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PARA TCC DE HISTORIA UMA SUGESTAO

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FORMAÇÃO CONTINUADA E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES
EDUCAÇÃO
Reflexões sobre o processo formativos dos educadores e futuros professores para a mediação do processo ensino-aprendizagem.
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RESUMO
Este artigo tratará a respeito da formação dos docentes. Como ponto de partida reflexões sobre o processo formativo dos educadores e futuros professores para a mediação do processo ensino-aprendizagem. Nesse aspecto, o professor torna-se um dos principais atores dessas mudanças, portanto, sua formação e sua prática tem sido e continua sendo motivo de estudo.
Percebemos que a profissão de professor é muito árdua, mas que para quem realmente quer fazer a diferença vai em busca de novas possibilidades de incluir em sua prática novas metodologias, que irão contribuir no seu trabalho e na qualidade do ensino. Entre essas alternativas incluem os processos de formação, como a história de vida de alguns professores, alguns que decidem entrar na carreira somente pelo fato de não ter outra opção, outros porque gostam , amam a profissão. Nesse sentido há necessidades de refletir sobre essa prática docente e a partir do momento que há uma reflexão sobre as experiências de vida já esta havendo uma relação com o processo de formação.
A formação teórica e a prática poderão contribuir para o melhoramento da qualidade de ensino visto que as mudanças sociais que poderão gerar transformações no que tange ao ensino-aprendizagem são decorrentes de um ensino de qualidade, onde será necessária uma qualificação profissional e pessoal.
Nesse sentido os educadores poderão refletir sobre sua prática e a partir daí procurar aperfeiçoamentos que poderão ser cursos de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado ou até mesmo palestras, seminários, leituras de livros entre eles os de grandes teóricos da educação. A partir do estudo dos mesmos confrontar as idéias, experiências vivenciadas pelos mesmos e fazer a associação com os problemas enfrentados na prática docente a fim de uma resposta para os problemas enfrentados em sala de aula. Por isso, há a necessidade do educador fazer um paralelo entre a teoria e a prática, visto que, um depende do outro. Sabemos que o educador não é valorizado o suficiente pelo trabalho que desenvolve, no entanto, nem por isso o mesmo deixará de ir em busca de formação para melhor desempenhar o seu trabalho.
Palavras-chave: Formação, Professores, Metodologia, e Ensino de história.
1. Formação e valorização do docente
A formação e o trabalho docente é uma questão importante uma vez que o mesmo deve estar consciente que sua formação deve ser contínua e está relacionada ao seu dia-a-dia, segundo Nóvoa (2003 p.23) “O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola como lugar de crescimento profissional permanente”. Para este estudioso a formação continuada se dar de maneira coletiva e depende de experiência, reflexões como instrumentos de análise.
O docente não pode se privar de estudar, grande são os desafios que o profissional enfrenta, mas manter-se atualizado e desenvolver prática pedagógica é indispensável para que haja maior mobilização na formação de professores, é necessário criar condições favoráveis tanto na formação continuada quanto na valorização do mesmo.
Para Romanowski (2009,p. 138)
“A formação continuada é uma exigência para os tempos atuais.Desse modo, pode-se afirmar que a formação docente acontece em continuum,iniciada com a escolarização básica, que de pois se complementa nos cursos de formação inicial, com instrumentalização do professor para agir na prática social, para atuar no mundo e no mercado de trabalho”.
As universidades vêm ocupando um papel essencial, mas não é o único, para a formação de professores. O desenvolvimento profissional não corresponde só a cursos de formação de professores mas soma ao conhecimento adquiridos ao longo da vida. A formação não conduz só no saber na sala de aula é preciso garantir uma gestão escolar de qualidade e diversas práticas pedagógicas e na perspectiva histórico, sócio-cultural.
Os docentes precisam de qualificação tanto na área pedagógica como nos campos específicos do conhecimento.A formação inicial deve passar por reformulação profundas .Isso implica em garantir ao profissional um conhecimento básico para a sua atuação no âmbito escolar, pois a aprendizagem ocorre quando por meio de uma experiência mudamos nosso conhecimento anterior sobre uma idéia , comportamento ou conceito.Nesse sentido procuramos sempre adquirir conhecimentos seja através de uma graduação, pós-graduação, seminários , palestras , encontros pedagógicos em fim todos os cursos que venham contribuir para a nossa formação pessoal e profissional.Além disso, colocamos em prática o que aprendemos no exercício da profissão com o desejo de contribuir para um melhor desempenho ,uma melhor aprendizagem dos alunos.
Com efeito,os grandes pensadores tem contribuído muito no processo educacional,sabemos que muitos tem procurado desvendar problemas que ora para muitos profissionais da educação não sabiam como resolver, lidar com determinados problemas enfrentados na prática pedagógica.E é percebível que muitos tem procurado por em prática essas teorias e tem obtido resultado satisfatórios pois sabemos que por trás de cada professor , em qualquer sala do mundo, estão séculos de reflexões sobre o ofício de educar e o trabalho desses profissionais vem sendo desenvolvidos através das idéias desses teóricos que passaram a ser incorporadas a prática pedagógica desses profissionais. Quem não conhece Vygotsky? O teórico que aos educadores interessa em particular os estudos sobre o desenvolvimento intelectual?
Na teoria de desenvolvimento intelectual de Vygotsky, sustenta que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas.Essa teoria tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento ,sendo essa teoria considerada, histórico social. O conhecimento que permite o desenvolvimento mental se dá na relação com os outros .Nessa perspectiva o professor constrói sua formação , fortalece e enriquece seu aprendizado.Portanto é importante ver a pessoa do professor e valorizar o saber de sua experiência. Nesse sentido para Nóvoa (1997.p.26).
“A troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar simultaneamente, o papel de formador e de formando”.
Estudos indicam que existe necessidade de que o professor seja capaz de refletir sobre a sua prática e direcioná-la segundo a realidade em que atua, voltada aos interesses e das necessidades dos alunos. Nesse aspecto, Freire, (1996, p.43) afirma que : “ É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que pode melhorar a próxima prática”.Dessa forma há uma necessidade de o educador adequar o conteúdo ao nível cognitivo e a experiência das crianças para que os mesmos possam ser compreendidos por qualquer aluno.
Para maior mobilização de conceito de reflexão na formação de professores é necessário criar condições de trabalho em equipe entre discente.Sendo assim isso sugere que a escola deve criar espaço para seu crescimento .Além de bons salários e de formação adequada é preciso garantir uma gestão escolar competente, onde acabe com o isolamento da sala de aula.Nesse sentido, Shôn (1997,p.87)nos diz que :
(...) O desenvolvimento de uma prática reflexiva eficaz tem que integrar o contexto institucional. O professor tem que se tornar um navegador atento a burocracia. E os responsáveis escolares que queiram encorajar os professores a tornarem-se profissionais reflexivos devem criar espaços de liberdade tranquila onde a reflexão seja possível. Estes são os dois lados da questão, aprender a ouvir os alunos e aprender a fazer da escola um lugar no qual seja possível ouvir alunos e devem ser olhados como inseparáveis”.A formação de professores socialmente legitimada é feita em espaços destinados especialmente para esses fins. Trata-se de espaços externos da escola, em tempos que divergem do efetivo trabalho do professor.Nessa mesma linha de pensamento , a formação dos professores é questionada e colocada em xeque sempre que surge um novo método ou uma nova política imposta pelo Estado.
Nesse contexto a consequência mais imediata que o professor é constantemente submetido a cursos de capacitação para aprimorar e reavaliar seus saberes. Carvalho (1990,p.19-20) aponta que, para os investigadores:
Os professores são agentes ativos na construção de sua própria prática ( sem esquecer que estão em interação com os demais e imersos nas limitações da escola ) e que adquirem e utilizam um corpo de conhecimento, as vezes chamado profissional ou destreza, em suas atividades docentes.
O conhecimento profissional docente tem sido caracterizado como complexo dinâmico e multifacetado. O conhecimento de si mesmo e de seu processo pessoal de aprendizagem profissional da docência também tem sido identificado como componente do conhecimento profissional do professor.
De certa forma, o repensar a concepção da formação dos professores, que até pouco tempo objetivava a capacitação, através da transmissão do conhecimento , a fim de que “aprendessem” a atuar eficazmente na sala de aula vem sendo substituído pela abordagem de analisar a prática que este professor vem desenvolvendo , enfatizando a temática do saber docente e a busca de uma base de conhecimentos para os professores, considerando os saberes da experiência.
Considerando que a tarefa do professor tem como característica ser um trabalho interativo, a dificuldade de trabalhar com os saberes formalizados sugere assim contribuir para o aperfeiçoamento da prática docente e formação de professores.FRIGOTTO (1991) discute a necessidade de que a reorganização dos cursos de formação seja pensada num contexto de transformação de todo o sistema escolar, para que tais cursos não tenham que se converter., simplesmente em um espaço de compensação de déficit deixados por uma diferente educação.Dessa forma, FRIGOTTO (1991,p.131 ) afirma que :
[...] A aprendizagem dos professores não começando primeiro dia de sua formação como professor Começa em sua infância, no lar e quando esse futuro professor vai a escola.O mau sistema escolar forma não só maus alunos , como maus professores que, por sua vez , reproduzirão o circulo vicioso e empobrecerão cada vez mais a educação.Hoje, começa-se enfim a reconhecer que uma profunda reforma escolar é necessária, também do ponto de vista da formação do professorado, não apenas do ponto de vista dos alunos. Assim como a reforma escolar não é possível sem mudança da formação docente, esta é impossível desacompanhada de uma reforma escolar.Ambas são interdependentes.Somente a partir da compreensão desses processos será possível repensar os cursos de formação , de modo que possam promovê-los.
Diante disso, se fala muito em educação de qualidade, e que para isso acontecer precisa-se do compromisso de todos para que essas mudanças venham ocorrer de fato .Sabemos que muito já mudou na educação ,principalmente relacionados a formação do educador , onde a maioria não possuía uma formação adequada de acordo com a LDB, hoje já se percebe essa mudança .
No entanto, somente a formação do professor não é o suficiente para a melhoria do ensino, é necessário o desenvolvimento de políticas públicas que visem melhorar todo o sistema educacional, desde : servidores , recursos didáticos infra-estrutura, enfim ,tudo que contribui para melhorar o interesse e o desempenho do aluno na escola.Além disso, é necessário o envolvimento da família, escola e comunidade pois isso também interferem no processo de aprendizagem escolar.
Todos esses fatores, o modo como a família vê a escola e fala dela é um dos principais fatores no processo. Segundo Perrenoud , o valor que a família dá à unidade de ensino, a forma como os pais vivenciaram a própria escolarização e as expectativas em relação aos filhos influem muito no sucesso das crianças.
Dessa forma, é necessário um trabalho em equipe onde a escola possa desenvolver projetos que venham envolver família ,escola e comunidade.Pois sabemos que para uma educação de boa qualidade não depende só do educador ,só da formação continuada dos mesmos , mas de todo o sistema social.
2. Relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem
Atualmente inúmeros estudos têm focalizado aspectos relacionados ao comportamento de alguns professores e a formação dos alunos estabelecida através de uma ligação contínua , estreita e extensa em sala de aula .Uma vez que nós os docentes temos o poder de tomar decisões e influenciar os alunos diretamente e indiretamente .E muitas vezes somos vistos como emissor da informação ,organizador de atividade e realimentador por excelência do sistema educacional.
Nesse sentido, a interação estabelecida caracteriza-se pela seleção de conteúdos, organização, sistematização didática para facilitar o aprendizado dos nossos alunos.Logo, a relação que traçamos entre nós e os discentes depende fundamentalmente da afetividade, confiança, empatia e respeito entre ambas parte para que se desenvolva a leitura, a escrita, a reflexão, a aprendizagem; por outros,SIQUEIRA (2005,p.01),”afirma que os educadores não podem permitir que tais sentimentos interfiram no cumprimento ético de seu dever de professor”.Assim situações diferenciadas que formamos comum determinado aluno,como por exemplo melhorar a nota deste, para que ele não fique de recuperação, norteadas as vezes pelo fator amizade ou empatia , não deveria existir nas atitudes de um formador de opiniões. Segundo FREIRE (1996,p.96) “o bom professor é o que consegue ,enquanto falar, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento”. Sua aula se torna um desafio para manter aluno em sintonia com o que está mediando na sala de aula. Logo não podemos pensar que a construção do conhecimento é individual e sim uma via dupla , onde o professor em sala de aula é um intermediário entre conteúdos da aprendizagem e discente. Com base na teoria de WALLON (2008,P.68) um teórico que muito contribuiu falando a respeito da afetividade,do social e intelectual diz que: .
A escola é a instituição que tem por finalidade prover atividades para desenvolver esses aspectos. Sendo a educação um fator social, ela deve refletir a realidade concreta na qual esse ser social vive, atua e, muitas vezes procura modificar. A função da educação é integrar a formação da pessoa e a sua inserção na sociedade e, assim, assegurar sua plena realização.Cabe à educação,dessa forma, formar indivíduos autônomos, pensantes, ativos ,capazes de participar da construção de uma sociedade contextualizada .Os métodos pedagógicos não podem ser dissociados desses enfoques , eles devem ser apoiados no conhecimento do aluno e no seu meio, pois “todas as crianças,sejam quais forem suas origens familiares, sociais, étnicas, têm direito igual ao desenvolvimento máximo que sua personalidade comporta.Elas comporta. Elas não devem ter outra limitação além de suas aptidões”.
3.Considerações Finais
escola representa um lugar em constante movimentação e transformação, em que os atores sociais envolvidos no processo educativo são agentes da dinâmica social que ocorre no interior do espaço escolar, em um processo de saberes. Considerando isso é necessário que os mesmos envolvidos procure buscar alternativas que venham a mudar o processo educacional.
Através do estudo das disciplinas formação e profissionalização docente e Teorias cognitivas da aprendizagem contribuíram ainda mais, para a profissionalização docente, visto que o docente precisa está constantemente se atualizando, procurando melhorar sua prática. E através da leitura dos livros e as aulas dessas disciplinas que o docente vai adquirindo mais conhecimento.
O processo de formação continuada, trata-se efetivamente de um processo continuo que toma como partidao saber experiencial dos professores, os problemas e desafios da prática escolar. Nesse contexto a pratica pedagógica estará sempre nesse processo continuo em busca da construção do saber, o que significa a constituição de uma conduta de vida profissional. Tal conduta era conduzir o processo educativo dos níveis da prática reflexiva e da ciência aplicada.
A importância dessa mudança na prática pedagógica implica a releitura da função do professor como profissional reflexivo e da escola como organização promotora do desenvolvimento do processo educativo.
A valorização e melhor remuneração que o profissional docente almeja em boa parte de sua formação e atuação inicial como ainda de sua formação continuada além de boas condições de trabalho, salário e carreira.
Munido desses elementos o ambiente dentro e fora da sala de aula dará bons frutos. Essa caminhada em busca de renovação de conhecimento o implicou e se processa durante toda a vida profissional. Esse processo partiu de pressupostos de que o ensino de um nível estreita correlação com outros níveis que complete o outro.
Munidos desses saberes elementares, os frutos serão colhidos tanto por parte do docente que estará alcançando seus objetivos quanto ao discente.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, R.Q. e Schmitz, H.O fordismo está vivo no Brasil. novos estudos Cebrap, São Paulo, nº 27, 1990.
FREIRE, Paulo, pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FRIGOTTO, G. Tecnologia, relações sociais e educação. Revista tempo Brasileiro. Rio de Janeiro. Abril. Nº 222. p. 89, maio 2009.
AKOMY, Ana Maria. Teorias cognitivas da aprendizagem. Curitiba: Ibpex,2008.
ROMANOWSKI, Joana Paulin.Formação e Profissionalização docente. Curitiba: Ibpex, 2007. LOIOLA, Rita. Formação continuada. Revista nova escola. São Paulo: Editora Abril. nº: 222.p.89, maio 2009.
NÓVOA, Antônio. Escola nova. A revista do Professor. Ed. Abril. Ano. 2002, p,23.
NÓVOA, Antônio (Cood.) professores e sua formação Lisboa-Portugal, D, Quixote. 1995.
SENA, Adailson dos Santos. Pós-graduado em Metodologia do Ensino de História e Geografia pela Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER). Licenciado Pleno em História pela Faculdade de Itaituba/PA e Professor de História na mesma Instituição e Professor de ensino Médio. -Pós-Graduado em Docência do Magistério no ensino superior pela Faculdade de Itaituba.
SIQUEIRA, Denise de Cássia Trevisan. relação professor- aluno : uma revista crítica. Disponível em: conteúdo escola. Acesso em 14 de março de 2005.
Publicado por: Adailson dos santos sena
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do Brasil Escola, através do canal colaborativo Meu Artigo. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.
http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/formacao-continuada-processo-desenvolvimento-profissional.htm 
ENSINO DE HISTÓRIA, MEMÓRIA E HISTÓRIA LOCAL
HISTÓRIA
Saiba mais sobre o ensino de história e sua valorização da memória para a compreensão da história local.
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RESUMO
Este artigo dará continuidade ao projeto de produção científica sobre o ensino de história e sua valorização da memória para a compreensão da história local. A escolha desse tema está baseada em um trabalho sobre Memória e história local elaborado durante a disciplina “História Regional”. Para isso irá utilizar a contribuição de autores preocupados com uma maior compreensão sobre a importância do ensino da história local e o resgate de sua identidade histórica e social. A relevância deste trabalho está na compreensão do desenvolvimento de metodologias que favoreçam um ensino de História comprometida com a inserção da história local em sala de aula, valorizando o cotidiano dos alunos.
Palavras-Chave: Cotidiano. Ensino. História. Localidade. Memória.
INTRODUÇÃO
O diálogo entre o ensino de História e o conhecimento científico redimensiona a importância social da área na formação do estudante, sinalizando e fundamentando a possibilidade de estudo e atividade que valorizem a atitude intelectual do aluno no desenvolvimento e envolvimento em trabalhos que favoreçam sua autonomia para aprender.
Nesse contexto, o estudo histórico desempenha um papel importante, na medida em que contempla pesquisa e reflexão da relação construída socialmente e da relação estabelecida entre indivíduo, grupo e o mundo social. Nesse sentido, o ensino de História poderá fazer escolha pedagógica capaz de possibilitar ao aluno refletir sobre seus valores e suas práticas cotidianas e relacioná-los com a problemática histórica inerente ao seu grupo de convívio, à sua localidade, à sua região e à sociedade nacional e mundial.
A construção de noções modifica a maneira como o aluno compreende os elementos do mundo e as relações que esses elementos estabelecem entre si, na medida em que o ensino de História lhe possibilita construir noções, proporcionando mudanças no seu modo de entender a si mesmo, entender os outros, as relações sociais e a própria História.
Tem sido comum em propostas curriculares e em algumas produções didáticas introduzir a “História do Cotidiano”, opção esta que não é recente.  A associação entre cotidiano e história de vida dos alunos possibilita contextualizar essa vivência individual a uma história coletiva.
Os autores que se ocupam da História do Cotidiano, mesmo com posturas diversas em seus fundamentos teóricos, buscam recuperar as relações mais complexas entre os diversos grupos socais, estabelecendo conexões entre conflitos diários que se inserem em uma forma de política contestatória e identificar as lutas de resistência a mudanças, o apego a tradições.
É importante destacar que os Parâmetros Curriculares Nacionais de História, demonstram alternativas que favorecem a compreensão dos alunos em relação ao estudo da memória na construção do conhecimento histórico.
Entre os conceitos presentes no PCN em relação ao ensino de História, destaca-se a importância da construção da identidade individual e social, conceito este fundamental, já que a identidade e a memória têm uma estreita relação, conforme os estudos de M. Pollak.
O estudo sobre a memória se universalizou no momento em que, como nunca, o passado está distante do presente, quando as pessoas não mais identificam sua herança pela perda dos antigos padrões de relacionamento social e a desintegração dos antigos laços entre as gerações.
Para Gaddis (2003), “o estabelecimento da identidade requer o reconhecimento de nossa relativa insignificância no grande esquema das coisas”. Esse seria, no seu entender, um dos significados da maturidade nas relações humanas e mais, do próprio valor do uso da consciência histórica.
A construção de identidades pessoais e sociais está relacionada à memória, já que tanto no plano individual quanto no coletivo ela permite que cada geração estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Os indivíduos, assim como as sociedades, procuram preservar o passado como um guia que serve de orientação para enfrentar as incertezas do presente e do futuro.
O ensino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio em que vivem e atuam.
Nessa perspectiva, o ensino-aprendizagem da História Local configura-se como um espaço-tempo de reflexão crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de construção das identidades destes sujeitos e de seus grupos de pertença. 
O ensino de História Local ganha significado e importância no ensino fundamental, exatamente pela possibilidade de introduzir a formação de um raciocínio de história que contemple não só indivíduo, mas a coletividade, apresentado as relações sociais que ali se estabelecem na realidade mais próxima.
A História Local possibilita a compreensão do entorno do aluno, identificando passado e presente nos váriosespaços de convivência. Essa temática permite que o professor parta das histórias individuais e dos grupos, inserindo o aluno em contextos mais amplos.
Com a abordagem da História Local os alunos passam gradativamente a observar e perceber o significado de outras matérias construídas no passado; a compreender que as realidades históricas de determinada localidade e de seus habitantes no tempo não se dão isoladas do mundo, mas como parte do processo histórico em que populações locais constroem suas identidades culturais e sociais; que estas identidades são diversas, mas todas merecem respeito.
 1.  AS BASES LEGAIS QUE FUNDAMENTAM O ENSINO  DE HISTÓRIA
 “Os objetivos concretizam as intenções educativas em termos de capacidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos ao longo da escolaridade”.
(PCN, 1997)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para a História dividem-se em duas partes.
Compondo a primeira parte, temos características, princípios, conceitos e algumas concepções curriculares para o ensino de história, além de objetivos gerais, critérios de seleção e organização de conteúdos por área.
Na segunda parte estão presentes propostas de ensino e aprendizagem para o primeiro e segundo segmentos do ensino fundamental que são divididos em quatro ciclos com objetivos, critérios de avaliação e orientações didáticas para a prática da pesquisa escolar, para o uso de variados materiais didáticos e documentos, além de sugestões para atividades extraclasses.
Os PCN (1997) têm também como pressuposto que o aluno pode apreender a realidade na sua diversidade e nas múltiplas dimensões temporais. Destacam os compromissos e as atitudes de indivíduos, de grupos e de povos na construção e na reconstrução das sociedades, propondo questões locais e regionais.
Há também nos PCN uma forte ênfase na questão dos sujeitos históricos, colocando como objetivo da educação esta construção, valorizando o papel de cada um na construção da história de todos, possibilitando que a memória também possa ser um instrumento para esta construção, quando diz que “O sujeito histórico pode ser entendido, por sua vez, como sendo os agentes de ação social, sendo eles indivíduos, grupos ou classes sociais”.
Para o ensino fundamental a LDB (1996, pág.17) em seu Artigo 22, estabelece que:
A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornece-lhe meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores. (Lei nº 9.394/96)
Esta lei vem reforçar a importância de um ensino de História que valoriza o senso crítico de seus alunos.
 2.  A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE HISTÓRIA NO AMBIENTE ESCOLAR
“Seja como for, a aula [de História] pode tornar-se um pensamento em formação que continua a se criar diante dos alunos, ou antes, com os alunos”.
                                            (Georges Snyders, 1995)
O ensino de História pode desempenhar um papel importante na configuração da identidade ao incorporar a reflexão sobre o indivíduo nas suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valores e com gerações passadas e futuras.
De acordo com os PCN, o ensino de História é portador da possibilidade de levar o aluno a estabelecer relações e produzir reflexões sobre culturas, espacialidades e temporalidades variadas através da construção de noções que contemplem os seus valores e os de seu grupo, desenvolvendo para isto relações cognitivas que o levem a intervir na sociedade. 
Para ensinar História a partir da experiência de vida do aluno faz-se necessária uma perspectiva teórico-metodológica que fale da vida das pessoas, as memórias e lembranças dos sujeitos de todos os segmentos sociais.  É preciso dar voz às histórias desses sujeitos que sempre estiveram excluídos dos conteúdos ensinados.
O ensino de História pode também possibilitar ao aluno reconhecer a existência da história crítica e da história interiorizada e a viver conscientemente as especificidades de cada uma delas. O estudo de sociedades de outros tempos e lugares pode possibilitar a constituição da própria identidade coletiva na qual o cidadão comum está inserido, à medida que introduz o conhecimento sobre a dimensão do ‘outro’, de uma ‘outra sociedade’, ‘outros valores e mitos’, de diferentes momentos históricos.
Ensinar História requer do professor a habilidade de buscar sentido e significado para o conhecimento que ministra. E isso significa superar a mera transmissão de informações, já que essa não tem por finalidade o desenvolvimento intelectual, mas, ao contrário, deforma a capacidade de pensamento histórico do aluno e a possibilidade de consolidar habilidade de análise da própria realidade social.
No processo de aprendizagem de História, o professor é o principal responsável pela criação das situações de troca, de estímulos na construção de relações entre o estudado e o vivido, de integração com outras áreas de conhecimento, de possibilidade de acesso aos alunos a novas informações, de confronto de opiniões, de apoio ao estudante na recriação de suas explicações e de transformações de suas concepções históricas.
A seleção dos conteúdos faz parte de um conjunto formado pela preocupação com o saber escolar, com as capacidades e as habilidades e não pode ser trabalhada independentemente. Busca-se a coerência entre os objetivos da disciplina e os fundamentos historiográficos e pedagógicos.
Com isso, o aluno estará construindo um instrumental conceitual que permitirá a identificação das diferenças e de suas formas próprias de realização na História; estará também superando o egocentrismo e o individualismo na compreensão de caráter social da experiência humana. (SEE/RJ, 1994, p.77)
O ensino de História fornece aos seus alunos a capacidade de compreensão da construção do conhecimento histórico oferecendo habilidades e competências para o seu aprendizado.
Nesse sentido, os conteúdos ocupam papel central no processo de ensino-aprendizagem e sua seleção e escolha deve estar em consonância com as problemáticas sociais marcantes em cada momento histórico. Além disso, eles são concebidos não apenas como a organização dos fenômenos sociais historicamente situados na exposição de fatos e conceitos, mas abrangem também os procedimentos, os valores, as normas e as atitudes.
A compreensão da disciplina História passa por uma compreensão de como a história é construída a partir das evidências do passado e essa construção é feita sempre distanciada do mesmo. A história não é o passado, mas a sua reconstrução a partir das evidências balizadas pelas compreensões possíveis e pelos interesses do momento da reconstrução.
A apreensão das noções de tempo histórico em suas diversidades e complexidades pode favorecer a formação do estudante como cidadão, fazendo-o aprender a discernir os limites e possibilidades de sua atuação na permanência ou na transformação da realidade histórica em que vive.
A aprendizagem de metodologias apropriadas para a construção do conhecimento histórico é essencial para que o aluno possa apropriar-se de um olhar consciente para sua própria sociedade e para si mesmo.
A possibilidade de o conhecimento histórico introduzir no espaço escolar as experiências vividas pelas pessoas comuns e trabalhar metodologicamente essas experiências por meio de documentos acumulados ao longo da vida, tornou-se possível graças às novas abordagens do pensamento historiográfico contemporâneo.
Este conhecimento tem possibilitado e fundamentado alternativas para métodos de ensino e recursos didáticos que valorizam o aluno como sujeito ativo no processo de aprendizagem. Uma das escolhas pedagógicas possíveis, nessa linha, é o trabalho favorecendo a construção, pelo aluno, de noções de diferença, semelhança, transformação e permanência.
O objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos e o desenvolvimento dasrelações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços.
O estudo histórico desempenha um papel importante na medida em que contempla reflexões das representações construídas socialmente e das relações estabelecidas entre os indivíduos, os grupos, os povos e o mundo social em uma determinada época. Por isso este ensino pode proporcionar escolhas pedagógicas capazes de possibilitar ao aluno refletir sobre seus valores e suas práticas cotidianas e relacioná-las com problemáticas históricas inerentes ao seu grupo de convívio, à sua localidade, à sua região e à sociedade nacional e mundial.
Perceber a complexidade das relações sociais presentes no cotidiano e na organização social mais ampla implica indagar qual lugar o indivíduo ocupa na trama da História e como são construídas as identidades pessoais e sociais em dimensão temporal.
O sujeito histórico que se configura na inter-relação complexa, duradoura e contraditória entre as identidades sociais e as pessoais, é o verdadeiro construtor da História. Assim, é necessário acentuar que a trama da História não é o resultado apenas da ação de figuras de destaque consagradas pelos interesses explicativos de grupos, mas sim a construção consciente e/ou inconsciente, paulatina e imperceptível de todos os agentes sociais, individuais ou coletivos.
A História, se concebida como processo, busca aprimorar o exercício da problematização da vida social como ponto de partida para a investigação produtiva e criativa, buscando identificar as relações sociais de grupos locais, regionais, nacionais e de outros povos; perceber as diferenças e semelhanças, os conflitos, as contradições e as solidariedades, igualdades e desigualdades existentes nas sociedades; comparar problemáticas atuais e de outros momentos; posicionar-se de forma crítica no seu presente e buscar as relações possíveis com o passado.
Zamboni (1993, pág.7) em artigo publicado sobre o papel da História na construção da identidade, afirma que:
[...] o objetivo fundamental da História no ensino fundamental, é situar o aluno no momento histórico em que vive [...]. O processo de construção da história de vida do aluno, de suas relações sociais, situado em contextos mais amplos, contribui para situá-lo historicamente em sua formação social, a fim de que seu crescimento social e afetivo desenvolva-lhe o sentido de pertencer.
Em relação ao 3º e 4º ciclos os alunos já possuem habilidades para a construção de novos conceitos importantes para a sua formação.
Em uma de suas obras, o autor Urban (2009) articula a didática da História com a necessidade de levar o aluno a pensar historicamente. A consciência histórica é o objetivo central para que o aluno possa estabelecer conexões entre a história, a vida prática e a aprendizagem. Neste sentido, é necessário privilegiar as ideias históricas como ponto de partida para o ensino de História.
 3.  VALORIZANDO O COTIDIANO NO ENSINO DE HISTÓRIA
“A vida cotidiana é o conjunto de atividades que caracterizam a reprodução dos homens singulares, os quais, por sua vez, criam a possibilidade de reprodução social”. 
                                     (Agnes Heller, 1991)
A tarefa da disciplina História é fornecer ao estudante um senso de identidade que estimule e facilite sua cooperação com o outro: pessoas, nações, culturas diferentes. Trabalhando com a perspectiva da História do Cotidiano, a História se torna mais acessível às crianças e adolescentes do Ensino Fundamental.
Considerando o eixo temático ‘história e cotidiano’, a proposta do PCN é a de que, no primeiro ciclo, os alunos iniciem seus estudos históricos no presente, mediante a identificação das diferenças e das semelhanças existentes entre eles e suas famílias. Com os dados presentes, a proposta é que desenvolvam estudos do passado, identificando mudanças e permanências nas organizações familiares.
A introdução da História do Cotidiano como objeto de estudo escolar requer que se explorem as possibilidades inerentes do cotidiano, sem se limitar a constatar o “real” ou as motivações possíveis para alunos pouco sensibilizados com a História escolar mais tradicional. O cotidiano deve ser utilizado como objeto de estudo escolar pelas possibilidades que oferece de visualizar as transformações possíveis realizadas por homens comuns, ultrapassando a ideia de que a vida cotidiana é permeada de alienação.
Uma articulação dessa natureza requer concepção de cotidiano que não se  apresente como mera motivação para o estudo do passado, selecionando as experiências amorosas de reis e rainhas ou o dia a dia de pessoas comuns ou famosas pautados por meras descrições curiosas e desligados do contexto social da existência desses indivíduos.
A História do Cotidiano tem-se convertido em uma das correntes assumidas por gerações de historiadores preocupados com uma história social capaz de redimensionar a visão política. Historiadores inspirados nos pressupostos marxistas, como Agnes Heller e E. Thompson, em suas reflexões reconheceram a necessidade dos estudos do cotidiano a fim de fazer emergirem as tensões sociais do dia a dia, as formas improvisadas de lutas, de resistência e de organizações diferentes das estabelecidas pelo poder institucional.
O cotidiano pode ser utilizado como objeto de estudo escolar pelas possibilidades que oferece de visualizar as transformações realizadas por homens comuns, ultrapassando a ideia de que a vida cotidiana é repleta e permeada de alienação. Perceber o cotidiano como espaço privilegiado das transformações históricas também possibilita que os alunos percebam a si mesmos como sujeitos da História.  A opção pela História do Cotidiano merece uma reflexão a respeito de seus pressupostos, para uma seleção de conteúdos coerentes com os objetivos centrais da disciplina.
O tema “cotidiano” tem grande importância na área de História, pois o cotidiano estabelece articulações com as grandes estruturas do poder políticas e econômicas. Seu estudo possibilita que as tensões do dia possam emergir, dando voz a atores sociais tradicionalmente excluídos e marginalizados, o que permite uma maior compreensão das estruturas sociais e suas transformações.
De acordo com Bittencourt (apud SILVA, s/d), a História do Cotidiano pode ser bastante útil em sala de aula, servindo como suporte fundamental para se reconsiderar o papel dos agentes sociais nas transformações históricas, levar à reflexão sobre a atuação dos sujeitos neste processo e rever concepções de tempo histórico.
Para a autora, a História do Cotidiano deve ser utilizada como ferramenta no ensino de História para romper a periodização clássica que consagra a ideia de evolução e de progresso, sequência de eventos vitoriosos de determinados sujeitos, o que acaba por fomentar a existência de hierarquias de valores entre as sociedades humanas.
Esta preocupação é também demonstrada por Le Goff (1997), para quem o cotidiano só tem valor histórico e científico no interior de uma análise de sistemas históricos que contribuem para explicar seu funcionamento, não se tratando de uma simples descrição de determinada sociedade numa época qualquer, tampouco de privilegiar histórias individuais.
Vários historiadores perceberam que o cotidiano não era apenas o lugar das pessoas comuns, mas também poderia ser considerado lugar de resistência e mudanças, exercendo papel central no acontecer histórico. O cotidiano estabelece articulações com as grandes estruturas de poder, políticas e econômicas. Seu estudo possibilita que as tensões e lutas do dia a dia possam emergir, dando voz a atores tradicionalmente excluídos e marginalizados, o que permitiria uma maior compreensão das estruturas sociais e suas transformações.
O cotidiano está relacionado com a possibilidade de que os alunos possam perceber como suas vidas fazem parte da História como um todo. Nesse sentido, de acordo com as expectativas de aprendizagem, é necessário “perceber criticamente os vínculos entre história de vida e história”.  A percepção é crítica e essencial paraperceber não apenas essa relação, mas entender os processos que estabeleceram as articulações, entendendo sua produção social.
O ponto de partida para perceber esse vínculo é “analisar as relações entre história de vida e história, compreendendo-se como sujeito da história”. As expectativas estabelecem as articulações entre a vida dos alunos (experiência) e a compreensão de contextos históricos diversos (perspectiva histórica). O eixo cotidiano pode ser importante nesse sentido.
O tema cotidiano tem abrangência inusitada, colocando o homem no centro do acontecer histórico, como aponta Agnes Heller (2008, p.17):
A vida cotidiana é a vida do homem inteiro; ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade. Nela, colocam-se ‘em funcionamento’ todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades, seus sentimentos, paixões, idéias, ideologias.
De acordo com Duarte (1993) baseado em Heller, “as atividades cotidianas do indivíduo referem-se ao conjunto de atividades que caracterizam a representação de cada indivíduo a partir da reprodução da sociedade”.
Nessa ideia insere-se o conceito, que se apresenta na linguagem e nos costumes. Outro conceito importante refere-se à formação de uma relação consciente do indivíduo com sua vida cotidiana.    
Nesse sentido, o cotidiano não pode ser entendido isoladamente. Aspectos cotidianos e não cotidianos se interpenetram na realidade social. O objetivo não é tratar de temas da vida cotidiana de forma isolada, mas articulados aos processos históricos gerais.
Nas relações entre cotidiano e história, é necessário ter cuidado com a abordagem do lado “pitoresco” da História. É preciso tratar do cotidiano em sua íntima relação com as questões culturais, econômicas, sociais e políticas de cada época e sociedade.
O cotidiano não é apenas a simples repetição do dia a dia de pessoas comuns. Ele constitui a instância onde as relações sociais se realizam de forma concreta; a dimensão na qual as práticas sociais assumem corpo e efeito dando formas aos interesses em jogo.
 4.  A INTERRELAÇÃO ENTRE MEMÓRIA E O ENSINO DE HISTÓRIA
“A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade individual e coletiva”
(Jacques Le Goff, 2007)
O ensino de História possui objetivos específicos, sendo um dos mais relevantes, o que se relaciona à constituição da noção de identidade. Assim, é primordial que o ensino de História estabeleça relações entre identidades individuais, sociais e coletivas, entre as quais as que se constituem como nacionais.
Dentro dessa perspectiva, o ensino de História tende a desempenhar um papel mais relevante na formação da cidadania, envolvendo a reflexão sobre a atuação do indivíduo em suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades e sua participação no coletivo.
Conforme as Orientações Curriculares para o Ensino Médio é importante a introdução do debate em sala de aula para que se compreenda o papel da memória na vida da população, dos vínculos que cada geração estabelece com outras gerações, das raízes culturais e históricas que caracterizam a sociedade humana.
A História, como memória, também é uma representação do passado, porém suas características a diferenciam, às vezes provocando um grave afastamento das duas – memória e História.
A distinção entre memória e história, portanto, existe no próprio meio em que ambas se propagam: a memória se propaga e se corporifica no mundo da via; a História tem seu habitat na historiografia.
Um compromisso fundamental da história encontra-se na sua relação com memória. É necessário chamar a atenção dos alunos para os usos ideológicos a que a memória histórica está sujeita que muitas vezes constituem “lugares de memória”, estabelecidos pela sociedade e pelos poderes constituídos, que escolhem o que deve ser preservado e relembrado e o que deve ser silenciado e “esquecido”.
Enfatiza-se também a riqueza que o conceito de memória vem adquirindo no âmbito da história. Evidencia-se, por exemplo, que os lugares da memória são criações da sociedade contemporânea para impor determinada memória, que a concepção de memória nacional ou identidade regional constitui formas de violência simbólica que silenciam e uniformizam a pluralidade de memórias associadas aos diversos grupos sociais.
Evidencia-se também o estudo da memória enquanto prática de representação social e, portanto, para o estudo das formas de regaste de memórias coletivas durante tempo esquecidas no espaço público pela memória oficial.
A ‘Memória’, no se sentido primeiro da expressão, é a presença do passado. A memória é uma construção que acarreta de fato uma representação seletiva do passado, que nunca é somente aquela do indivíduo, mas de um indivíduo inserido num contexto familiar, social e nacional. 
Conforme Peter Burke (2000), os historiadores se interessam ou precisam se interessa pela memória, considerando dois pontos de vista: como fonte histórica e como fenômeno histórico.
Sob o primeiro aspecto, além de estudarem a memória como fonte para a história, os historiadores devem elaborar uma crítica da reminiscência, nos moldes da operação de análise dos documentos históricos.
No que tange ao segundo aspecto, os historiadores devem estar interessados no que o autor denomina “história social do lembrar”. Partindo-se da premissa de que a memória social, como a individual, é seletiva, faz-se necessário identificar os princípios de seleção e observar como os mesmo variam de lugar para lugar, ou de um grupo para o outro e como se transformam na passagem do tempo.
 Para Michael Pollak,
A memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual quanto coletivo, na medida em que ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução de si.
Pollak, Buker e Le Goff reforçam a importância do conhecimento histórico para uma maior compreensão das identidades individuais e coletivas.
De acordo com Peter Buker (2000, pág.70), os indivíduos identificam-se com os acontecimentos públicos relevantes para o seu grupo: “Lembram muito que não viveram diretamente. Um artigo de noticiário, por exemplo, às vezes se torna parte da vida de uma pessoa. Daí pode-se descrever a memória como uma reconstrução do passado”.
Conforme Jacques Le Goff (1994) deve haver um vínculo entre a história e a memória:
A memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para libertação e não para a servidão dos homens (pág.477).
Resgatar memórias por meios dos monumentos, histórias de seus moradores, e pelos próprios acontecimentos locais. Para Circe Bittencourt (2004, pág.168), “a memória é, sem dúvida, aspecto relevante na configuração de uma história local tanto para historiadores quanto para o ensino”.
A história, para Le Goff (ibidem) “consiste na escolha e construção de um objeto, operação que pode dar-se a partir de evocações de lembranças”, e exige, na análise das memórias, um rigor metodológico na crítica e na confrontação com outros registros e testemunhos.
Conforme Montenegro (2001)
A memória tem como característica fundante o processo relativo que a realidade provoca no sujeito. Ela se forma e opera a partir da reação, dos efeitos, do impacto sobre o grupo ou o indivíduo, formando um imaginário que se constituiu em uma referência permanente de futuro. (pág.19)
Estes autores acima citados demonstram ser fundamental a valorização da memória como forma de recuperar a história de vida individual e coletiva.
A questão da memória impõe-se por ser base da identidade, e é pela memória que se chega á história local. Além da memória das pessoas, escrita ou recuperada pela oralidade, existem “lugares da memória”, expressos por monumentos, praças, edifícios públicos ou privados, mas preservados como patrimônio histórico. Osvestígios do passado de todo e qualquer lugar, de pessoas e de coisas, de paisagens naturais ou construídas tornam-se objeto de estudo.
5.  CONHECENDO A HISTÓRIA LOCAL E DESENVOLVENDO SEU ENSINO
“Talvez mostrando as pessoas eu possa ser mais fiel ao lugar e à época”
(Aldir Blanc, 1996)
A História Local é entendida como uma modalidade de estudos históricos que contribuiu para a construção dos processos interpretativos sobre as formas como os atores sociais se constituem historicamente em seus modos de viver, situados em espaços que são socialmente construídos e repensados pelo poder político e econômico na forma estrutural de “bairros e cidades”.
A História Local é a história que trata de assuntos referentes a uma determinada região, município, cidade, distrito. Apesar de estar relacionada a uma história global, a história local se caracteriza pela valorização dos particulares, das diversidades; ela é um ponto de partida para a formação de uma identidade regional.
Ela tem sido compreendida como “história do lugar”. Nesse aspecto, a localidade tem-se tornado objeto de investigação e ponto de partida para a produção de conhecimentos sobre o passado.
É a partir do local que o aluno começa a construir sua identidade e a se tornar membro ativo da sociedade civil, no sentido de que faz prevalecer seu direito de acesso aos bens culturais, sendo eles materiais ou não materiais.
A História Local geralmente se liga à História do Cotidiano ao fazer as pessoas comuns participantes de uma história aparentemente desprovida de importância e estabelecer relações entre os grupos sociais de condições diversas que participaram de entrecruzamentos de histórias, tanto no presente quanto no passado.
O local é o espaço primeiro da atuação do homem, por isso, o ensino de história local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das ações do que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos.
Assim sendo, ensino de História Local pode configurar-se como um espaço que o local e o presente são referentes para o processo de construção de identidade.
Um cuidado que se deve ter com o estudo da história local é a identificação do conceito de espaço. É comum falar em História Local como a história do entorno, do mais próximo, do bairro ou da cidade. Cada lugar tem suas especificidades e precisa ser entendido por meio da série de elementos que o compõem e de suas funções.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de História, para o 1º e 2º Ciclos, destacam a importância de conhecer as características dos grupos sociais de seu convívio diário, para que ampliem estudos sobre o viver de outros grupos da sua localidade presente, identificando as semelhanças e as diferenças existentes entre os grupos sociais e seus costumes.
Já os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (1998), em suas séries iniciais valoriza o estudo da localidade:
A preocupação com os estudos de história local é a de que os alunos ampliem a capacidade de observar o seu entorno para compreensão de relações sociais e econômicas existentes no seu próprio tempo e reconheçam a presença de outros tempos no seu dia-a-dia. (pág.40)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, na área de história, recentemente divulgados (1997 e 1998), foram construídos a partir de uma ótica que devem ser tomados como referência para trabalhar a experiência e os contextos mais amplos:
O ensino e aprendizagem de História estão voltados, inicialmente, para atividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as diferenças, as permanências e as transformações do modo de vida social, cultural e econômico de sua localidade, no presente e no passado, mediante a leitura de diferentes obras humanas. (Brasil/MEC/SEF, pág.49)
De acordo com o PCN:
Os estudos da história local conduzem aos estudos de diferentes modos de viver no presente em outros tempos, que existem ou que existiram no mesmo espaço. Nesse sentido, a proposta os estudos históricos é de favorecer o desenvolvimento das capacidades de diferenciação e identificação, com a intenção de expor as permanências de costumes e relações sociais, as mudanças, as diferenças e as semelhanças das vivências coletivas, sem julgar grupos sociais. Classificando-os como mais evoluídos ou atrasados. (Brasil/MEC/SEF, pág.52)
A História Local foi valorizada também como estudo do meio, ou seja, “como recurso pedagógico privilegiado [...] que possibilita aos estudantes adquirirem, progressivamente, o olhar indagador sobre o mundo de que fazem parte”, segundo  os Parâmetros Curriculares Nacionais, (1998, pág. 9).
Estes parâmetros contribuem para o desenvolvimento de metodologias e estratégias para uma maior compreensão da História Local.
A História Local permite ao educando perceber-se como sendo parte integrante da história, não simples espectador do ensino desta, mas objeto e sujeito, construtor de fatos e acontecimentos que não lineares, mas permeados de descontinuidades próprias do processo histórico.
Enquanto estratégia de aprendizagem, a História Local, pode garantir o domínio do conhecimento histórico. Seu trabalho no ensino possibilita a construção de uma História mais plural, que não silencie a multiplicidade das realidades.
Para ensinar História a partir da experiência de vida do aluno, é necessária uma perspectiva teórico-metodológica que fale da vida das pessoas, das memórias e lembranças dos sujeitos de todos os segmentos sociais.  É preciso dar voz á histórias desses sujeitos que sempre estiveram excluídos dos conteúdos ensinados.
O trabalho com a História Local no ensino da História facilita, também, a construção de problematização, a apresentação de várias histórias lidas com base em distintos sujeitos da história, bem como de histórias que foram silenciadas, isto é, que não foram institucionalizadas sob a forma de conhecimento histórico. Ademais, esse trabalho pode favorecer a recuperação de experiências individuais e coletivas do aluno, fazendo-o vê-las como constitutivas de uma realidade histórica mais ampla e produzindo um conhecimento que, ao ser analisado e retrabalhado, contribui para a construção de sua consciência histórica.
Como elemento constitutivo da transposição didática do saber histórico para o saber escolar, a História Local pode ser vista como estratégia pedagógica. Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem, a construção e a compreensão do conhecimento histórico com proposições que podem ser articuladas com os interesses do aluno, suas aproximações cognitivas, suas experiências culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas à vida cotidiana.
De acordo com Neves (1997, pág.7), “[...] a construção do conhecimento a partir da vivência, portanto, do local e do presente, é a melhor forma de superar a falsa dicotomia entre a produção e a transmissão, entre pesquisa e o ensino/divulgação, enfim, entre o saber e o fazer”.
A partir destas novas perspectivas historiográficas encontram-se também as preocupações da utilização da História Local no ensino de História. Para Proença (1990, pág.139): “Assiste-se presentemente ao desenvolvimento de uma História Local que visa tirar partido das novas metodologias e cujos temas poderão ter um aproveitamento didático motivador e estimulante”.
Segundo Giroux e Simon (1994, pág.99), são abordagens desse tipo que apresentam um ganho pedagógico para os estudantes ao tornar disponíveis “aquelas narrativas, histórias locais e memórias que foram excluídas e marginalizadas nas interpretações dominantes da história”.
O novo interesse da História Local volta-se para uma abordagem social que procura reconstruir as condições de vida dos diversos grupos sociais de uma determinada localidade. Como afirma Goubert (1998, pág.73.): “A volta à História Local origina-se de um novo interesse pela História Social – ou seja, a história da sociedade como um todo”.
Para Neves, Proença, Giroux, Simon e Goubert, é relevante que o ensino de História forneça estratégias teórico-metodológicaspara o desenvolvimento em sala de aula que valorizem a história de vida de seus alunos.
É preciso destacar que a utilização da história local como estratégia pedagógica é uma maneira interessante e importante para articular os temas trabalhados em sala de aula. O papel do ensino de História na configuração identitária dos alunos é um dos aspectos relevantes para considerar ao proporem-se estudos da história local.
Para efetivar o estudo do local, a proposta fundamenta-se na história do cotidiano e apropria-se de seus métodos, como objetivo de inserir as ações de pessoas comuns na constituição histórica e não exclusivamente as ações de políticos e das elites sociais.
A História Local no ensino não deve ser tratada apenas como um conteúdo a ser ensinado, mas constituir-se em uma estratégia pedagógica que trate metodologicamente os conteúdos a partir da realidade local. Ela deve ser escrita a partir das novas fontes: a identificação das edificações antigas, do traçado das ruas, da memória dos mais antigos, das mudanças do cotidiano urbano que só podem ser observadas pelos olhares mais atentos ou orientados.
Seu estudo constitui o ponto de partida da aprendizagem histórica, uma vez que permite a abordagem dos contextos mais próximos em que se inserem as relações sociais entre os professores, os estudantes e o meio. Nessa perspectiva, o ensino-aprendizagem da história local configura-se como um espaço-tempo de reflexão crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de construção das identidades destes sujeitos e de seus grupos de pertença.
A história do “lugar” como objeto de estudo ganha, necessariamente, contornos temporais e espaciais. Não se trata, portanto, ao se proporem conteúdos escolares da história local, de entendê-los apenas na história do presente ou de determinado passado, mas de procurar identificar a dinâmica das transformações do espaço e articular esse processo às relações externas, a outros “lugares”.
CONCLUSÃO
Este trabalho demonstrou ser fundamental que o ensino de História incorpore em seu conteúdo metodologias que possam inserir em sala de aula o cotidiano dos alunos sobre a importância de uma História Local que valorize sua memória.
Os autores citados reforçam a valorização dessas temáticas que favoreçam uma compreensão dialógica sobre o papel do ensino de História e sua reconstrução das identidades históricas coletivas e individuais.
Devemos valorizar a memória dos sujeitos históricos que constroem suas histórias diariamente, pois o ensino de História Local permite que possamos dar vozes àqueles autores que estiveram marginalizados pela História Oficial.
O ensino de História tem como principal pressuposto formar cidadãos que possam ser críticos com a realidade na qual estão inseridos, devido ao fato de que seus conceitos e conteúdos possam fazer com que os alunos debatam sobre o que está acontecendo não somente sobre o passado, mas também sobre o presente.
É necessário que o ambiente escolar forneça condições para que os professores possam desenvolver novas metodologias para que incorporem os conteúdos de história local em seus componentes curriculares, pois poderão inserir seus alunos como cidadãos críticos no ambiente em que vivem.
Como educadores, temos a responsabilidade de ensinar uma História que faça parte do dia a dia do aluno, pois somente assim o ensino de História para eles  terá outro significado e sua aprendizagem será reconhecida por todos.
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Publicado por: CARLOS HENRIQUE FARIAS DE BARROS
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do Brasil Escola, através do canal colaborativo Meu Artigo. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.
http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/ensino-historia-memoria-historia-local.htm 
História e Geografia: uma visão crítica sobre o mundo
Os estudantes dos anos iniciais precisam aprender a observar e interpretar a realidade para, assim, interferir nela. Saiba o que fazer para que eles cheguem lá
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Por: Anna Rachel Ferreira
Nos anos iniciais, é recorrente e legítima a preocupação em garantir que os alunos sejam devidamente apresentados ao mundo das letras e dos números. Por isso, muitos professores investem mais tempo nas aulas de Língua Portuguesa e Matemática. Porém, ignorar ou minimizar a importância das Ciências Humanas, traduzidas pelas disciplinas de História e Geografia, faz com que as crianças não explorem todas as possibilidades de interpretar o mundo e se inserir nele de maneira consciente e atuante. O trabalho com as duas áreas desenvolve competências importantes, que vão muito além da capacidade de decorar datas ou nomes de capitais, rios ou heróis, como ainda se vê. 
Os estudos geográficos focam nas mudanças do espaço e em suas representações. "O raciocínio espacial possibilita que a criança estabeleça uma relação descentralizada com o ambiente e perceba que não é o centro do Universo. "A minha relação com o país depende da parte dele em que eu vivo, por exemplo", diz Rafael Straforini, docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autor do livro Ensinar Geografia: O Desafio da Totalidade-mundo nas Séries Iniciais (190 págs., Ed. Annablume, tel. 11/3031-1754, 25,50 reais). 
Já no caso da História, o recorte é sobre o tempo, considerando acontecimentos, seus agentes e suas consequências. "O aluno precisa entender as permanências de elementos históricos, como construções e hábitos que se iniciaram no passado, e as influências deles na atualidade. Além de identificar quais são eles, é necessário enxergar quem os causou e perceber-se como um agente histórico", diz João do Prado Ferraz de Carvalho, professor de Ensino de História da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O cruzamento entre as duas disciplinas é inevitável, visto que as mudanças físicas se dão ao longo do tempo, também por influência humana. Logo, as boas aulas permitem ao estudante comparar o passado com o presente para compreender o que vive hoje e oferecem ferramentas para que projete o futuro. Isso não só no que diz respeito aos limites do bairro ou da história pessoal de cada um. Hoje, graças aos meios de comunicação, é possível fazer ligações entre o que os alunos presenciam e o que acontece em todo o mundo. 
Para iniciar um trabalho nesses moldes, deve-se estabelecer o tema a ser tratado e ouvir atentamente o que os estudantes têm a dizer. Aqui, cabe investigar a lógica do pensamento deles para ampliar conceitos e contrapor ideias. No livro Terra dos Homens (144 págs., Ed. Contexto, tel. 11/3832-5838, 29,90 reais), o geógrafo francês Paul Claval afirma: "(...) a geografia fala de situações que são de tal forma parte integrante da vida das pessoas e do destino dos grupos que todo mundo as conhece". O mesmo raciocínio se aplica à História. No livro Ensino de História: Fundamentos e Métodos (408 págs., Cortez Editora, tel. 11/ 3611 9616, 52,20 reais), Circe Bittencourt explica que uma das tarefas do pesquisador é usar os conceitos da História, de temporalidade e análise de fontes, para organizar e sistematizar o conhecimento comum.
Veja como trabalhar História e Geografia juntas:
Acesso a diversas fontes de pesquisa
Feito o diagnóstico, é hora de ampliar as informações por meio de imagens, objetos, textos literários, documentos e entrevistas com pessoas que viveram o que está sendo investigado. "O que faz o aluno entrar em contato com a memória é o desafio com significado social e individual proposto pelo professor. Voltamos ao passado para investigar algo do presente que nos interessa", diz Maria Auxiliadora Schmidt, professora de Metodologia e Prática do Ensino de História da Universidade Federal do Paraná (Ufpar). É importante estabelecer essas relações sem o juízo de que antes as pessoas eram atrasadas e que agora somos evoluídos, por exemplo. O ideal é entender os fatos como fruto de momentos distintos em que a sociedade se estrutura em outros moldes. Para isso, a turma vai usar diferentes ferramentas e aprender a fazer isso durante as atividades. 
Ao ensinar os alunos a ler uma fotografia de época, por exemplo, faça perguntas como: "Por que esse lugar está assim?", "Será que isso quer dizer alguma coisa?" e "Como é essa situação hoje?". Na sequência, indique a leitura de textos que contenham dois pontos de vista diferentes sobre um mesmo fato histórico ou tema para que tenham mais informação para fazer inferências sobre o período estudado. 
Para ampliar o conhecimento espacial, as crianças devem ter acesso a imagens e entrevistas também, além de ler textos descritivos e mapas e participar de trabalhos de campo. A observação é a chave. "É essencial que elas notem as mudanças da paisagem também como consequência da ação humana e que saibam identificar de que maneira elas nos afetam", afirma Sueli Furlan, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP). Uma opção é propor que a turma saia pela cidade e fotografe a paisagem e, em sala, compare as imagens com as de outros locais e discuta temas como limpeza, preservação da natureza e presença de serviços públicos. O trabalho se completa com discussões sobre por que a região visitada está assim e de que forma mantê-la ou mudá-la, conforme o caso. 
"A escola deve levar os alunos a olhar o que ocorre na sociedade e no ambiente, numa intersecção entre História e Geografia, e ensiná-los a perguntar, pesquisar e comparar", conclui Antonia Terra, do Laboratório de Ensino e Material Didático do Departamento de História da USP. A seguir, você conhece o trabalho de dois docentes que levaram isso a sério e permitiram às crianças ter uma nova opinião sobre o que as rodeia.
https://novaescola.org.br/conteudo/1675/historia-e-geografia-uma-visao-critica-sobre-o-mundo 
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/histensino/article/view/24569 
A função do professor de história no ensino fundamental
 
​Resumo
 
O artigo apresentado tem como objetivo tem como objetivo principal refletir sobre a função do professor de história na sociedade atual, aprofundando um pouco o inicio da história da educação nas sociedades primitivas, bem como o papel do professor na supervisão.
 
Palavras chave: História – sociedade – professores, Ensino Fundamental – Superior
 
 
VESTÍGIOS NA HISTÓRIA DA FUNÇÃO DO PROFESSOR
 
No contexto das sociedades primitivas, a educação coincidia com a própria vida, sendo, pois uma ação espontânea, não diferenciada das outras formas de ação desenvolvidas pelo homem, educava-se por intermédio de suas ações cotidianas. Com efeito, a ação educativa era exercida pelo ambiente, pelas relações e ações vitais desenvolvidas pela comunidade com a participação direta das novas gerações, as quais, por essa forma, se educavam.
Os adultos educavam as crianças, de forma indireta, isto é, por meio de uma vigilância discreta, protegendo e orientando as crianças pelo exemplo, e eventualmente, por palavras. Com o passar do tempo o educador ficou sendo responsável pelo ensino e pela educação das crianças, mas também porque, de fato, sua função, desde a de estar constantemente presente junto às crianças, tomando conta delas, isto é, vigiando, controlando, supervisionando, portanto, todosos seus atos. Uma forma de manifestação da função supervisora na figura do professor. 
Em tempos de Idade Média a cidade (aldeia) e a indústria (artesanato) se subordinavam respectivamente ao campo e à agricultura, comunidades se constituíam segundo laços de sangue e a nobreza passava de pai para filho assim como servidão. Sob o modo de produção capitalista as relações deixam de ser natural, tornando-se predominantemente social, o que faz com que a sociedade, em lugar de se organizar com base no direito positivo que é estabelecido formalmente por convenção contratual e se traduz em constituições escritas.
Aliado a isto se dá, também, incorporação da ciência ao processo produtivo por meio da indústria. Onde o domínio da escrita era uma atividade destinada apenas às elites dominantes, mesmo assim, elas também tinham limitação na educação escolar.
Uma limitação que se estendeu até a nossa constituição, melhorando com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Pode-se, pois concluir que o professor era aquele que supervisionava a educação das crianças da classe dominante. Esse conceito parte do princípio de que existe a uma assimilação muito grande entre supervisor e professor, considerando que o foco de trabalho de ambos está relacionado diretamente ao aluno, ultrapassando a questão de apenas supervisionar o trabalho, função também exercida pelo professor.
 
Na perspectiva relacional construída nas escolas, Alonso (2003, p.175) afirma que:
 
(...) vai muito além de um trabalho meramente técnico-pedagógico, como é entendido com freqüência, uma vez que implica uma ação planejada e organizada a partir de objetivos muito claros, assumidos por todo o pessoal escolar, com vistas ao fortalecimento do grupo e ao seu posicionamento responsável frente ao trabalho educativo.
 
Não há dúvidas quanto a afirmação de ALONSO (2003). Atualmente o trabalho do professor adentra as áreas da saúde, área social, entre outras. Professores dessa sociedade atuam como verdadeiros psicólogos, advogados e médicos. Alunos que apresentam dificuldades em aprender certamente possuem alguma barreira que os impedem, momento em que entra a atuação de professor para o diagnóstico.
 
 
HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
 
Ao trabalhar a disciplina percebe-se uma maior importância em cumprir com o conteúdo, sem se dar conta que ao trabalhá-lo são necessárias estratégias que motivem o aluno ao aprendizado desse conteúdo. O fato de alguns alunos se manifestarem alegando não gostar de história pode ser pela forma como ela é colocada a eles. Existem ainda professores que exigem a cópia do livro, sendo que eles possuem o material para leitura, outras vezes, a leitura mecanizada ainda permanece nos dias atuais, esses são apenas dois dos poucos exemplos de prática que ainda acontece nos dias atuais, entre tantos outros.
São tantos os artifícios que se pode utilizar na história, além de diversos recursos tecnológicos. As comparações também aguçam a curiosidade dos alunos. Contextualizar a história valendo-se destes mecanismos poderá despertar o interesse dos alunos, porque na verdade eles não gostam de disciplinas que não lhes apresente significado algum, seja de português, matemática, geografia e outras.
Um dos meios de despertar essa motivação seria colocá-los a par de que a sua vida também é parte da história, em um contexto mais amplo e em uma determinada época. Discutir causas e consequencias atuais do que acontecer no passado também seria uma ótima estratégia, permitindo sempre a reflexão sobre os temas estudados. Exemplo, não adianta falar de Segunda Gguerra Mundial, sem discutir os maléficos da guerra para os nossos dias; Descobrimento do Brasil, se não contextualizar e discutir se houve mesmo descobrimento ou invasão.
            Assim sendo, o ensino de história se tornará significativo para os nossos alunos quando eles conseguirem refletir e assimilar que o que ocorre hoje tem origem no passado e que se soubermos trabalhar o presente poderemos amenizar consequencias futuras.
 
PROFESSOR DE HISTÓRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais possuem objetivos claros que direcionam o trabalho do professor para o desenvolvimento intelectual do aluno, são eles:
 
identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços;
organizar alguns repertórios histórico-culturais que lhes permitam localizar acontecimentos numa multiplicidade de tempo, de modo a formular explicações para algumas questões do presente e do passado;
conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles;
reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas, presentes na sua realidade e em outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço;
questionar sua realidade, identificando alguns de seus problemas e refletindo sobre algumas de suas possíveis soluções, reconhecendo formas de atuação política institucionais e organizações coletivas da sociedade civil;
utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico, aprendendo a ler diferentes registros escritos, iconográficos, sonoros;
valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo- a como um direito dos povos e indivíduos e como um elemento de fortalecimento da democracia. (PCN, vol.05, p.33)
 
Para que o aluno consiga desenvolver parte destas competencias, o professor de História atual tem a missão de: revalorizar a disciplina, conscientizando sempre de sua responsabilidade social proporcionando aos seus alunos a melhor compreensão do mundo em que vive. 
Profissionais desta área precisam manter um ambiene relacional entre aluno e professor, deixá-los falar, opinar, sugerir. Misturar o tradicional com o novo, trabalhar com compromisso de se chegar a um norte (objetivos). O estímulo e a curiosidade é comum dos jovens e crianças deste século. 
 
Uma época onde a informação é gratuita e percorre os mais diversos caminhos professores precisam filtrá-las e orientar as leituras.
Existem grandes quantidades de informações, tais como; em jornais, revistas, televisões, cinema e internet. Sabe-se que tais informações presentes nesses meios de comunicações, ás vezes distorcem a realidade presente do nosso país, levando nossas crianças, jovens e adultos a se tornarem alienados. Muitos usam a expressão "o jornal escreveu", "a televisão falou", "está na revista ou na internet". Sabe-se que essas informações só se tornam conhecimento quando são organizadas. 
Encontra-se ai o real papel do professor de História, mediar os conflitos de informações, orientar a pesquisa e estimular o registro histórico dos fatos. Levá-los a questionar o que é real ou não, nessas informações. 
É notável que vivemos em uma sociedade onde existe uma profunda crise de valores e atitudes. É nesse contexto de incertezas que entra o papel do professor, por isso é importante buscar novos recursos e atitudes didático-pedagógicos. O professor pode ajudar a sociedade usando o ensino, nesse caso o ensino de História, como instrumento de luta e transformação social, levando os alunos a uma consciência crítica que supere o senso comum para que possam não somente ver os acontecimentos, mas enxergá-los de maneira mais crítica e reflexiva. Sendo assim, o professor de História assume um papel, sobretudo político e social. Professores e professoras de História do Ensino Fundamental, Médio e Superior precisam encorajar-se social e politicamente, percebendo as possibilidades da ação social e cultural, na luta pela transformação das estruturas opressivas da sociedade brasileira. Por isso é necessário que conheçam a sociedade em que vivem os seus alunos e alunas.
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
  
O presente artigo foi elaborado com objetivo de entender a função do professor começando desde o inicio da história da Educação na Grécia Antiga

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