Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA DO POSITIVISMO DISCENTE: JOSE CLAUDIO R.F POSITIVISMO No início do século XIX, a Europa vivia um momento de transição para a modernidade, tornando-se cada vez mais urbana e industrial. É nesse contexto que nasce a corrente filosófica do positivismo, formulada pelo francês Auguste Comte. Ainda que a ciência, a indústria e o capitalismo ganhassem cada vez mais espaço, seria equivocado pensar que as ligações com o antigo regime estavam completamente rompidas. Apesar das reformas políticas e econômicas, no campo das ideias o iluminismo ainda não era hegemônico e a Igreja continuava detendo imenso poder em definir o entendimento dos homens sobre o mundo. Comte vivia em Paris e, portanto, observava essas transformações desde de um ponto de vista privilegiado. Enquanto a maioria dos filósofos se empenhava em colaborar com a reformulação das instituições modernas, Comte estava convencido de que antes disso era necessária uma completa reforma intelectual dos homens, que fosse capaz de imputá-los uma nova forma de pensar condizente com o progresso científico. A essa nova forma de pensar, Comte deu o nome de positivismo. Em 1830, Comte publica o Curso de Filosofia Positiva. Segundo ele, a visão positiva era aquela buscava explicar os fenômenos – naturais ou humanos – através de sua observação e da elaboração das leis imutáveis que os regiam. Para Comte, a perspectiva positivista vinha se estabelecendo em diferentes campos de conhecimento, cada qual em seu próprio ritmo. A procura de leis imutáveis teria acontecido pela primeira vez na Grécia Antiga, com a criação da astronomia e da matemática. Alguns séculos depois o mesmo aconteceria com outras disciplinas, como a biologia e a química. Em um último estágio, Comte acreditava que era possível elaborar uma ciência capaz de estudar o comportamento humano coletivo seguindo os mesmos métodos das ciências naturais. O positivismo funda, então, a Sociologia, que a princípio recebeu o nome de “física social”. Sua função seria compreender as condições constantes e imutáveis da sociedade (a ordem) e também as leis que regiam seu desenvolvimento (o progresso). Não é coincidência que sejam exatamente estes os termos que aparecem hoje na bandeira do Brasil. Comte teve grande influência no mundo todo e suas ideias ganharam muitos seguidores no Brasil, especialmente entre intelectuais e militares, como Benjamin Constant e Luís Pereira Barreto. A presença dos positivista brasileiros foi notável no movimento republicano e na elaboração da Constituição de 1891. Nosso sistema de ensino também teve influências positivista. Resumidamente, podemos dizer que o pensamento positivista fundado por Comte estabelece a ciência como o estudo das leis, do que é invariável, determinado e útil para o progresso humano. O Figura 1 Alguste Comte (1798 - 1857) positivismo trazia consigo um projeto político, que pretendia colocar a gestão da sociedade nas mãos de sábios e cientistas. Ainda tenha entrado em decadência no século XX, o positivismo influenciou obras importantes, como as de Émile Durkheim e John Stuart Mill. A título de curiosidade, vale lembrar que nos últimos anos de sua vida Comte se dedicou a elaborar uma religião positivista. Com a razão e o conhecimento em seu centro, essa religião buscaria a unidade humana em nome da ordem e do progresso. Comte chegou a elaborar um calendário próprio, onde os meses ganhariam o nome de pensadores notáveis, que também seriam celebrados em feriados comemorativas. No Brasil, a Igreja Positivista ainda possui uma sede no Rio de Janeiro. O POSITIVISMO ENQUANTO RELIGIÃO Com a obra “Sistema de Política Positiva” (1851-1854), Auguste Comte criou a Religião da Humanidade, ou a religião positiva. Ela tem a seguintes diretrizes: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". Capela positivista em Porto Alegre, Rio Grande do Sul Desse modo, busca "viver às claras" e "viver para outrem", donde o altruísmo é a palavra de ordem. Para tanto, a unidade espiritual é estabelecida pela ciência, a religião da humanidade, única capaz de regeneração social e moral. Essa religião também possuí um "Ser Supremo". Ele seria a "Humanidade Personificada" e sua força emana do conjunto de inteligências convergentes de todas as gerações, passadas, presentes e futuras, as quais irão aperfeiçoar o gênero humano. É curioso notar que a religião positivista também utilizava símbolos, sinais, estandartes, vestes litúrgicas, dias de santos (grandes tipos humanos), sacramentos e comemorações cívicas com um calendário próprio. O calendário positivista é de base lunar e com 13 meses de 28 dias. O POSITIVISMO NO BRASIL: Essa corrente filosófica se espalhou pela Europa durante a segunda metade do século XIX. Já no Brasil, ela chegará apenas no Século XX, quando as ideias de Comte, serão propagadas pelos pensadores: Miguel Lemos (1854-1917) Teixeira Mendes (1855-1927) Benjamin Constant (1836-1891) Deodoro da Fonseca (1827-1892) Floriano Peixoto (1839 -1895) Tobias Barreto (1839-1889) Silvio Romero (1859-1914) CURIOSIDADES: Existem correntes de outras disciplinas que se denominam "positivistas" sem ter nenhuma relação com o positivismo de Comte. O Positivismo é uma reação radical ao Transcendentalismo Idealista alemão e ao Romantismo. Auguste Comte foi o criador da palavra "altruísmo" para resumir o ideal de sua Nova Religião. Os termos “Ordem e Progresso” na bandeira do Brasil são de inspiração positivista. Os precursores do positivismo na França foram Mostesquieu (1689-1755) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). As teorias de Comte foram criticadas pela tradição sociológica e filosófica marxista, especialmente pela Escola de Frankfurt. REFERÊNCIAS: todamateria.com.br infoescola.com NATAL/RN 2018.1
Compartilhar