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ESCATOLOGIA 
EM DANIEL 
 
 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
APRESENTAÇÃO DO 
MATERIAL 
O material aqui presente tem como objetivo introduzir a aprendizagem dos discentes, 
anexando conteúdos livres no material, para enriquecimento dos mesmos. 
O conteúdo aqui apresentado possui dados legais, não dispondo, assim, de autor ou 
autores próprios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
INTRODUÇÃO 
O livro de Daniel tem um ponto de partida e suas profecias, reveladas pelo anjo Gabriel, 
começam em Babilônia, passando à Medo-Pérsia, Grécia, Roma, destruição do império 
romano, Igreja apóstata romana, o julgamento de Deus no Céu, o fim de todas as coisas 
e culminando com a volta de Cristo. Cada profecia de Daniel, não importa onde comece, 
acaba com a volta de Cristo, finda com o retorno de nosso Senhor. Assim, o livro de 
Daniel nos enche de esperança. Daniel 12:1 – “Nesse tempo se levantará Miguel, o grande 
príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, 
desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo 
aquele que for achado inscrito no livro”. É importante notar que os capítulos 10, 11 e 12 
constituem uma visão, não três. Todas as profecias de Daniel revelam o fato de que o 
falso sistema religioso romano será o ator principal na cena de encerramento do Conflito 
dos Séculos. O último verso de Daniel 11 termina com as palavras: “Mas chegará ao seu 
fim, e não haverá quem o socorra”. É nessa hora que Miguel assume o comando. A 
identidade de Miguel já foi revelada: Cristo (nome usado por Jesus em momentos de 
guerra direta contra Satanás). Daniel 7 mostra que o Filho do Homem entra onde se acha 
o trono de Deus e Miguel Se assenta para o início do julgamento. Miguel Se levanta no 
fim do julgamento. O que isso significa? Na profecia de Daniel 11:2-3, “levantar-se” 
significa tomar o poder ou governar. Quando terminar o julgamento, Miguel tomará o 
reino que a Ele pertence. O estudo da Escatologia possui algumas discussões, que variam 
de denominações para denominações. Dessa forma, busca-se com este estudo, uma 
reflexão de outros realizados nesta área. Orientamos que a leitura feita seja comprovada 
na Palavra de Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
A GRANDE TRIBULAÇÃO........................................................................................................................ 4 
DUAS RESSURREIÇÕES .......................................................................................................................... 6 
AS PROFECIAS ....................................................................................................................................... 9 
REFERÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1 
 A GRANDE TRIBULAÇÃO 
 
Quando Miguel Se levantar, haverá um tempo de angústia sem precedentes. Em 
Mateus 24:1, lemos acerca de uma tribulação sem comparação antes e depois. 
Esse foi o tempo de angústia experimentado pelo povo de Deus durante o período 
da dominação papal. Por 1260 anos, o povo de Deus foi perseguido e oprimido. Mas essa 
não é a tribulação sobre a qual Daniel falou. 
A tribulação mencionada em Mateus é uma tribulação que cai sobre a igreja. O 
povo de Deus passa por essa tribulação, e por causa deles mesmos, ela é abreviada (Mat. 
24:22). 
O tempo de angústia descrito 
por Daniel não é um tempo de 
perseguição religiosa, mas de 
calamidade internacional. A expressão 
“qual nunca houve, desde que houve 
nação” mostra que esse é um tempo de 
angústia sobre as nações, e não sobre a 
igreja. 
 
Esse é o tempo de angústia que inclui as últimas pragas de Apocalipse 16 e dá 
desfecho à história deste mundo com a vinda de Jesus para destruir os Seus inimigos. No 
fim dessa tribulação, serão libertos todos aqueles cujos nomes estiverem no livro da vida. 
Daniel 12:2 – “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a 
vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”. 
Esta não pode ser a descrição da ressurreição que ocorre na segunda vinda de 
Cristo (I Tess.4:16), quando todos os justos mortos, de todas as épocas, são ressuscitados. 
Nessa ressurreição, “muitos” são despertados do pó da Terra. Entre eles, estão pessoas 
perversas que são despertadas para “vergonha e horror eterno”. 
Isso não pode ser referir à primeira ressurreição, da qual diz a Bíblia: “Bem-
aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda 
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morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão 
com Ele os mil anos”.(Apoc.20:6). 
Também não pode se referir à segunda ressurreição, descrita em Apoc.20:5, em 
que é dito que “os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil 
anos”. A segunda ressurreição exclui os justos que ressuscitaram na primeira, e nenhum 
daqueles que dela participarem gozarão a vida eterna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 
DUAS RESSURREIÇÕES 
 
Há um intervalo de mil anos 
entre a ressurreição dos justos e a 
ressurreição dos ímpios. Todos eles 
vivem no mesmo mundo, são sepultados 
na mesma terra; mas, quanto ao tempo da 
ressurreição, haverá enorme separação. 
A ressurreição aqui mencionada não se 
encaixa com a descrição de nenhuma das 
duas ressurreições. 
 
Quando Jesus estava diante de Caifás, o sumo-sacerdote, Ele declarou: “Vereis 
o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” 
(Mat.26:64). 
Como poderia Caifás, que logo viria a morrer, ser testemunha ocular da segunda 
vinda de Cristo? No livro de Apocalipse nos é dito: “Eis que vem com as nuvens, e todo 
o olho O verá, até quantos O traspassaram” (Apoc.1:7). 
É evidente que, para Caifás e outros verem o Cristo crucificado vindo nas nuvens 
com poder e glória, deverá ocorrer uma ressurreição preliminar, especial, no momento 
em que Cristo estiver voltando. 
Alguns que se esforçaram e sofreram por causa da esperança da vinda do 
Salvador, mas que morreram sem vê-lo, serão ressuscitados para testemunhar as cenas 
desse glorioso evento que tanto esperaram. (vide Apoc.14:13). 
Porém, os que zombaram dele e O ridicularizam em Sua agonia de morte, serão 
ressuscitados como parte do seu castigo. Caifás estará entre os que não poderão suportar 
a majestade e o esplendor de Jesus, e clamarão para que as rochas e as montanhas caiam 
sobre eles (Apoc.6:16 e 17). Mas existem outros, como diz Isaías, que olham para cima e 
dizem: “Este é o nosso Senhor, o qual aguardávamos. Ele nos salvará”. 
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Daniel 12:3 – “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do 
firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e 
eternamente”. 
Paulo diz: “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto 
está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. ” (I Cor. 3:19). Quando Cristo 
voltar, muitos que se consideram sábios e cultos estarão entre os que clamarão para as 
rochas e as montanhas caírem sobre eles. 
A recompensa final não será dada com base na sabedoria ou no conhecimento 
mundanos. O Céu não julga de acordocom os padrões mundanos. Quem refulgirá como 
as estrelas, sempre e eternamente? Não serão aqueles a quem o mundo engrandece, exalta 
e aplaude. O louvor do mundo passa como a brisa da manhã. As promessas de Deus duram 
para sempre. 
Deus chama de sábios “os que a muitos conduzirem à justiça”. “O fruto do justo 
é árvore da vida, e o que ganha almas é sábio” (Prov.11:30). “Sabei que aquele que 
converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão 
de pecados” (Tiago 5:20). 
Daniel 12:4 – “Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo 
do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará”. 
Em Daniel 8:26, é dito ao profeta: “Preserva a visão, porque se refere a dias 
ainda muito distantes”. Essas visões não foram compreendidas adequadamente pela igreja 
primitiva. Não que Deus tenha ocultado arbitrariamente essas verdades dos cristãos das 
eras passadas. 
Algumas profecias são mais bem compreendidas depois que muitos dos seus 
detalhes são cumpridos. Vivendo depois dos eventos os estudiosos da Bíblia podem olhar 
a História passada e ver como essas coisas aconteceram de acordo com o predito, 
vantagem que só os que vivem “no tempo do fim” poderiam ter. 
O verso sugere que o conhecimento das profecias aumentaria. “Muitos correrão 
de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará” (texto conforme versão Almeida 
Revista e Corrigida) se refere mais especificamente à pesquisa das profecias para 
conhecer o seu verdadeiro significado. 
Ele aponta para os que, de maneira persistente, dedicada e meticulosa, estudam 
as visões. Somente esses que “correm de uma parte para outra”, ou “pesquisam” no livro 
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de Daniel – e outros livros da Bíblia, entenderão suas verdades. Essa profecia está sendo 
cumprida agora, por todos os que estudam a palavra. 
A grande contribuição de Apocalipse 10 é apresentar a implicação de que, antes 
de os sábios chegarem a compreender completamente, eles enfrentariam compreensões 
errôneas! Eles haveriam de “comer” as profecias abertas de Daniel com grande satisfação, 
apenas para descobrir que a sua alegria inicial se converteria em tristeza, seu regozijo em 
desapontamento. 
Daniel 12:5 – “Então, eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um, 
de um lado do rio, o outro, do outro lado”. 
Aqui, Daniel vê dois visitantes celestiais, além daquele que fala com ele. 
Acontece um diálogo que o ajuda a entender coisas que não podiam ser apresentadas por 
meio de símbolos. 
Daniel 12:6 – “Um deles disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as 
águas do rio: Quando se cumprirão estas maravilhas?” 
Daniel 12:7 – “Ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, 
quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive 
eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, 
quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 3 
AS PROFECIAS 
 
Em Daniel 8:13 e 14, é usado um método semelhante de revelar uma profecia – 
o de perguntas e respostas. Essas perguntas e respostas aqui parecem ser um resumo dos 
importantes elementos fornecidos em visões anteriores. 
Miguel ergueu as mãos e pronunciou um juramento solene. Quando o Filho de 
Deus jura pelo Deus vivo, a mensagem que segue é importante. Nesse caso, a mensagem 
era que ao final dos 1260 anos de Daniel 7:25, a luz iria brilhar sobre as profecias do 
tempo do fim. 
 
O período de tempo mencionado aqui é repetido várias vezes em Daniel e 
Apocalipse. Ele se refere aos 1260 anos da supremacia do paganismo romano em sua 
forma religiosa e à perseguição ao povo de Deus. 
A expressão “estas maravilhas” se refere às coisas que Daniel vira no capítulo 
11, que, por sua vez, eram simplesmente uma explicação dos assuntos do capítulo 8. A 
resposta da pergunta sobre quando aconteceriam às maravilhas é dada em duas partes. O 
tempo da destruição do poder do povo santo, que é um período de tempo definido de 1260 
anos, e o tempo quando “se cumprirão estas maravilhas”, que é um período cuja época 
não está determinada. O período definido de 1260 anos terminou em 1798, e agora 
vivemos em um período que não foi medido. 
Daniel 12:8 – “Eu ouvi, porém não entendi; então, eu disse: meu senhor, qual 
será o fim destas coisas?” 
Daniel 12:9 – “Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão 
encerradas e seladas até ao tempo do fim”. 
Era como se Deus afirmasse: “Não se preocupe Daniel, tudo está em minhas 
mãos”. O propósito da visão era revelar o que aconteceria com o povo de Deus nos 
últimos dias. Somente esse povo poderia entender o seu significado. Qualquer um que 
não passasse pelas perseguições dos últimos dias não poderia compreender inteiramente 
as visões do livro de Daniel. 
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Assim, Miguel (o homem vestido de linho) declinou completamente de 
responder a segunda pergunta, e esse fato é sem dúvida muito significativo. Respondeu 
apenas: “Vai, Daniel”. 
Daniel não estava vivendo no tempo do fim; portanto, não necessitava 
compreender os detalhes daquilo que ocorreria apenas no tempo do fim. A resposta de 
Miguel nos ensina que a profecia é concedida para fins práticos. Ela não é provida para 
satisfazer a curiosidade desnecessária, não importa quão espiritual possa ser. 
Daniel 12:10 – “Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os 
perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios 
entenderão”. 
Temos aqui o segredo do verdadeiro conhecimento. As Escrituras podem ser 
compreendidas somente por um povo puro e santificado. As escamas da descrença e da 
ignorância são removidas milagrosamente dos olhos e coisas que antes não eram 
entendidas são desvendadas em todo o seu significado. 
Daniel 12:11 – “Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a 
abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias”. 
Aqui, um novo período profético é introduzido. O começo desse período não é 
claramente definido. É simplesmente dito que é um “tempo em que o sacrifício diário for 
tirado, e posta a abominação desoladora”. 
A maior parte dos comentaristas sugere que, embora a “abominação desoladora” 
fosse estabelecida plenamente em 538 d.C. – o início dos 1260 anos – um importante 
evento ocorrido antes preparou o caminho para o que aconteceu em 538. 
A conversão de Clóvis, rei dos Francos, ao catolicismo e a sua aliança com o 
bispo de Roma em 508 d.C., como primeiro poder civil a unir-se à igreja de Roma, 
lançando a união da Igreja com o Estado, foi um acontecimento vital para a instalação da 
abominação desoladora da grande apostasia – a farsa do homem. Nesse caso, ambas as 
profecias – a dos 1260 anos e a dos 1290 anos – terminaram em 1798. 
Daniel 12:12 – “Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta 
e cinco dias”. 
Outro período profético, 45 dias/anos mais longo do que o anterior. Quando 
começa esse período? Embora não haja uma indicação direta, deve haver alguma conexão 
entre esse período e o de 1290 dias/anos do verso anterior. Se os dois períodos começam 
ao mesmo tempo – em 508 d.C. – esse período termina em 1843. O que aconteceu nesse 
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ano? O início do grande movimento religioso profético de restauração da verdade de 
Deus. 
Por isso, é prometida uma bênção (“bem-aventurado”) aos que esperam e 
chegam a esse tempo. Agora, estamos em condições de explicara imagem de 
Nabucodonosor e seus metais, a seqüência das quatro bestas, o surgimento e progresso 
do chifre pequeno, os eventos das setenta semanas, o começo e o fim dos 2300 dias/anos. 
Daniel 12:13 – “Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, 
ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança”. 
 
A obra de Daniel estava completa. Daniel estava com 90 anos de idade quando 
Deus disse “chegou a hora de descansar”. 
Deus prometeu a este fiel servo que não falharia em dar-lhe sua recompensa por 
uma vida inteira de absoluta fidelidade. Daniel sabia, sem dúvida, que estaria com Deus 
na eternidade. Esta mesma promessa também nos pertence. Tomar parte dela depende 
exclusivamente de nossas escolhas. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
Mauro Braga

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