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Potência CA A.C. APLICAÇÕES E PROBLEMAS PROF. VIVIANA RAQUEL ZURRO 1 Sumário POTÊNCIA ELÉTRICA ................................................................................................................... 2 Potência em contínua .................................................................................................................. 2 Potência em corrente alternada ................................................................................................... 2 Triângulo de potências: ............................................................................................................ 2 Potência instantânea ................................................................................................................... 3 Potência média............................................................................................................................ 4 POTÊNCIA COMPLEXA E FATOR DE POTÊNCIA ........................................................................ 5 Potência aparente ....................................................................................................................... 6 Fator de potência ........................................................................................................................ 6 Potência complexa ...................................................................................................................... 7 Correção do fator de potência ..................................................................................................... 8 Cargas indutivas ...................................................................................................................... 9 Cargas capacitivas ................................................................................................................. 11 Selos de eficiência energética ................................................................................................... 11 Conclusões ............................................................................................................................... 12 PROBLEMAS RESOLVIDOS........................................................................................................ 13 Referências ................................................................................................................................... 18 2 POTÊNCIA ELÉTRICA Podemos dizer que ainda hoje uma das maiores preocupações mundiais refere-se ao consumo de energia elétrica. Além de a energia elétrica aumentar o orçamento das famílias, sua produção e sua distribuição constituem um grande desafio para todos os países. A potência é por definição a variação da energia (liberada ou absorvida) em função do tempo e é medida em watts [W]. Também podemos dizer que é uma grandeza física que mede a energia que está sendo transformada na unidade de tempo, ou seja, mede o trabalho realizado por uma determinada máquina na unidade de tempo. Mas existem diferenças entre a potência elétrica em corrente contínua e em corrente alternada. Potência em contínua Em tensão (corrente) contínua a potência é medida em Watts [W] e é calculada pela Lei de Ohm: 𝑃 = 𝑉. 𝐼 = 𝐼2. 𝑅 = 𝑉2 𝑅 [𝑊] Onde V é a tensão medida em Volts [V], e I a corrente medida em Amperes [A]. Potência em corrente alternada Quando a tensão e a corrente são alternadas e encontramos 3 tipos de potência: ▪ Potência ativa: potência que efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz, movimento, etc. Medida em W. ▪ Potência reativa: potência usada apenas para criar e manter os campos eletromagnéticos das cargas reativas. Medida em VAR. ▪ Potência aparente: módulo da soma vetorial das potências ativa e reativa, ou seja, é a potência total fornecida pelo gerador. Medida em VA. Triângulo de potências: A Figura 1 mostra a representação das três potências no chamado triângulo de potências. Figura 1: Triângulo de potências. P: potência real ou ativa. Q: potência reativa. S: potência aparente. 3 Uma analogia das potências em corrente alternada pode ser vista na Figura 2, resumindo graficamente as três potências definidas anteriormente Figura 2: Analogia das potências em corrente alternada. Potência instantânea Potência é a “velocidade” com que se consome ou absorve energia: 𝑝 ≜ 𝑑𝑤 𝑑𝑡 (1) Onde p é a potência em Watts [W], w a energia em Joules [J] e t o tempo em segundos [s]. Por definição 𝑣 = 𝑑𝑤 𝑑𝑞 e 𝑖 = 𝑑𝑞 𝑑𝑡 , portanto: 𝑝 = 𝑑𝑤 𝑑𝑡 = 𝑑𝑤 𝑑𝑞 . 𝑑𝑞 𝑑𝑡 = 𝑣. 𝑖 (2) Considerando uma tensão senoidal aplicada a uma impedância de carga, a corrente que circulará por essa carga dependerá do valor da impedância (módulo e ângulo). 𝑣(𝑡) = �̂�. cos(𝜔𝑡 + 𝜑𝑣) 𝑖(𝑡) = 𝐼. cos (𝜔𝑡 + 𝜑𝑖) Onde �̂� e 𝐼 são a tensão máxima e a corrente máxima aplicadas à impedância, 𝜑𝑣 e 𝜑𝑖 são os ângulos iniciais da tensão e da corrente respectivamente, e 𝜔 é a frequência angular da senoide. Cabe lembrar que sendo uma impedância 𝑍 = |𝑍|∠𝜑, a diferença entre os ângulos de tensão e corrente será 𝜑, portanto, quem determina o ângulo entre tensão e corrente é a impedância: 𝜑 = 𝜑𝑣 − 𝜑𝑖. 𝑝(𝑡) = 𝑣(𝑡). 𝑖(𝑡) = �̂�. 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜑𝑣) . 𝐼. 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝑡 + 𝜑𝑖) (3) Aplicando identidade trigonométrica: 4 𝑐𝑜𝑠𝐴. 𝑐𝑜𝑠𝐵 = 1 2 [𝑐𝑜𝑠(𝐴 − 𝐵) + 𝑐𝑜𝑠(𝐴 + 𝐵)] (4) Trabalhando com as equações (3) e (4): 𝑝(𝑡) = �̂�𝐼. 1 2 [𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜑𝑣 − 𝜔𝑡 − 𝜑𝑖) + 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝑡 + 𝜑𝑣 + 𝜔𝑡 + 𝜑𝑖)] (5) 𝑝(𝑡) = �̂�𝐼. 1 2 [𝑐𝑜𝑠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) + 𝑐𝑜𝑠 (2𝜔𝑡 + 𝜑𝑣 + 𝜑𝑖)] (6) 𝑝(𝑡) = �̂�𝐼. 1 2 𝑐𝑜𝑠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) + �̂�𝐼. 1 2 𝑐𝑜𝑠 (2𝜔𝑡 + 𝜑𝑣 + 𝜑𝑖) (7) A potência instantânea é composta por uma parte é constante e independente do tempo que depende somente da diferença de fase entre a tensão e a corrente, e uma parte senoidal com frequência igual a 2ω. A Figura 3 mostra a variação da potência instantânea. Quando p(t) é positiva, a potência é absorvida pelo circuito. Se p(t) é negativa, a potência é absorvida pela fonte. Isto é, a potência é transferida do circuito para a fonte. Isto é possível por causa dos elementos armazenadores do circuito (capacitores e indutores). Figura 3: Variação da potência instantânea em função do tempo. O valor médio da potência instantânea é a potência média. Potência média A potência instantânea muda com o tempo, portanto é difícil de medir. A potência média é mais conveniente de ser medida com um wattímetro. Ela é a média da potência instantânea ao longo de um período e é calculada com o termo em vermelho da equação (7) É possível calcular também a potência média quando a tensão e a corrente estão no domínio da frequência. Sendo 𝑽 = �̂�∠𝜑𝑣 e 𝑰 = 𝐼∠𝜑𝑖 1 2 𝑽𝑰∗ = 1 2 �̂�. 𝐼. [cos(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) + 𝑗𝑠𝑒𝑛 (𝜑𝑣 − 𝜑𝑖)] (8) Onde P é a parte real desta expressão 5 𝑃 = 1 2 𝑅𝑒[𝑽𝑰∗] = 1 2 �̂�. 𝐼. cos(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) (9) Considerando dois casos especiais: • Quando 𝜑𝑣 = 𝜑𝑖 o circuito é puramente resistivo. 𝑃 = 1 2 �̂�. 𝐼. cos(0𝑜) = 1 2 �̂�. 𝐼 = 1 2 . 𝐼2𝑅 (10) Mostrando que um circuito puramente resistivo absorve potência o tempo todo. • Quando 𝜑𝑣 − 𝜑𝑖 = ±90 𝑜 o circuito é puramente reativo. 𝑃 = 1 2 �̂�. 𝐼. cos(90𝑜) = 0 (11) Mostrando que um circuito puramente reativo não absorve potência. Em resumo, uma carga puramente resistiva (R) absorve potência o tempo todo e uma carga puramente reativa (L, C) não absorve nenhuma potência média. POTÊNCIACOMPLEXA E FATOR DE POTÊNCIA Foi aplicado um esforço considerável ao longo dos anos para expressar as relações de potência da forma mais simples possível. Os engenheiros de sistemas de potência criaram o termo Potência Complexa para determinar o efeito total das cargas em paralelo. A potência complexa é importante na análise de potência por conter todas as informações pertinentes à potência absorvida por uma determinada carga. Vamos definir primeiramente o que é valor eficaz de um sinal. Por definição, o valor eficaz de uma corrente alternada é o valor da intensidade de uma corrente contínua que produziria, numa resistência, a mesma dissipação de potência que a corrente alternada em questão. O valor eficaz de um sinal periódico é a raiz quadrada do valor médio quadrático RMS (root mean square). Este valor é calculado segundo a equação (12): 𝐼𝑅𝑀𝑆 = √ 1 𝑇 ∫ 𝑖(𝑡)2𝑑𝑡 𝑇 0 (12) Para sinais senoidais 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼 √2 e 𝑉𝑅𝑀𝑆 = �̂� √2 . Na Figura (4) podemos ver uma senoide com seus valores de interesse. 6 Figura 4: Senoide de tensão com seus valores de interesse. Potência aparente A potência aparente é assim chamada porque parece que deve ser o produto da tensão pela corrente, por analogia com circuitos resistivos em CC mas na realidade é o módulo da potência complexa. Ela é medida em Volt Ampere [VA] para diferenciá-la da potência média, real ou ativa que é medida em W. Sendo 𝑉𝑅𝑀𝑆 = �̂� √2 e 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝐼 √2 𝑃 = 1 2 �̂�. 𝐼. cos(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) = 𝑉𝑅𝑀𝑆 𝐼𝑅𝑀𝑆 cos(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) (13) A potência aparente é definida como: 𝑆 = 1 2 �̂�. 𝐼 = 𝑉𝑅𝑀𝑆𝐼𝑅𝑀𝑆 [𝑉𝐴] (14) Fator de potência é: 𝐹𝑃 = 𝑐𝑜𝑠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) Portanto: 𝑃 = 𝑆. 𝐹𝑃 Fator de potência O fator de potência (FP) é uma medida do aproveitamento da energia e é a razão entre a potência ativa e a potência aparente. 𝐹𝑃 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑉. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑉. 𝐼 = 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 𝑃 𝑆 (15) 𝜑 = 𝜑𝑣 − 𝜑𝑖 7 Onde φ é o ângulo de fase da impedância de carga ou ângulo do fator de potência. O ângulo da impedância determina a defasagem entre tensão e corrente. O fator de potência é um número adimensional entre 0 e 1. Quando o FP é igual a zero (0), o fluxo de energia é inteiramente reativo, e a energia armazenada é devolvida totalmente à fonte em cada ciclo. Quando o fator de potência é unitário, toda a energia fornecida pela fonte é consumida pela carga. Resumindo: • O fator de potência afeta a tarifação da energia elétrica. • Dependendo do tipo de carga do sistema o mesmo pode ser: o Atrasado para cargas indutivas. o Adiantado para cargas capacitivas. • O ângulo do fator de potência é o ângulo da impedância de carga. Fator de potência indutivo A corrente (i) está atrasada em relação à tensão (v). A carga possui característica indutiva. FP<1 (atrasado). Fator de potência capacitivo A corrente (i) está adiantada em relação à tensão (v). A carga possui característica capacitiva. FP<1 (adiantado). Na Figura 5 podemos ver sinais de tensão e corrente em cargas predominantemente indutivas e predominantemente capacitivas. (a) (b) Figura 5: (a) Relação entre tensão e corrente em uma carga predominantemente indutiva, a corrente está atrasada em relação à tensão. (b) Relação entre tensão e corrente em uma carga predominantemente capacitiva, a corrente está adiantada em relação à tensão. Potência complexa A potência complexa contém todas as informações relativas à potência absorvida por uma determinada carga. Dada a forma fasorial da tensão e da corrente: 𝑽 = �̂�∠𝜑𝑣, 𝑰 = 𝐼∠𝜑𝑖 e 𝑰 ∗ = 𝐼∠−𝜑𝑖 8 𝑽𝑹𝑴𝑺 = �̂�∠𝜑𝑣 √2 = 𝑽 √2 e 𝑰𝑹𝑴𝑺 = 𝐼∠𝜑𝑖 √2 = 𝑰 √2 A potência complexa é: 𝑺 = 1 2 𝑽𝑰∗ = 𝑽𝑹𝑴𝑺𝑰𝑹𝑴𝑺 ∗ (16) Em função da potência aparente: 𝑺 = 𝑆∠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) (17) Na forma retangular: 𝑺 = 𝑆𝑐𝑜𝑠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) + 𝑗𝑆𝑠𝑒𝑛(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) (18) 𝑺 = 𝑃 + 𝑗𝑄 (19) 𝑃 = 𝑆𝑐𝑜𝑠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) (20) 𝑄 = 𝑆𝑠𝑒𝑛(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) (21) Sendo 𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋 𝑃 = 𝑅𝑒(𝑺) = 𝑰𝟐𝑹𝑴𝑺. R (22) 𝑄 = 𝐼𝑚(𝑺) = 𝑰𝟐𝑹𝑴𝑺. X (23) Onde P é a potência média, real ou ativa e depende a resistência de carga. Q é a potência reativa e depende da reatância de carga e é uma medida da troca de energia entre a fonte e a parte reativa da carga. Q é medida em VAR, Volt Ampere reativo. • Q=0 para cargas resistivas (FP unitário). • Q<0 para cargas capacitivas (FP adiantado). • Q>0 para cargas indutivas (FP atrasado). Figura 6: Triângulo de potências para cargas resistivas, indutivas e capacitivas. Correção do fator de potência A maioria das cargas de eletrodomésticos (máquinas de lavar roupa, aparelhos de ar condicionado, refrigeradores etc.) e também industriais (como motores de indução) são indutivas e operam com fator de potência baixo e com atraso. Não é possível mudar isto devido a que o campo eletromagnético é inerente a sistemas indutivos e a qualquer sistema elétrico. Mas é possível corrigir esse fator de potência usando alguns artifícios. 9 Frequentemente é possível corrigir o fator de potência para um valor próximo ao unitário. Essa prática é conhecida como correção do fator de potência e é conseguida mediante o acoplamento de bancos de indutores ou capacitores, com uma potência reativa Q contrário ao da carga, tentando ao máximo anular essa componente. Por exemplo, o efeito indutivo de motores pode ser anulado com a conexão em paralelo de um capacitor (ou banco) junto ao equipamento. No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL estabelece que o fator de potência, indutivo ou capacitivo, nas unidades consumidoras, não deve ser inferior a 0,92. Esse limite é determinado pelo Artigo nº 64 da Resolução ANEEL nº456 de 29/11/2000. Cargas indutivas Sendo uma carga indutiva o fator de potência é aumentado ou corrigido colocando um capacitor ou um banco de capacitores em paralelo com a carga como mostra a Figura 7. Pelo diagrama de fasores, é possível observar que a corrente drenada pela carga indutiva é maior que a corrente entregue pela fonte após a correção do FP. (a) (b) Figura 7: (a) Carga indutiva sem e com capacitor de correção do FP. (b) Diagrama de fasores com correção do FP (ALEXANDER e SADIKU, 2006). As concessionárias de energia cobram mais por correntes maiores, pois resultam em perdas de potência maiores (𝑃 = 𝐼𝐿 2𝑅). 10 Figura 8: Correção do fator de potência. Considerando uma carga predominantemente indutiva e verificando as equações (20) e (21): 𝑃 = 𝑆. 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑄 = 𝑆. 𝑠𝑒𝑛𝜑 Sendo 𝜑 o ângulo entre tensão e corrente (ângulo da impedância): 𝜑 = 𝜑𝑣 − 𝜑𝑖. Onde P é a potência média dissipada pela carga e Q é a potência reativa consumida pela carga. A partir da equação (20) a potência aparente é: 𝑆 = 𝑃 𝑐𝑜𝑠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) = 𝑃 𝑐𝑜𝑠𝜑 (24) Substituindo na equação (21) 𝑄 = 𝑃 𝑐𝑜𝑠𝜑 . 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 𝑃. 𝑡𝑔𝜑 (25) Como a carga é indutiva, para corrigir o ângulo para um ângulo próximo de zero é necessário colocar capacitores em paralelo com a mesma. O ângulo final após a correção será φ1. 𝑄1 = 𝑃. 𝑡𝑔𝜑1 (26) A redução da potência reativa é proporcionada pelo capacitor de shunt. A potência reativa necessária do capacitor será calculada considerando: 𝑄𝐶 = 𝑄 − 𝑄1 = 𝑃. (𝑡𝑔𝜑 − 𝑡𝑔𝜑1) (27) Onde Q é a potência reativa inicial da carga sem correção, Q1 é a potência reativa correspondente ao FP corrigido e QCé a potência reativa do capacitor de correção. A partir da equação (23): 𝑄𝐶 = 𝐼𝑚(𝑺) = 𝑰 𝟐 𝑹𝑴𝑺. 𝑋𝐶 = 𝑽𝟐𝑹𝑴𝑺 𝑋𝐶 (28) Q S1 P [W} + ind Q [Var] - cap Q1 S Qcap 1 P 11 Como 𝑋𝐶 = 1 𝜔𝐶 : 𝑄𝐶 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑋𝐶 = 𝜔𝐶. 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 (29) Portanto: 𝐶 = 𝑄𝐶 𝜔𝑉𝑅𝑀𝑆 2 = 𝑃. (𝑡𝑔𝜑 − 𝑡𝑔𝜑1) 𝜔𝑉𝑅𝑀𝑆 2 (30) Como 𝑉𝑅𝑀𝑆 = �̂� √2 ⟹ 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 = �̂�2 2 Então: 𝐶 = 𝑄𝐶 𝜔(�̂�2 2⁄ ) = 2. 𝑄𝐶 𝜔�̂�2 = 2. 𝑃. (𝑡𝑔𝜑 − 𝑡𝑔𝜑1) 𝜔�̂�2 (31) A potência P não é afetada pela correção do FP. Cargas capacitivas Embora a situação mais comum seja uma carga indutiva, também é possível que a carga seja capacitiva. Para isso, o elemento de correção será um indutor. 𝑄𝐿 = 𝑄 − 𝑄1 = 𝑃. (𝑡𝑔𝜑 − 𝑡𝑔𝜑1) Como 𝑄𝐿 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝑋𝐿 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝜔𝐿 Então: 𝐿 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝜔𝑄𝐿 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝜔𝑃. (𝑡𝑔𝜑 − 𝑡𝑔𝜑1) = �̂�2 2𝜔𝑄𝐿 = �̂�2 2𝜔𝑃. (𝑡𝑔𝜑 − 𝑡𝑔𝜑1) (32) A potência P não é afetada pela correção do FP. Selos de eficiência energética Os produtos etiquetados que apresentam o melhor desempenho energético em sua categoria poderão também receber um selo de eficiência energética. Isto significa que estes produtos foram premiados como os melhores em termos de consumo específico de energia e faz a distinção dos mesmos para o consumidor. Para os equipamentos elétricos domésticos etiquetados é concedido anualmente o Selo Procel. 12 Figura 9: Selo Procel de consumo de energia (eficiência energética). Conclusões As perdas de energia aumentam com o aumento da corrente elétrica transmitida. Quando a carga tem fator de potência menor do que 1, mais corrente é requerida para suprir a mesma quantidade de potência útil. As concessionárias de energia estabelecem que os consumidores, especialmente os que possuem cargas maiores, mantenham os fatores de potência de suas instalações elétricas dentro de um limite mínimo, caso contrário serão penalizados com cobranças adicionais. Engenheiros frequentemente analisam o fator de potência de uma carga como um dos indicadores que afetam a eficiência da transmissão e geração de energia elétrica. 13 PROBLEMAS RESOLVIDOS 1. A corrente 𝑖(𝑡) resulta da aplicação da tensão 𝑣(𝑡) numa determinada carga. Para este caso se pede para: a. Calcular a potência ativa dissipada. b. O tipo de carga: valor e fator de potência. 𝑣(𝑡) = 120 cos(377𝑡 + 45𝑜) [𝑉] 𝑖(𝑡) = 10 cos(377𝑡 − 10𝑜) [𝐴] Resolução: a) Potência ativa: 𝑃 = 1 2 �̂�. 𝐼. cos(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) = 120.10 2 𝑐𝑜𝑠(45𝑜 − (−10𝑜)) 𝑷 = 𝟑𝟒𝟒, 𝟐 [𝑾] b) Como a tensão está adiantada em relação à corrente, a carga é indutiva. Para calcular o valor da carga, calcularemos primeiramente os fasores da tensão e da corrente: 𝑉 = �̂�∠𝜑𝑣 = 120∠45 0 𝐼 = 𝐼∠𝜑𝑖 = 10∠ − 10 0 𝑍 = 𝑉 𝐼 = 120∠450 10∠ − 100 𝒁 = 𝟏𝟐∠𝟓𝟓𝟎 𝑭𝑷 = 𝒄𝒐𝒔(𝟓𝟓𝟎) = 𝟎, 𝟓𝟕𝟑 𝒂𝒕𝒓𝒂𝒔𝒂𝒅𝒐 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2. Calcule a potência média absorvida por uma impedância 𝑍 = 30 + 𝑗70 [𝛺] quando é aplicada uma tensão 𝑉 = 120∠00. Resolução: 𝐼 = 𝑉 𝑍 = 120∠00 30 − 𝑗70 = 𝐼 = 𝑉 𝑍 = 120∠00 30 − 𝑗70 = 120∠00 76,16∠ − 66,80 = 1,576∠66,80 𝑃 = �̂�𝐼 2 ⋅ cos(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) = 120.1,576 2 cos(00 − 66, 80) 𝑷 = 𝟑𝟕, 𝟐𝟒 [𝑾] ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 3. Uma carga ligada em série drena uma corrente 𝑖(𝑡) quando a tensão aplicada é 𝑣(𝑡). Determine a potência aparente e o fator de potência da carga. Estabeleça os valores dos elementos que compõem a carga. 𝑣(𝑡) = 120 cos(100𝜋𝑡 − 20𝑜) [𝑉] 𝑖(𝑡) = 4 cos(100𝜋𝑡 + 10𝑜) [𝐴] Resolução: 𝑆 = �̂�𝐼 2 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 ⋅ 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 120.4 2 𝑺 = 𝟐𝟒𝟎 [𝑽𝑨] 𝐹𝑃 = cos(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) = cos(−20 𝑜 − 10𝑜) 𝑭𝑷 = 𝟎, 𝟖𝟔𝟔 (𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜) 𝑍 = 𝑽 𝑰 = 120∠−20𝑜 4∠10𝑜 = 30∠−30𝑜 = 𝟐𝟓, 𝟗𝟖 − 𝒋𝟏𝟓 [𝜴] A carga pode ser representada por um resistor de 25,98Ω em série com um capacitor de: 𝑋𝐶 = 1 𝜔𝐶 = 15 ⟹ 𝐶 = 1 𝜔𝑋𝐶 Então: 𝐶 = 1 15𝜔 = 1 15.100𝜋 = 𝟐𝟏𝟐, 𝟐 [𝝁𝑭] ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4. Determine o fator de potência do circuito visto pela fonte. Calcule a potência média liberada pela fonte (NATIONAL INSTRUMENTS, 2016). Resolução: 𝑍𝑒𝑞 = 6 + (4 ∥ (−𝑗2)) = 6,8 − 𝑗1,62 [𝛺] = 7∠−13,4 𝑜 [𝛺] 15 𝑭𝑷 = 𝒄𝒐𝒔(−𝟏𝟑, 𝟒𝒐) = 𝟎, 𝟗𝟕𝟑 𝒂𝒅𝒊𝒂𝒏𝒕𝒂𝒅𝒐 Como a carga é capacitiva, a corrente adianta à tensão, portanto, o FP é adiantado. oO valor RMS da corrente é: 𝑰𝑹𝑴𝑺 = 𝑽𝑹𝑴𝑺 𝑍 = 30∠0𝑜 7∠−13,4𝑜 = 4,286∠13,4𝑜 [𝐴] 𝑃 = 𝑽𝑹𝑴𝑺. 𝑰𝑹𝑴𝑺. 𝐹𝑃 = 𝑰 𝟐 𝑹𝑴𝑺. 𝑅 Onde R é a parte resistiva da impedância. 𝑃 = 𝑽𝑹𝑴𝑺. 𝑰𝑹𝑴𝑺. 𝐹𝑃 = 30 . 4,286 . 0,973 = 𝟏𝟐𝟓 [𝑾] ou 𝑃 = 𝑰𝟐𝑹𝑴𝑺. 𝑅 = 4,286 2 . 6,8 = 𝟏𝟐𝟓 [𝑾] ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5. Quando conectada à rede elétrica de 120V (RMS), 60 Hz, uma carga indutiva absorve 4kW com um fator de potência igual a 0,8. Determine o valor da capacitância necessária para elevar o FP para 0,95. Resolução: 𝑐𝑜𝑠 𝜑 = 0,8 ⟹ 𝜑 = 36,87𝑜 𝑄 = 𝑃. 𝑡𝑔𝜑 = 4. 103𝑡𝑔(36,87𝑜) = 3000 [𝑉𝐴𝑅] 𝑐𝑜𝑠 𝜑1 = 0,95 ⟹ 𝜑1 = 18,19 𝑜 𝑄1 = 𝑃. 𝑡𝑔𝜑1 = 4. 10 3𝑡𝑔(18,19𝑜) = 1314,4 [𝑉𝐴𝑅] 𝑄𝐶 = 𝑄 − 𝑄1 = 1685,6 [𝑉𝐴𝑅] 𝐶 = 𝑄𝐶 𝜔𝑉𝑅𝑀𝑆 2 = 1685,6 120𝜋. 1202 𝑪 = 𝟑𝟏𝟎, 𝟓µ𝑭 Nota: Os capacitores são dimensionados de acordo com a tensão que vão suportar. Neste caso a tensão que deverá suportar será igual ao valor de pico da tensão (120. √2) que é aproximadamente 170V portanto, será necessário colocar um capacitor com tensão nominal acima de 170V. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6. Sendo 𝑍1 = 124∠0 𝑜 [𝛺], 𝑍2 = 20 − 𝑗25 [𝛺] e 𝑍3 = 90 + 𝑗80 [𝛺], calcular: a. P e Q. b. Verificar e calcular o elemento necessário para aumentar o FP para 0,98. 16 Resolução: a) Cálculo das potências ativa e reativa 𝑍𝑒𝑞 = 124 ∥ (20 − 𝑗25) ∥ (90 + 𝑗80) 𝑍𝑒𝑞 = 22,55 − 𝑗12,60 = 25,83∠−29,2 𝑜 𝐼𝑅𝑀𝑆 = 220∠−120𝑜 25,83∠−29,2𝑜 = 8,51∠−90,8𝑜 [𝐴] 𝑃 = 220 . 8,51 𝑐𝑜𝑠(−29,2𝑜) = 𝟏𝟔𝟑𝟓 [𝑾] 𝑄 = 220 . 8,51 𝑠𝑒𝑛(−29,2𝑜) = −𝟗𝟏𝟑, 𝟑𝟕 [𝑽𝑨𝑹] b) A carga é predominantemente capacitiva, portanto é necessário um indutor para corrigir o FP. 𝐹𝑃 = cos(−29,2𝑜) = 0,55 𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 𝜑 = 𝑐𝑜𝑠−1(0,98) = −11,47𝑜 𝑄1 = 𝑃. tg(−11,47 𝑜) = −331,75 [𝑉𝐴𝑅] 𝑄𝐿 = 𝑄 − 𝑄1 = |−913,37 + 331,75| = 581,62 [𝑉𝐴𝑅] 𝐿 = 𝑉𝑅𝑀𝑆 2 𝜔𝑄𝐿 = 2202 120𝜋. 581,62 𝑳 = 𝟐𝟐𝟎, 𝟕 [𝒎𝑯] ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7. Um circuito RLC está conectado à rede elétrica como indica a figura, calcular o elemento necessário para elevar o fator de potência do mesmo para 0,97. 17 Resolução: 𝜔 = 2𝜋𝑓 = 120𝜋 [𝑟𝑎𝑑 𝑠 ] 𝑋𝐿 = 𝜔𝐿 = 120𝜋 ⋅ 100.10 −3 ≅ 37,7 [𝛺] 𝑋𝐶 = 1 𝜔𝐶 = 1 120𝜋 ⋅ 10−3 = 2,65 [𝛺] 𝑍𝑒𝑞 = 𝑅 + 𝑗 (𝜔𝐿 − 1 𝜔𝐶 ) = 10 + 𝑗(37,7 − 2,65) 𝑍𝑒𝑞 = 10 + 𝑗35,04 = 36,44∠74,07 𝑜 [𝛺] Ângulo positivo, portanto, a carga é predominantemente indutiva. Será necessário um capacitor para corrigir o FP. Para um FP de 0,97 o ângulo final deverá ser: 𝜑1 = cos −1(0,97) = 14,07𝑜 Para poder calcular o capacitor, primeiramente devemos calcular a potência ativa. 𝐼 = 𝑉 𝑧𝑒𝑞 = 180∠0𝑜 3 6, 44∠74,07𝑜 = 4,94∠ − 74,07𝑜 [A] 𝑃 = �̂�𝐼 2 𝑐𝑜𝑠(𝜑𝑣 − 𝜑𝑖) = 180.4,94 2 ⋅ 𝑐𝑜𝑠(74,070) = 122,017 [𝑊] 𝑄𝐶 = 𝑃(𝑡𝑔 𝜑 − 𝑡𝑔 𝜑1) = 211,341 [𝑉𝐴𝑅] 𝑪 = 𝟐𝑸𝑪 𝝎�̂�𝟐 = 𝟑𝟒, 𝟔 [𝝁𝑭] 18 Referências ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. Tradução de Gustavo Guimarães Parma. Porto Alegre: Bookman, 2006. NATIONAL INSTRUMENTS. MultisimLive. Beta Multisim, 2016. Disponivel em: <https://beta.multisim.com/>.
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