Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4 - ESTABILIZAÇÃO DOS SOLOS 4.1 - Introdução Entende-se por estabilização de solos o processo pelo qual se confere uma maior resistência estável às cargas ou desgastes ou à erosão, por meio de uma compactação, correção de sua granulometria e da sua plasticidade ou de adição de substâncias que lhe confiram uma coesão proveniente da cimentação ou aglutinação dos seus grãos. O caso mais comum de emprego de estabilização é quando não se dispõe de material com resistência adequada para ser usado como base de pavimentos. Entretanto, usa-se estabilizar o solo também em certos casos de reforços de fundação, ou de melhoria das condições de escavação ou estabilidade de talude. Quando o engenheiro que projeta uma estrutura ou obra de terra se depara com um solo ou terreno de má qualidade, ele pode adotar uma das atitudes seguintes: a) Evitar o solo ruim ou contornar o terreno mau: por exemplo adotar o traçado de uma estrada de modo a contornar uma área pantonosa, ou modificar o greide da estrada de modo a evitar uma camada de solo expansivo. b) Remover o solo ruim e substituí-lo por outro de boa qualidade: por exemplo, construir um aterro de material arenoso com expulsão e drenagem de turfa e argila subjacente ou escavar a camada de solo argiloso. c) Projetar o solo de modo a melhorar suas propriedades mecânicas e susceptibilidade aos efeitos ambientais: (“Conviver com a situação difícil”), por exemplo, aterro “futuante” que recalque ou seja renivelado após algum tempo. d) Tratar o solo de modo a melhorar suas propriedades mecânicas e susceptibilidade aos efeitos ambientais: por exemplo, pré-comprimido ou promovendo a drenagem com drenos verticais na argila do subsolo sob um aterro ou misturando cal ao solo expansivo do subleito de um pavimento. Tem-se, assim a Estabilização do Solo. As propriedades de engenharia que visam modificar na estabilização de um solo são: a) Resistência a cisalhamento, tornando-a menos sensível as mudanças ambientais principalmente, a umidade, além de torná-la compatível com as cargas que a estrutura vai absorver. b) Permeabilidade, aumentando-a ou diminuindo-a. c) Compressibilidade, reduzindo-a. Nos países de clima frio, considerar-se importante a redução da suscetibilidade ao gelo. Classificação dos Processos de Estabilização a) Melhoria geral de propriedades: compactação (atinge a todas as propriedades, e é o processos mais simples). b) Melhoria das propriedades principais: Adição de cimento Portland, cal, cal com cinzas volantes, ligantes betuminosos, solidificantes químicos. c) Melhoria de solos de fronteira: Estabilização granulométrica ou mecânica, solo modificado (por cimento, asfalto e traços de produtos químicos). d) Tratamento contra a água ou impermeabilização: Asfalto, produtos químicos e membranas. e) Tratamento contra poeira e erosão: cloreto de sódio, cloreto de cálcio, outros produtos químicos. f) Secagem local, adensamento, enrijecimento de solos moles, problemas especiais de fundações: Drenos de areia, estacas de pedras, pré-carregamento, vácuo, poços drenantes, eletroamose, aquecimento e resfriamento (congelamento) Causa da Importância Crescente da Estabilização de Solos na Engenharia Civil: a) Carência cada vez mais acentuada de materiais naturais de boa qualidade. b) Necessidade de construir as áreas que antes podiam ser contornados. c) Melhoramentos introduzidos nos métodos tradicionais de estabilização de solos. d) Desenvolvimento de novos métodos de estabilização. e) Melhoria dos processos e equipamentos de construção. f) Dados colhidos da observação do desempenho de estruturas com solo estabilizado mostram que estas podem ter suas dimensões reduzidas. g) Aspectos econômicos favoráveis: ecologia a preservar (uso de rejeitos industriais e minerários). Métodos de Estabilização mais eficazes para diferentes tipos de solos: TIPO DE SOLO MÉTODO DE ESTABILIZAÇÃO MAIS EFICAZES Solos Granulares Estabilização granulométrica, solo asfalto, solo-cal e cinzas volantes, solo-cimento. Solos Granulares Finos Estabilização granulométrica, estabilização com cimento portland, solo-cal e cinzas volantes, solo- asfalto, cloretos. Argilas de Plasticidade baixa Compactação, estabilização com cimento portland, impermabilizante químico, modificação pelo cal. Argilas de Plasticidade Elevada Estabilização com cal 4.2 - Métodos de Estabilização 4.2.1 - Estabilização Granulométrica 1 - Introdução A estabilização granulométrica ou mecânica consiste na mistura de dois ou mais solos, de forma íntima, e sua posterior compactação. Procura-se obter usualmente, misturada densamente graduadas e de fração fina plástica limitada. Se um material natural (cascalho, saibro, laterita, etc) apresenta condições intrínsecas adequadas, pode ser utilizado em camadas de sub-base e de base de pavimentos, sem adição ou mistura. As especificações estabelecem, com base na experiência, faixas granulométricas, valores de CBR mínimo, valores de LL e IP máximos, graduação e resistência do agregado graudo. Alguns tipos de solos estabilizados granulometricamente podem ser relacionados: • Cascalhos ou pedregulho, natural ou com acréscimo de areia • Solo residual arenoso (saibro) mais areia fina superficial (“Topsol”) • Cascalho de laterita, puro ou corrigido com areia • Solo-brita • Escórias de alto-forno. 2. Propriedades de Mistura Estabilizadas A estabilidade das misturas granulares (solo e solo-brita) ou seja, sua resistência às cargas e às variações ambientais, depende da distribuição granulométrica, forma das partículas, densidade relativa, atrito interno e coesão. Ver fig. 11.1 de YODER e WITCZAR. Em (a) tem-se agregado sem finos; sua densidade é pequena e sua permeabilidade grande; porém é difícil manuseá-lo por não ter coesão alguma. O atrito intergranular assegura a resistência. Em (b) tem-se uma mistura em que a quantidade de finos é o suficiente para preencher os vazios dos agregados; mantem-se o atrito intergranular das partículas maiores, e a mistura tem densidade elevada, e permeabilidade pequena, sua compactação ainda apresenta alguma dificuldade, mas sua estabilidade é muito satisfatória. Em © há muitos finos e o agregado flutua no solo; a densidade não é grande, a mistura é bastante impermeável, e pouco estável em relação à variação de umidade; o manuseio e a compactação são fáceis. Na fig. 11.2 vê-se como o peso específico aparente e o CBR variam com a porcentagem de finos (o que passa na peneira nº 200) de uma mistura cascalho-solo. O CBR máximo verifica-se para porcentagens na peneira 200 de 6 a 8%. O ys max verifica-se para 8 a 10%. A condição da mistura é a de (b) na Fig. 11.1. À direita é a condição © e à esquerda é (a). Distribuição granulométrica de um material: p = 100 (d/D)n, curva de Fuller-Talbot; p% que passa na pen. de malha D, diam. Máx. ; ys max, quando n = 0,5 Se D = ¾ pol, p = 6,2% pass. Pen. Nº 200. Enquanto que na figura 11.2 as partículas são arredondadas na figura 11.3 são angulares, pois o agregado é de brita. Os valores de CBR são um pouco maiores. Na figura 11.4 densidade aparente e CBR vs % que passa na pen. 200 para vários materiais granulares: pedregulho, areia grossa e fina. Os dois parâmetros aumentam com o tamanho das partículas granulares, e o peor ótimo de solo (finos) diminue. A densidade ou peso específico aparente não serve de critério quanto à estabilidade da mistura. Só tem validade se a distribuição granulométrica for determinada. Misturas com mais finos são menosestáveis e com menos finos mais resistentes. Se os finos forem excessivos cessa o atrito intergranular da parte grauda. O efeito da plasticidade dos finos vê-se na Fig. 11.5. Depende da quantidade de finos; se estes são escassos o tipo de fino não importa, mas se atingem cerca de 15%, o que torna a densidade máxima, a plasticidade torna-se importante. As especificações da AASHTO estabelecem máximos de LL 25% e IP 6%. Poderão ser exagerados estas especificações, conforme o clima, a graduação descontínua, e a resistência da mistura. Se os finos existem em pequena quantidade pode-se ter plasticidade maior. Há quem especifique valores máximos do produto de % pass. Pen. 40 ou 200 por IP, p. ex. Os cascalhos de laterita apresentam granulometria descontínua. Outros materiais também podem apresentar descontinuidade. Não se aplicam os requisitos de plasticidade a solos de granulometria descontínuas ou mal graduadas. Na figura 11.6 mostra-se o “dust rátio” ou fator de pó =P200/P30 =P0,074mm/P0,59mm variando linearmente com o IP de cada solo. Depende da vazão de finos e areia na mistura. Na figura 11.7 o efeito da descontinuidade granulométrica de um cascalho com finos é mostrado quando ao < d para <3 = 1 kgf/cm2, ensaios triaxial; o agregado tem diâmetro máximo de 35mm (1 pol). A resistência depende do “fator de pó” e da % que passa na peneira nº 200. Para pequenas quantidade de material que passa na pen. 200 (seja 5%) o “fator de pó” tem pouco efeito e pode-se concluir que a graduação descontínua não produz efeito danoso na mistura. Por outro lado, para maiores quantidades de material que passa na peneira 200, o aumento do “fator de pó” causa decréscimo na resistência até o fator 0,5, e depois cresce novamente. Os maiores valores de resistência são obtidos com granulometria mais descontínua - fator de pó perto de 1. Neste caso vê-se que a plasticidade torna-se menos influente. Assim, para julgar melhor materiais de granulometrias descontínuas há que se fazer ensaios que meçam sua resistência do cisalhamento. A permeabilidade de misturas solo-agregado é ilustrado na figura 11.8. Somente as bases de textura aberta drenam livremente. Porém há que se cuidar da sub-penetração do material fino subjacente, figura 11.9. Aqui mostram-se resultados de ensaios de cargas repetidas em laboratório. Numa areia não há intrusão de solo argiloso saturado subjacente, nem há no cascalho quando este apresenta graduação adequada. Mas deve-se prover lençol ou colchão de areia sob a base granular para evitar a intrusão; basta ter 5 a 10cm de espessura. Na figura 11.1 (1ª edição, Yoder) mostra-se a influência da densidade dos grãos; trata-se de um material granular, areia δg = 2,10, misturado com finos de δg = 2,75. Mostra-se que até cerca de 20% de solo fino acrescentado à areia, embora o ϒs da mistura aumente, o peso da areia por unidade de volume não varia; a densidade faz-se pelo solo fino acrescentado. Quando a porcentagem de finos é superior a 20%, o ϒd da mistura aumenta, porém por efeito do δg do solo fino; a areia “bola” no solo fino. No caso de misturas em que o agregado graúdo é minério de ferro e o miúdo areia quartzosa a variação de ϒd da mistura cresceria até atingir o estado de preenchimento maior possível dos poros do cascalho com areia, e a seguir pouco aumentaria ou até diminuiria. 2. Mecanismo de Compactação O problema da compactação era, antigamente, encarado de forma empírica, dependente do bom senso ou experiência de cada engenheiro. Coube a RR Proctor (1933), dar início ao estudo racional da compactação, levando o problema ao laboratório. Verificou Proctor que um mesmo solo, conforme o seu teor de umidade, reagia diferentemente à compactação, alcançando valores diversos de densidade. Proctor compactou amostrar de solo em um recipiente cilíndrico metálico, utilizando amostras de diferentes umidades, após compactar uma amostra no cilindro, retirava-a destorroava-se acrescentando mais água, tornando a compacta-la. Com os pares de valores (ϒs*, h%) obtidos da compactação de cada amostra, era possível traçar a curva ϒs = f (h%) em eixos coordenados denominada CURVA DE COMPACTAÇÃO fig. (1). γmáx. fig.1 hot h(%) Essa curva típica para todos os solos mostrava que a densidade aumentava à medida que se compacta o solo em umidades crescentes, passava por um máximo e diminuia depois. Esse comportamento dos solos, compactados, denotando a importância da umidade de compactação, é a grande descoberta de Proctor em seus estudos de laboratório. ϒs = ϒh ϒn = Pn h = Pa x 100 l + h Vt Ps Ao ponto máximo da curva (fig. 1) correspondem a massa específica aparente máxima (ϒmax) e a umidade ótima hot do solo. Esses valore ϒmax e hot variam de solo para solo, de acordo com suas características gerais (textura, forma dos grãos, plasticidade, etc...) Num mesmo solo, dependente da maneira (método) e energia empregadas na compactação, como veremos mais adiante. O mecanismo do aumento e subsequente decréscimo de ϒs em função da umidade, tem sido explicado por diferentes modos (que serão abordados posteriormente) aqui apresentaremos as mais simples. No Ramo Seco (em baixa umidade), os solos apresentam resistência grande à aproximação de seus grãos devido ao atrito entre os mesmos; acrescendo a umidade, o atrito diminui, funcionando a água como um lubrificante e se obtendo assim um entrosamento melhor entre os grãos. No Ramo Úmido (Alta umidade) Ultrapassando, entretanto, um certo valor de umidade (hot), o acréscimo de água para agir diversamente; a quantidade de água é tal, que dificulta a expulsão do ar remanescente dos vazios amortecendo o efeito da compressão ou golpeamento, não conseguindo mais diminuir convenientemente o volume total do solo. 4.3 - Fatores Predominantes na Compactação 4.3.1 - Teor de Umidade - Já foi abordado anteriormente. 4.3.2 - Tipo de Solo - Em igualdade de condições de método e energia empregados, observa-se que os solos de granulometria grossa atingem maior ϒmax (com menor hot) que nos solos finos (com maior hot). Quanto mais bem graduado seja o solo, maior seu ϒmax e menor hot quanto mais plástico o solo menor seu ϒmax e maior sua hot. γs Areia bem graduada (desuniforme) Areia mal graduada (uniforme) Argila magra (baixa plasticidade) Argila grosa (alta plasticidade) h% 4.3.3 - Método de Compactação O método se caracteriza, fundamentalmente, pela maneira com que se aplica as cargas ao solo, durante a compactação. 4.3.3.1 - Método Dinâmico Caracteriza-se pela ação de Energia Cinética; o solo é compactado por intermédio de um peso (soquete) que vai de uma certa altura. É ainda o mais empregado em laboratório. 4.3.3.2 - Método Estático Consiste na aplicação de uma carga P, que cresce gradativamente desde zero até seu valor máximo, no qual é mantida durante certo tempo, após o que é aliviada. Não há ação de Energia Cinética. De modo geral, nos ensaios, estáticos de laboratório, o pistão que comprime o solo tem área igual à da seção transversal do cilindro. 4.3.3.3 - Método de Amassamento É devido a Hveem. Aplica-se uma carga P transciente, isto é, de ação rápida; não há também Energia Cinética. É o método de laboratório cujos resultados mais se aproximamdos resultados de campo. P P P Hg Solo Solo Ecim = P Hg 0→P→0 0→P→0 Em tempo t (Em tempoΔt muito pequeno) Ecim = 0 Ecim = 0 DINÂMICO ESTÁTICO AMASSAMENTO Tem-se observado que num mesmo solo, a utilização de métodos diferentes conduz a diferentes estruturas, de tal modo que as amostras compactadas (mesmo que as densidades e umidades obtidas sejam idênticas apresentarão resistência diversas). 4.3.4 - Energia de Compactação É fator muito importante, pois quanto maior a energia empregada, maior as densidades obtidas. Um mesmo solo, compactado pelo mesmo método mas em energias diferentes (El . E2) fornece curvas como as da figura abaixo. Para os métodos dinâmicos em laboratório. Calcula-se a Energia de compactação pela fórmula seguinte: ϒs E1 E2 E1∃ E2 h% E = P Hg x Nc x Ng / Vt P - peso do soquete Hg - altura de queda do soquete Vt = Vc x Nc Nc - Número de camadas Vc - volume de cada camada Ng - número de golpes por camada Vt - volume total da amostra compactada. Observe que a expressão de E tem dimensão de: [ Energia ] = Pressão [ Volume ] Para a compactação com rolo, no campo, se emprega a expressão. Ecampo = ESFORÇO TRATOR X NÚMERO DE PASSADAS LARGURA DA FAIXA COMPACTADA X ALTURA DA CAMADA Entende-se por “passada” de um rolo, o seu caminho sobre a camada, num único sentido da faixa a compactar. Assim a ida e a volta corresponde a 2 passadas. A figura abaixo representa uma curva típica, ϒs = f(Np) em umidade constante. ϒs h% constante ASSINTÓTA ϒso 4 8 12 16 NP ϒso massa específica aparente do solo fofo Para cada umidade de compactação obtem-se um tipo de curva indicado acima de tal modo que seria possível a partir da família de curvas ϒs(h) = f(Np), obter-se a curva de compactação correspondente ao rolo empregado. Assim na figura abaixo estão 5 curvas ϒs = f(Np) correspondentes a cinco umidades diferentes, crescentes de f2 até h5. Se fixarmos um dado valor de Np Np = 10 determina-se os valores de ϒs correspondentes o que permite traçar a curva ϒs = f(h) para energia de compactação constante. E = f(Np = 10). ϒs h3 h4 h2 h1 h5 nº10 NP h1 < h2 < h3 < h4 < h5 ϒs Energia = f (Np = 10) h1 h2 h3 h4 h5 h% 4.4 - Métodos Dinâmicos de Laboratório Os métodos mais vulgarmente empregados entre nós, são os dinâmicos. Desses o mais antigo é o Proctor Normal, que corresponde ao “ensaio de compactação”- MB - 33 da ABNT. Emprega-se, bastante, hoje em dia, o “proctor modificado”, que surgiu atendendo ao aumento de cargas dos veículos rodoviários modernos, exigindo compactação mais enérgica dos subleitos e pavimentos de estradas. Um terceiro método dinâmico é o do CBR (“California Bearing Rato”) (ou Índice de Suporte Califórnia) necessário ao dimensionamento de pavimentos de estradas e aeroportos, com energia, aproximadamente igual ao do Proctor modificado. Maiores detalhes sobre o CBR serão ao Curso de Estradas. Quadro de Características dos Métodos Dinâmicos MÉTODO PROCTOR NORMAL OU A ASNO-STANDARD-ENSAIO NORMAL DE COMPACTAÇÃO PROCTOR MODIFICADO OU A ASNO MODIFICADO CBR OU ISC P Peso do Soquete 2,5kg 4,5kg 4,5kg Hg Altura de queda 0,305m 0,457m 0,457m Nc Número de camadas 3 5 5 Ng Nº de golpes por camada 25 25 55 Vt Volume útil do molde 1 dm3 1 dm3 2,3 dm3 Vc Volume de 1 camada compactada 333 cm3 200cm3 460cm3 E Energia de compactação 57 tm/m3 257 tm/m3 245 tm/m3 ∅ N Dimensões úteis do Molde 10cm 12cm 10cm 12,7 cm 15,24cm 12,7cm Energia cinética 1900 kg cm 5140 kg cm 11300 kg cm 4.5 - Curva de Saturação S = (Va / Vv) x 100 ϒs = f(h%, S%) ϒs = δg/ 1 + e δg = δ x γa hδ = Se ϒs = δ x γa / 1 + hδ/s = Sδ / S + hδ x γa A partir dessa expressão, se fixarmos um dado valor para S e dermos valores variáveis para h% poderemos calcular valores de ϒs correspondentes ao grau de saturação fixado. 4.6 - Relação Densidade - Umidade - Resistência 4.7 - Especificação e Controle de Compactação 4.7.1 - Grau de Compactação Denomina-se “Grau de Compactação” à relação: GC = ϒ campo x 100 ϒ lab Entre a densidade obtida no campo e a especificada pelo laboratório em geral o “Grau de Compactação” é calculado em função do ϒmax de laboratório, fixando-se assim, para compactação de campo, a umidade ótima, hot do laboratório. Com a determinação do “Grau de Compactação” atingido, visa-se controlar as condições de campo, a partir de resultados conhecidos no laboratório. Tal prática cria problemas devido a várias razões, algumas já abordadas por nós em itens anteriores: 1ª) Dependendo do tipo de rolo empregado, pode haver dificuldade ou mesmo impossibilidade de se atingir um “Grau de Compactação” fixado, uma vez que a “Curva de Compactação” do rolo pode ser completamente diferente da do ensaio de laboratório no caso da figura 18 por exemplo, seria muito difícil obter-se C = 100% no campo, com o rolo empregado, caso se fixasse a umidade de compactação no campo igual à ótima de laboratório; 2ª) A obtenção no campo, com um dado rolo, de um certo grau de compactação fixado a partir de resultados exclusivamente de laboratório, pode levar a solos compactados de resistência e características gerais inferiores às necessárias, por questões de estruturas impostas ao solo, no campo, note-se que a compactação de laboratório é executada em moldes cilindricos metálicos, praticamente indeformáveis, que sujeitam as amostras a contenção lateral infinita, enquanto que no campo a contenção lateral é do próprio solo, muito menor portanto - daí uma das razões principais da obtenção de estruturas diferentes. A tendência atual, mais racional, pelo menos nas grandes obras, é executar testes experimentais no campo com o equipamentode compactação de que se dispõe, verificando então, diretamente, as condiçòes de melhor rendimento e aproveitamento das características do conjunto solo-equipamento. As curvas ϒs = f (Np) ϒ = f (h%) são traçadas a partir desses testes em verdadeira grandeza, assim como se retira amostras indeformadas das camadas compactadas, para ensaiá-las em laboratório e verificar suas características de resistência. Nas obras de menor importância, todavia, continua-se a especificar, exclusivamente, em função da compactação de laboratório. 4.7.2 - Especificação para Estradas de Rodagem e Aeroportos É comum entre nós, especificar a compactação das camadas de sub-leito e pavimento de estradas de rodagem e aeroportos, em função do “Proctor Modificado” (Ver item 6), prevendo-se a resistência (capacidade de suporte) das diversas camadas de acordo com o ensaio de penetração do C.B.R. Quanto mais profunda a camada, admite-se solos de características inferiores ou, então, se é mais liberal nos graus de compactação a exigir. 4.7.3 - Especificações para Barragens de Terra As barragens de terra são aterros de grande altura, sujeitos à percolação da água. Suas condições de compactação devem ter, assim, características diferentes das correspondentes às estradas de rodagem e aeroportos. O “Bureau of Reclamation” dos Estados Unidos, uma das organizações de maior autoridade em matéria de projeto e construção de barragens de terra, apresenta critérios diferentes de especificação para solos finos (das zonas impermeáveis) e solos grossos (das zonas permeáveis), levando em conta o comportamento geral dos mesmos. Para os solos finos, a preocupação maior diz respeito ao aparecimento de pressões neutras (“pore pressures”), devido à baixa permeabilidade dos mesmos. 4.7.3.1 - Solos Finos - Zona Impermeável (1) (2) (3) Altura da Barragem (m) Porcentagem a subtrair da umidade ótima Grau de Compactação mínimo a obter 0 - 45 45 - 90 90 - 130 0 - 2,0 1,0 - 2,5 1,5 - 3,0 98% 96% 94% nas camadas mais profundas nas camadas superiores A aplicação desse quadro se baseia no seguinte: 1º) O método de compactação a ele referido, para determinação de ϒmax e hot de laboratório, é diverso dos Proctor Normal ou Modificado; suas características são P: 2,5 kg; Hq = 0,457m; Nc = 3; Ng = 25; Vt = 1,4 dm3 (∅ = 10,5cm; H = 16,2cm) Energia = 61 t.m/m3. 2º) A orientação do quadro é para os casos em que não se tenha levado a efeito estudos especiais de “pore-pressure”. 3º) Para alturas intermediárias àquelas da coluna (1), poder- se-á interpolar os teores de umidade. Exemplo de Aplicação do Quadro: Para uma barragem de 65 metros de altura, dever-se-ia usar aproximadamente: - para os primeiros 45m (de cima para baixo): c = 98% h = hot - (0 a 2%) - Para as camadas inferiores (de 45m a 65m): c = 96% h = hot - (1,0% a 2,5%) 4.7.3.2 - Solos Grossos - Zona Permeável Para esses solos “Bureau” especifica a compactação em termos de “Grau de Compacidade”, que é, como se sabe: G.C. = - Cmax. - Cnat. = - ϒmax. (ϒnat. - ϒmin.) Cmax.- Cmín. ϒnat. (ϒmax. -ϒmin. onde ϒmax. E ϒmín. são as massas específicas aparentes secas correspondentes a θ mín. e θ máx., respectivamente, obtidas de acordo com as normas de ensaio do próprio “Bureau”. Na ausência de ensaios de cisalhamento, considera o “Bureau” que a compactação dos solos granulares é satisfatória, quando o “Grau de Compacidade” atingido no campo for de, pelo menos, GC = 0,70. 4.7.4 - Escolha do Equipamento de Compactação Existe, hoje em dia, uma variedade bastante grande de equipamentos para compactação de campo. Os tipos mais importantes são; a) Rolo Pé-de-Carneiro; b) Rolo de Pneumáticos; c) Rolo Liso; d) Rolo de Grade (“grid roller”); e) Rolo Vibratórias; f) Placas Vibratórias; g) “Sapo”; h) Pilões de Gravidade, etc... A experiência existente permite indicar de antemão, o tipo de rolo mais aconselhável para cada tipo de solo. Em Argilas e Solos Eminentemente Argilosos 1 - Rolo Pé-de-Carneiro (Barragens Estradas); 2 - Rolo de Pneumáticos (Estradas); 3 - Rolo Liso (Estradas); 4 - “Sapos”; 5 - Pilões de Gravidade. Em Areias, Pedregulhos e Solos Eminentemente Arenosos e/ou Pedregulhosos: 1 - Rolo de Pneumáticos (Estradas e Barragens); 2 - Rolo Liso (Estradas); 3 - Rolo Pé-de-Carneiro, com grande área de pé (Barragens); 4 - Rolos Vibratórios; 5 - Placas Vibratórias. Em Bases de Pedras 1 - Rolo Liso; 2 - Rolo de Grade; 3 - Rolo de Pneumáticos. Para melhor decisão sobre o tipo de rolo a empregar, prinpalmente nas grandes obras, deve-se executar trechos experimentais, que já mencionamos. Um trecho experimental consiste, em linhas, gerais de uma área no canteiro da obra, em que se movimenta os rolos de que se dispõe, fazendo variar a espessura da camada fofa, a umidade, o número de passadas, o peso do rolo ou pressão de pneus, etc., determinando-se as densidades obtidas e verificando o rendimento para cada caso. 4.7.5 - Controle da Compactação O controle da compactação é a série de operações, que se leva a efeito, visando determinar a qualidade do serviço executado, comparando os valores obtidos com aqueles pré-fixados nas especificações. Nos métodos tradicionais de controle, se verifica a umidade de espalhamento e a densidade de compactação. Em barragens de terra está tomando vulto, atualmente, o chamado “MÉTODO DEHILF”, desenvolvimento e divulgado pelo “Bureau of Reclamation”, e de autoria do engenheiro Hilf, da Seção de Solos daquela organização. Nesse Método verifica-se o grau de compactação, sem necessidade de determinação de umidade. 4.7.5.1 - Controle de Umidade Vários processos são usados: a) Agulha de Proctor (Barragens); b) “Speedy Moisture Tester” (Estradas e Barragens) c) Álcool d) Estufa Os três primeiros são processos rápidos, de campo, que fornecem a umidade imediatamente, em poucos minutos; a estufa é usada em laboratório, e requer 24 horas para determinação da umidade, o que elimina como processo de campo, em que a urgência é fator importante. O processo da “Agulha de Proctor” consiste em determinar a resistência à penetração (da “Agulha”) do solo compactado no campo, e compará-la com valores previamente obtidos no laboratório. O “Speedy” é uma garrafa metálica, em que se mistura intimamente solo úmido e carbureto de cálcio; a reação da água com o carbureto desprende gás acetileno, cuja pressão (função da maior ou menor umidade do solo) é medida num manômetro da garrafa, e lida diretamente em valores de umidade. O processo do álcool consiste na queima do solo com álcool, numa espécie de frigideira; pela variação de peso da amostra de solo (antes e depois da queima), calcula-se a umidade. 4.7.5.2 - Controle de Densidade Os Processos mais usados são: a) Agulha de Proctor (Barragens) b) Cravação de cilindro Proctor; c) Frasco de areia; d) Óleo ou Água. O processo da “Agulha” se baseia na comparação da resistência de campo, com as de laboratório, correlacionadas com densidade conhecidas. O da cravação do cilindro é um processo de medição de volumes e pesos, assim como os restantes processos citados. 4.2.3 - Estabilização de Solos com Cimento Portland 1 - Introdução De todos os métodos de estabilização atualmente em uso, os que utilizam o cimento como agente estabilizador se situam em segundo lugar quanto à sua importância e emprego, perdendo apenas para a estabilização mecânica. A primeira obra em que se empregou a estabilizaçãocom cimento Portland controlada, foi uma estrada construída em 1935 perto de Hohnsonville, S.C, sob o controle da Portland Cement Association, a Public Roads Administration e o South Carolina State High-Way Department. Desde então, milhões de metros quadrados de estradas e aeroportos têm sido construídos com o emprego da estabilização com cimento Portland. Os fatores que ajudaram a tornar tão popular o uso do cimento Portland como agente estabilizador de solos, em quase todo o mundo, são os seguintes: a) O cimento é, geralmente, um produto nacional em quase todos os países. b) O cimento é industrializado em larga escala, o que torna o seu preço “relativamente baixo”. c) O uso de cimento em geral envolve menos cuidados e controle do que a maior parte dos demais agentes estabilizadores. d) Existe um maior número de informações sobre solos estabilizados com cimento, do que sobre outros tipos de estabilização. e) Praticamente qualquer solo pode ser estabilizado com cimento, desde que se use uma quantidade suficiente de cimento, combinado com uma certa quantidade de água e compactação e cura apropriadas. 2. Tipos de Misturas Tratadas com Cimento Solo tratado com cimento, é uma simples mistura de solo pulverizado, cimento Portland e água. Todas as misturas de solo natural e cimento Portland são, geralmente, chamados de “solo-cimento”. Na realidade, existem tr6es tipos diferentes de misturas tratadas com cimento. Estas são: a) Solo-Cimento É um material endurecido pela cura de uma mistura íntima compactada, de solo pulverizado, cimento Portland e água. Em outras palavras, é adicionado cimento suficiente para endurecer o solo, e a quantidade de água é adequada para a compactação da mistura, e hidratação do cimento. O endurecimento da mistura é avaliado por critérios de durabilidade e resistência à compressão de corpos de prova. b) Solo Modificado pelo Cimento Alguns tipos de solos não podem ser economicamente estabilizados com cimento. Por exemplo, o teor de cimento que seria requerido para estabilizar um solo argiloso, de modo a utilizá-lo como base, poderia ser da ordem de 20% a 30%. Um solo granular em elevada plasticidade e baixa resistência pode se tornar aceitável para uso como base, através da adição de uma pequena quantidade de cimento, alterando assim as suas propriedades indesejáveis ou seja, reduzindo= a plasticidade e aumentando a resistência. A mistura é não-endurecida ou semi- endurecida. c) Solo-Cimento Plástico Difere do solo-cimento definido no item (a), pelo fato de se lhe acrescentar água em quantidade suficiente para produzir uma consistência de argamassa na ocasião da mistura e aplicação. Tem grande utilização no revestimento de canais e valas, e na estabilização de taludes. 3. Fatores Influentes na Estabilização de Solos com Cimento Existem uma série de fatores que afetam a resistência e a durabilidade de solos estabilizados com cimento. Esses fatores são os seguintes: a) Tipo de Solo: A influência das diferentes características do solo na durabilidade e resistência do solo-cimento envolve um grande número de variáveis. Algumas das características, bem como suas influências são citadas a seguir: - Granulometria: quanto mais fino o solo, maior a superfície específica do mesmo,; e portanto, maior o teor de cimento necessário para a estabilização. - Cationte Absorvido: influência à resposta do solo à estabilização. - Expansibilidade: a experiência tem mostrado que argilas compostas de minerais expansivos são particularmente difíceis de estabilizar. - Teor de Matéria Orgânica: a presença da matéria orgânica retarda a hidratação e pode até impedir a ação do cimento. - Teor de Compostos Orgânicos de Baixo Peso Molecular: afetam a resistência da mistura. b) Teor da Umidade na Compactação: O teor de umidade ótimo para a mistura pouco difere da umidade ótima do solo natural. Porém, é bom lembrar que a umidade ótima para a máxima densidade não é necessariamente igual à umidade ótima para máxima resistência. A água que se acrescenta para compactar o solo é, também suficiente para a hidratação do cimento, desde que se garanta a cura. c) Densidade Quanto mais denso o solo-cimento, maior a sua resistência; sendo esta resistência muito mais sensível à densidade do que ao teor de cimento. d) Teor de Cimento Quanto maior o teor de cimento, maior a resistência resultante da mistura. Valores Típicos: SOLO (A.A.SHO) % DE CIMENTO EM: Volume Peso A - 1 - a 5 - 7 3 - 5 A - 1 - b 7 - 9 5 - 8 A - 2 7 - 10 5 - 9 A - 3 8 - 12 7 - 11 A - 4 8 - 12 7 - 12 A - 5 8 - 12 8 - 13 A - 6 10 - 14 9 - 15 A - 7 10 - 14 10 - 16 OBS: 1 litros de cimento - 1.43 Kg 50 Kg de cimento = 1 saco de cimento - 35 litros e) Tipo de Cimento No caso de cimento Portland comum variando-se o teor de álcalis, pode ser este favorável à resistência da mistura. Quando se utiliza o cimento Portland de alta resistência inicial os resultados variam de acordo com o tipo de solo. f) Mistura Em geral, quanto mais eficientemente o cimento, a água e o solo forem misturados, maiores a estabilidade e durabilidade do solo- cimento. Alternativamente, altas eficiências de misturas resultarão em teores mais baixos de cimento para atingir uma dada resistência no campo. A eficiência da mistura (razão entre as resistências à compressão na pista e no laboratório) é da ordem de 60% para os solos argilosos. No caso de solos granulares e usina central de mistura, pode-se atingir uma eficiência de 100%. Portanto, em geral deve-se acrescer o teor de cimento determinado em laboratório, para obter no campo a resistência de laboratório. A demora na compactação ou a excessiva mistura reduzem a resistência à compressão e a durabilidade. g) Cura no Campo A maneira como se processa a cura do solo-cimento, afeta o produto resultante. Como no concreto, a resistência do solo-cimento aumenta com a idade. Admite-se que a umidade de compactação fique retida na mistura compactada por um período de cura de 7 dias ou mais. A aplicação de pinturas betuminosas de asfalto diluído e emulsão garantem esta condição. h) Temperatura Pesquisa do T.R.R.L. revela que a resistência aos 7 dias aumenta com a temperatura à razão de 2 a 2,5% por ºC, quando próximo de 25ºC. Se o critério de dosagem for apenas resistência, precisa-se de um menor teor de cimento, se a dosagem for feita em tempo quente. i) Aditivos A aplicação de aditivos secundários em pequenas porcentagens (≅ 2%) traz os seguintes benefícios: - Torna possível estabilizar com cimento, solos que não respondem bem a esse tratamento. - Permite economizar cimento e melhorar as propriedades da mistura. São aditivos do solo-cimento: - A cal: anulam a ação retardadora da matéria orgânica, e reduzem a plasticidade, facilitando a pulverização e mistura do cimento. O tratamento é feito com 2 a 3% de cal, e a cura do material solto por 3 dias, antes de acrescentar o cimento. - Materiais betuminosos: aumentam a resistência da mistura. - Cinzas volantes: reduzem o trincamento. - Cloreto de cálcio: anula o efeito retardador da matéria orgânica, e pode melhorar a resistência. - Traços de reagentes químicos: aumentam a reatividade do solo com o cimento e aumentam a quantidade de produtos cimentantes. 4.2.4 - Sol-Cal 1 - Introdução É pequena a experiência brasileira em relação à estabilização de solos com cal em obras de engenharia. Pode-se citar duas experiências de campo realizadas sob controle tecnológico bastante satisfatório e que foram precedidas de pormenorizadosestudos de laboratório. A primeira é a construção da camada de b ase solo-cal num trecho experimental da BR 116/MB, Km 282, trecho Muriaé-Fervedouro, pelo IPR. A segunda pista experimental na BR-101, perto da localidade de Nova Brasília em Santa Catarina. 2. As Reações entre o Solo e a Cal Floculação Reações Rápidas (Imediatas, Colóides) Permuta Iônica REAÇÕES Reações Lentas Reação pozolânica (reação do Ca++ (Ação cimentante) de cal com a si- lica e a alumina reativas do solo) Carbonatação (a cal reage com o Co2 do ar e forma carbonato de cálcio, que é um cimento fraco. Formação de novos compostos cris- linos. A quase totalidade da cal reage num período de vários dias, mas a natureza do silicado de cálcio cimentante varia com o tempo. Os solos com baixo teor de silica reativa (areias e siltes) quase não reagem com a cal às temperaturas ambientais; atinge-se rapidamente a resistência final, porém esta é pequena. 3. Efeito da Cal nas Propriedades do Solo a) Distribuição Granulométrica: Há o aumento dos tamanhos dos grãos (aglomeração ou floculação); é tanto mais acentuada a modificação quanto mais fino o solo natural. b) Plasticidade: As forças elétricas entre partículas são alteradas pelo cálcio. O LP cresce com a cal, o que significa que o solo exige mais água para se tornar plástico. O LL geralmente aumenta nas argilas não expansivas (caulinitas) e diminui nas expansivas (montmorilonitas), mas mesmo que LL aumente, o LP aumenta muito mais de modo que IP diminui. O aumento do teor da cal acarreta valores de IP cada vez menores. c) Variação de Volume: O tratamento de um solo expansivo com cal reduz as variações de volume do solo quando este absorve água. O aumento do valor de LC do solo tratado significa que é preciso adicionar mais água do que no solo puro para atingir a consistência plástica. d) Características de Compactação: A massa específica aparente diminui e o teor de umidade ótima aumenta quando se trata um solo com cal. Como a curva ( Ya’ h) varia com a cura há que se escolher com cuidado a referência para o controle de compactação. e) Resistência: A resistência depende de vários fatores: 1) teor de cal, 2) tipo da cal, 3) tipo do solo, 4) densidade; 5) tempo de cura, 6) tipo de cura, 7) durabilidade. A resistência a compressão simples do solo-cal varia de alguns Kgf7 cm2 a vários dezenas de Kgf/cm2, em função da variação dos fatores acima. Quanto maior o teor de cal maior a troca catiônica e a formação de produtos cimentantes esta pode ser lenta. No método de dosagem do texas determina-se a resistência à compressão não confinada após cura úmida de 7 dias e embebição (molhagem por capilaridade a temperatura ambiente) de 10 dias; Quanto ao Tipo de Cal é a cal viva - Ca0 - mais eficaz do que a cal hidratada Ca (OH)2’’ porém de manuseio mais perigoso. A importância do tipo de solo na resistência está na presença de maior ou menor reatividade desta. Quanto a densidade da mistura aumenta, ao se aplicar um esforço de compactação maior, para um dado teor de cal, a resistência aumenta. Quanto maior o tempo de cura tanto maior a resistência; este acréscimo, que parece continuar indefinidamente na cura em laboratório, tende a abrandar no campo devido ao intemperismo e carbonatação. O tipo de cura usual de laboratório é a cura úmida (sem perda de umidade) e a temperatura ambiente pouco variável (22 a 25 ºC ). A velocidade de cura cresce com o aumento de temperatura. É difícil reproduzir em laboratório as condições de campo. A durabilidade cresce com o teor da cal, o tempo de cura, e a compactação, mais depende do tipo de solo. 4.2.5. Solo com Betume 1. Introdução A estabilização com materiais betuminosos (asfaltos diluidos, emulsões asfáticas e alcatrões) é um dos processos clássicos de melhoramento das propriedades dos solos (em base de pavimentos). Não é muito comum do Brasil. As dosagens de material betuminoso variam de 2 a 10% em peso. 2. Métodos de Estabilização a) Mistura íntima - envolve a partícula b) Impermeabilização mecânica - vedação c) Estabilização de agregados - envolve grumos d) Membranas de proteção - envolve massas de solo compactado (h < hot’ para maior resistência). 3. Mecanismos Fundamentais a) Nos solos arenosos ou incoerentes: aglutinar os grãos dando coesão ao solo.
Compartilhar