technological change. Modern industry has certain features in equipment such as: Large Production Capacity, Large, High Speed and High Precision in their movements and controls. Due to the position that Brazil occupies in the global economy and the ongoing complexity, adding the fact that the restriction of capital for new investments, coupled with cost reduction, we need a new direction guided mainly to increased equipment life production, in order to ensure greater reliability, providing increased productivity and reduced maintenance costs. The lubrication as a maintenance activity to increase the useful life of production equipment is old AC. Meanwhile in Brazil, even when following all technological developments in the field of lubrication, three major problems still occur frequently: Lack of Knowledge of Man as the Exact Moment Grease, Lack of Knowledge about the Human Right Method of Grease and the Action Taken attrition due to disability and / or no lubrication. KEYWORDS: Lubrication, Lifetime Maintenance. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 2 1. INTRODUÇÃO Sendo o fluido lubrificante o elemento mais adequado para impedir o contato metal- metal, reduzindo o atrito e o desgaste, podemos afirmar que a "Lubrificação" é a melhor alternativa para se conseguir o máximo de rendimento de um equipamento de produção em função do aumento de sua vida útil. Entretanto falta ainda no Brasil uma cultura voltada para a grande importância da Lubrificação no aumento da vida útil dos equipamentos, apenas variando de acordo com o porte da empresa e/ou consumo de lubrificante. Segundo alguns especialistas, a Lubrificação no Brasil ainda é tida como uma atividade totalmente divorciada da Manutenção Preventiva/Preditiva, sendo meramente "Corretiva". A preocupação maior continua sendo ainda com o equipamento e não com a Lubrificação. Podemos citar como exemplo, quando ocorre a quebra de um equipamento, tendo como efeito à quebra de um rolamento. A ação da Manutenção é, efetuar a troca do mesmo, sem se preocupar em verificar a condição da Lubrificação e/ou sequer colocar sob suspeita a qualidade, quantidade e/ou tipo do lubrificante. Até hoje a Manutenção Mecânica, principalmente, responde pelos "Erros e Falhas" da Lubrificação, mesmo nas empresas onde existe uma Sistemática Básica de Lubrificação (Plano de Lubrificação), alguns pecados mortais ainda são cometidos e a responsabilidade da Lubrificação, nas Falhas da Manutenção continuam sendo "ESCAMOTEADAS". 2. LUBRIFICAÇÃO A Lubrificação consiste na colocação de uma substância (líquida/pastosa/ sólida/gasosa) entre as superfícies metálicas com movimento relativo, a fim de impedir o contato metal-metal, reduzindo o atrito e o desgaste. A substância que forma a película é denominada "Lubrificante" e sua aplicação chame-se "Lubrificação". Atualmente os fluidos lubrificantes mais usados na indústria são os Óleos Minerais e Sintéticos, por possuírem excelentes propriedades físicas para a formação da película lubrificante. 2.1. Tipos de Lubrificação 2.1.1. Limítrofe Quando as superfícies em movimentos não estão totalmente separadas pela película Lubrificante. 2.1.2. Hidrodinâmica Quando as superfícies em movimento relativo estão totalmente separadas pela película Lubrificante. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 3 2.1.3. Hidrostática Quando as superfícies em movimentos estão totalmente separadas pela película Lubrificante, através da pressão hidrostática. 2.2. Escolha do Lubrificante A escolha adequada de um lubrificante é essencial para se conseguir o máximo de desempenho e rendimento de um equipamento. Os principais fatores que determinam a escolha um Lubrificante são: Temperatura. Velocidade. Pressão. Projeto: Folga/Tolerância/Sistema de Lubrificação. Ambiente: Possibilidade de Contaminação. 2.3. Principais Vantagens As principais vantagens de ordem técnica para o aumento da vida útil dos equipamento, obtidas pela utilização de uma Lubrificação mais adequada, são: Pressão Redução de Desgaste. Redução das perdas devido ao Atrito. Redução do Consumo de Lubrificante. Redução da Geração de Calor. Proteção Contra Ferrugem e a Corrosão. Remoção de Contaminantes. Aumento da Segurança Operacional. Aumento da Produtividade. Redução dos Custos de Manutenção. 3. DESGASTE DOS COMPONENTES Considerando a afirmação que "os equipamentos sempre se desgastarão" qualquer que seja sua condição operacional podemos então definir a falha de um componente em um equipamento. Ou seja, a perda do seu desempenho mínimo aceitável (sucateamento), e iniciada, geralmente, na forma de um "desgaste suave" que causa uma mudança lenta "dimensional" no componente e/ou parte dele. Com a operação contínua, leva a uma condição de "desalinhamento", que por sua vez levará a um "desgaste severo" e, finalmente, a uma eventual falha. Portanto a falha final é o resultado da interação de múltiplos mecanismos de desgaste ocasionados por condições específicas de operação, Diagrama 1.2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 4 DIAGRAMA 1. Mecanismos de Desgaste Estudos mostram que às falhas ocasionas por Degradação da Superfície são responsáveis pela Perda de Desempenho (sucateamento) dos equipamentos em até 70%. Sendo 20% Corrosão e 50% Desgaste Mecânico, Diagrama 2. DIAGRAMA 2. Desgaste dos Componentes 4. MECANISMOS DE GERAÇÃO DE CONTAMINANTES 4.1. Erosão Desgaste produzido pela perda progressiva do material original da superfície sólida, devido, à interação mecânica entre a superfície e o fluido em alta velocidade ou a corrente de impacto do fluido. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 5 4.2. Corrosão Desgaste produzido pela ação química e eletroquímica do ambiente (meio), Figura 1. FIGURA 1. Exemplo de Corrosão em Prego. 4.3. Abrasão Desgaste produzido por partículas sólidas (duras) entre as superfícies adjacentes com movimento relativo, atuando como uma ferramenta de corte. 4.4. Adesão Desgaste produzido pela perda progressiva do material original da superfície sólida, com movimentos relativos, iniciados pela ligação (solda fria) entre as superfícies. 4.5. Fadiga Desgaste produzido pela fratura do material de uma superfície sólida causada pela tensão cíclica, provocada pela ação repetitiva do deslizar ou rolar sobre a superfície. As superfícies das pistas de rolamentos estão sujeitas a falhas por fadiga 4.6. Cavitação Desgaste produzido pela perda progressiva de material sólido devido ao efeito da implosão das bolhas de ar nas câmaras internas da bomba. 5. CONTAMINAÇÃO Os mecanismos de desgaste mostram, também, que as partículas sólidas iguais ou maiores que a tolerância crítica (folga), adotada na fabricação dos componentes produzem 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 6 grandes danos nas superfícies em contato, podendo reduzir drasticamente sua vida útil. Partículas com tamanho igual à folga são consideradas as mais danosas. Existem basicamente duas formas concretas de contaminação do fluido lubrificante no sistema que devem ser combatidas e/ou controladas. 5.1. Degradação Química A contaminação aumenta a ação catalítica da oxidação. A oxidação por sua vez intensifica a taxa de desgaste e a corrosão, como também reduz o poder de separação da água. A degradação química ocorre normalmente devido a: Contaminação com a Água. Alta Temperatura: +/- 70 oC. Alto Índice de Contaminação por Partículas Sólidas: Ação Catalítica. 5.2. Partículas Sólidas Considerando que a contaminação por partículas sólidas é inevitável devido à circulação do fluido lubrificante, através do sistema, quando em funcionamento. As partículas geradas, principalmente com o resultado do desgaste mecânico (50%), são endurecidas na sua formação, isto é, elas se tornam mais duras que as superfícies dos componentes que as originaram, desta forma se não forem removidas (filtradas), o processo de circulação do fluido lubrificante contaminado continuará gerando mais contaminação. A este efeito chamamos de "Reação em Cadeia". A contaminação do fluido lubrificante por partículas sólidas é um fato que não deixa qualquer dúvida, variando apenas sua intensidade conforme o tipo de aplicação na indústria, Tabela 1. TABELA 1. Contaminação na Indústria. ORIGEM PARTÍCULA (m) PARTÍCULAS/MINUTO EQUIPAMENTO MÓBIL O5 4x10 8 - 4x10 10 15 4x10 7 - 4x10 9 SIDERÚRGIA/MINERAÇÃO 05 4x10 6 - 4x10 8 15 4x10 5 - 4x10 7 AMBIENTE FECHADO 05 4x10 5 - 4x10 6 15 4x10 4 - 4x10 5 As principais fontes geradoras de contaminação dos fluidos lubrificantes nos equipamentos na indústria são: 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 7 5.2.1. Fonte Externa Denominamos de fonte externa de contaminação aquelas geradas durante as fases de: Fabricação: Resultado natural do processo. Embalagem: Utilização de processos inadequados e não recomendados. Inspeção de Recebimento: Principalmente por danos causados na embalagem e/ou processos inadequados de inspeção e teste. Estocagem: Principalmente pela qualidade da embalagem e do ambiente. Montagem: Quantidade bastante elevada de certa forma inevitável e de diversos tipos: Ferrugem Adesivos Carepas Tecidos Limalhas Plásticos Borras de Solda Elastômeros Poeira Fita Teflon (PTFE) Areia Outros Manutenção: A cada intervenção cria-se uma nova oportunidade, provocando assim um efeito multiplicador, porém podendo ser minimizados: Ferrugem Adesivos Carepas Tecidos Limalhas Plásticos Borras de Solda Elastômeros Poeira Fita Teflon (PTFE) Areia Outros 5.2.2. Fonte Interna Denominamos de fonte interna de contaminação aquelas geradas durante o funcionamento do próprio equipamento, devido principalmente a: Desgaste Mecânico: Movimento relativo entre as partes móveis dos componentes; Degradação do Lubrificante: Efeito térmico e químico que o fluido lubrificante é submetido durante o funcionamento. 6. TOLERÂNCIA CRÍTICA DE FABRICAÇÃO É comum o conceito de que fluido lubrificante "novo" elimina qualquer preocupação quanto ao nível de contaminação. Porém esse conceito é completamente errado, pois não leva em consideração alguns aspectos muito importantes, como de que o nível de contaminação requerido para o funcionamento adequado de um equipamento varia de acordo com o tipo de cada componente utilizado, devido a folga dinâmica (tolerância crítica), adotada na sua fabricação, Tabela 2. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 8 Entretanto as partículas maiores, devido ao funcionamento dos componentes e a velocidade do fluido lubrificante, são reduzidas para tamanhos menores. O comportamento abrasivo provocado por este processo gera novas partículas, (Reação em Cadeia). TABELA 2. Folga Dinâmica, Fonte: Cleaning Hyrdaulic And Lub Systems Filters And Filtration - Third Edition COMPONENTES TIPO/PEÇA FOLGA (m) BOMBA DE ENGRENAGEM ENGRENAGEM E PLACA LATERAL 0,5 - 5,0 TOPO DA ENGRENAGEM E CARCAÇA 0,5 - 5,0 BOMBA DE PALHETAS PALHETA E LATERAL 5,0 - 13 TOPO DA PALHETA E ANEL ESTATOR * 0,5 - 1,0BOMBA DE PISTÕES EMBOLO E CAMISA ** 5,0 - 40 PLACA E BLOCO ROTATIVO 0,5 - 5,0 MOTORES VER BOMBAS ======= VÁLVULAS DE CONTROLE CARRETEL DESLIZANTE ** 5,0 - 13 ASSENTO 13 - 40 DISCO * 0,5 - 1,0 VÁLVULAS PROPORCINAIS CARRETEL DESLIZANTE 1,0 - 6,0 SERVO VÁLVULAS CARRETEL DESLIZANTE 1,0 - 4,0 PALHETA OSCILANTE 18 - 63 ORÍFICIO 130 - 450 CILINDROS CAMISA 50 250 BUCHA GUIA DA HASTE 1,5 - 10 MANCAIS ROLAMENTO 0,5 - 1,0 PLANO (BUCHA) 0,5 - 100 HIDROSTÁTICO 1,0 - 25 Observações: * Estimado conforme película do óelo. ** Diametral 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 9 A Folga Dinâmica de componente no equipamento é definida como sendo a espessura da película lubrificante entre as partes em movimento e com carga aplicada. A espessura da película lubrificante deve ser superior à soma das alturas das rugosidades das superfícies em movimento. 7. AUMENTO DA VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS O controle da contaminação do fluido lubrificante por partículas sólidas pode aumentar a vida útil de um rolamento em até 50 vezes. O desgaste da superfície da pista de um rolamento é iniciado por partículas maiores que a espessura da película lubrificante, resultando na remoção de "lascas". A espessura da película lubrificante em mancais de rolamentos de rolos é tipicamente, entre 0,1 a 1,0 µm, sendo que partículas desse tamanho e/ou maiores são as que iniciam o processo de Perda de Desempenho. Estudos mostram que, para aumentar a vida útil dos rolamentos, deverão ser removidas do fluido lubrificante, as partículas sólidas iguais ou maiores que a espessura da película lubrificante. A forma de se remover as partículas sólidas do sistema e controlar o nível de contaminação do fluido lubrificante é através de uma filtragem adequada de proteção de folgas. Hoje, no mundo atual o conceito de filtragem, significa "Proteção de Folgas" que é feito através de filtros capazes de remover contaminantes iguais a espessura da película lubrificante. Desta forma podemos afirmar que a Lubrificação não é a simples colocação de lubrificante em um equipamento, é necessário, portanto que o mesmo atenda as condições mínimas requeridas para proteção da folga dinâmica do componente. 7.1. Curva de Macpherson FIGURA 2. Curva de Macpherson 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 10 Estudo desenvolvido por Dr. P. B. Macpheson, juntamente com a empresa "Westland Helicopter" e o Imperial College no Reino Unido em 1985, especificamente para mostrar o efeito da aplicação de filtro de proteção de folga (filtragem absoluta) no aumento da vida útil de um rolamento, Figura 2. Este útil é alcançado quando à remoção das partículas contaminantes se aproximam do mesmo tamanho da espessura da película lubrificante. 7.2. Novo Método de Cálculo da Vida Útil dos Rolamentos Baseado na teoria desenvolvida por Macpherson, em (1989), a "SKF", publicou uma Nova Teoria para Cálculo da Vida Útil de Rolamentos até a Fadiga, incluindo dois novos fatores: Nível de Contaminação: Lubrificante variando de "Muito Contaminado" até "Muito Limpo". Carga Limite de Fadiga: Carga abaixo da qual não ocorrerá Fadiga sob condições com o Lubrificante "Muito Limpo". 7.2.1. Método Antigo Toma como base uma vida limitada apenas pela Fadiga, Figura 3. FIGURA 3. Método Antigo 7.2.2. Método Atual Toma como base o Nível de Contaminação e uma Carga Limite de Fadiga, abaixo da qual não ocorrerá Fadiga sob condições, com o Lubrificante "Muito Limpo". A influência da Lubrificação na vida útil dos rolamentos, já é conhecida e de domínio público e é considerada nos cálculos da vida útil dos rolamentos. Mas testes também revelaram a grande importância do controle da contaminação do lubrificante no aumento da vida útil dos rolamentos. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 11 De acordo com a "Nova Teoria de Vida Útil da SKF", rolamentos operando em condições de, Lubrificação "Muito Limpa" podem ter sua vida útil até a Fadiga, prolongada em 50 vezes, para rolamentos com "Cargas Pesadas" e em até 500 vezes com "Cargas Leves", Figura. 4. FIGURA 4. "Nova Teoria SKF". O fator de contaminação "SKF" varia de 0 para Lubrificantes "altamente contaminados", até 1 para "muito limpo". Se o fator de contaminação for menor que 0,5 não existirá aumento de vida útil, mesmo com o uso de aditivos. Entretanto podemos salientar que a grande maioria dos Sistemas Industriais, estão operando abaixo desse nível. 8. RESULTADOS DA LUBRIFICAÇÃO COM FILTRAÇÃO PARA PROTEÇÃO DE FOLGAS Os resultados obtidos através da Lubrificação com Filtração para Controle da Contaminação para "Proteção de Folga" podem aumentar significativamente a "Vida Útil" dos componentes em operação, Tabela 3. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 12 TABELA 3. Aumento da Vida Útil COMPONENTES AUMENTO DA VIDA ÚTIL ROLAMENTOS ATÉ 50 VEZES BOMBA/MOTOR ATÉ 10 VEZES TRANSMISSÃO HIDROSTÁTICA ATÉ 10 VEZES VÁLVULAS ATÉ 300 VEZES CARRETEL DAS VÁLVULAS ELIMINAÇÃO TOTAL DO EMPERAMENTO LUBRIFICANTE EXTENSÃO DA VIDA DO FLUIDO ATRAVÉS DA REDUÇÃO DA OXIDAÇÃO Experiências têm mostrado ainda que a relação entre o grau de filtragem e o desgaste dos componentes, apresenta os seguintes resultados: 15 µm (absoluto): Completamente ineficiente. 5 µm (absoluto): Reduz o desgaste em até 70%, comparado com 15 µm. 1 µm (absoluto): Reduz o desgaste em até 74%, comparado com 5 µm e 92% com 15µm. 9. CONTROLANDO A CONTAMINAÇÃO 9.1. Degradação Química Existem várias formas pelas quais a manutenção pode controlar a contaminação do Lubrificante devido a degradação química, sendo que o procedimento mais confiável é obtido através da análise laboratorial. Procedimento hoje de total domínio e conhecimento público. A adoção da análise laboratorial como ferramenta de controle e acompanhamento dos níveis de contaminação por degradação química é de fundamental importância, pois pode fornecer informações com as quais podemos tomar ações corretivas ou partirmos para uma análise mais detalhada. 9.2. Contaminação Sólida Os métodos para controle e determinação dos níveis de contaminação por partículas sólidas são bem definidos: Gravimétrico; Contagem ótica; Contador de Automático. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformandoideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 13 10. CONCLUSÃO Um programa para controle dos níveis de contaminação do Lubrificante deve ser adotado, uma vez que o seu único objetivo é fornecer informações referentes aos Lubrificantes em operação. Entretanto ao estabelecer um programa de controle, deve-se levar em consideração todas as causas possíveis como também todos os efeitos que a contaminação pode provocar. Para que tenha sucesso o programa deve responder ainda as seguintes perguntas: Qual a quantidade de partículas? Qual o tamanho das partículas? Onde se originou a contaminação? Qual a quantidade (%) de água? Qual a viscosidade? Qual o nível de oxidação? Qual o nível de acidez? 11. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS SANTOS, Jorge dos - Manutenção de Sistemas Hidráulicos Através do Monitoramento do Fluido - o Brasileiro de Manutenção ABRAMAN - Porto Alegre - RS, 1992. Pall Industrial Hydraulic Corp., Contamination Control in, PIHC 68, JULY 1987. Filters and Filtration Handbook, 3rd Edition, 1997 - Elsevier Advanced Technology. Magazine, Filters and Filtration - Elsevier Advanced Technology. Revista, Associação Brasileira de Manutenção - ABRAMAN - ABRIL/MAIO 1989. Normas Técnicas: NAS 1638, Cleanliness Requirementes of Parts Used in Hydraulic Systems. ISO 4406, Method for Coding Level of Contamination; ISO 4572, Multi-Pass Method for Evaluating Filtration Performance.
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