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FICHAMENTO DIREITO CONSTITUCIONAL 1 DIRLEY DA CUNHA

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Gustavo Conde de Almeida FBDG 
CONSTITUCIONAL
Dirley Da Cunha Jr.
Provas: 05/04 – 17/05
Curso de Direito Constitucional – Dirley Da Cunha Jr, editora Juspodium
Curso de Direito Constitucional - Paulo Bonavides, editora malheiros.
José Afonso da Silva 
Curso de Direito Constitucional - Marcelo Novelino
CONSTITUCIONALISMO
1. Conceito e origem
O Constitucionalismo representou historicamente um movimento, e 
consequentemente uma dinâmica histórica, chamados também de ciclos 
constitucionais. Ele se manifestou em diversas eras e fatos na antiguidade. 
O Constitucionalismo consiste objetivamente definindo-o como um 
movimento histórico, político, filosófico que desde a sua origem reivindicou 
a limitação do poder absoluto com a proteção e garantia das liberdades 
públicas ou dos direitos da pessoa humana.
Assim impondo regimes políticos aos estados e governantes. 
As primeiras manifestações ocorreram para a maioria da doutrina no regime
teocrático do povo Hebreu. Karl Loewenstein aponta que as primeiras 
manifestações para ele remontam a sociedade do povo Hebreu. Onde a 
proteção divina do direito dos governados limitava o poder dos governantes.
O direito era supremo e divino, assim sendo respeitados.
2. Desenvolvimento
2.1 Constitucionalismo Antigo
Na antiguidade, momento histórico posterior a origem do constitucionalismo
e ao povo hebreu, iremos identificar as manifestações desse movimento em
2 momentos, inicialmente na Grécia e um momento posterior em Roma.
 Na Grécia esse movimento se destacou pelo regime político constitucional 
nas cidades estados, principalmente Atenas, regime de democracia política 
direta, ou simplesmente democracia direta, pura, popular o próprio povo era
ao mesmo tempo governado e governante. Portanto um regime altamente 
favorável a liberdade, onde se destaca a plenitude da soberania popular. 
Em Roma, não se deu na época do império, mas sim na proclamação da 
república romana, as ideias constitucionalistas se destacaram 
expressivamente, pois com a fundação se criou um sistema de controle do 
exercício do poder a partir do controle mutuo dos poderes, um sistema de 
freios e contrapesos. Em face disso, o poder passa a ser fracionado e 
atribuído a órgãos políticos diferenciados assim passam a se controlar 
reciprocamente. 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
2.2 Constitucionalismo Medieval
Na idade média é identificável a Magna Carta Libertária (1215), trouxe 
exatamente a consolidação das ideias constitucionalistas, a limitação do 
poder do rei. E representou um marco histórico da limitação do poder 
absoluto. E até hoje garantias surgidas aí nós não abrimos mão, como o 
devido processo legal, que freou as prisões arbitrarias e deu as pessoas o 
direito à ampla defesa.
2.3 Constitucionalismo Moderno
Há alguns momentos especiais... Inicialmente na Revolução Liberal de 
independência das colônias inglesas na América do Norte (EUA) em 1776. 
*Jhon Adams- série*. Outro momento, pela primeira vez no mundo se adota 
na convenção constituinte da Filadélfia na Pensilvânia uma constituição 
escrita, a 1ª Constituição Escrita do mundo, e é exatamente nesse momento
17/09/1787 e nasce assim os Estados Unidos da América. Ainda na 
modernidade identificaremos as ideias em outro movimento que foi a 
Revolução Liberal Francesa (1789-1799), surgindo assim a Assembleia 
Nacional Constituinte e a partir dela foi promulgada com cunho universalista
a declaração universal dos direitos do homem e do cidadão 1789. (homem) 
Para consagrar as liberdades individuais da pessoa humana e (cidadão) para
consagrar os direitos políticos da pessoa humana. Ainda dentro da Rev. 
Francesa houve a promulgação da segunda constituição escrita do planeta 
em 1791. 
2.4 Constitucionalismo Contemporâneo 
(Neoconstitucionalismo)
Dentro do contexto das guerras. Movimento ou Neoconstitucionalismo, 
deixam de ser movimentos meramente políticos que organizava o estado a 
partir de um modelo de estado de direito, de democracia, com limitação do 
poder com proteção as liberdades mas uma CARTA POLÍTICA, sem 
juridicidade, sem carga normativa, sem força suficiente para impor-se frente
aos governantes ou a própria produção legislativa do estado. As 
constituições escritas não gozavam da mesma força que as leis gozavam. E 
eles eram contra isso. 
A modernidade foi boa porém dava mais autoridade a lei que a constituição,
a doutrina positivista era muito forte, e veio com a teoria de que a lei é 
válida não por conter valor mas sim por respeitar o devido processo 
legislativo mesmo sendo injusta, absurda etc... assim dando gás e proteção 
aos regimes autoritários (como Itália, Alemanha, etc), transformando a lei 
de algo que garantisse liberdade em um meio de repressão, para tentar 
resolver isso dão mais autoridade a constituição, ampliando seu grau 
axiológico (colocando valores indispensáveis para a harmonia da sociedade)
e submeter as leis ao império da constituição. Deixando de se7r Estado 
Legislativo de Direito e virando Estado Constitucional de Direito. Assim, essa
constituição que passaria a ser a autoridade jurídica no Estado deveria vir 
carregada de valores, e a melhor maneira é você colocar nela os direitos e 
garantias fundamentais e da pessoa humana. Assim não podendo se utilizar
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
mais da lei para violar direitos, pois os direitos estão nas constituições, e 
como a autoridade não é mais a lei e sim a constituição, a legitimidade das 
leis ficam submetidas a respeitar a constituição (axiológico, substantivo, 
formal e material). Assim as leis periféricas devem respeitar as centrais, 
fruto dessa supremacia da Constituição.
 2.5 O NeoConstitucionalismo e seus marcos
O Marco Histórico  o próprio surgimento do estado constitucional de direito,
e esse surgimento se deu exatamente naqueles países (pós-guerra) onde os
regimes autoritários foram adotados, Alemanha, Itália, Espanha... No Brasil 
foi a constituição de 1988. 
O Marco Filosófico  Doutrina do pós positivismo, que é exatamente aquela 
que supera o positivismo formalista e realça a importância dos valores. Essa
corrente filosófica reaproximou o direito com a justiça, dignidade da pessoa 
humana, moral, ética. 
O Marco Teórico  Transformações na teoria jurídica. A primeira Foi a radical 
mudança na teoria das fontes, agora a mais importante fonte do direito não 
é mais a lei e sim a constituição, reconhecimento da força normativa da 
constituição. A constituição não é mais um documento apenas político mas 
também jurídico, impõe a um dever ser. A segunda transformação é a 
importância da proteção dos direitos e das garantias fundamentais, a 
verdadeira centralidade constitucional dos direitos. A terceira transformação
envolve uma alteração da compreensão da interpretação jurídica, pois toda 
interpretação jurídica depende de uma interpretação constitucional. E a 
quarta, envolve uma expansão do controle de constitucionalidade, as leis 
devem respeitar esse controle, devem estar em consonância com a 
constitucional para não serem tidas como inconstitucionais, onde esse 
controle se aplica a leis e omissões constitucionais ex: o sus negando um 
remédio a uma pessoa que não tem recurso para pagá-lo. 
Aula 2
DIREITO CONSTITUCIONAL 
1. CONCEITO E OBJETO
O D.C. é uma disciplina jurídica que estuda as constituições e as instituições políticas.
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
2. DIVISÃO DE ESPÉCIES
2.1 DIREITO CONST. POSITIVO
É aquele DC que se ocupa de estudar apenas a constituição em vigor em determinado
estado. Parcela da disciplina que se preocupa em levantar todas as informações 
vigentesdo estado. 
2.2 DIREITO CONST. COMPARADO
Aquela parte do DC que tem o objeto mais amplo de estudo, na medida em que o DC 
comparado se ocupa com o estudo e a pesquisa de diversas constituições em vigor ou
não distintas no tempo e no espaço. A sua finalidade é levar em consideração 
constituições distintas serve exatamente para permitir ao estudioso as semelhanças e 
dessemelhanças ao seu objeto de estudo. 
2.3 DIREITO CONST. GERAL
 Se identifica muito com o Comparado nos seus pressupostos mas se distingue nos 
seus fins. Parte do DC que se ocupa a estudar e investigar diversas constituições, mas
com finalidade não identificar pontos comuns ou desiguais entre as constituições 
objeto de estudo, tem como finalidade traçar uma teoria geral sobre os temas que são 
comuns, estabelecer uma perspectiva uniforme dos princípios, regras e conteúdos 
comuns entre as diversas const. estudadas. 
3. RELAÇÃO DO D.C. COM OUTRAS DISCIPLINAS 
O DC se liga diretamente com disciplinas jurídicas, porém se liga muito também com 
as não jurídicas, a exemplo da Teoria Do Estado que estuda o estado como 
organização política, já o DC estuda o estado como organização jurídica, mas se 
apropria muitas vezes pela TDE e vice versa, muito com a filosofia que é a que mais 
dialoga com o DC, sociologia, economia... basicamente com tudo. Relação de 
fundamentação – o DC como tronco da ciência jurídica que fundamenta todas as 
demais disciplinas jurídicas. Há também a relação de subordinação, pois dependem 
do DC. Isso não significa que o DC não se aproprie de conceitos dos demais ramos do
direito, ex: o DC estabelece os princípios maiores do Direito Penal. 
4. FONTES DO D.C.
Temos as fontes formais e as materiais, as diretas e indiretas. Fonte do direito de onde
o direito provém. 
Direta – a Constituição ou Costumes (países sem constituições escritas)
Indireta – A jurisprudência constitucional (reiteradas decisões sobre temas 
constitucionais) e a doutrina constitucional (envolve o pensamento jurídico dos 
doutrinadores). 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
Tentar relevar os temas mais importantes da construção em torno da constituição. 
Ideias que foram apresentadas ao longo da história, a espécie de conceitos, estilos e 
constituição. 
1. CONCEITO E SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO
Só há uma constituição por estado mesmo com milhares de leis. A constituição é algo 
mais fundamental e “sagrado” em um estado de direito, é ela que rege a organização 
total do estado e da sociedade, serve como estatuto máximo. A constituição é a lei 
maior. Organiza o estado e os poderes do estado. Lei das leis, elabora como se criará 
as outras leis. Lei Orgânica do Poder, Lei fundamental, Lei Magna, Norma das 
Normas. 
2. SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO 
2.1SENTIDO SOCIAL – FERDINAND LASSALLE
Diversos foram os defensores do sentido sociológico da constituição, porém é inegável
a contribuição dada por Ferdinand Lassalle, ficou conhecida em uma conferência 
magna 1862 que ele ministrou na antiga Prússia, para intelectuais e operários, ele 
falou sobre o sentido sociológico, essa conferencia que se transformou tão importante 
historicamente que virou livro (título: Sobre a Constituição, ou A Essência da 
Constituição). “A constituição não é e não pode ser vista como produto da razão 
humana, não é criado nem imaginado pelo homem, ainda que dotada de plena 
racionalidade, a verdadeira constituição (constituição real, ou em essência) é aquilo 
que resulta das forças sociais, é a soma dos fatores reais de poder que emergem de 
uma sociedade e que ao mesmo tempo regulam essa mesma sociedade”. E para ele 
essa soma desses fatores reais de poder representam as forças sociais (monarquia, 
aristocracia, exercito, grande burguesia e os operários), cada uma delas tendo grande 
relevância para a construção dessa constituição real. Para ele uma lei seria apenas 
uma mera folha de papel se não condissesse com a realidade. 
2.2 SENTIDO POLÍTICO – CARL SCHMITT
O sentido político foi defendido por um autor alemão Carl Schimit na sua Teoria da 
constituição que ele publicou em 1928, onde ele apresentou o seu sentido político, a 
constituição não é um produto da realidade, é aquilo que decorre da vontade política 
do povo, para ele a constituição é o resultado de uma decisão política fundamental de 
uma unidade (comunidade) política do próprio povo em torno da forma e modo 
concreto de existir a comunidade. Trataria da organização do estado, da organização 
do poder e dos direitos da pessoa, fundamentalmente a constituição decorria de uma 
decisão política em torno desses termos. A constituição se limitava a isso, enquanto 
produto da vontade política do povo, produto de uma decisão política fundamental do 
povo. Segundo ele tudo que vier além disso na constituição não tem natureza de 
constituição mas apenas de lei, lei constitucional, a constituição quando ela 
envolvesse apenas as decisões politicas fundamentais em torno desse núcleo que 
seria o núcleo material (materialmente constitucional), outros assuntos outros temas 
ainda que dispostos no texto escrito não tinham natureza de constituição, no máximo 
lei constitucional. O conceito de constituição não pode ser estudado afastado da 
vontade política de uma comunidade, tem que ser levado em consideração a vontade 
política do povo, o poder constituinte, o poder do povo criar uma constituição.
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
2.3 SENTIDO JURÍDICO – HANS KELSEN
A constituição como documento jurídico, como lei (maior e máxima), imperativa e que 
submete as outras leis. Hans Kelsen era chefe da escola de Viena da Áustria, o direito 
é um conjunto de normas, “pura”, Kelsen não admitia trazer para o estudo do direito o 
conhecimento de outras áreas, isolando o direito a uma fortaleza puramente 
normativa, impenetrável e afastando do mundo dos valores e da realidade social. O 
direito é um sistema de normas, porém não estão no mesmo escalão, assim nasce a 
pirâmide jurídica de Kelsen. As leis possuem hierarquia. A constituição como norma 
fundamental e sua supremacia subordinando todas as normas abaixo dela. Já que as 
normas se fundamentariam na norma de cima onde estaria o fundamento da 
constituição? O fundamento da constituição está fora do sistema positivado, um direito
pressuposto, criando a teoria da norma hipotética, SE ARREPENDEU. Por fim o 
conceito jurídico positivo tem a constituição como norma fundamental que ocupa o 
ultimo escalão do sistema jurídico posto, e o conceito logico jurídico seria a 
constituição como norma hipotética fundamental, a conferir o fundamento de validade 
na constituição do conceito jurídico positivo, essa teoria de Kelsen foi renunciada por 
ele próprio. Qual é o fundamento de validade da Constituição? (conceito jurídico 
positivo). A resposta seria QUE ELA É FUNDAMENTADA NELA PRÓPRIA. Pois ela 
detém a auto primazia normativa, por causa do poder constituinte originário. 
2.4 SENTIDO CULTURAL – CONEXÃO DOS SENTIDOS ANTERIORES 
(MIGUEL REALE PAI, TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO; 
KONRAD HESSE, TEORIA DA FORÇA NORMATIVA DA CONST.)
Algo polivalente, conjunto de ideias, a constituição como objeto da cultura humana, 
onde há uma interação em diversos aspectos, uma reunião de diversos elementos. Ele
traz uma proposta, partindo da premissa que a const. é objeto da cultura humana e 
nasce da interação do seu meio, esse sentido propõe uma conexão ou 
complementariedade para um conceito adequado de constituição de todos os sentidos
anteriores, vai identificar os pontos cegos de todos os anteriores. A realidade como 
mãe da constituição, sem cortar o cordão umbilical. 
Aula 3
... parte do 2.3 e 2,4
3. CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
Constituição dos EUA é liberal, e a brasileira social. 
O1º critério diz respeito ao CONTEÚDO: 
- Formal (brasil): constituição compatível com qualquer conteúdo 
produzida por meio de um processo constituinte que incorpora em um 
texto escrito as normas constitucionais. 
- Material (Inglaterra): Aquela constituição que se limita a regular os 
conteúdos essenciais, organização do estado, dos poderes do estado e 
direitos e garantias das pessoas, pouco importa se ela é produzida de 
forma escrita ou não, por poder constituinte ou pela história. 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
O 2º critério diz respeito a FORMA (complemento ao 1º critério):
- Escrita: a modernidade que produziu as constituições escrita é sempre 
formal, cujas normas estão sempre documentadas em um único texto, 
também chamada de constituição instrumental.
- Não escrita ou costumeira: existiu desde a antiguidade, a partir de uma
organização política. São aquelas prevalentemente baseadas nos 
costumes constitucionais do povo. Que são normas constitucionais não 
escritas. 
O 3º critério quanto a ORIGEM:
- Democrática: constituição promulgada a partir de uma votação 
orientada pela vontade do povo. Reflete as expectativas do cidadão, a 
vontade soberana do povo. (BR 1891, 1934, 1946 e 1988). 
- Não Democrática: aquela constituição outorgada, que resulta da 
usurpação do poder constituinte do povo entabulada por uma 
organização ou grupo que autoritariamente assumem o poder do estado.
(BR 1824, 1937, 1967, 1969)
- Cesarista: aquela que apesar de decorrer da vontade de uma 
autoridade autoritária ela depende para a sua aprovação da vontade 
popular que é consultada por aqueles mecanismos como plebiscito 
(consulta prévia) ou referendo (consulta posterior). (Exemplo de 
Pinochet). 
- Pactuada: aquela que resulta de um acordo politicamente instável entre
duas forças políticas. (A primeira const. escrita da França, de um lado a 
monarquia absoluta francesa e a força da burguesia liberal). 
O 4º critério diz respeito à ESTABILIDADE (ou consistência, ou 
modificabilidade):
- Imutável: aquela que não pode ser modificada, não há nenhum poder 
autorizado a modificar as normas dessa constituição. (A const. 1824 teve
uma imutabilidade provisória, os seus primeiros 4 anos.)
- Fixa: aquela que pode ser alterada, sucede porém que essa alteração 
só é possível se entabulada e por iniciativa do próprio poder constituinte 
originário. 
- Rígida**: é aquela que pode ser alterada por um poder por ela própria 
criada. (Poder constituinte reformador, por meio de emenda), essa 
alteração permitida pela const. rígida por meio desse poder C. 
Reformador que é um poder derivado, só pode ocorrer com observância 
de rigorosas formalidades (por isso rígida). 
- Flexível: é aquela que pode ser alterada por qualquer poder do estado. 
Sem nenhuma formalidade ou muito singelas. Uma simples lei ordinária 
pode alterá-la. 
- Semirrígida ou Semiflexível: um modelo eclético de um modelo 
simultaneamente rígida e flexível, a exemplo da const. de 1824, nessas 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
constituições Que se submetem a uma rigidez para ser alterada, e outra 
parte não. 
0 5º critério diz respeito à EXTENSÃO:
- Sintética ou concisa: constituições abreviadas.
- Analítica: constituições longas. 
O 6º critério diz respeito à FINALIDADE:
- Liberal ou Garantia (defensiva ou negativa): se a constituição é liberal o
estado é liberal. Foram as primeiras constituições que surgiram na 
segunda metade do séc XVIII. Contra o modelo de estado absoluto. E 
alguns se mantém fiéis até hoje. 
- Social ou Dirigente: mas se ela é social o estado é social. É aquela 
responsável não apenas pelas liberdades individuais, mas também pelo 
bem estar geral de todos a partir da justiça social e as desigualdades, 
uma constituição preocupada com os cidadãos, promovendo uma 
solidariedade humana. 
O 7º critério diz respeito ao MODO DE ELABORAÇÃO:
- Dogmática: é aquela elaborada, escrita, a partir da positivação dos 
dogmas ou das ideias fundamentais no direito ou na ciência política. 
(Brasil).
- Histórica: é aquela produzida pela história a partir de um lento e 
continuado evoluir dos costumes, crenças e tradições de um povo. 
(Inglaterra). 
0 8º critério quanto a IDEOLOGIA:
- Ortodoxa: porque ela só acolhe e permite uma única ideologia, 
proibindo as demais. (URSS)
- Eclética: Permite várias ideologias e liberdades. Pluralismo político, 
religioso etc. 
0 9º critério diz respeito ao seu MODO DE SER (ontológica): 
- Normativa: dotada de força jurídica, regula a política, a própria política 
sede a norma. 
- Nominal: aquela que não tem força normativa alguma, só está no 
nome, existe apenas por aspectos simbólicos. (uma const. fraca). 
- Semântica: aquela que vale mas como instrumento do governo, que 
serve o governo, para legitimar o abuso do governo. (Estado Novo). 
4. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
(Aula 4)
As constituições se apresentam com determinadas estruturas, toda via há 
uma estrutura padrão, que é a que o Brasil segue, a estrutura que aquela 
em que divide a constituição em 3 partes. 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
A 1ª: Preâmbulo: é aquela parte inicial introdutória da constituição que pré 
anuncia os valores fundamentais acolhidos e incorporados no texto 
constitucional, a partir daí percebemos o grau de avanço ou retrocesso das 
constituições, pois percebemos a síntese da carga ideológica. Um parâmetro
axiológico e valorativo ao sentido dos dispositivos seguintes. 
A 2ª: Dogmática: corresponde aquela parte do texto da constituição que 
articula os direitos fundamentais da pessoa humana (dogmas 
constitucionais), a nossa constituição é dogmática. A parte escrita do texto 
constitucional que compreendem direitos individuais, coletivos, difusos, 
civis, políticos, de nacionalidade, de partidos políticos, sociais, econômicos, 
culturais... Correspondem ao texto permanente da constituição, Art. 1º ao 
250. Com pretensão de permanência ou de “eternidade”. 
A 3ª: Transitória (ADCT): é aquela que envolve normas constitucionais de 
vigência temporária, provisória. Enquanto estiverem vigendo são normas 
constitucionais impositivas, afirmatórias, iguais a qualquer norma da parte 
permanente. Ex: plebiscito para o regime político do Brasil 1995. Outras 
normas vão existir enquanto subexistir enquanto aquela situação durar. A 
parte transitória desempenha uma dupla função, a primeira é promover a 
transição entre o direito anterior de uma constituição anterior até um novo 
direito e uma nova constituição, a segunda finalidade é promover 
regulações temporárias a determinadas situações enquanto essas situações 
não ganharem regras definitivas. 
5. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
Se fala em elementos para proporcionar de maneira metodológica a 
identificação de grupos de normas da constituição que compartilham 
do mesmo objeto. 
Elementos Orgânicos: são aqueles que identificam todas as normas 
constitucionais que discutem sobre organização do estado e dos poderes do 
estado, além de seus fundamentos.
Elementos Limitativos: são aqueles que vão exatamente agrupar e 
identificar normas da constituição que tem como objeto a contenção e 
limitação do governo como poder do estado, a exemplo de prever normas e 
garantias fundamentais, tributos, etc. 
Elementos Socio-ideológicos: são aqueles que identificam a partir das 
normas de constituição o grau de relacionamento e comprometimento do 
estado com a sociedade. Fundamental para identificar o modelo de 
constituição.
Elementos de Estabilidade: são aqueles que vão identificar nas constituições
normas constitucionais que compartilham uma grande e importante função 
que é a estabilidade, a garantia da constituição, ex: normas que dizem 
respeito a controle de constitucionalidade,cláusulas pétreas. 
Elementos Formais de Aplicabilidade: visam identificar na constituição 
normas da constituição que regulam a própria aplicação da constituição. Ex:
Art. 5º parágrafo 1º. 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
Aula 4
PODER CONSTITUINTE
1. CONCEITO E CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS. O PENSAMENTO 
DO ABADE SIEYÊS (Emmanuel Joseph Sieyês)
É a primeira manifestação que existe em determinada comunidade 
como condição para a própria organização e subsistência da própria 
comunidade. E aquele poder de organizar o estado por estruturação 
(através das constituições), de inovação, de institucionalização das 
organizações políticas estatais, aquele poder que expressa 
soberanamente uma vontade a elaborar as constituições. O poder 
constituinte é aquele responsável que a partir da constituição 
constituir todos os demais poderes. O poder constituinte nos estados 
absolutos estava na mão dos soberanos, assim eram escritas e 
produzidas por eles, porem com o estado de direito, o poder 
constituinte se afastou dos governos autoritários, ele se legitimou na 
medida em que ele se despersonalizou e se institucionalizou, passou 
a ser dissociado da pessoa do governante, e se institucionalizou pois 
passou a ser considerado a algo pertencente a todo o povo. O 
primeiro momento a independência das 13 colônias (EUA) e revolução
francesa, a partir daí começou a se teorizar. Assim pela primeira vez 
se exerceu o poder legítimo do povo. “We the people”. 
Abade teve uma importância muito grande sobretudo sobre a ideias, 
que construiu lançou e divulgou no momento de instabilidade, elas 
representaram um manifesto da própria causa revolucionaria, a 
revolução francesa usou elas como base também, a revolução do 3 
estado contra o 1º e o 2º estados contra os privilégios e os deveres e 
obrigações a quem estavam submetidos, e esse abade divulgou essas
ideias considerada um próprio manifesto da causa revolucionaria. 
Foram escritas em um panfleto denominado como o que é o terceiro 
estado? O TERCEIRO ESTADO É TUDO! Ainda fazia mais duas 
perguntadas, o que tem sido até aquele momento na ordem política o
terceiro estado? NADA! E o que pretende ser o terceiro estado? 
DIVERSAS FORMAS, COMO ELEIÇÃO DE DEPUTADOS ENTRE OS SEUS, 
VOTAÇÕES NÃO MAIS POR ORDEM E SIM POR CABEÇA. E ele próprio 
respondia as perguntas, e acabou instigando também a população. 
Uma delas que o poder constituinte fosse feito pelo terceiro estado.
2. TITULARIDADE E EXERCÍCIO
O titular do poder constituinte é o povo, TODO PODER EMANA DO 
POVO. Que o exercerá por meio de seus representantes, ou 
diretamente (plebiscito, referendum, iniciativa popular). 
3. ESPÉCIES
3.1 P.C. ORIGINÁRIO
Que é aquele que produz a constituição, que envolve uma 
potência porque é ele que produz a constituição do país. 
3.2 P.C. DERIVADO
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
Aquele que a própria constituição cria, para desempenhar 
competência. Que é dividido, e cada um com sua competência.
3.2.1 REFORMADOR
É aquele que desempenha a competência (reformadora) de 
reformar a constituição. Através de emendas 
constitucionais. Exercido pelo congresso nacional.
3.2.2 DECORRENTE
Competência para a elaboração e eventual reforma da 
constituição dos estados e do distrito federal. Exercido pelas
assembleia legislativas estaduais. 
Aula 5
4. CARACTERÍSTICAS DO P.C.
P.C. ORIGINÁRIO P.C. DERIVADO
INICIAL SECUNDÁRIO
AUTÔNOMO DEPENDENTE
ILIMITADO (JURIDICAMENTE) LIMITADO (JURIDICAMENTE)
INCONDICIONAL CONDICIONADO
ESSENCIALMENTE PERMANENTE TEMPORÁRIO
5. LIMITAÇÕES DO P.C. (P.C.D)
Temporais – apenas essa a nossa constituição (88) não adota, já 
adotamos em passadas. São aquelas que impedem que o poder 
derivado seja exercido por um determinado período de tempo, ao 
lapso temporal ao qual a constituição não pode ser reformada, 
emendada. A de 88 não adotou pelo fato de que no dia seguinte ela 
poderia ser emendada, ou reformada. Já a de 1824 (império) adotou, 
pois no art. 174 havia uma prescrição expressa que a const. não 
poderia ser modificada nos 4 primeiros anos. 
Circunstanciais – são aquelas que proíbem as reformas da 
constituição durante a vigência de certas medidas excepcionais, ex: 
estado de sítio, de defesa e intervenção federal. 
Materiais – são aquelas que já impedem e proíbem a alteração da 
constituição para dela suprimir, ou abolir determinadas matérias 
consideradas imprescindíveis ao sistema constitucional. (Cláusulas 
Pétreas). Podem ser explícitas ou implícitas. Explícitas são aquelas 
expressamente previstas na constituição, no Art. 60 parágrafo 4º. Ex:
a forma federativa do Estado, unidades que integram essa 
federação; voto direto, secreto, universal e periódico; separação de 
poderes; direitos e garantias fundamentais individuais. Já as 
implícitas apesar de não previstas em nenhum preceito expresso ela 
é deduzida da essência da constituição, que também não podem ser 
violadas, Nelson de Souza Sampaio o primeiro a apontar isso, a 
titularidade do poder constituinte originário; a competência do órgão 
para alterar a constituição; flexibilizar a rigidez da constituição, mas 
pode se aumentar o grau da rigidez; princípios fundamentais do 
título 1º da constituição, os 4 primeiros artigos da constituição. 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
Formais - são aquelas que impõem um comando ao poder derivado 
a fim de que ele siga estritamente todas as formalidades que a CF de
suas competências. 
6. MEIOS DE ALTERAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
Pelo exercício do poder derivado reformador, através do congresso 
nacional e emendas constitucionais. 
6.1 REFORMA CONSTITUCIONAL
Corresponde a alteração da constituição pela aprovação de 
emendas pelo congresso nacional. Logo, corresponde ao meio 
formal de alteração da constituição pela aprovação de emendas 
constitucionais pelo congresso nacional. 
6.2 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Corresponde numa alteração da constituição por via da 
interpretação constitucional evolutiva, criativa, dada pelos 
tribunais a constituição. Alteração informal pela interpretação 
constitucional evolutiva e criativa pelos tribunais. O texto 
permanece íntegro, não foi modificado, se altera na verdade o 
significado do que está escrito. (Poder constituinte difuso). 
7. O PROCESSO LEGISLATIVO DE EMENDA CONSTITUCIONAL
Se aplica a reforma constitucional. Conjunto de atos desencadeados 
em diversas fases no âmbito do congresso nacional cuja finalidade é 
modificar formalmente a constituição com aprovação de emenda 
constitucional. 
1ª Fase – apresentação da PEC no congresso nacional. 1/3 dos 
deputados federais ou 1/3 dos senadores ou o Presidente da 
República ou mais da metade das assembleias legislativas das 
unidades da federação. 
2ª Fase – discussão e votação da PEC, nas casas do congresso, 
começando pela casa em que foi apresentada. Vai envolver a 
atuação separada e sucessiva de cada uma das casas do congresso. 
Ocorrem as discussões duas vezes em cada casa (2 turnos). É 
necessário 3/5 dos votos nos dois turnos para ser aprovada. 
3ª Fase – promulgação e publicação da EMENDA, nesse momento 
deixa de ser PEC. 
8. O PODER CONSTITUINTE E O DIREITO CONSTITUCIONAL 
INTERTEMPORAL
8.1 RECEPÇÃO
É a admissão pela nova constituição de leis aprovadas no regime 
da constituição anterior que materialmente se harmonizem, se 
compatibilizem com a nova constituição. Se não for compatível 
haverá a revogação que é o oposto da recepção. 
8.2 REPRISTINAÇÃO
Por si só não é permitida, apenas se for expressa. A restauração 
de uma lei em razão da revogação da lei revogadora. Ela é vedada
no Brasil, SALVO SE ELA FOR EXPRESSAMENTE DETERMINADA NA 
LEI QUE REVOGA A LEI REVOGADORA. 
8.3 DESCONSTITUCIONALIZAÇÃOGustavo Conde de Almeida FBDG 
É o fenômeno muito parecido com a recepção, mas que é 
precedido por uma providência. A desconstitucionalização pode 
ocorrer se houver uma determinação expressa. Seria a recepção 
como norma legal aquilo que antes era uma norma constitucional. 
Perde status de norma constitucional e se converte numa norma 
legal. 
Aula 6
TEORIA DA NORMA CONSTITUCIONAL
1. A CONSTITUIÇÃO COMO UM SISTEMA DE NORMAS
A constituição como um conjunto de normas, embora saibamos que ela não 
se reduz somente a isso. As normas constitucionais são as normas da 
constituição, e as legais dos demais códigos. As normas de uma constituição
podem se enquadrar como normas princípios e como normas regras, essa é 
uma conquista do neoconstitucionalismo, um dos seus marcos foi o 
reconhecimento da força normativa dos princípios. Assim os valores passam
a normativar e ter uma importância muito mais ativa, com os valores 
fundamentais. A norma é dotada de imperatividade, um dever-ser, os 
princípios deixam de ser recomendações e passaram a obrigar. 
2. ESPÉCIES DE NORMA CONSTITUCIONAL
2.1 NORMA – PRINCÍPIO – mais geral, normalmente é um valor ou dever-
ser. 
2.2 NORMA – REGRA – descrevem situações ou condutas específicas, 
definidas e descritas. 
3. DISTINÇÕES ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS
3.1 DISTINÇÕES DE GRAU
- Grau de abstração e generalidade: as normas jurídicas independentes 
por sua natureza são gerais e abstratas. É notável os princípios possui um 
grau elevado de abstração e generalidade, enquanto as regras menos. A 
abst e gener funcionam de forma diferente nos princípios e nas regras. Ex: o
principio da dignidade da pessoa humana (norma e valor) e por ser valor 
sua abst e gene é enorme/ norma constitucional sobre aposentadoria 
compulsória para concurso público com abst e gene reduzidas.
- Grau de INDETERMINAÇÃO DOS PRINCÍPIOS: o principio é aquela norma 
cujo conteúdo é indeterminado, já a regra o conteúdo é previamente 
determinado, certo preciso, as regras como já são semanticamente 
“completas” não precisam elas de complementações integração, enquanto 
os princípios precisam, sendo isso até uma regra pode servir para integrar 
os princípios.
- Critério da FUNDAMENTALIDADE DOS PRINCÍPIOS: pois é o principio que 
estabelece a noção de justiça, os valores fundamentais de uma comunidade
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
e que vai paramentar todo o direito. Os princípios gozam desse valor 
axiológico. Já as regras se submetem aos valores, a ideia de justiça dos 
princípios, o complementam.
- FUNÇÃO NORMOGENÉTICA DOS PRINCÍPIOS: normo – norma, genética – 
origem, servem de fontes para o direito. As normas são elaboradas, a 
interpretação e aplicadas a partir dos princípios.
3.2 DISTINÇÕES QUALITATIVAS (ROBERT ALEXY)
Para ele as diferenciações apresentadas não são suficientes, para 
qualitativamente colocar os pingos nos is, o trem nos trilhos. E diferenciar 
qualitativamente os princípios das regras. 
Os princípios se distinguem das regras porque: os princípios são normas que
determinam que mandam que aquilo que ele prevê (algo, o seu objeto) seja 
realizado na maior medida possível, de acordo com as condições fáticas ou 
jurídicas.
Já as regras são aquelas normas que prescrevem que impõem uma 
obrigação um proibição ou uma faculdade que devem ser realizadas na 
exata medida das suas determinações. 
Para ele os princípios são mandados, e as regras são mandamentos 
integrais naquilo que elas prescrevem.
Como solucionar antinomias entre princípios e regras?
Antinomia entre princípios é chamada de colisão – a solução deverá ocorrer 
a partir da dimensão do peso da importância do maior interesse. (Do valor). 
Balanceando os interesses para ver qual dos princípios tem mais 
importância ao caso. PONDERAR. Técnica da PONDERAÇÃO. 
Antinomia entre regras é chamada de conflito – a solução não se dará pela 
dimensão do peso, se resolverá por duas maneiras, a primeira (principal) 
onde ocorre na dimensão da validade, uma será válida (terá sua aplicação 
integral) e a outra afastada do mundo do direito. É possível 
excepcionalmente admitir as duas regras em conflito declarar uma regra 
integral sem declarar a invalidade delas, caso haja uma exceção uma regra 
compõe a outra e as duas se aplicam. Ex: regra de horário de saída e regra 
de evasão imediata em caso de incêndio. 
4. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUANTO A 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE
- N. C. De Eficácia Plena: possuem eficácia máxima, não permitem 
contenção, possui todos os elementos para incidir. possuem aplicabilidade 
direta, imediata e integra. Via de regra são as que descrevem nossos 
direitos e garantias fundamentais. 
- N. C. De Eficácia Contida: aquela que possibilita a contenção da eficácia. 
Também são normas completas pois reúnem todos os elementos 
necessários para incidir, elas já se aplicam, porem podem ter seus efeitos 
limitados, há possibilidade sempre de haver uma contenção dos efeitos 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
dessa norma. Também gozam de aplicabilidade direta, imediata e nem 
sempre integral. Ela própria se auto contém a depender. Ex: artigo sobre 
livre profissão. 
- N. C. De Eficácia Limitada: são as normas que menor eficácia jurídica tem. 
São incompletas, elas precisam de uma integração, não reúnem todos os 
elementos necessários para incidir diretamente, a aplicabilidade delas é 
indireta, pois a aplicação delas ocorrerá por meio de medidas posteriores, 
mediata. Serão aplicadas a partir de outras medidas como outro ato 
legislativo, administrativo ou até judiciário. Temos as programáticas – 
estabelecem planos de ação política ao estado (programas de governo) ex: 
Art. 196 saúde como direito de todos e dever do estado através de políticas 
públicas sociais e econômicas, e as institutivas – preveem a criação de 
determinados organismos ou instituições, devendo cumprir as providências 
do próprio texto da norma, ex: norma sobre a criação de mais municípios.
Aula 7
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONALISMO
→ CONCEITO E OBJETO
Todas as areas do saber e do conhecimento envolvem interpretação. No 
direito a interpretação tem uma particularidade, se destina a uma finalidade
que em outras areas do conhecimento não existe. O direito é interpretado 
para uma finalidade prática e não teórica, parte das referencias teóricas 
mas tem como fim a prática, a qual a finalidade é resolver um problema que
exista na realidade (na prática). No direito a interpretação é uma 
necessidade irrecusável. A interpretação é uma espécie do gênero da 
interpretação do direito e que consiste numa atividade prática de se 
identificar, fixar e determinar sentidos e significados, alcance dos 
enunciados e textos constitucionais, com a finalidade de se aplicar na 
resolução de um problema.
→ MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
1. MÉTODO JURÍDICO OU HERMENÊUTICO CLÁSSICO: remonta a escola 
histórica de Savigny, quando ele identificou que a int. do direito deve 
ocorrer a partir do emprego e do uso de certos elementos. Os elementos 
LITERAL, HISTÓRICO, SISTEMÁTICO, TELEOLÓGICO.
Literal – foca e privilegia a literalidade da redação, da expressão, as 
palavras. 
Histórica – privilegia o passado, exige que o intérprete volte ao passado 
para analisar o contexto histórico que se produziu aquele texto interpretado.
Sistemática – interpretação sistemática da constituição, leva em 
consideração todas as normas inseridas nelas e não apenas uma. 
Teleológico (Finalística) – destaca os fins do direito, a finalidade da norma. 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
2. TÓPICO PROBLEMÁTICO (Theodor Fiver): Sua obra tópica e jurisprudência,
é um métodorevolucionário pois propõe na relação texto jurídico problema 
que a interpretação do texto tem que resolver um caminho diferenciado, ao 
invés de a int. se principiar do texto para a solução do problema ele propõe 
o inverso, a interpretação começa do problema rumo ao texto. A tópica 
(Aristotélica) utilizados nos processos abertossão pontos de vistas plural no 
qual pessoas argumentam a determinados problemas os seus pontos de 
vista. Ex: sentimento de justiça utilizada por ministros no STF. Porém 
fragiliza o texto, a sua força normativa.
3. HERMENÊUTICO – CONCRETIZADOR OU CONCRETISTA: esse método foi 
defendido por Conrad Hasse, ele discorda completamente do método tópico 
problemático, para ele a interpretação da constituição tem que priorizar o 
texto constitucional. Mesmo tendo a constituição normas abertas, 
indeterminado, vago, ambíguo, a interpretação constitucional deve ter como
ponto de partida o texto, não se faz operação subsuntiva, na interpretação 
da const. se busca os seus dispositivos visando a solução do problema, para
ele a interpretação constitucional tem esse caminho do texto para o 
problema, todavia, o problema que envolve os textos abertos da 
constituição, ambíguos ou indeterminados das normas da constituição é 
solucionado pela atividade de pré compreensão que o intérprete deve 
exercer, essa atividade antecede ate a interpretação e a aplicação e a 
resolução do problema, essa atividade é aquela criativa do interprete em 
determinar o próprio conteúdo na norma aberta da constituição, cabe ao 
interprete de “fechar” a norma, dotá-la de conteúdo necessário, ele não age
livremente, ele exerce essa atividade dentro de uns parâmetros, os valores, 
a jurisprudência, a doutrina.
4. CIENTÍFICO ESPIRITUAL: (rudoph smendi)parte da premissa que a 
constituição é um instrumento de integração social, e por essa razão o 
intérprete deve extrair do texto da constituição os valores fundamentais 
subjacentes à suas disposições normativas. É fundamental que o interprete 
extraia os valores que mantenham a unidade política, social da comunidade.
5. NORMATIVO ESTRUTURANTE: é também um método bastante 
revolucionário, permite uma releitura de alguns conceitos utilizados na 
interpretação. Friederich Miller, parte da distinção entre texto e norma, ou 
seja, não se confunde o texto jurídico com a norma jurídica, partindo desta 
distinção ele complementa, o que se interpreta não é a norma jurídica é o 
texto jurídico, como a interpretação jurídica ( do texto) tem como finalidade 
resolver o problema da realidade. Ele propõe que a interpretação jurídica 
tenha por objeto o texto, segundo como se destina a solução do problema 
ele propõe que não se limite ao texto mas a realidade ao qual o problema 
está situado, que seria a construção da norma. A norma para ele aparece no
final, a norma seria o resultado da interpretação consentindo no próprio 
sentido e significado a partir da interpretação do texto jurídico. 
→ POSTULADOS/PRINCÍPIOS DE INT. CONST.
Servem para auxiliar também o interprete da constituição. 
1 - Unidade da constituição: estabelece uma diretriz fundamental, que na 
interpretação da const. o interprete nunca deve interpretar em tiras, em 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
pedaços ou em partes, mas sim levando em conta todo a constituição. 
Evitar contradições na constituição. 
2 – Máxima Efetividade: aquele segundo qual na interpretação da 
constituição o intérprete deve adota aquele sentido ou significado com o 
qual ele possa otimizar, concretizar e melhor complementar o texto 
constitucional. 
3 – Justeza (Conformidade Funcional): Esse postulado serve mais de um 
alerta para o intérprete, de que o intérprete não pode subverter a separação
de funções no âmbito da separação dos poderes, de tal modo que o 
intérprete deve partir da premissa que a constituição estabeleceu um 
sistema de repartição de funções estatais em face do qual as funções 
legislativas são dos órgãos legislativos, do governo e administrações são do 
executivo, enquanto a de julgar as controvérsias e litígios cabe ao judiciário.
Logo esse sistema de repartição funcional entre os órgãos de poder não 
pode ser desrespeitado ou subvertido pelo intérprete. 
4 – Efeito Integrador: o interprete da constituição tem que adotar aquele 
sentido e significado na solução do problema no qual ele possa promover a 
agregação da sociedade e não a sua segregação, buscar a inclusão, afastar 
as desigualdades. Ex: caso Brown (escolas americanas). 
5 – Concordância Prática (harmonização): diante de uma colisão de bens ou 
interesses jurídicos cumpre ao intérprete uma concordância ou uma 
conciliação entre eles, jamais sacrificando um deles. Muito utilizado na 
colisão de direitos fundamentais. 
6 – Presunção de Constitucionalidade: todas as leis do país serem 
compatíveis e observarem a constituição. Se há então a presunção (partir 
da premissa) que as leis respeitam e são compatíveis com a constituição. 
7 – Interpretação da Lei Conforme a Constituição: esse postulado só se 
aplica para aquelas leis ou normas de natureza pluri significativa 
(polissêmicas), aquela que possibilita mais de um significado. Assim 
atribuindo a lei o único significado que seja conforme a constituição. 
Aula 8
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Cumpre sua missão a partir da sua força normativa e sua posição de 
supremacia diante das demais normas jurídicas. 
1. CONCEITO E PRESSUPOSTOS
Quando uma lei viola a constituição, é desconforme a constituição e como 
consequência desse reconhecimento vai se afastar esta norma do sistema 
jurídico, da sua nulidade, da sua expulsão. 
Envolve uma atividade de fiscalização, monitoramento, exame das leis e 
atos normativos do país, se estão compatíveis ou não com a constituição. Se
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
ela for conforme ela permanecerá no sistema pois terá validade, encontra 
através da const. sua validez. Caso contrário não. 
O controle de constitucionalidade consiste num sistema de defesa das 
constituições rígidas que se desenvolve, que opera a partir de um exercício 
de uma atividade de fiscalização de leis e atos normativos, com a finalidade 
de verificar sua compatibilidade com o texto constitucional. “Basicamente 
um sistema imunológico”. 
São 3 pressupostos que devem ser observados conjuntamente. 
- Constituição Formal e Escrita – nos países que adotam modelo de 
constituições materiais ou não escritas não pode-se falar nisso.
- Constituição Rígida – só há falar em controle de constitucionalidade no 
âmbito de constituições rígidas.
- Órgãos de Controle – previsão no texto da const. formal escrita e rígida a 
criação de um órgão de controle, para promover a fiscalização.
Aspecto Subjetivo: identificar o sujeito (órgão de controle).
Aspecto Modal (procedimental): o modo desse controle operar.
Aspecto Funcional: Quais os efeitos de uma decisão do órgão de controle 
que reconhece a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo 
fiscalizado. 
2. MODELOS
Modelos de controle, que na verdade são tipos de controle. Há variação 
entre os países. 
Dois modelos de controle se destacam, pois são os mais adotados no 
mundo. 
Americano – origem EUA. Não foi previsto na const. dos EUA, surgiu através 
de uma decisão judicial da suprema corte dos EUA, proferia em 1803, num 
julgamento de um caso Marbury VS Madison, e uma jurisprudência, onde 
houve um conflito entre uma norma legal e a norma constitucional e foi 
afirmado que a constituição como suprema e anulando a lei. Após isso veio 
a tratar que o sistema de controle seriam os juízes e os tribunais, agentes 
do estado responsáveis pela interpretação e aplicação da lei e da 
constituição. Modelo de controle ABERTO ou DIFUSO. Os juízes e os tribunais
asseguram a supremacia da constituição em cadacaso CONCRETAMENTE. A
logica é que os juízes e os tribunais não podem aplicar uma lei no processo 
que ele vai julgar se essa lei violar a constituição, ou seja, só pode aplicar 
essa lei se estiver de acordo a lei, se não estiver ele reconhece a sua 
INCONSTITUCIONALIDADE, e declarará naquele caso a inconstitucionalidade 
da lei cujo os efeitos para aquele caso. Seu efeito funcional INTERPARTES 
pois os seus efeitos só se realizam para aquele caso concreto, podendo um 
juiz ter interpretação contrária em outro caso e não afetará em nada o 
antigo, ex: a decisão no caso João e Maria não afeta o caso de José e 
Damiana. Só sendo uniformizado após decisão da corte superior, 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
alcançando a segurança jurídica. A lei considerada inconstitucional aplica-se
via “ex tunc” para eliminar os efeitos que a lei já produziu no passado. – 
Judicial Review. 
#Difuso #Concreto #Incidental #Extunc #Interpartes 
Europeu – se originou na Áustria em 1920 (Hans Kelsen). Surgiu por previsão
expressa na constituição austríaca. Não pode ter como órgão diversos juízes
ou diversos tribunais, para ele o CC deveria ser uma atividade confiada a 
apenas 1 tribunal, o Tribunal Constitucional, ou seja controle 
CONCENTRADO. Como o controle vai ser exercido por um único tribunal 
afastando os demais tribunais ordinários que vão julgar os casos concretos 
mas não vão exercer o CC, o Tribunal Constitucional não julga casos 
concretos, julgaria a partir de ações especiais nas quais se discuta apenas a
violação a constituição, dissociado de qualquer caso concreto, seria um 
controle ABSTRATO, em tese. A decisão proferida não se limita a nada, ela 
tem eficácia geral, se projeta contra todos, pois não se julga casos se julga 
diretamente a lei, efeito “erga omnes”, normalmente tem efeitos “ex tunc” 
mas pode ser que o tribunal afaste o ex tunc, e modele o efeito temporal, 
dizer a partir de um recorte que o tribunal faz que aquela decisão só passa a
valer do momento em que julgou ou efeitos a frente, isso é excepcional 
aplicando se efeito “ex nunc”. 
#Concentrado #Abstrato #Principal #Erga Omnes
3. O CONTROLE DA CONSTITUIÇÃO NO BRASIL
Só adotamos o modelo americano na segunda constituição brasileira em 
1891. Em 1965 houve uma emenda constitucional para introduzir ao lado do
modelo americano o modelo Europeu, que até é assim. Uma peculiaridade 
do Brasil, pois há uma mistura dos dois. 
CF/88, modelo misto. 
Americano – sempre que o exercício desse controle ocorrer julgando caso 
concreto. Juizes e tribunais exercendo o CC no julgamento do caso concreto.
Inclusive o STF. 
Europeu – Apenas o STF, não julgando caso concreto. O controle sendo 
abstrato. ADI (ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo), 
ADO (ação direta de inconstitucionalidade por omissão de medida para 
tornar efetiva a constituição), ADC (ação declaratória de 
constitucionalidade), ADPF (arguição de descumprimento de preceito 
fundamental). O controle constitucional concentrado, abstratos, não 
envolvem controvérsias entre pessoas, conflito entre pessoas, leva o 
Supremo a julgar a lei constitucional ou não. Essas ações são propostas por 
aqueles legitimados, Art. 103 CF/88. ( PGR, Presidente, Mesa da Câmara dos
Deputados, Mesa do Senado Federal, Governadores dos estados e DF, Mesas
das assembleias legislativas dos estados e DF, Partido Político com 
representação no congresso, Conselho Federal da OAB, Confederação 
Gustavo Conde de Almeida FBDG 
Sindical, Entidades de classe de âmbito nacional que tenham representação 
em no mínimo 9 estados). 
Eficácia Erga Omnes. 
ADI – tem por finalidade suprimir do sistema jurídico a lei ou ato normativo 
inconstitucional, ação supressora, visa suprimir erradicar do sistema.
ADO – tem por finalidade suprir a ausência da lei, a omissão do ato 
normativo. (pressionar o legislativo a elaborar a lei através de um prazo). 
ADC – tem por finalidade declarar a constitucionalidade, o reconhecimento 
de que aquela lei ou ato normativo é válido. Pressupõe uma prévia 
controvérsia em torno da lei. 
ADPF – tem por finalidade a proteção de algumas normas da constituição, 
das consideradas preceitos fundamentais. Ela se apresenta como uma ação 
muito próxima da ADI, no que tange a finalidade supressora, que vão de 
encontro a atos contra a constituição. A subsidiariedade é o critério de 
diferenciação, nas hipóteses que couber ADI aplica-se, nas hipóteses que 
não cabe a ADI verifica-se se cabe a ADPF. ADI só pode ser proposta contra 
leis ou atos normativos pós constituição. ADPF contra leis ou atos 
normativos pré constitucionais, ex: lei de imprensa da década de 70, 
declarou-se a sua não recepção. 
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