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ILDA LUCIA SILVA BARBOSA
REGIME DE BENS
Atividade submetida à disciplina de 
Direito das Sucessões
 da Universidade Paulista – UNIP
São Paulo 2014
 
 REGIME DE BENS
Atividade submetida à disciplina de 
Direito das Sucessões
 da Universidade Paulista – UNIP
 São paulo 2014 
UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA 
 Ilda Lucia Silva Barbosa
Sumário
Sumário
 
 
Do Regime de Bens
   
 Introdução 
 Conceito
 Pacto Antenupcial.
 
 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL
 
 REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS
REGIME DE PARTICIPAÇAO FINAL NOS AQUESTOS
REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL OU ABSOLUTA
REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL OU ABSOLUTA
A IMPOSSIBILIDADE DE CONSTITUIR SOCIEDADE
Conclusão 
.
 
Do Regime de Bens
Introdução 
 
Segundo o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves o regime de bens disciplina as relações econômicas entre os cônjuges durante o casamento. Essas relações devem se submeter a três princípios básicos, sendo estes: a irrevogabilidade, a livre estipulação e a variedade de regimes. 
Conceito: Regime de bens é o conjunto de regras, estabelecido antes do casamento, que disciplina as relações patrimoniais entre os cônjuges, e entre estes e terceiros.
 Pacto Antenupcial.
 
 
Pacto Antenupcial - Trata-se de contrato solene realizado antes do casamento. Esse contrato é, também, realizado sob condição suspensiva.
 O artigo 1.640 do Código Civil prevê que "não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial".
A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, torna-se nulo o pacto ou cláusula dele que afrontar disposição absoluta de lei (art. 1.655), para valer em relação a terceiros, deve ser registrado no Cartório do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges (art. 1.657). 
Pelo pacto antenupcial os nubentes poderão escolher o regime de bens que quiserem, podendo combiná-los entre si, bem como adotar restrições que não afrontem a lei. 
1º - Contrato solene: Tem forma prescrita em lei, qual seja a escritura pública específica para o pacto antenupcial. A escritura é elaborada no Cartório de Tabelião de Notas. Após, para produzir efeitos entre os cônjuges, deve ser registrada no Cartório de Registro Civil. Por fim, para produzir efeitos contra terceiros, deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis situado na circunscrição do primeiro domicílio do casal.
2º - Condição Suspensiva: Os efeitos do Pacto Antenupcial iniciam-se com o casamento
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL
Este regime de bens esta disciplinada nos arts. 1.658 a 1.666, do Código Civil de 2002. Desde o advento da lei n° 6.515/1997 – Lei do Divórcio – este regime passou a ser considerado o regime legal.
O art. 1.640, caput do CC. estabelece que na ausência do pacto antenupcial ou se este for nulo ou ineficaz, prevalecerá, entre os consortes, o regime da comunhão parcial de bens.
Ao se tratar de união estável, não havendo contrato entre os companheiros, aplicar-se-á, às relações patrimoniais, o regime ora em estudo conforme prescreve o art. 1.725 da Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
O princípio básico da Livre Estipulação está insculpido no art. 1.639 do C.C.
Na falta de escolha por parte do casal referente ao regime de bens, presume-se terem optado pelo regime da comunhão parcial. Portanto, pode observar-se que quando nada se escolhe, por expressa disposição legal, os cônjuges estão automaticamente casados conforme os ditames deste regime. Claro que tal omissão não pode obrigar os nubentes a estarem atrelados a este regime até seu término se assim não o desejarem, por essa razão o §2° do art. 1.639 do CC, permite a alteração do regime de bens mediante autorização judicial a pedido do casal sendo analisado o caso concreto e ressalvados os direitos de terceiros, assim sendo, trata-se de um de regime misto. 
Essa preferência legal pelo regime de comunhão parcial de bens ocorre no Brasil desde o início da vigência da Lei do Divórcio em 1977 e foi mantido pelo atual Código Civil, em vigor desde 2003. Antes, a regra era a Comunhão Universal.
O princípio que norteia esse regime é o de que se divide tudo que foi adquirido onerosamente durante o casamento ou a união estável, desse modo, os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os recebidos por doação ou sucessão (herança), ainda que durante o casamento, não se comunicam, isto é, não entram na comunhão, a não ser que quem doou ou deixou por testamento declare expressamente que o bem será de propriedade de ambos os cônjuges.
A lei também exclui da comunhão aqueles bens que foram adquiridos por sub-rogação (substituição), isto é, os que foram trocados ou que foram adquiridos com dinheiro decorrente da venda daqueles que o cônjuge já tinha ao casar, o Código ainda diz que se excluem da comunhão os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge. Essa norma é fonte de diversas discussões e há decisões divergentes nos tribunais.
È comum discussões acerca da partilha referente a valores provenientes de FGTS, PDV (plano de demissão voluntária) e de créditos trabalhistas. Alguns tribunais entendem que essas verbas estão excluídas da partilha, porém outros tribunais as incluem na meação, principalmente quando utilizadas para aquisição de algum bem imóvel, quando passariam a compor o patrimônio comum dos cônjuges. Mas, não há unanimidade a esse respeito.
Estas regras aplicam-se aos casamentos e às uniões estáveis iniciadas após a vigência do atual Código Civil, isto é, depois de 11.01.2003. Para os que começaram anteriormente, permanecem as regras anteriores.
Sobre a administração dos bens quando do regime da comunhão parcial de bens consideremos que as dívidas contraídas obrigam/responsabilizam os bens que estão em comunhão quanto os particulares de quem seja o administrador, bem como do outro, pois seja como for este auferiu proveito de tal endividamento, ou pelo menos é o que se presume. É o que discorre o art. 1663,§1º do Código Civil, sendo constatado que um dos cônjuges em vez de colaborar prejudica quando da administração dos bens em comunhão, o juiz poderá atribuir a administração de todos os bens a apenas a um dos consortes.
Em contrapartida, as dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus próprios bens – particulares – e em benefício destes próprios, não obrigam os bens comuns, isto é, estão livres de responsabilizarem-se.
REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real, conforme dispõe o artigo 1.687 CC/2002.
Devido suas características, alguns doutrinadores consideram como ausência de regime patrimonial do casamento.
Há também o regime da separação necessária, obrigatória ou legal de bens, que advém da própria lei, não necessitando de pacto antenupcial.
O Código Civil de 1916 tratava da questão da obrigatoriedade da adoção do regime de separação legal de bens, nos termos do parágrafo único do seu artigo 258, nas seguintes situações:
No casamento das pessoas as quais o celebrassem com infração aos impedimentos elencados no art. 183, ns. XI a XVI do Código Civil; 
Do homem com idade superior a sessenta anos ou da mulher maior de cinquenta anos, esta exceção estava ressalvada no art. 45 da Lei de Divórcio; Aqui a separação dos bens do casal era total, assim como já ocorria com o regime da separação convencional.
Com o advento da Súmula nº 377 do Supremo Tribunal Federal - STF mudou-se completamente o entendimento à época predominante, passando o regime da separação legal para “regime de separação parcial de bens”, em que os bens adquiridos na constância do casamento passavam a se comunicar.
Segundo entendimento
doutrinário ainda dominante, essa restrição legal visa à segurança nas relações jurídicas que tenham como sujeito as pessoas acima elencadas, por entender que assim não o sendo poderia haver danos irreparáveis a esses indivíduos.
 
REGIME DE PARTICIPAÇAO FINAL NOS AQUESTOS
REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL OU ABSOLUTA
O Regime de Participação Final nos Aquestos é um regime hibrido, pois durante o casamento é aplicado à regra do regime de separação total de bens, enquanto na dissolução da união as regras são do regime de comunhão parcial de bens.
No regime de participação final nos aquestos, durante o casamento as relações patrimoniais entre os cônjuges são disciplinadas pelas normas do regime da separação de bens, formando-se a partir da dissolução da sociedade conjugal uma comunhão patrimonial orientada pelo regime da comunhão parcial, já o regime de separação total de bens convencional, o qual discorre os artigos 1.687 e 1.688 do Código Civil, e o legal ou obrigatório disposto no artigo 1.641 do mesmo Código. O primeiro regime encontra sua fonte geradora na vontade dos nubentes e, por isso, reclama pacto antenupcial; já o segundo está previsto na própria lei, independendo da vontade das partes.
O legislador civil nacional criou o regime de participação final nos aquestos, o qual vem ocupar o regime dotal, sem que, no entanto, guarde relativamente a este qualquer semelhança, ele ocupa o lugar e não as características, mas adquire características próprias a dois outros regimes.
O regime de separação de bens, o qual cada cônjuge administra livremente os bens que tenha trazido para a sociedade conjugal assim como aqueles que adquirirem, por si e exclusivamente durante o matrimonio, este regime evoca regras muito parecidas às dispensadas ao regime de comunhão parcial, nesse sentido cada cônjuge possui patrimônio próprio, que administra, e do qual pode dispor livremente de bens moveis, dependendo da outorga conjugal apenas para alienação de eventuais bens imóveis conforme disposto nos artigos 1672 e 1673 do Código Civil.
 O regime de participação final nos aqüestos caracteriza-se pela existên­cia de dois patrimônios distintos,um pertencente ao homem e outro per­tencente à mulher tal situação perdura até a dissolução da sociedade conjugal, quando se fará a apuração dos bens adquiridos pelos cônjuges, a título oneroso, na constância do casamento, partilhando-os meio a meio.
O regime de participação final dos aquestos é o quarto regime previsto no Código Civil, nesse regime, prevê o artigo 1672 do Código Civil, que cada cônjuge possui patrimônio próprio (os bens adquiridos antes do casamento e os adquiridos na constância do casamento), na hipótese de dissolução da sociedade conjugal, cada cônjuge terá direito à metade dos bens adquiridos na constância do casamento, a título oneroso, ou seja, trata-se de regime hibrido que contém as regras da separação total e da comunhão parcial. Assim sendo durante o casamento funciona como separação total de bens com livre administração de bens pelos cônjuges, mas, ocorrendo à dissolução do casamento, o casal deverá partilhar os bens que foram adquiridos a título oneroso durante o período que permaneceram casados.
O art. 1679 institui quotas iguais em créditos estabelecidos em decorrência do trabalho conjunto dos cônjuges, bem como determina o condomínio em mesmas condições na hipótese dos bens terem sido adquiridos na constância do casamento e com a comunhão de esforços laborais, pelo que, como co-proprietários desses bens, aos cônjuges será lícita a administração conjunta dos mesmos e, em caso de dissolução do matrimônio, ser-lhes-á lícito demandar a dissolução do condomínio, se possível e pelos modos legais. Caso contrário, podem optar pela venda do bem e a divisão do valor auferido.
Em seguida o Código traça regras para que terceiros tenham ciência da real titularidade dos bens pertencentes aos membros do casal que se uniu em matrimônio e que escolheu esse novo regime para lhes reger as relações patrimoniais. O art. 1.680, presume que as coisas móveis, perante os credores de um dos membros do casal, ao devedor pertencem, salvo se o cônjuge não devedor conseguir provar que o bem sob litígio é bem de seu uso pessoal, como uma linha telefônica utilizada exclusivamente pelo não devedor, uma linha de telefonia móvel nessas mesmas condições, um veículo automotor utilizado da mesma forma, ao que se refere aos bens imóveis respeita, o Código repete o velho princípio de que titular do domínio é aquele que constar do registro, mas excepciona no parágrafo único do art. 1.681 do C.C, dispondo que uma vez impugnada a titularidade do bem (por um credor do cônjuge não proprietário, por exemplo), caberá ao proprietário provar a aquisição regular do bem ou dos bens.
O Código relata, ainda, as regras aplicáveis ao caso de o cônjuge proprietário e administrador ter trabalhado em detrimento da meação futura, quer por ter alienado bens sem a necessária outorga do seu (a) companheira (o), ainda que gratuitamente, quer por ter contraído dívidas que em nada aproveitaram à sociedade conjugal.
 
Assim, quando da verificação do montante dos bens aquestos e os valores dos bens que tenham sido doados por um dos cônjuges em detrimento da meação do outro, porquanto pendente da necessária autorização conjugal, serão apurados pelo valor que possuiriam no momento da dissolução, devendo ser computados no montante como forma de se repor a parte lesada, isso se o cônjuge prejudicado ou seus herdeiros não optarem por reivindicar o bem doado, direito que se lhes assiste (art. 1.675 C.C). O mesmo se dá com os bens alienados em detrimento da meação (art. 1.676 C.C), relativamente às dívidas contraídas por apenas um dos cônjuges e posteriormente ao casamento (porquanto as anteriores só ao devedor digam respeito), por elas responderá o cônjuge que a contraiu, salvo se provar que, de alguma forma, total ou parcialmente, reverteu o crédito tomado em favor do outro, quando, então, este último também responderá (art. 1.677 C.C).
Na hipótese de um cônjuge solver dívida contraída pelo outro e em seu benefício exclusivo, poderá o que pagou com seus bens exclusivos imputar tal dívida paga à meação do devedor beneficiado (art. 1.678 C.C).
Em qualquer hipótese, as dívidas exclusivas de um dos cônjuges que sejam superiores à sua meação não podem obrigar nem ao outro cônjuge, nem aos herdeiros do devedor, caso se trate de dissolução da sociedade conjugal por morte, conforme dispõe o art. 1.686 C.C., verificado o montante e descontada as dívidas imputáveis em comum ou a cada qual do s cônjuges pelas regras assinaladas, há de se proceder à partição do patrimônio. Mas pode ser que a divisão de todos os bens em natureza não seja aconselhável, pelo que é possível que se proceda ao cálculo do valor de alguns bens para que o cônjuge não proprietário receba sua parte em dinheiro, se não for possível o pagamento em espécie pelo cônjuge proprietário, é permitida, mediante apreciação judicial, a avaliação e venda de tantos bens quantos bastarem para ultimar a partilha (art. 1684 C.C).
Para o caso de dissolução da sociedade por morte de um dos cônjuges, verificar-se-á o monte sucessível após a separação dos bens conforme as regras traçadas acima, entrando então os herdeiros (descendentes, ascendentes ou mesmo o cônjuge viúvo, em sendo esse o caso) nos bens que constituam a meação do cônjuge morto e em seus bens exclusivos, tudo de acordo com a disposição do art. 1.685 C.C., em respeito a um princípio de ordem pública, que não pode ser contrariado pela vontade das partes, o direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial, quando da dissolução do regime de bens por divórcio, o montante dos aquestos deverá ser verificado à data em que cessou a convivência, não sendo possível ou sendo inconveniente a divisão de tais bens, deverá ser calculado o valor de alguns ou de todos para que o cônjuge não proprietário reponha em dinheiro.
Por fim,
determina o artigo 1.686 do CC que "as dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros".
 
 Carlos Roberto Gonçalves considera este regime, ideal para as pessoas que exercem atividades empresárias, pela liberdade que confere aos cônjuges de administrar livremente, na constância da sociedade conjugal, o seu patrimônio próprio, sem afastar a participação nos aquestos por ocasião da dissolução da aludida sociedade. Entendeu o STJ, que após a separação de fato não há de se falar em colaboração do outro cônjuge, para os bens adquiridos após o casamento para que não ocorra enriquecimento ilícito. Esse é o entendimento do STJ desde a década de 90. Essa regra está expressa no regime de participação final nos aquestos.
Característica fundamental do regime de participação final nos aquestos: A característica fundamental do regime de participação final nos aquestos consiste em que, durante o tempo que perdurar o casamento,ocorrendo a dissolução da sociedade conjugal (pela morte de um dos cônjuges, pela separação judicial ou pelo divórcio), reconstitui-se contabilmente uma comunhão de aquestos.
Apuração dos aquestos: O regime funciona como se os ganhos obtidos por cada cônjuge tivessem, na constância da vida em comum, sido divididos meio a meio no próprio momento da aquisição; contudo, como não permite a comunicação desses resultados durante a vigência do regime, mantém se os ganhos nos respectivos patrimônios. 
 
DO REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL OU ABSOLUTA
Neste regime cada cônjuge continua proprietário exclusivo de seus próprios bens, assim como se mantém na integral administração destes, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real livremente, independente de ser o bem móvel ou imóvel.
De acordo com o artigo 1.688 do CC, "estipulada à separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real". E, por fim, ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em sentido contrário no pacto antenupcial. O Regime da Separação de bens consiste na incomunicabilidade dos bens e dívidas anteriores e posteriores ao casamento, constituindo o gênero, desmembrando-se em duas espécies: 
a) Regime de Separação Absoluta na forma convencional (art. 1.687 e 1.688, do Código Civil); 
b) Regime da Separação Absoluta na forma obrigatória (art. 1.641, do Código Civil). 
O casamento, sob tal regime, não interfere na esfera patrimonial dos cônjuges, podendo cada um alienar e gravar de ônus real o seu patrimônio. Cada um conserva, com exclusividade, o domínio, a posse e a administração de seus bens e responsabilidade pelas suas dívidas
 Nem mesmo o consorte sobrevivente pode ser inventariante quando do falecimento do outro, no entanto, em razão do dever de mútua assistência, persiste a obrigação alimentar, bem como a comunicação das dívidas ou empréstimos contraídos na compra do necessário à economia doméstica. O artigo 1.641 do Código Civil elenca as hipóteses em que as pessoas são obrigadas a contraírem núpcias sob este regime, o que difere do regime da Separação de Bens Convencional, na qual os nubentes, isentos de qualquer dos impedimentos anteriormente mencionados, decidem sobre a incomunicabilidade de seus bens e dívidas, anteriores e posteriores ao casamento, através de estipulação em pacto antenupcial. 
Relativamente ao regime de separação convencional regulado pelo Código de 1916, para que os bens adquiridos não se comunicassem e por força do que esta disposto no artigo 259 desse revogado Código Civil, no pacto antenupcial além dos nubentes escolherem esse regime de separação total, era necessário que eles expressamente consignassem no pacto que os aquestos não se comunicariam, pois se assim não o fizessem, os bens adquiridos na constância do casamento de maneira onerosa se comunicariam, o que, em última análise, implicava na aplicação das regras do regime de comunhão parcial de bens. 
 Isso, no nosso atual sistema jurídico, não mais existe porque o novo Código Civil não traz nenhuma disposição semelhante àquela plasmada no artigo 259 do Código Beviláqua, de sorte que basta aos nubentes elegerem o regime de separação total, contemplado nos atuais artigos 1.687 e 1.688 do Código Civil, para que sejam incomunicáveis os bens cujo domínio pertencer a cada um deles, seja a aquisição levada a efeito antes ou durante o matrimônio. Hoje, no regime de separação de bens, cada um dos cônjuges conserva a posse e a propriedade dos bens que trouxer para o casamento, bem como dos que forem a eles sub-rogados, e dos que cada um adquirir a qualquer título na constância do matrimônio, atendidos as condições do pacto antenupcial. O novo Código estabelece verdadeiramente uma separação de patrimônios, pois no Código de 1916, mesmo no regime de separação absoluta, havia necessidade de outorga conjugal para alienação dos imóveis, assim, tanto no regime imposto por lei como no estipulado por vontade livre dos habilitantes, o patrimônio de um e outro não se comunicam, ou seja, cada um é dono de si na questão patrimonial. Sob tal regime, na vigência da sociedade conjugal, será o cônjuge que estiver na posse dos bens particulares do outro, depositário dos bens, a ele confiados (Código Civil, art. 1.652, n. III). Incumbe-lhe, pois, em relação a eles, proceder com a diligência necessária à sua guarda e conservação, restituindo-os ao outro cônjuge quando este o exigir, ou a seus herdeiros após a morte dele, com todos os frutos e acrescidos. Não lhe assiste, porém, direito ao usufruto dos bens do cônjuge, ainda que sob sua administração. 
 
As dívidas anteriores ao casamento não se comunicam e, pelas contraídas na vigência deste, responde cada um individualmente. Em caráter excepcional, pesam sobre os bens de um e de outro os encargos: a) provindos de obrigações por ato ilícito em que forem co-atores, ou praticado este pelos filhos do casal; b) mantença do lar ou da família, na proporção das cotas respectivas de contribuição; c) relativos aos atos que envolvam compromissos de um e de outro, praticados com autorização e a outorga do consorte, respectivamente. 
O art. 1.688 do Código Civil, alterando o art. 277 do Código Civil de 1916, declara que ambos os cônjuges “são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial”. Observa-se, assim, que, separados que são os patrimônios, cada um dos cônjuges tem de contribuir para as despesas conjugais, inclusive para a criação e educação dos filhos, na proporção de seus rendimentos do trabalho respectivo, como dos frutos de seus bens. Não sendo de ordem pública a disposição, o pacto antenupcial poderá estatuir diversamente. Sendo convencional devem ser atendidos os ditames acordados quer em relação a bens que eventualmente se comuniquem, quer no que respeita à administração, quer ainda em relação à quota de contribuição dos cônjuges para as despesas do casal, educação dos filhos, custeio do lar etc., ou ainda sua dispensa. 
Cabe lembrar, também, que já se consolidou entre nós a orientação no sentido de que não constitui violação do regime de bens a aquisição de patrimônio em regime de “condomínio voluntário” (arts. 1.314 / 1.326 do Código Civil). A outorga conjugal nos atos de alienação ou onerarão de bens imóveis. No diploma maior do direito privado de 1916 (art. 235, I do Código Civil) qualquer que fosse o regime de bens entre os cônjuges era mister que na alienação ou onerarão de bens imóveis houvesse a anuência do outro. Nesse sentido, embora
o outro cônjuge não comparecesse ao ato como vendedor ou outorgante era necessário o seu comparecimento para expressar a outorga uxória ou marital, conforme o caso. 
Com a vigência do novo Código, quando o casamento é realizado no regime da separação de bens convencional, a disposição de patrimônio para alienação (venda, por exemplo) ou oneração real é de livre execução do cônjuge que os possui, conforme art. 1647. Isso implica que o possuidor, nesse caso, não necessita de anuência para transmissão ou gravação de ônus real. Continua, porém, existindo, a exigibilidade de que, para os casamentos existentes sob os demais regimes (comunhão parcial, comunhão universal e participação final nos aquestos), haja a obrigatoriedade de concessão de ambos os cônjuges para a alienação ou oneração de bens imóveis. Isso continua existindo no direito civil brasileiro com o propósito de afirmar que, exceto no regime da separação de bens ainda que com alguma ressalva, tanto a atuação do marido como da mulher na sociedade conjugal não é discricionária, e assim também, o de impedir a prática de atos que possam prejudicar, ou, de qualquer forma, comprometer ou afetar a estabilidade econômica da família. súmula. 
 
 
 E o fruto da alienação não é dividido entre o casal se o regime não for o da comunhão parcial, apesar de um ter que consentir que o outro disponha de bens imóveis. No que tange ao regime de separação obrigatória de bens, a resolução se deu através da súmula 337 do STF que determina a comunicação dos bens adquiridos na constância do casamento. Tal entendimento tem como sustentáculo a questão voltada pelo comum esforço ou economia dos consortes e em relação àquele bem, bastando à onerosidade despendida por ambos para se configurar a comunicação dentro do regime de separação de bens. Desta feita, vislumbramos que a outorga uxória ou marital somente é absolutamente dispensada, nos casos arrolados nos incisos do artigo 1647 do C.C, quando o regime de bens for o da separação convencional, vez que nas hipóteses de separação obrigatória, há possibilidade de comunicação de alguns bens, conforme preceitua a aludida sumula.
A IMPOSSIBILIDADE DE CONSTITUIR SOCIEDADE
Conforme a sistemática adotada pelo Código Civil de 2002, não será permitido aos cônjuges submetidos ao regime da separação absoluta de bens constituir sociedade. Argumenta-se que tal vedação visa evitar a mudança no regime matrimonial, o que, a nosso ver, comporta questionamentos. 
A finalidade almejada entre os nubentes no regime de separação total de bens é tão somente no âmbito matrimonial, o que de plano se distingue da vida profissional, e especificamente, em se tratando de uma sociedade constituída pelo casal, que possui personalidade jurídica distinta das pessoas físicas e a cada um corresponde uma participação distinta com relação ao outro. 
Neste particular, o traço distintivo entre um tipo societário é a responsabilidade dos sócios pelas obrigações assumidas pela sociedade, e se distingue perfeitamente da relação patrimonial entre os sócios pelas dívidas contraídas pela pessoa jurídica, sendo razoável que, não havendo recursos para arcar com as obrigações da sociedade, os sócios podem ser chamados a responder com o seu patrimônio pessoal, vale dizer, o patrimônio pessoal do sócio só responde na insuficiência do patrimônio social, e pela parte da dívida equivalente a parte do mesmo no capital da empresa na proporção de suas cotas. 
De toda sorte, o legislador proibiu expressamente que aos cônjuges casados sobre os regimes de comunhão universal de bens e o da separação absoluta, não poderão constituir sociedades entre si e com terceiros (art.977 Código Civil/2002). O impedimento constante no referido dispositivo implica necessariamente interpretação literal, ferindo um princípio constitucional da isonomia sem um motivo plausível, é dizer, a não permissão de um cônjuge, que individualmente, possa contratar sociedade, ainda que sem qualquer vínculo entre si. 
 
Conclusão 
O Regime de bens tem a função de estabelecer as relações econômicas entre os cônjuges durante o Casamento, ou entre os companheiros, na União Estável, também refletindo suas consequências em terceiros alheios à relação familiar. Assim, por exemplo, no Casamento, dependendo o regime matrimonial de bens, para a concessão de fiança ou aval há a necessidade de autorização do outro cônjuge (art. 1.647, III, do Código Civil), sem a qual poderão o cônjuge ou os seus herdeiros pleitear a decretação de invalidade do ato praticado sem o devido consentimento (art. 1.650, do Código Civil), o que não ocorre na separação de bens, pois a incomunicabilidade é absoluta (art.1.687, do Código Civil). 
A importância do regime de bens, de uma forma geral, se dirige a dois aspectos: um, à dissolução de relação matrimonial ou de União Estável em vida (no casamento, por separação judicial ou divórcio direto, ou por reconhecimento e dissolução de União Estável); e outro, no caso de morte do (a) cônjuge ou do (a) companheiro (a), abrindo-se a sucessão hereditária. 
O matrimônio, é instituto basilar de toda e qualquer sociedade, por ser à base da família e sustentáculo da moralidade pública e privada, passou a ter significativa importância na atual legislação ordinária e constitucional, tendo como um de seus princípios base, a regulação econômica entre os cônjuges, na constância do casamento. 
Bibliografia 
 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8247
DINIZ, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, volume 5: direito de família 28 ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
Carlos, Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro volume 6: direito de família , 11ª edição São Paulo editora Saraiva , 2014

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