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ÉTICA E ADVOCACIA

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ÉTICA E ADVOCACIA
 
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NORMATIZAÇÃO
Constituição Federal, art. 133: 
 	“O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.”
Estatuto da Advocacia e a OAB (Lei nº 8.906/94).
Regulamento Geral da Advocacia.
Código de Ética e Disciplina.
Provimentos do Conselho Federal da OAB.
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ESTATUTO DA ADVOCACIA e a ORDEM DOS ADVOGADOS BRASIL
Lei 8.906/94
Ações Diretas de Inconstitucionalidade
ADIn nº 1105 – Procurador Geral da República
ADIn nº 1127 – Associação dos Magistrados Brasileiros.
ADIn nº 1194 – Confederação Nacional das Indústrias
ADIn nº 1552 – Confederação Nacional das Profissões Liberais.
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Art. 1º - Atividade Privativa da Advocacia
Somente quem está regularmente inscrito como advogado na OAB, pode:
I – Postulação a órgão do Poder Judiciário e aos Juizados Especiais. 
 	 	 A retirada da expressão qualquer (ADIn 1127-8), permite ao legislador autorizar o jus postulandi pela própria parte. (Conflito entre indispensabilidade do advogado – art. 133 CF e o direito de Acesso à Justiça) .
 		- Justiça do Trabalho: art. 791 da CLT (Instrução Normativa nº 23/2003 do TST – Recurso de Revista e Recurso ao TST).
 		- Juizados Especiais: Civil - valor da ação até 20 salários.
 				 Civil Juizado Federal: 60 salários.
 				 Criminal: Advogado é indispensável.
 		- Lei de Alimentos (art. 2º da Lei nº 5.478/68).
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II – Consultoria, assessoria e direção jurídica em empresa pública ou privada.
§ 1º : Habeas Corpus não é privativo de advogado.
§ 2º : Atos e Contratos Constitutivos de Pessoa Jurídica.
 			- Devem ser visados por advogado, salvo contrato social de microempresa e de empresa de pequeno porte.
§ 3º Vedação da divulgação da Advocacia em conjunto com outra atividade.
 		Não proíbe que o advogado tenha outra atividade. Proíbe que seja exercida no mesmo espaço físico.
# Exercício Ilegal da Profissão: Art. 47 da Lei de Contravenções Penais.
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Art. 2º 
O Advogado é indispensável à administração da justiça (art. 133, CF).
§ 1º. Ainda que seja uma atividade privada, o serviço é público (munus público § 2º) e exerce função social (interesse sociais e coletivos).
§ 3º. Inviolabilidade dos atos e manifestações, nos limites da lei. 
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Art. 3º Exercício da Advocacia
Advogado = bacharel em Direito devidamente inscrito na OAB.
Portugueses: (Provimento nº 129/2008). Necessita inscrição na OAB. Reciprocidade da Ordem dos Advogados Portugueses.
 Consultores Estrangeiros: (Provimento nº 91/00). Somente Consultoria. Necessita inscrição na OAB. Vedado: 1) procuração e 2) consultoria em Direito brasileiro.
Estrangeiro advogar: art. 8º § 2º “O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.”
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§ 1º. Exercem a advocacia e sujeitam-se ao Estatuto da OAB: Procuradores da Fazenda Nacional, Defensores Públicos, integrantes da Advocacia-Geral da União, membros de Procuradoria e Consultorias dos Estados e dos Municípios.
§ 2º. Estagiários: Alunos do curso de Direito que estejam nos dois últimos anos podem se inscrever na OAB.
 		- Podem praticar atos de advocacia em conjunto com advogado, sob sua orientação supervisão e responsabilidade.
 		- Art. 29 do Regulamento. Pode o estagiário praticar isoladamente: retirar e devolver autos em cartório; obter certidões; assinar petições de juntada de documentos; exercer atividades extrajudiciais desde que autorizado e substabelecido por advogado.
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Art. 4º e § único: Nulidade dos Atos Praticados.
São nulos de pleno direito os atos praticados por pessoa :
 - não inscrita na OAB;
 	 - impedida;
 	 - suspensa;
 - licenciado;
 	 -que passa a exercer atividade incompatível.
Responsabilidade civil, criminal e administrativa.
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Art. 5º Mandato Judicial
O Advogado postula fazendo prova do mandato, judicialmente ou extrajudicialmente.
Mandato judicial: ato pelo qual o outorgante (cliente) nomeia e constitui o advogado para representá-lo. Procuração.
§ 1º. Urgência: pode atuar sem procuração, prazo de 15 dias para apresentação. Prorrogável fundamentadamente por igual tempo.
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§ 2º. Foro em Geral: atuar em qualquer instância ou juízo. 
Poderes Especiais: são determinados em lei, exige a expressa concessão de poderes no mandato.
§3º. Renúncia. Advogado continua mais 10 dias, salvo se for constituído outro procurador em menor período.
 Art. 6º do Regulamento. Deve-se primeiro notificar o cliente, depois informar o Juízo.
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DIREITOS DO ADVOGADO
Art. 6º 
Ausência de hierarquia entre os sujeitos do processo (advogados, juízes, promotores).
Todos devem observar um tratamento respeitoso ao advogado no exercício de sua profissão.
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Art. 7º PRERROGATIVAS
Prerrogativa: É um direito especial referente e dirigido ao livre exercício profissional. Não trata-se de privilégio pessoal, mas a garantia de uma atuação livre, independente e destemida na ampla defesa das garantias fundamentais deferidas ao cidadão.
Abuso de Autoridade (Lei 4.898/65).
I – Liberdade para exercer a profissão no território nacional.
 			- Seccional Principal: sem limites de número de causas.
 			- Outro Estado (Seccional): 05 causas por ano ou deve promover a Inscrição Suplementar.
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II – Inviolabilidade, desde que relativas ao exercício profissional, do:
 		- escritório ou local de trabalho;
 		- dos instrumentos de trabalho;
 		- das correspondências escrita, eletrônica, telefônica e virtual.
 		Finalidade: Liberdade da defesa e proteção do sigilo profissional.
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§ 6º Mandado de Busca e Apreensão em escritório de advocacia: Quebra da Inviolabilidade.
 	- Indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte do advogado averiguado.
 	- Decisão Motivada: mandado específico e pormenorizado.
 	- Presença de representante da OAB.
 	- Vedada a utilização de documentos que pertençam a clientes e instrumentos que contenham informação sobre clientes. Salvo se o cliente for formalmente investigado pelo mesmo crime.
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III – Comunicação pessoal e reservadamente com cliente, ainda que decretada a incomunicabilidade (art. 21 § único do CPP).
			- Prescindível a apresentação de procuração.
IV – Prisão em Flagrante de Advogado no exercício da profissão.
 - presença de representante da OAB, para a lavratura do Auto, sob pena de nulidade.
	- Comunicação de prisão à OAB, nos casos que não envolvam a prisão em flagrante (art. 16 do Regulamento).
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V – Prisão Cautelar em sala de Estado Maior
 - Prisão Especial até transito em julgado.
 - Na inexistência na comarca de sala de Estado Maior (celas em batalhões de polícia, bombeiros, etc.) deve ser concedida a prisão domiciliar.
 - “assim reconhecidas pela OAB”: Adin 1127 julgou inconstitucional.
 - Prisão por qualquer motivo (não necessariamente no exercício profissional).
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VI – É direito do advogado o livre ingresso:
“a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;
  b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares;
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 c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;
 d) em qualquer assembléia ou reunião
de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;”
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VII – Liberdade de Permanência
O advogado pode permanecer sentado ou em pé e retirar-se dos locais referidos no inciso VI, independente de licença.
 	- Pode permanecer da forma que desejar e retirar-se dos locais quando lhe for conveniente.
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VIII – Entrevistar-se com magistrados.
Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho.
Independente de horário marcado ou qualquer condição.
Apenas observando-se a ordem de chegada dos advogados.
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IX – Sustentação Oral antes do voto do relator
Inconstitucional – ADIn 1105.
A sustentação oral de Recursos é realizada antes do voto do relator.
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X – Uso da Palavra: “Pela Ordem”
Intervenção pela ordem é aquela que interrompe a ordem dos trabalhos para registrar qualquer questão que seja prejudicial.
Esclarecimento de equívocos ou dúvidas surgidas, bem como, para replicar acusações ou censuras que lhe forem feitas.
Garante a liberdade de expressão do advogado.
Direito de intervenção, sumária (breve), para consignar qualquer fato que possa modificar o julgamento da causa.
Se for requerimento o juiz deve obrigatoriamente pronunciar-se.
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XI – Reclamação contra desrespeito à norma
Reclamar, oralmente ou por escrito, a qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei regulamento ou regimento.
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XII – Manifestação em pé ou sentado.
XIII – Liberdade de Exame de Autos:
 		- Órgãos do Poder Judiciário, Legislativo e Administração Pública.
 		- examinar processo findo ou em andamento.
 		- Ainda que sem procuração (quando não esteja tramitando em sigilo: só advogados constituídos e as partes). Não é preciso atuar no feito para exercer o direito de examinar os autos.
 	 	- podendo extrai cópias e tomar apontamentos.
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XIV – Liberdade de Exame em repartição policial.
 		- mesmos direitos que inc. XIII, ainda que conclusos à autoridade policial.
 Sumula Vinculante nº 14 do STF: É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA. 
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XV – Vista em cartório ou fora dele.
O advogado pode ter vista de qualquer processo em cartório ou retirar o processo pelos prazos legais (CPC, art. 40 inc. II – 05 dias).
Vista/exame/carga.
A vista é prerrogativa do representante da parte e não de qualquer advogado. 
Requer-se a concessão de vista ao magistrado.
Para vista fora de cartório é necessário a apresentação de procuração.
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 XVI – Retirar processos findos.
A apresentação da procuração é prescindível.
Prazo de 10 dias.
XVII – DESAGRAVO
 Desagravo é um procedimento formal que visa registrar o repúdio da classe dos advogados e da OAB sobre uma ofensa proferida por autoridade contra advogado no exercício da profissão. 
Art. 18 e 19 do Regulamento Geral: Conselho Seccional da OAB. Direito de Defesa. Desagravo Público na Sede do Conselho Seccional com ampla divulgação.
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XVIII – USAR SÍMBOLOS DA ADVOCACIA
XIX – RECUSAR-SE A TESTEMUNHAR
 - processo que funcionou ou deva funcionar;
 - sobre fato relacionado com pessoa de quem seja advogado ou foi;
 - sobre fato que constitua sigilo profissional;
 - ainda que autorizado ou solicitado pelo cliente.
 - ver art. 25 CED
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XX – Retirar-se em razão de atraso de autoridade.
 - 30 minutos de espera.
 		- Requerer certidão do cartório. Protocolar petição na mesma data, para comprovar o tempo de espera.
 - Não se aplica se o magistrado estiver presidindo outra audiência.
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§ 1º Não se aplica inc. XV (Vista) e XVI (retirar processos findos), nos casos:
a) processos em segredo de justiça;
b) documentos originais de difícil restauração, circunstância relevante que justifique a permanência do autos em cartório.
c) ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal e só fizer depois de intimado. Prazo 24 horas, sob pena de multa. 
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§ 2º Imunidade Profissional
Não constitui injúria nem difamação puníveis seus atos e manifestações, no exercício da advocacia, em juízo ou fora dele.
Pode responder disciplinarmente junto a OAB pelos excessos.
Desacato (excluído. Adin 1127)
Art. 142, inc. I do Código Penal.
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§ 3º Prisão em Flagrante do Advogado
 Quando em exercício da profissão, somente poderá ser preso em flagrante se o delito é inafiançável, observado o inc. IV (presença de representante da OAB).
§ 4º Sala Especiais Permanentes para Advogados:
Juizados, Fóruns, Tribunais, Delegacias de Policia e Presídios.
§ 5º Desagravo (inc. XVII).

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