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Filmes e processamento radiográfico

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RECEPTORES DE IMAGEM (FILMES) E PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO 
Os filmes radiográficos são os receptores de imagem e sensíveis à luz visível e ao Raio X, o que justifica seu 
processamento químico numa câmara escura. 
CLASSIFICAÇÃO 
Os filmes radiográficos podem ser classificação de acordo com sua utilização, tamanho, quantidade presente em uma 
embalagem e sensibilidade. 
 
1. Utilização 
Intraorais: periapicais, oclusais e interproximais. 
Extraorais: Radiografia cefalométrica, panorâmica etc. 
Existem também os dosímetros que dosam a quantidade de radiação que chega a profissionais que mexem com Raio X. 
 
2. Apresentação 
Intraorais 
Têm caixas com variados números de filmes radiográficos. Geralmente os filmes intraorais são embalados 
individualmente, o que não acontece nos filmes extraorais. 
O filme é composto basicamente pelo envoltório plástico, papel preto, filme propriamente dito e lâmina de chumbo. O 
envoltório plástico é uma barreira contra luz e umidade, indica qual é a face ativa (a partir do picote) que recebe os 
fótons de Raio X. Na parte posterior, tem todas as informações do filme (aponta qual o lado ativo, a marca, quantidade 
de filmes, sensibilidade). O papel preto também envolve completamente o filme e o protege ainda mais contra a luz. A 
lâmina de chumbo atenua a radiação que vai atingir os tecidos que estão posteriores ao filme, além de atenuar a 
radiação secundária que sairia dos tecidos e que poderia velar o filme e borrar a imagem. Se o filme for utilizado do lado 
errado, a lâmina de chumbo deixará a imagem com aspecto escamoso e invertido. 
 
Extraorais 
Os filmes extraorais não são separados por envoltórios individuais e são muito sensíveis a luz visível. Além disso, são 
usados com o écran intensificador. 
 
3. Tamanho dos filmes intraorais 
X.Y 
X: Tipo de filme – periapical (1), interproximal (2) e oclusal (3) 
Y: Tamanho do filme (0 a 4) 
 
PERIAPICAIS: 1.0* (infantil), 1.1 e 1.2* 
INTERPROXIMAIS: 2.0, 2.1, 2.2 e 2.3 
OCLUSAIS: 3.4* 
*Únicos comercializados no Brasil 
 
Os filmes extraorais têm diversos tamanhos. 
 
4. Quantidade 
Podem ser simples (maioria) ou duplos. 
 
5. Sensibilidade 
Refere-se à eficácia com que o filme responde à radiação. Quanto mais sensível é o filme, menos radiação precisa para 
sensibilizá-lo, o que é melhor para o paciente, pois menor é a exposição. 
A sensibilidade é determinada pelo tamanho e quantidade dos cristais presentes nos filmes. 
Classificação de sensibilidade: 
A – B – C – D – E – F 
 
O filme A é o menos sensível e, portanto, precisa de mais radiação para sensibilizá-lo. Com o passar do tempo, foram 
surgindo filmes com 50% a mais de sensibilidade (foram aumentando a quantidade e tamanho dos cristais esféricos e 
globulares). Nos filmes E e F conseguiram mudar a forma dos cristais de maneira que tornassem o filme mais sensível 
sem aumentar tanto na quantidade (cristais tabulares). Nesse caso, aumentou-se 20%. 
 
6. Constituição dos filmes 
CAMADA PROTETORA – EMULSÃO – CAMADA ADESIVA – BASE – CAMADA ADESIVA – EMULSÃO – CAMADA PROTETORA 
A base é um poliéster fino, normalmente azulado com certo grau de flexibilidade, translucido e plano. Tem a função de 
suportar a emulsão. A camada adesiva serve basicamente para ficar a base à emulsão. A emulsão tem uma matriz que 
sustenta e mantem os cristais dispersos, além de absorver soluções processadoras (revelador e fixador). Os cristais são 
sais halogêneos de prata (95% brometo de prata) que registram a imagem que será visível após processamento. A 
emulsão forma uma imagem latente, na qual só é vista após o processamento. A camada protetora é uma fina camada 
que tem a função de proteger todo o filme contra danos físicos e arranhões. 
 
7. Armazenamento 
Os filmes sempre devem ser protegidos de umidade, calor, luz e radiações ionizantes. O melhor lugar para 
armazenamento é na geladeira na posição vertical, para que o peso de um sobre o outro não lese o filme. 
 
8. Écrans ou placas intensificadoras 
Os filmes extraorais são expostos indiretamente, ou seja, por estarem distantes da boca do paciente precisam de uma 
quantidade maior de radiação para sensibilizá-los. A função do écran é diminuir em 80% a quantidade de radiação 
necessária para a formação de imagem, pois assim que recebe o foco de raio X, consegue emitir luz que também 
sensibiliza o filme. O écran é uma placa branca florescente no interior do chassi, uma caixa metálica. 
 
BASE – CAMADA DE FOSFORO – CAMADA PROTETORA – FILME – CAMADA PROTETORA – CAMADA DE FOSFORO – BASE 
 
PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO 
O processamento químico transforma a imagem latente em visível. A imagem latente consiste em cristais modificados e 
não modificados na camada de emulsão. Na câmara escura, o filme é processado a partir da revelação e fixação e 
transformado em imagem visível. 
 
1. Métodos no processamento manual 
Já na câmara escura, o filme é aberto, colocado na colgadura e submerso em um tanque com solução reveladora, água e 
fixador. 
 
REVELAÇÃO > LAVAGEM INTERMEDIÁRIA > FIXAÇÃO > LAVAGEM FINAL > SECAGEM 
 
Revelação 
A revelação consiste na redução de cristais, expostos na radiação, em prata metálica negra. É realizado corretamente 
seguindo o método tempo-temperatura, ou seja, deve-se ter conhecimento prévio da temperatura da solução, para que 
saiba o tempo de imersão do filme. 
Se o tempo de revelação não for respeitado poderá ocorrer o velamento químico (tempo demais) ou a subrevelação 
(tempo de menos). 
 
 
 
CRISTAIS SENSIBILIDADE RADIAÇÃO EXPOSIÇÃO 
Constituição: 
Agente redutor – Fenidona (contraste) e hidroquinona (densidade). Reduzem os cristais de brometo de prata 
sensibilizados em prata metálica negra. 
 
Acelerador/Ativador (base) – Carbonato de cálcio. Amolece e expande a emulsão para que o redutor possa alcançar os 
cristais sensibilizados. 
 
Preservativo e antioxidante – Sulfeto de sódio. Ajuda a proteger os agentes redutores da oxidação que se dá pelo 
contato com o ar. 
 
Lavagem intermediária 
Tem como função desacelerar o processo de revelação e reduz a contaminação do fixador. É feito uma agitação dentro 
da água por 20-30 segundos de forma com que tire a maior quantidade possível de revelador. 
 
Fixação 
O fixador dissolve e remove da emulsão os cristais que não foram reduzidos ou expostos. Além disso, endurece e 
encolhe a matriz aumentando sua resistência. O tempo da fixação é de 10 minutos, sendo que, com 2 minutos pode 
visualizar se ficou bom ou se deve realizar outra radiografia. Após isso, volta à câmara escura e deixa mais 8 minutos. 
 
Constituição: 
Agente clareador – Amônia ou tiosulfato de sódio. 
Ativador (ácido) 
Preservativo e antioxidante (conservante) – Sulfato de sódio. Protege fixador. 
Endurecedor 
 
Lavagem final 
Remoção completa de todos os resíduos químicos. Se não retirar completamente com o tempo o filme fica amarelado. 
Deixa na água corrente por 10 minutos. 
 
Secagem 
Feita na estufa. 
 
O processamento automático não é utilizado com frequência para filmes pequenos, pois corre o risco de perder. É mais 
utilizado para filmes extrabucais. Não tem lavagem intermediária. Dura de 4 a 7 minutos. 
 
 
 
2. Câmaras escuras de processamento 
Pode ser em forma de quarto, labirinto ou câmara portátil. Tem uma luz de segurança, no caso, uma lâmpada branca de 
15W com um filtro. Isso não significa que pode deixar o filme exposto a vontade, pois 5 minutos é tempo máximo de 
exposição na presença dessa luz, já que ela também pode provocar o velamento do filme. Geralmente é composta pela 
parte seca onde abre o filme, abre os papeis,coloca colgadura etc e a bancada molhada em que a luz fica a 1,2m de 
distância (altura). A desvantagem do quarto é que deve se manter a porta sempre fechada. A vantagem do labirinto é a 
porta giratória, a luz não consegue entrar. As câmaras portáteis devem ser confeccionadas com material opaco. 
 
 
3. Gerenciamento das soluções e tratamento 
O revelador e o fixador devem ser trocados toda vez que a radiografia não estiver com boa densidade e contraste. Isso 
varia de acordo com sua utilização e é preciso fazer testes para saber quando a troca deverá ser realizada. Nas câmaras 
portáteis, o revelador deve ser trocado em média toda semana e o fixador no máximo em duas semanas. 
 
O descarte deve ser feito corretamente, por conta também da prata e da lâmina de chumbo (aterro sanitário industrial 
para resíduos perigosos). O revelador deve ser acondicionado em um frasco bem vedado e neutralizado. Existe a 
possibilidade de recuperar a prata do fixador, caso não seja feito isso, também deve ser acondicionado em frasco 
resistente e bem vedado para ser recolhido.

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